TeleSéries
Do romance para a TV. O que Game of Thrones deixou para trás?
13/06/2012, 18:30.
Regina Monteiro
Especiais, Opinião
Game Of Thrones
Warning: Undefined variable $post_id in /home1/telese04/public_html/wp-content/themes/thestudio/single.php on line 28

As críticas e comentários positivos sobre Game of Thrones, a série líder de audiência da HBO, não são poucas. Todas praticamente unânimes em afirmar a grandiosidade da produção, a qualidade do elenco e o desenvolvimento da trama, entre outros aspectos. Os vários prêmios que a série começa a receber estão aí para sustentar estas opiniões.
Então, diante de tantos elogios, prêmios e uma audiência que duplicou entre as duas temporadas da série, é possível ficar decepcionado com Game of Thrones? Com certeza depende de você ser ou não um leitor de George R. R. Martin, o autor dos livros da série As Crônicas de Gelo e Fogo. E mesmo sendo seu leitor, depende da sua tolerância ou complacência com as diferenças entre as duas abordagens da história, pois elas existem e são necessárias na passagem do texto literário para o roteiro cinematográfico ou televisivo.
Essa é uma crítica de uma leitora de Martin com pouca tolerância e baixa complacência, apesar de ser apaixonada por séries de TV.
Uma promessa quebrada. Essa, em minha opinião, é a melhor definição para a tão aclamada produção da HBO. Na tela, a intensidade da narrativa, a complexidade dos personagens, as tramas tão bem urdidas pelo autor simplesmente desapareceram. Nos foi prometida uma série baseada em Crônicas de Gelo e Fogo. A série não passa de uma trama inspirada nos livros de Martin. Crônicas de Gelo e Fogo foi reduzida a A Guerra dos Tronos. Mais do mesmo: uma história sobre um reino sem rei, com vários pretendentes ao cargo, recheada dos elementos que dão identidade a este tipo de história: intrigas, ambição, honra, glória e cenários medievais.
Mas, justiça seja feita, há que se salvar o penúltimo episódio da segunda temporada, não por acaso, escrito por Martin. E há que se fazer uma diferenciação entre a primeira e segunda temporadas.
Na primeira temporada, apesar da monotonia, podia-se perceber um certo esforço em manter-se uma verossimilhança entre acontecimentos e personagens televisivos e os criados por George Martin. A melhor alegoria que encontro para definir a segunda temporada é que confundiram Westeros com o mundo de Fringe. Atravessamos a ponte e estamos presenciando uma realidade alternativa.
Parte da trama foi modificada. Lord Tywin em Harrenhal não seria tão ruim, se esse tivesse sido o primeiro nome dos três que Arya deveria oferecer ao deus da morte. Onde foram parar Jojen e Meera que levam Bran até o corvo de três olhos? E, pelos céus!, de onde surgiu aquela mulher de Volantis? Robb casar-se com ela foi uma ofensa à capacidade de articulação de Lord Tywin (somente os leitores de Martin podem entender), articulação esta que culminou em um dos mais sangrentos episódios do livro. E na série vamos ter guerra declarada entre Varys e Mindinho?!!! E o que dizer dos personagens que simplesmente mudaram de caráter? Alguém imagina a Shae da série capaz de um comportamento semelhante ao que se vê no livro?
Essas são apenas algumas poucas situações que, no livro, são parte fundamental da história e que na série foram simplesmente modificadas. Poderia ficar aqui citando um rosário delas.
Mas o fundamental é que em Crônicas de Gelo e Fogo, Martin constrói uma armadilha. Nada é o que parece ser. A cada página ele nos dá migalhas, esconde suas intenções. É responsabilidade nossa tentar adivinhar aonde elas irão nos levar. Na série da HBO tudo é revelado a priori. Petyr Baelish é um arrivista manipulador, Jorah Mormont um traidor. Há personagens bons, personagens maus e há aqueles que são perdoáveis; há também um trono a conquistar. Uma trama reduzida à simplicidade televisiva, bem expressa nas palavras da atriz Natalia Tena: “Game of Thrones é uma história para adultos, sobre violência e luxúria.”
