Downton Abbey – Series 4, Episode 1

Data/Hora 27/09/2013, 15:54. Autor
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Mudança. Essa palavra define perfeitamente o início da quarta temporada de Downton Abbey. A vida é feita de mudanças, que podem acontecer de uma hora para outra, e nós devemos estar prontos para enfrentá-las. Essa é a lição que os Crawley devem aprender nessa temporada, lição essa que será muito mais difícil de aprender para uns do que para outros.

Das mudanças ocorridas no condado de Downton a mais significativa sem dúvida foi a morte repentina de Matthew no final da terceira temporada, um verdadeiro balde de água fria depois de tantas coisas boas que estavam acontecendo: a família finalmente havia se recuperado da dor da morte de Sybil, Robert finalmente começava a aceitar Tom como membro da família, a situação financeira da propriedade finalmente estava melhorando e, o último finalmente: Mary havia conseguido ter o tão sonhado herdeiro de Downton, o pequeno George. Tudo estava indo bem demais. E então, acontece a tragédia: Matthew sofre um patético acidente de carro na volta do hospital, pouco depois de ter segurado seu filho pela primeira – e única – vez. Uma morte revoltante, levando-se em conta tudo que ele passou durante a Guerra e ter sobrevivido para contar.

A quarta temporada começa exatamente seis meses depois do fatídico acidente, onde encontramos uma Downton lúgubre e nebulosa e uma Mary fria, apática, desprovida de emoção, a típica Rainha de Gelo que conhecemos lá na primeira temporada. Só que dessa vez, além de fria ela está imersa em dor e sofrimento, o que a faz ser incapaz até de demonstrar algum carinho para com seu filho, o deixando aos cuidados da babá. Um cenário completamente desesperançoso. Tom vê a ajuda de Mary na administração da propriedade como uma forma de tirá-la desse estado de inércia, então ele pede ajuda a Carson, o único que consegue compreender quase que perfeitamente a mente complicada de Mary. Depois de uma inesperada discussão, Mary se rende e aceita a proposta. Essa foi uma das cenas mais lindas do episódio, cena essa que não teria metade da emoção se não fosse pelo talento de Michelle Dockery, um verdadeiro achado entre as atrizes britânicas, e que se mantiver o nível de qualidade desse primeiro episódio sem dúvida nenhuma irá levar para casa Emmys e Golden Globes da vida.

Outra das mudanças é a saída mais que repentina de O’Brien, dama de companhia de Cora, que foi embora na calada da madrugada deixando apenas um bilhete. A atriz Siobhan Finneran decidiu que não queria mais participar da série a partir da quarta temporada, e deixou o showrunner Julian Fellowes com a tarefa de explicar a saída da personagem sem matá-la, pois outra morte seria impensável. Por isso a saída dela pode ter parecido um tanto apressada e mal-resolvida, mas se levarmos em conta o remorso que O’Brien sentia por ter sido responsável pelo aborto de Cora, fica mais fácil de entender sua partida, principalmente depois da chantagem de Thomas. E a partida dela deu espaço para o retorno de Edna, a troublemaker oficial de Downton, que causou um enorme transtorno na terceira temporada se atirando para cima de Tom quando este tinha acabado de se tornar viúvo. E agora que ela será a nova dama de companhia de Cora, sem dúvida ela irá aprontar ainda mais na mansão, e Tom não será seu único alvo. Homens de Downton, cuidado!

Também vimos um pouco do passado de Carson vindo à tona, com o surgimento de um velho amigo seu, o Sr. Grigg. O amigo apareceu pedindo sua ajuda para se restabelecer, só que como sabemos Carson se envergonha profundamente de seu passado como cantor e dançarino. Assim, sobrou para a sempre boa e gentil Sra. Hughs ajudar o pobre coitado, com a ajuda de Isobel Crawley – mãe de Matthew. A chegada de Grigg não só ajudou a conhcermos mais sobre Carson, mas também trouxe de volta a energia à Isobel, que se encontrava em um estado parecido com o de Mary depois da perda do filho. E Isobel sem sua energia e disposição típicas não é Isobel.

