TeleSéries
Elementary – On The Line
25/11/2013, 10:20. Gabriela Pagano
Reviews
Elementary
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É outono em Nova Iorque e a temporada não é outra coisa senão de um doce novembro para os espectadores de Elementary. Foi em uma ponte tradicional da cidade, em meio às árvores cujas folhas são de um amarelo que só se vê por lá, que a série protagonizada por Sherlock Holmes começou – e, ali, também se iniciava um dos melhores episódios da história do programa. Não estou sendo exagerada. Quando terminei o episódio e abri o TeleSéries para resenhá-lo, não sabia por onde começar, de tão feliz que estava com o que tinha visto. Depois de refletir bastante, cheguei a uma conclusão óbvia: melhor começar pelo começo. É.
Como eu disse antes, o episódio se inciou em uma ponte, sobre um enorme rio nova-iorquino, de onde uma jovem amarrou um peso ao revólver que tinha nas mãos e atirou na própria cabeça, fazendo com que a arma caísse na água e seu caso fosse, então, investigado como um assassinato. Diante de uma cena tão intrigante, a gente mal conseguia prever o desenrolar da façanha… mas Sherlock desvendou os últimos atos da moça em menos de dois minutos, ele sabia que aquilo se tratava de um suicídio; não havia, portanto, uma vítima ou assassino. A história, é claro, não acabava ali.
É que a suicida, antes de tirar a própria vida, fez uma ligação para a polícia e disse que um homem a ameaçava. Ela queria culpá-lo de um crime que, já sabemos, ele não cometeu. Só que, na sala de interrogatório policial, enquanto esse mesmo homem realizava um teste no polígrafo (o “detector de mentiras”), Holmes percebeu que o interrogado não havia mesmo assassinado a jovem encontrada na ponte – mas a irmã dela. Aquele rapaz era, na verdade, um serial killer.
A maneira como Sherlock chegou à conclusão foi bastante interessante, pois ele percebeu que o rapaz mordia a língua para responder às perguntas do detive Bell, conseguindo, assim, controlar os batimentos cardíacos e sabotar o teste no polígrafo. A informação por si só já era instigante, não sabia que era possível controlar a pulsação dessa forma e, contextualizado na história, tal fato deixou o cenário ainda mais convidativo e… obscuro. Sim, Elementary é uma dessas estradas mal iluminadas, que a gente nem sabe onde vai dar, mas decide atravessá-las de qualquer jeito, correndo o risco.
Pois bem. O destino final dessa viagem foi um verdadeiro presente ao espectador, que se deparou com um dos melhores casos de polícia já mostrados na série. Mais do que isso. Atrevo-me a dizer que este foi o segundo melhor capítulo que Elementary apresentou até hoje, ficando atrás, apenas, da season finale da primeira temporada. O tempo inteiro, Holmes acreditou que aquele homem era mesmo um serial killer, ainda que as evidências apontassem o contrário. E ele foi aos extremos para provar isso. Em uma das cenas, Holmes chegou a discutir com o investigador de um caso antigo (uma investigação em que o homem/potencial assassino também havia sido acusado e saído ileso) e humilhou o detetive veterano em frente à toda NYPD, no desespero de provar que o policial estava errado e ele certo. Conseguir isso, agora, havia se tornado quase uma questão de honra.
Por vezes, cheguei a duvidar de que o homem seria o assassino e pensei no quão emocionante seria ver Sherlock errado, humilhado diante de um policial convencional. Não era o caso. Aquele era um assassino engenhoso, que soube driblar como um mestre as investigações e se safar delas. Não bastasse isso, o serial killer não se continha apenas em matar suas vítimas, como também criava identidades falsas em redes sociais, na Internet, para manter contato com os familiares dos assassinados. Em uma das ocasiões, Holmes e Watson foram enganados pelo homem, que fez uma ligação falsa à dupla de detetives e marcou um encontro que nunca aconteceria. A única coisa legal disso foi ver Sherlock e Joan pegando a estrada. Mas tiveram que dar a meia-volta, diante do engano.
