Doctor Who – The Rings of Akhaten

Data/Hora 11/04/2013, 16:50. Autor
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Geralmente é fácil medir o quanto eu me empolguei por um episódio só pela vontade que eu tenho de falar sobre ele. Nem sempre escrevo logo, é verdade, mas a vontade está lá, deixando-me quase maluca.

The Rings of Akhaten não me deu esta sensação. Na verdade, senti-me bem desapontada enquanto assistia. Não que o episódio tenha sido ruim, mas ele tinha cara de coisa requentada. Lembrou-me muito a viagem do Nono Doutor e da Rose ao dia da destruição da Terra, mas sem a mesma classe. Faltou emoção ao que acontecia na tela. O único momento que me preocupei de verdade foi quando o Doutor resolveu se sacrificar, pois tive medo que ele perdesse a memória, mas nem isso aconteceu…pelo menos, não me pareceu que tenha acontecido (porque se ele de fato perdeu memórias, eu ficarei muito, muito furiosa. Sim, não superei Donna até hoje). No final das contas o episódio falhou na transmissão de emoções.

Certo, as músicas eram muito bonitas, todo mundo cantando em coro, a menina em um sopraninho eficiente e tudo o mais, só que um episódio não pode se sustentar da música de fundo, mesmo que esta música seja a música de ninar que impede o deus de acordar e destruir todo o sistema solar.

Mas eu gostei da Rainha dos Anos. Merry era um doce de menina e a sua preocupação em falhar é plenamente compreensível, assim como a sua disposição em se sacrificar para salvar o seu povo, mesmo sendo tão jovem. Uma pena que a trama em si fosse tão vazia e o tal deus bem desapontador.

Quando lembro dos outros episódios de estreia das companheiros do Doutor na Tardis (pelo menos desde 2005) não consigo deixar de achar que The Rings of Akhaten ficou devendo alguma coisa. O legal é que Clara foi bastante pró-ativa. Embora eu não iria atrás de uma criança qualquer que está sendo procurada por guardas (a minha tendência é achar que não tem nada a ver comigo, a menos que peçam a minha ajuda, pois quem está de fora quase sempre entende tudo errado) a forma como ela lidou com Merry foi bem inteligente. E depois, quando decidiu se sacrificar e as memórias da mãe por um povo que mal tinha conhecido, foi uma demonstração bem eficaz do seu caráter. Ela não precisou de ninguém lhe dando um empurrãozinho, Clara é alguém que se preocupa com os outros e age de acordo com o que acredita ser certo.

E por falar nas memórias da mãe, chega a ser um pouco assustador a forma como o Doutor esteve vigiando a vida da garota desde antes do seu nascimento. O legal é que o mistério das duas mortes de Clara ficou ainda mais intrigante com esta noção de que ela é uma garota aparentemente normal vinda de uma família completamente comum.

Eu já disse isso antes, mas repito: gosto desta trama de quem é Clara Oswin Oswald permeando a temporada. Mas também sei que há muita gente reclamando desta mania que Doctor Who parece que incorporou de fazer das companheiras uma história por si só. Ninguém mais é um simples acompanhante, escolhido aleatoriamente em decorrência de um acontecimento que o colocou no meio de uma das aventuras do Doutor e que acabou ficando por mais tempo do que o imaginado. Acaba sendo meio repetitivo, e fica um certo receio de que o Doutor nunca mais irá simplesmente esbarrar em alguém,  achar a pessoa interessante, levar para viajar na TARDIS e acabar ficando.

Mas talvez isso seja uma característica do Décimo Primeiro. Ele não faz nada ao acaso, tudo para ele é meio planejado e com um motivo. Eu não via tanto disso nas suas encarnações anteriores.

Uma das coisas que eu mais gostei do episódio foi a menção à neta do Doutor. Eu sinceramente gostaria de ver Susan novamente. Sempre que penso nela eu fico especulando sobre o passado do Doutor, quem era ele antes dos muitos séculos de vida, como era sua família entre outras trivialidades do estilo.

O mercado alienígena também foi muito bem vindo (e todo filmado em estúdio, o que é um contraste brutal com as tomadas amplas do episódio anterior). E foi uma boa escolha para a primeira viagem de Clara. Só me pergunto se a porta fechada da TARDIS implica realmente que a TARDIS não gosta da Clara e isso porque sabe de algo que nós não sabemos (e provavelmente é uma espécie de anomalia, assim como Jack), ou se ela apenas interpretou desse jeito porque não sabe que a caixa é impenetrável se você não tem uma chave. Apesar de que o Doutor é capaz de abri-la com um simples estalar de dedos….

E parece que Clara aceitou de vez ser a companheira do Doutor. E não é irônico que a pessoa sob cuja sombra ela vive seja justamente ela mesma? Embora cada uma das Oswin tenha suas características próprias, no frigir dos ovos todas tem a mesma essência e não há como separar uma da outra. O que a garota diria para o Doutor se soubesse?

****

PS: Custava terem usado a mesma folha para os dois episódios? Porque nem sonhando aquela folha gigante que Clara ofereceu à criatura era a mesma folha do dia em que seus pais se conheceram e que ela guardava no seu livro.

