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Doctor Who – The Caretaker e Kill the Moon
09/10/2014, 09:28. Mica
Reviews
Doctor Who
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Série: Doctor Who
Episódios: The Caretaker / Kill the Moon
Número dos Episódios: 8×06 / 8×07
Exibição no Reino Unido: 27/09 e 04/10/2014
Esta semana o texto é duplo porque a minha rotina mudou nas últimas duas semanas e o tempo para escrever sumiu. E, admito, nenhum dos dois episódios inspirou em mim aquele desejo insano de colocar no papel tudo o que senti enquanto assistia. Gostei dos episódios, porém algumas coisas em ambos me deixaram irritada e sem muita disposição para discussão, o que é fatal quando a pessoa precisa escrever um texto sobre série.
Com The Caretaker eu tive sentimentos conflitantes, entre o gostar muito e querer dar uma surra nos roteiristas. A cena antes dos créditos de abertura foi a parte mais interessante de todo o episódio. É incrível como poucos minutos fizeram mais por Clara como personagem do que uma temporada e meia. Vê-la ao lado do Doctor em aventuras que nós não presenciamos e como ela se empenhava para continuar se desdobrando entre suas duas vidas (embora eu ainda preferisse que ela fosse companion em tempo integral), deu mais realismo a pessoa que ela é. Ficou mais crível todo o seu envolvimento com o Doctor e como ela o conhece tão bem e ainda mostrou porque ele em geral anseia pela companhia da garota.
Eu gosto da forma como Clara sempre faz o que o Doctor manda. É instintivo e bem diferente de outras companions. E não é por falta de personalidade, e sim porque ela confia nele e no julgamento que ele faz das situações, mesmo quando não concorda muito. Eu sinceramente acredito que em uma situação como a que eles vivem, indo para lugares e tempos estranhos, dos quais ela nada conhece, o melhor negócio é confiar na pessoa mais experiente. Isso não quer dizer que Clara não tenha voz ativa ou que não imponha sua vontade quando preciso, mas ela sabe ouvir e obedecer nas horas certas e isso é uma característica que eu prezo muito. E particularmente gostei de ouvi-la dizendo que confiava no Doctor e que por isso ela não tinha medo e sempre agia com segurança. De certa forma, explica muito das atitudes da personagem.
Por outro lado, fiquei desconfortável com a forma como Clara agiu ao descobrir que o Doctor se disfarçou de zelador. Ela vigiando-o a todo instante era irritante ao extremo e dava tanta bandeira que o conhecia e não o achava saudável para o ambiente escolar que eu me pergunto como ninguém a questionou sobre a integridade moral do zelador. Não que o Doctor tenha ajudado muito com suas esquisitices. Mas afinal, por que ele não a informou logo de início quais eram os seus planos? Por que trabalhar sozinho? Não fazia o menor sentido!
Todo o motivo do disfarce e a missão eram tão despropositados que fica difícil levar o episódio a sério. E para piorar tivemos que aguentar o preconceito absurdo do Doctor em relação a Danny. Não há qualquer desculpa para as atitudes do Doctor. Não há porque ele ter tanta ojeriza ao exército – nenhuma regeneração anterior tinha. Talvez um ou outro tenha demonstrado um descontentamento com os militares e suas atitudes, mas esta rejeição total? Esse desprezo tamanho que chegou a humilhar um ex-soldado sem qualquer motivo além de ter sido um soldado em um momento da vida? Alguém que cumpriu seu dever com a pátria, mas voltou a vida civil quando percebeu que estavam cobrando um preço alto demais, e que, mais importante de tudo, tenha decidido dedicar a vida a ensinar jovens a serem pessoas melhores e mais instruídas? Inaceitável. Se há alguma característica dessa regeneração que eu não consigo engolir (e até agora é a única mesmo) é este preconceito desmedido com os militares a ponto de humilhá-los ou menosprezá-los.
Tudo bem que o Doctor precisou lutar na guerra do seu próprio planeta e, depois, enquanto agia como protetor de Trenzalore era basicamente um guerreiro, mas seja qual for o trauma que carregue ou mesmo o desprezo por suas próprias atitudes passadas, não justifica o preconceito descarado desta regeneração.
Em contrapartida, Danny caiu muitíssimo em meu conceito pela forma como reagiu ao Doctor. A cena em que ele fala com o Doctor pela primeira vez dentro da TARDIS e o provoca até que este resposta com o autoritarismo ao qual estava sendo forçado a externar, embora tenha sido forte e impactante de se ver, foi de um mau gosto sem tamanho. Tão preconceituoso quanto o próprio Doctor. O que Danny sabe de ser um alienígena? Um Senhor do Tempo? Até então ele nem ao menos acreditava direito em vida fora da Terra! O que ele sabe das coisas que o Doctor já enfrentou, ou mesmo o que Clara vivencia ao lado dele? Ele julgou o Doctor por suas próprias experiências e, pior, semeou a dúvida no coração de Clara.
E por falar em Danny e Clara, este é sem dúvida alguma o casal mais sem sal de toda a história de Doctor Who. Eles não têm química! Chega a ser cansativo vê-los juntos. E o que ele tem na cabeça para perguntar o motivo de Clara viajar com o Doctor!? Quem, em sã consciência, deixaria a oportunidade de conhecer o universo passar em branco? Certa foi a aluna (Courtney) que deu um jeito de ser levada em uma voltinha na TARDIS. Reação mais normal impossível, inclusive o enjôo (acho que eu também ficaria mareada). Inclusive, mesmo que eu esteja me adiantando, a atitude de Courtney no episódio seguinte, Kill the Moon, também foi perfeita para uma adolescente diante de uma viagem para a Lua que está se desintegrando.
