Doctor Who – Hide

Data/Hora 26/04/2013, 09:42. Autor
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Hide foi um episódio sobre o amor, apesar de todas as fotos e vídeos promocionais venderem-no como um suspense, o que, no final das contas, até que foi uma boa ideia, pois fomos surpreendidos por um episódio bem diferente do que imaginávamos e mais interessante do que prevíamos. Embora eu não tenha conseguido deixar de pensar em The Unquiet Dead enquanto assistia.

Não sei muito bem o que dizer sobre o episódio em si, além de expressar o quanto eu gostei. Achei bem inteligente como o suposto fantasma que vinha assombrando o lugar há séculos (milênios) era uma viajante do tempo que ficou presa em um universo-bolso – universo compacto? Sei lá como se chama isso em português! (lembrei tanto de Fringe com esse episódio. O pocket universe, os balões vermelho e azul…). Eu poderia passar sem o vínculo familiar entre a viajante e o casal, mas perdoo o lugar-comum porque faz sentido para ampliar a conexão entre Emma e Hila e permitir o retorno da viajante.

As cenas do episódio alternavam entre levemente assustadoras e bem divertidas e os efeitos especiais não deixaram nada a desejar. Ficou gravado na memória o Doutor e Clara se apresentando como Caça Fantasma e o momento em que Clara repreende o Doutor por segurar a sua mão, quando na verdade não era bem a mão do Doutor que ela segurava. Esta cena em particular quando foi liberada antes do episódio ir ao ar, parecia bem assustadora, mas durante a exibição ela foi bem leve e descontraída. E já estava na cara que havia algum alienígena por ali, aparecendo rapidamente aqui e acolá.

As situações e os diálogos de Hide foram recheados de metáforas: para o amor, a solidão pós-guerra, o monstro que pode ser redimido, a forma de olhar o mundo de largo para não se machucar e a fragilidade do tempo e da vida. E uma coisa que chama a minha atenção é que, embora o Décimo Primeiro Doutor esteja mais gostável que nunca (sim, eu simpatizei com ele desde o início, mas ele está se superando nesta segunda parte da temporada) e o seu relacionamento com Clara tem uma dinâmica bem ágil e de companheirismo, já fazia um bom tempo que não o víamos tão desinteressado pela vida em si. Quero dizer, Clara é o seu interesse no momento, ou melhor, o mistério de Clara, mas todo o resto não parece que desperta aquela centelha de alegria que costumava despertar. Eu tenho a sensação de que há muito o Doutor não se mostrava tão machucado e desestimulado para o contato com outros seres. Não é a toa que Clara percebeu que para ele nós somos apenas fantasmas, ecos distintos de seres que já deixaram de existir. Talvez por isso que levou tanto tempo para que ele percebesse o que realmente acontecia naquela casa e também no pocket universe.

E mais alguém está encantado com a forma como Clara e a TARDIS tem interagido? Acho que a TARDIS nunca foi uma personagem tão presente e viva quanto nos últimos tempos. Simplesmente não dá para esquecermos que já a vimos em ‘carne e osso’ e pudemos ouvir seus pensamentos.  Agora, quando Clara reclama que acha que a TARDIS não gosta dela, não é mais apenas uma reclamação sem sentido para um objeto inanimado (não que a TARDIS tenha sido alguma vez um objeto inanimado no coração dos fãs ou do Doutor). A forma como a TARDIS provocou Clara ao aparecer como o próprio avatar da garota foi brilhante!

Ao lado, um pequeno diálogo, só para relembrar:

TARDIS : “Eu estou programada para selecionar a imagem de uma pessoa que você estima. De inúmeros bilhões de imagens em minha database esta é a que melhor se encaixa no critério”

Clara: “Você é uma vaca, eu sabia!”.

(tradução mequetrefe feita por mim)

 E tem como não amar essas duas juntas?

Ainda assim, quando a situação apertou a TARDIS abriu as portas e aceitou Clara para um passeio rápido. Não sei qual é a opinião geral, mas a meu ver a TARDIS se autopilotou e apenas levou Clara como acompanhante. Procede? Não acredito que a nave fosse permitir que a garota a pilotasse assim, de repente.

E já que o assunto é a viagem através dos universos, os fãs estão enlouquecidos vendo menção à Rose em todos os cantos, ainda mais com o especial de 50 anos de aproximando. Não sei o que devo fazer, se me rendo às teorias também ou se descarto como sendo tolice de fã saudosista. Com o especial aí às portas tudo pode acontecer, tenho medo de jogar teorias para escanteio e depois perder fatos importantes.

Por fim, só me resta dizer uma coisa: Hide foi um episódio delicioso. Esta segunda parte da temporada está se superando. Nunca deixei de amar Doctor Who, mas fazia tempo que eu não me sentia tão empolgada pelos episódios, aguardando ansiosa pelo próximo sábado.

 *

PS: Todo mundo parece convencido que Clara é apenas uma garota comum. Mas não há como o Doutor se convencer. Ele a viu morrer duas vezes e ela ainda está ali. Alguma coisa aconteceu.  A grande questão não é nem o que houve, mas por que ela parece tão comum quando é óbvio que ela não é?

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  1. Bruno - 26/04/2013

    Vamos lá. Emma para Clara: “Não confie nele, ele tem uma lasca de gelo no coração”. WTF, por que isso, Emma?

    Emma para o Doutor: “Você não veio aqui para ver o fantasma”. Ele responde: “Vim aqui para saber se tem algo errado com a Clara” (tradução “mequetrefe” minha)

    Hila entrou muda e saiu calada da estória. Segundo o Doutor, ela foi dada como perdida na época dele portanto o Doutor não pode levá-la de volta. Não? E a estória do futuro não ser fixo? E como Hila escreveu “HELP ME” na parede?

    “Eu sou o Doutor e eu estou assustado” pagou o episódio inteiro. Clara chamar a TARDIS de “vaca” foi um agrado extra.

    Alguém mais achou o monstro “bonitinho”? *risos*

    Devo ter perdido as referências a Rose. Já lisobre terem havido mas não consegui identificar.

  2. MicaRM - 26/04/2013

    Também fiquei me perguntando sobre o Help Me. Não sei bem quais as palavras usar, mas deve ter sido a mesma força que permitia que ela fosse vislumbrada na nossa dimensão que, ampliada pelo vínculo com Emma, acabou manifestando de forma física a ansiedade de Hila.
    Sobre ela ter se perdido no tempo, talvez isso tenha alguma influência chave no futuro e por isso ela não possa voltar (nada que vá ser desenvolvido na série, mas nem todas as consequências das mexidas do Doutor no tempo o são).

    O episódio teve várias frases de efeito e você lembrou muito bem de algumas delas. Não sei qual é a da Emma, porque ficou colocando caraminholas na cabeça da Clara. Mas acho que o Doutor tem se protegido contra sentimentos em geral e Emma conseguiu sentir isso.

  3. Bruno - 27/04/2013

    Verdade, o Doutor tem se protegido do sentimento da perda. Deve ser isso mesmo que Emma vislumbrou. E ainda combina com “lasca de gelo (atravessada) no coração”.

    “Caraminholas” foi ótima, fazia *anos* que não ouvia essa palavra.

    Hoje tem “Viagem ao Centro da TARDIS” e vamos *finalmente* conhecer a piscina, e quem sabe um pouco mais do “único mistério que vale a pena resolver”, nossa incrível Clara 🙂

    Sábado sem episódio de Doutor Who não é a mesma coisa!

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