PS2: A mãe de Clara morreu em 2005, quando Clara tinha 16 anos, justamente uma das idades faltando na sua listinha no caderno.

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  1. Bruno - 12/04/2013

    Mica Mica Mica Mica… ao contrário de você eu adorei o episódio.

    Primeiro, Clara ficou a vontade para explorar. Lembrou-me muito TURN LEFT com a Donna, no mercado, e também um episódio de Rose (não lembro o nome agora) onde aparece BAD WOLF em todo canto.

    Segundo, o discurso do Doutor… como pode dizer que o ep falhou em passar emoção num discurso daqueles, que aparentemente não só Clara mas todo o povo estava ouvindo? “Eu perdi mais que um Deus parasita pode entender”, “eu tenho conhecimento que não pode ser revelado” (Doutor Who!)

    Terceiro, a conversa de Clara com o Doutor. Quando ela percebe que ele estava (cripy isso, admito) no passado dela, quando diz que aceita dormir com ele, digo, viajar com ele, mas que não vai ser ESTEPE DE NINGUÉM? Foi de uma profundidade incrível. Ah se ela soubesse o “fantasma” com quem compete…

    Eu achei Bells of Saint John uma cópia descarada de IDIOTS LANTERN. Pelo visto, invertemos opiniões entre os 2 primeiros episódios, não foi?

    Estava com saudade de ler seus reviews…

  2. MicaRM - 13/04/2013

    Eu já vi que eu fui uma das pouquíssimas pessoas que não achou o episódio tudo isso, heheheh. E pelo visto todo mundo lembrou de Turn Left, menos eu! Juro que enquanto eu via nem passou pela minha cabeça…

    Sei lá, não consegui me emocionar com o episódio. Eu até gostei, principalmente da exploração no mercado e tal, mas não me trouxe nenhum saldo positivo a longo prazo.

  3. Bruno - 13/04/2013

    Lembro que a primeira viagem de Rose com o Doutor foi para o fim do mundo, e a de Amy para a nave das baleias. Parece que mostrar um futuro é algo que “cativa” os companions e por isso o Doutor prefere esse tipo de primeiras aventuras.

    Eu gostei do episódio porque foi feito para nós, ele colocou como Clara é em face das outras duas aparições dela. Vimos que ela continua cuidando de crianças, como fez com a Rainha dos Anos, vimos que ela é leal (“Por que estamos fugindo? Fui eu quem causou isso, temos que voltar”) e, diferente da passividade das outras companions, que estavam sempre sendo salvas, ela foi pró-ativa (pegou a moto voadora e foi lá sacrificar a folha da mãe dela pro Deus-Sol e acabou salvando o dia). Rose só conseguiu isso quando assumiu BAD WOLF, ao custo de uma regeneração do nono Doutor.

    Amy e Rory meio que tratavam o “onzimo” Doutor como um filho, River Song é esposa dele, afinal das contas, Donna era uma amiga do décimo, Martha, bem, Martha não tinha chance após Rose. Já Clara está se firmando como alguém apaixonante e eu discordo de algumas interpretações que li sobre ele agir com ela como se fosse “irmão mais velho”, eu acho que ela o intriga e isso é metade do caminho para um bom par.

    Meu termômetro para Doutor Who é minha filha (que hoje tem 9 anos, mas que assiste comigo desde que tinha 5, quando eu tinha que ler as legendas pra ela). Ela adorava Amy por conta dos episódios em que ela apareceu garotinha (como ela, qual garotinha não iria querer um amigo imaginário como o Doutor?), mas já está interessada na Clara, como se fosse “tia dela”. Significa que Clara está funcionando!!!

    E o Matt Smith assumiu de vez o papel de Doutor louco (“madman in a box”), naquele discurso inflamado em que verteu até lágrimas. Suspeito que isso tem a ver com Trenzalore.

    Bem, hoje tem o episódio do submarino russo Kursk as 14h e as legendas normalmente aparecem no addic7ed por volta de 2 a 3h depois do fim do episódio. Nos vemos no próximo review? Mal posso esperar.

  4. Bruno - 13/04/2013

    Esqueci de comentar a questão das datas. A Clara da era vitoriana nasceu em 23 de novembro (dia do primeiro episódio do primeiro Doutor) de 1866 e morreu em 24 de dezembro de 1892, aos 26 anos. Já a mãe da Clara atual morreu no dia do primeiro episódio do nono Doutor, data do reboot da série, em 5 de março de 2005.

    Tem duas datas faltando no livrinho dos 101 lugares, 16 (mesmo ano que a mãe da Clara morreu) e 23, sendo que agora ela tem 24 anos.

  5. Bruno - 02/05/2013

    Aos exatos 3 minutos do episódio, quando o Doutor está observando o enterro da mãe de Clara no cemitério, e se afasta, tem um bicho no lado direito da árvore que se assemelha muito ao das costas de Donna em TURN LEFT. Eu não havia notado, vocês já? O que acham que significa?

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