Apesar de o homem ser bastante engenhoso, Holmes não é um “policial convencional”, como os outros, e, a partir do momento que em que ele cruzou o caminho do rapaz, seu destino já estava sentenciado. Após reviravoltas inesperadas, o detetive conseguiu provar que o homem era mesmo o vilão do capítulo. A boa surpresa ficou por conta de que, uma das mulheres que haviam sumido anos atrás, cujo corpo nunca fora encontrado, deixando o marido desolado, estava viva! E foram felizes para sempre.
Fim.
Nem pensar. A melhor parte, ainda não comentei: a arrogância de Sherlock Holmes.
Logo no início do episódio, quando Holmes afrontou aquele detetive veterano, Watson ficou extremamente incomodada com o amigo. Ele havia desrespeitado um policial veterano em frente aos colegas por causa de um erro que ela mesma poderia ter cometido. Holmes não se comoveu com o sermão de Joan e seguiu hostil durante todo o episódio, mesmo depois de Watson ter se afastado dele para formar dupla, temporariamente, com Bell.
Ao final do capítulo, ainda irritadíssima com o comportamento de Holmes, ela obteve, finalmente, uma resposta do companheiro. E, ali, presenciamos um dos diálogos mais importantes da série. Um diálogo que, mais do que nunca, nos fez lembrar do personagem clássico de Conan Doyle.
Homes disse friamente, encarando a Watson:
– Eu não sou uma pessoa legal. Não existe uma versão mais afetuosa e simpática de mim esperando para sair daqui de dentro. Eu sou amargo. Posso ser cruel. Esse é quem eu sou, bem lá no fundo. E não estou orgulhoso, nem envergonhado disso. Sou simplesmente assim.
Enquanto a gente – e a própria Watson – refletia que isso não era verdade (afinal, por diversas vezes, vimos o detetive quase chorar diante da maldade humana e era admirável o carinho que ele tinha pela amiga), ele próprio interrompeu nossos pensamentos para dizer justificar seu comportamento:
– Watson, eu te considero excepcional e, portanto, faço um esforço excepcional para te deixar confortável.
Reafirmando que ele era cruel e assim ele era, ponto final, que todos teriam que suportá-lo desse jeito, Watson replicou que ninguém poderia aceitar uma coisa dessas a vida inteira. E foi assim, com essa incerteza sobre o futuro da dupla de maior sintonia da televisão – e sem saber se teremos um detetive diferente daqui para a frente -, que o episódio acabou. Sem música bonita, sem clima de perdão. Parecia que, dentro da tela, o novembro não era, afinal, tão doce. Estou ansiosa por dezembro.
Se, pela primeira vez, em Elementary, tivemos um diálogo típico do Sherlock Holmes como o conhecemos dos livros – frio, arrogante, auto-suficiente -, o seriado conseguiu, ainda assim, refletir a sociedade moderna, uma constante da série. Quantas vezes ao dia não nos deparamos com pessoas que, por julgarem que sabem mais que as outras (como Holmes sempre deixa bastante claro), diminuem os feitos de alguém próximo? Melhor ainda se tudo puder ser testemunhado por uma plateia (como foi a NYPD). O mundo é cheio de Sherlock’s Holmes – pior ainda; muitas vezes, sem a genialidade quase utópica do detetive. Uma sociedade em que existissem mais Watson’s, que pregam a cordialidade e o respeito mútuo, seria uma sociedade mais fácil. Mas, apesar do nome da série, a gente sabe que a vida não é assim… elementar. A boa notícia é que, com sua qualidade narrativa, Elementary segue discutindo os dilemas, não de Sherlock Holmes, mas os dilemas do mundo moderno. E isso vai ser sempre delicioso.
Para terminar: se o novembro não foi doce para a Watson, o outono em Nova Iorque, pelo menos, permitiu que ela voltasse a usar suas conhecidas meias-calças. Um charme só, bem como a fotografia desse último episódio. Vai dizer que você não queria um outono no hemisfério norte?
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