Enfim, esse foi um episódio atípico e, talvez, um pouco infantil, mas ainda assim divertido. Levantou pontos interessantes sobre a forma como Clara age quando está com o Doctor, o motivo pelo qual ela o segue e como Danny transfere para Clara a preocupação advinda de sua própria experiência no exército, mas para um episódio que se esforçou tanto em desenvolver os personagens e dar alguma vida à Clara, ele falhou miseravelmente quando precisou colocar em foco a interação entre o Doctor e Danny e o relacionamento Doctor x Clara x Danny.
Sem falar que o vilão foi mais uma vez um robô…
E quase esqueci! Tivemos uma nova aparição da Terra Prometida, com inclusive a adição de um novo personagem na administração do lugar. Eu sei que tem muita gente torcendo o nariz para este mistério, mas eu estou adorando. Tenho particular predileção por este tipo de ideia que vai se desenvolvendo aos pouquinhos, com apenas migalhas espalhadas aqui e ali. Instiga a minha curiosidade, mas sem me cansar.
Já Kill the Moon conseguiu ser ainda mais estranho que The Caretaker. Já começou mal com Clara exigindo que o Doctor dissesse à Courtney que ela é especial. Ora, o Doctor sempre achou que toda vida – humana ou não – é especial e que mesmo os pequenos gestos valem a pena. Mas isso não significa que ele não acha os humanos inferiores de vez em quando. Nem sempre, mas as vezes ele acha sim. E mesmo que não fosse esse o caso com Courtney – eu tenho a sensação de que ele sabia quem Courtney seria e faria no futuro desde o princípio –passar a mão na cabeça de uma garota rebelde não faz o tipo do Doctor.
Ainda assim ele levou Courtney para mais uma viagem e, não creio que o ato fosse para fazer dela alguém especial – porque ninguém precisa de outra pessoa, mesmo que seja o Doctor, para ser especial – e sim uma forma de se livrar da reclamação de Clara.
A trama na Lua teve seus altos e baixos. Não aceitei muito bem a história da Lua ser um ovo e de todos aqueles germes por lá, e o fracasso das viagens espaciais em 2049, ainda mais que a população tomou conhecimento da existência de aliens e outros mundos ainda no início do século. Só se a humanidade fosse estúpida para abandonar todos os seus programas espaciais bem quando descobrem que há vida lá fora.
Mas às vezes é preciso lembrar que Doctor Who é um programa primariamente para um público infantil/infanto-juvenil, então algumas coisas terão que ser relevadas para o bom desenrolar da história.
Eu gosto de Hermione Norris e ela estava muito bem no episódio. Achei super plausível os seus argumentos para destruir o ovo. Sim, ela estaria destruindo uma vida, mas o que era uma vida em troca de toda a humanidade? E interessante ela mencionar que Clara não tem filhos, caso contrário a garota não conseguiria suportar a ideia de seus filhos na Terra sendo ameaçados pela ruptura do ovo/lua.
Ainda assim, eles estavam prestes a destruir uma vida que esteve sendo chocada durante milhões de anos e que agora está plenamente desenvolvida para vir ao mundo e já deixando sua casca. Uma criatura que pode ser maligna ou benigna. Qual é a atitude correta a tomar?
Achei corretíssima a atitude do Doctor, embora a sua habitual falta de tato pegou Clara desprevenida. Ela – e a humanidade de forma geral – está acostumada a deixar que o Doctor solucione os problemas que não são dele, e sim de outros povos. Dessa vez não foi a intervenção do Doctor que principiou o caos, o que justificaria a sua intervenção, mas era apenas um acontecimento natural. É a nossa Lua. É a nossa Terra. É nossa escolha. O Doctor não é um déspota. Ele já caiu no erro de tomar para si a decisão sobre a vida e morte de quem não lhe pertencia em outra ocasião e não quer incorrer no mesmo erro de novo. Deixar para Clara, Lundvik e Courtney a oportunidade de escolha foi a maior forma de respeito à Terra e seus habitantes que ele poderia demonstrar. O problema é que Clara não viu dessa forma.
Clara não sabe sobre todo o passado do Doctor. Ela tem vagas lembranças de seus encontros anteriores, então não tem ideia do preço que o Décimo pagou por seus atos de intromissão. Para Clara, o que aconteceu foi que a pessoa que ela mais confiava no mundo a traiu. Deixou-a na mão no momento que ela mais precisava. Clara é apenas uma jovem, não tem como recair sobre ela a responsabilidade do destino da humanidade. Da vida da Terra ou da morte de uma criatura que pode muito bem ser a última do universo, sem falar na vida de sua aluna, que nem sequer deveria estar ali. E o Doctor foi embora sem maiores informações, simplesmente saiu e a deixou com o problema nas mãos justamente na hora que para ela mais importava, pois se tratava do destino do seu próprio planeta.
É compreensível a explosão de Clara ao final, mas igualmente é a expressão de confusão do Doctor, que não entende o motivo da garota o acusar de traição justamente na hora em que ele mais se colocou vulnerável, lutando contra o próprio instinto de intromissão para dar a ela e aos humanos a honra de decidir o próprio futuro.
Foi de partir o coração.
Mas gostei da criatura ter nascido e eliminado seus detritos, permitindo que uma nova lua nascesse e, ainda melhor, que a humanidade olhasse novamente para o céu e passasse a explorar o universo.
Por algum motivo lembrei da voz do Capitão Jack Harkness na abertura de Torchwood: “O Século XXI é quando tudo muda”.
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