Essas foram as mudanças mais significativas do episódio, pois a lista de personagens de Downton Abbey é gigantesca, e todos tem um background e uma história bem definida e desenvolvida. Ponto para Julian Fellowes, que consegue trabalhar com vários personagens e desenvolver a história de cada um deles brilhantemente. E em homenagem a esse brilhantismo, eis um rápido resumo sobre a vida dos outros moradores de Downton:

– Edith continua sendo a mais azarada dos Crawley quando se trata de relacionamentos. Dessa vez ela finalmente encontrou um homem que a ama e o sentimento é recíproco, mas o coitado é casado com uma doente mental e só pode se divorciar dela se se tornar um cidadão alemão. Isso tudo considerando que a Alemanha, no começo da década de 1920, é a nação mais odiada da Europa depois dos estragos da Guerra. Pobre Edith.

– Thomas e Jimmy parecem ter superado toda a akwardness entre os dois e agora se tornaram bons camaradas, o que era de se esperar pois os dois são verdadeiros sacanas (pelo menos o Thomas está apenas aprontando com quem pisa no calo dele, o que é um progresso significativo). Mas será que Thomas superou de vez sua paixonite por Jimmy? Só resta continuar assistindo para descobrir.

– Bates e Anna continuam sendo o melhor casal da série. É impossível não shippar os dois. E é muito bom vê-los felizes depois de todo o sofrimento que passaram para conseguir ficar juntos.

– Daisy também se encontra no mesmo patamar de Edith, sem nenhuma sorte no amor, chegando ao ponto de receber um cartão de Valentine’s Day da Sra. Patmore, que não queria que ela se sentisse solitária. Vamos ver se ela vai se conformar com essa situação ou tomar uma atitude.

No quesito produção, a série continua impecável. Direção primorosa (a cena da partida de O’Brien foi brilhantemente filmada), figurino deslumbrante, que com a chegada da “Era do Jazz” traz o estilo “melindroso” à série, e a fotografia fantástica de sempre, que consegue deixar o interior da Inglaterra ainda mais bonito (coisa muito difícil de se conseguir).

E, claro, não podemos nos esquecer de Violet crawley, a jóia de Downton, interpretada impecavelmente pela Lady Maggie Smith, que nos presenteou com mais de suas pérolas. O que seria de Downton Abbey sem os comentários e conselhos geniosos de Violet?

A quarta temporada começou com o pé direito, atendendo todas as expectativas, e o melhor: a velha Downton Abbey parece finalmente ter voltado, equilibrando os gêneros como nenhuma outra série atual consegue, coisa que fez falta na terceira temporada que apelou demasiadamente para o melodrama. Go go Downton!

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  1. Kassya Samara Campos - 27/09/2013

    Ariel, eu li outra review sua, e fiquei impressionada com sua desenvoltura ao escrever – vc só tem 19 aninhos!! Sua escrita é excelente e visão crítica afiada!

  2. biancavani - 27/09/2013

    Ariel? Ela, a Pequena Sereia, também escreve muito bem, mas esta review aqui é de outro autor: “a César o que é de César”…

  3. Lucas Victor - 27/09/2013

    Obrigado por me defender Bianca XD

  4. biancavani - 27/09/2013

    Acabei de assistir, estou ainda naquele estado de graça que ficamos ao contemplar obras de arte. Que série perfeita, caro Lucas! E a série teve a review que ela merece: perfeita também.

    Atté o tema musical principal mudou, provavelmente para marcar ainda mais os novos tempos.

    Realmente, Michelle está fantástica, ficou mais magra ainda (e olha que ela já era bem magra), expressando nos gestos sem vivacidade, na fisionomia e corporalmente toda sua dor. (Que contraste com a atriz que faz Scandall! Aqui no Teleséries, na enquete para a atriz que deveria ganhar o Emmy, votei várias vezes Na Michelle. É, quem sabe em 2014…).

  5. Lucas Victor - 27/09/2013

    O Emmy é meio complicado porque a Academia dá uma preferência exagerada às séries americanas, mas o Golden Globe e o BAFTA ela tem chances fortíssimas de ganhar. A cena que ela humilha o Carson já fez ela merecer todos os prêmios *-*

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