Ressalte-se que Crônicas de Gelo e Fogo é bem mais do que fez dela o reducionismo televisivo. É uma história onde os personagens são representações de atributos que compõem a natureza humana. Certo e errado. Bem e mal. Razão e loucura. Atributos que, como deixa entrever o autor, são delimitados por uma linha tênue, pois a sobrevivência no jogo dos tronos depende de sagacidade e astúcia, e ambas podem estar em qualquer dos lados dessa linha. Crônicas de Gelo e Fogo é uma história onde a trama é construída como suporte a essas representações.
E como criticar então aqueles que afirmam que à TV resta somente o papel das arenas: pão e circo!
Clamar aos quatro ventos que é uma grande produção premiada não faz de A Guerra dos Tronos mais do que ela realmente é: uma traição. Afinal, se não fosse seu sucesso editorial, a HBO produziria mais uma série de capa e espada?
Nuvem de Séries
24 30 Rock 90210 American Horror Story American Idol Arrested Development Arrow Battlestar Galactica Bones Breaking Bad Brothers and Sisters Castle Chicago Fire Chuck Community Criminal Minds CSI CSI:Miami CSI:NY Damages Desperate Housewives Dexter Doctor Who Downton Abbey Elementary ER Friday Night Lights Friends Fringe Game Of Thrones Ghost Whisperer Gilmore Girls Glee Gossip Girl Grey's Anatomy Grimm Hart of Dixie Heroes Homeland House How I Met Your Mother Law & Order Law & Order: Special Victims Unit Lost Mad Men Marvel's Agents of S.H.I.E.L.D. Medium Modern Family NCIS New Girl Once Upon a Time One Tree Hill Parenthood Parks and Recreation Pretty Little Liars Prison Break Private Practice Psych Pushing Daisies Revenge Samantha Who? Saturday Night Live Scandal Scrubs Smallville Smash Supernatural Terminator: The Sarah Connor Chronicles The Big Bang Theory The Following The Good Wife The Mentalist The New Adventures of Old Christine The O.C. The Office The Simpsons The Sopranos The Vampire Diaries The Walking Dead The X Files True Blood Two and a Half Men Ugly Betty Veronica Mars White CollarCategorias
- 15 Razões (24)
- Audiência (70)
- Biblioteca de Séries (1)
- Borracharia (21)
- Colírio (5)
- Conexão (14)
- Entreatos (16)
- Estilo (31)
- Ficção (séries virtuais) (29)
- Gastronomia (67)
- Ligado no Streaming (30)
- Memória (26)
- Opinião (558)
- Séries & Eu (6)
- Sintonia (11)
- Sobre o TeleSéries (72)
- Spoilers (578)
- TeleRatings (314)
- TV Brasil (2,638)
- Comic Con (84)
- Novos Pilotos e Séries (1,403)
- Participações Especiais (991)
- Programação EUA (571)
- Upfronts (44)
Sabe o que me incomoda também? A insignificância a que foram reduzidos os lobos e a relação simbiótica entre eles e os Stark.
Ah, e a cara de quem não sabe o que está fazendo do Snow. Pô, Jon Snow é meu personagem favorito dos livros – junto com Tyrion -, mas na série…
Flavia,
Comigo acontece o mesmo, só que com personagens secundários
(Brienne, Sandor Clegane entre outros)
Nem cheguei aí. Só vi a primeira temporada, desanimei de ver a segunda, de tão irritada com Jon Snow e com a pouca importância dos lobos. Prefiro me concentrar nos livros.
Graças a todos os deuses!
Uma critica que fala a verdade, que faz justiça ao sentimento de todos que leram os livros!
Podia ter sido maior, MUITO maior, mas talvez o “rosário” seja realmente desnecessário.Obrigado Regina, MUITO obrigado!
Gabriel
Obrigado …. Somente os leitores da obra sabem o que nós
sentimos.
Regina…faço minhas suas palavras!
Realmente meu sentimento é esse, e a salvação é apenas o fim da temporada que tem a mão mágica de Martin.
Os personagens se mostraram tão vazios…sem tempo ou sem espaço para toda a carga emocional do livro!
Obrigada…valeu pelo desabafo! =D
Topázio
Na verdade é mesmo um desabafo. O essencial para
mim, e para muitos, não são cenas ou diálogos inexistentes na série e que
existem no livro. O essencial é que mudaram o caráter da obra.
Eu não li os livros mas eu acho que toda a crítica baseada no livro é exagerada. Inclusive a tua, Regina. A HBO está contando em 8, 9 horas o que não cabe em 9 horas. Muito do que tem sido feito é justificado porque a mídia é outra.
Outra coisa que eu acho curioso é que tem gente que reclama que tem diálogos desnecessários na série. E gente que reclama que não há profundidade psicológica. Ora, ou uma coisa ou outra. Se for só ação não tem como desenvolver personalidades. Mas se for só apresentar personagens não tem tempo pra história. Acho que GoT equilibra bem as coisas.
Paulo
Se a HBO esta contando em 8 ou 9 horas o que não cabe nesse tempo, por
quê já foram pegar elementos do 3º volume?
O meu ponto é: uma adaptação é uma adaptação, não se muda a história. O slogan
da HBO poderia ser “inspirado em”, então poderia fazer fanfic; mudar o que
quisesse. Mas a HBO optou por “adaptação”.
Fez propaganda. Aproveitou o sucesso de GoT, e mudou a história, mudou personagens. Aí
não é adaptação.
Vou citar a BBC que faz adaptações maravilhosas. Os livros da Jane
Austen são quase um roteiro, não contam. Mas, por exemplo, Guerra e Paz ficou
magnífico, inclusive as cenas com Napoleão Bonaparte (cito Bonaparte por ser um
“personagem real”) conseguiram retratá-lo exatamente pelo que era: um
estrategista fantástico e um narcisista incurável.
Então, dá sim para se manter fiel à obra mesmo com todos os problemas
que implicam uma adaptação.
Bom, acho que temos interpretações diferente do que significa adaptação. Acho que este é um princípio da discussão então.
Pega por exemplo O IIuminado. Uma das melhores adaptações para o cinema de Stephen King. E o final é completamente diferente do livro.
Paulo, em relação a O Iluminado, li o livro, vi o filme e acho os dois sensacionais. Não é fiel a todos acontecimentos, mas é fiel ao clima. Não é o caso de Guerra dos Tronos, na minha opinião.
Desculpa Paulo, eu tenho absoluta noção do quão errado vai soar meu comentário. Ainda assim, vou pedir para que tente entende-lo: Sem ler a obra, você nunca vai realmente entender o problema.
Estou na metade do 2° livro, ainda. Tenho algumas críticas à adaptação. Mas concordo com o Paulo, sobre os exageros. O 1° foi adaptado MUITO bem, bem demais. Foi fiel, teve pouquíssimas modificações, e que não alteraram o curso da história. Claro que não posso falar da adaptação do 2°, elogio muito a temporada, mas não tenho base pra comparativo.
Discordo principalmente, da Regina, quanto ao bem e o mal. Eu acho os personagens da série super maniqueístas. Acho que transitam entre razão e loucura. Acho complexos, na medida do possível. Pois livros gigantescos realmente não cabem em 9 horas. Tem falhas, é óbvio. Mas não vejo o diabo tão feio como o pintam.
Mantenho minha opinião: NUNCA uma adaptação será tão boa quanto a obra original. As obras baseadas, podem até superar ou se distanciar tanto do original que percam a identidade. As adaptações nunca superarão. Simplesmente porque é impossível. Infelizmente.
Do que mais sinto falta é da simbiose entre Starks e lobos, mas entendo a razão para os lobos aparecerem tão pouco: é muito caro colocá-los de forma adequada na tela, devido aos efeitos visuais.
Mariela
Acho que, ou eu não soube me expressar ou não entendi o seu
ponto, pois exatamente por serem maniqueístas os personagens não são complexos.
No livro eles expressam essa antagonia em si mesmos. Essa é sua complexidade.
Quanto à 1ª temporada realmente foi mais fiel, porém mais monótona,
principalmente a seqüência da prisão e morte de Eddard Stark. Mas foi na 2ª
temporada que o negócio desandou. No minha opinião, o motivo para isso é simples: audiência. A
primeira obteve uma média de 1.1 pontos na faixa de audiência que interessa às
redes (faixa etária entre 18-49 anos). Inadmissível para uma produção como GoT.
Depois do rearranjo da HBO a audiência passou para uma média de 1.9 pontos na
demo. Meu ponto: dava para aumentar a audiência sem mudar a trama? Talvez sim
talvez não. O fato é que deu certo para a rede, não para a série (enquanto adaptação).
Quanto à interação com a natureza e a relação dos Starks com os
lobos, sinto falta, mas não comentei porque concordo com você.
“Há personagens bons, personagens maus e há aqueles que são perdoáveis” – interpretei essa passagem, seguida do seu comentário sobre os livros, como uma anotação de como na série o maniqueísmo intrinseco dos personagens estava ausente. Quis dizer que vejo isso na série, acho que os personagens carregar, quase todos, o bem e o mal dentro deles mesmos. E acho que isso não tira a complexidade de alguns deles, embora nos livros o espaço para essa complexidade seja maior.
A busca por audiência é um saco, mesmo. E boa parte das vezes vender a alma ao diabo acaba sendo um mal negócio.
Só acho que mais do que cobrar da HBO, por estar adaptando “mal” ou de forma equivocada, o Martin deveria ser cobrado. Ele está na produção da série e concorda com as alterações feitas. Mais, até sugere algumas. Se é só pelo dinheiro, não sei.
O fato é que toda grande obra que será adaptada carrega essas controvérsias. Uns amarão, outros odiarão, e uma boa parte permanecerá equilibrando-se em cima do muro que separa esses dois lados. E aí é que reside a graça da coisa. O que seria do inverno se todos gostassem do verão?! hehehhehe
Mariela,
Você interpretou certo o que eu disse. Eu interpretei errado o que você
disse. Perdão!
Mas mesmo assim não consigo ver
essa dualidade nos personagens. O meu problema com essa adaptação é que mudaram
parte da história. Isso, do meu ponto de vista, é um pecado com a literatura.
De qualquer forma concordo com o restante das suas considerações. Inclusive que é na discordância educada e bem humorada “que reside a graça da coisa”.
Como a Regina disse, o problema não é o fato de “fazer em 9 horas o que foi feito em 500 paginas”. O problema é alterarem conceitos de personagens, evolução de personagens, modificarem a própria evolução da estória!
Senhor dos Anéis encurtou muita cosa, limou algumas, mas foi aclamado por fãs e por quem nunca leu os livros. Qual o segredo? Respeito a obra original.
Adaptações são adaptações e pronto. Não tem como comparar, e aí começa o erro pois são públicos e mídias diferentes.
Watchmen é um quadrinho espetacular, duvido que um filme conseguisse emocionar os espectadores como o quadrinho conseguiu com os leitores. Quando vi o filme gostei, mas antes de assistir tinha certeza que o que li não estaria na tela.
Gente, eu já vi adaptações maravilhosas de livros que eu li. Como Sobre Meninos e Lobos, Conta Comigo e O Iluminado. E nem acho que precise ser fiel. Só acho que não pode tornar tudo mais raso. Guerra dos Tronos, na minha opinião, torna tudo mais raso. Por isso abandonei.
Posso ir para o tronco por causa do que vou dizer. Coisa que só falei para mim e para o espelho até agora. Acho a adaptação da Saga Crepúsculo melhor que os livros. Pronto falei.
Pra mim é pq os livros são muiiiiito fracos, em termos de escrita. A SM não é uma boa escritora. Mas os filmes não são uma Brastemp, também. Harry Potter foi adaptado beeeeem medianamente, os últimos filmes foram os que ficaram melhores – e, frise-se, se mudou muito da personalidade de alguns personagens, ou elas foram potencializadas. Pra mim, uma das melhores adaptações é o Senhor dos Anéis. Acho que manteve, e bem, a excelência da obra do Tolkien.
Concordo totalmente sobre O Senhor dos Anéis. A adaptação para o cinema é perfeita!
A adaptação do Senhor dos Anéis é disparada a melhor de todas!! =)
E ela prova que para uma adaptação ser boa ela não precisa ser igual aos livros (vide a retirada de capítulos e de personagens e outras coisitas mais), especialmente pq são mídias diferentes e coisas que funcionam em livros não funcionam na tv/cinema (e vice-e-versa).
Acho que o que fez a diferença foi o fato de o P. Jackson ser um grande fã dos livros e conhecer a obra inteira. Ele respeitou a obra original ao adaptá-la (e todas as mudanças que ele fez, na minha opinião, só vieram pra melhorar).
Pois é Mariela, eu não queria
dizer assim com todas as letras, mas penso o mesmo da Stephenie Meyer. Agora, Harry
Potter, coitado, é covardia. Costumo dizer que J.K. Rowling é uma encantadora
de palavras. A sua escrita desliza pelas páginas. Não tem como fazer melhor que
os livros.
Sua opinião sobre a J.K. Rowling é LINDA. Será a definição que usarei a partir de hoje. Verdade, nunca conseguiriam transpor melhor para o cinema. Os livros são tudo.
Hahaha, ir para o tronco é ótimo! Eu não li os livros e só vi o primeiro filme, não posso dar opinião nesse caso.
Um filme que é super-fiel ao livro é a adaptação sueca de Os Homens que Não Amavam as Mulheres, só que eu adorei o livro e não gostei do filme. O livro é eletrizante, o filme me deu sono. Não vi a adaptação americana, mas já me disseram que é tão eletrizante quanto o livro. Estou esperando ansiosamente sair em DVD.
Eu li os livros, mas assisti só a adaptação americana. Gostei bastante!
Mais uma opinião positiva, tá vendo? Mais ansiosa ainda! ;o)
Já sei qual será o próximo livro da minha lista. eheheheh.
Você não vai se arrepender! ;o)
os livros são ótimos! muito triste o autor ter morrido. tem um final satisfatório, mas a história poderia ir mais longe!
Os planos dele eram para dez livros, se eu não me engano. Eu não ia achar nada ruim saber mais das aventuras de Lisbeth Salander…
Verdade, leiam Millennium. um dos melhores livros que eu já li vem dessa trilogia, no caso o millennium 2.
Eu li todos os livros já publicados no Brasil, e estou gostando da adaptação. Mas algumas mudanças, especialmente na 2ª temporada, enfraqueceram um pouco alguns núcleos.
A parte do Jon com o Qhorin ficou mal adaptada, deram uma arrumadinha pro final, mas no livro a história se desenvolve melhor. Só pra dar um exemplo, minha irmã, que não leu os livros, achou mega estranho o Jon conseguir matar o Qhorin de boa, achou meio forçado pro personagem bonzinho apresentado na tv, daí qdo expliquei como é tudo nos livros, ela achou que fez bem mais sentido.
Outra coisa, apesar de ter achado super legal a Arya com o Tywin em Harrenhal (diálogos mto bons), realmente não faria sentido nenhum ele estar lá e ela sequer cogitar falar o nome dele desde o início pro Jaqen (fazendo uma diferença enorme pro Robb na guerra).
Isso sem contar o mal aproveitamento do Stannis, do Davos e do Cão de Caça.
Mas, apesar disso, eu gosto mto do seriado; depois de um tempo aprendi a separar os dois (livro e seriado) como coisas diferentes. Resolvi não ficar mto apegada pra não surtar! =P
Obs.: só espero que o Tormenta seja adaptado lindamente, pq o livro é mtooooo bom (disparado o melhor dos quatro primeiros)! Espero que a divisão do livro em duas temporadas seja bem aproveitada pelos roteiristas, pois o que o Tormenta mais tem são eventos importantes!
Cakki
Bem lembrado sobre os diálogos entre a Arya e Lord Tywin. A seqüência em que ele manda ela comer e divaga sobre o legado que quer deixar foi o outro (além do EP09) momento marcante desta temporada.
Mas, tipo assim, o Tywin nunca fez mal a Arya. Acho que tem isto, ela não nutriu ódio por ele como nutriu por aquela penca de gente. E se ele morresse ela voltava a, ser lá, ser interrogada. Por isto os diálogos entre os dois são tão legais – rola ali meio que uma síndrome de Estocolmo, ela começa a sentir confiança com ele, até a hora da partida dele.
Sim, eu consigo ver que a Arya poderia ter tido algo parecido com síndrome de Estocolmo (especialmente pelo que foi mostrado no seriado), mas a Arya dos livros é mtoo mais esperta que isso, Paulo.
Ela sofre um bocado em Harrenhal, nada de comida boa e a “vida mole” que foi mostrada no seriado; e isso muda ela, faz a Arya amadurecer mtoo. E essa Arya dos livros jamais deixaria de pensar na guerra do irmão e, com certeza, teria falado o nome do Tywin.
E outra coisa, o Tywin, esperto que só ele, e disparado um dos melhores estrategistas das Crônicas, teria que em algum momento ter, pelo menos, desconfiado que aquela menina poderia ser Arya Stark (não digo que ele fosse descobrir de cara ou desmascarar ela, mas teria que ter passado na cabeça dele que aquela menininha podia ser a filha do Ned).
Sabe que qdo eu assistia as cenas deles em Harrenhal eu fiquei mto revoltado com o Martin de não ter posto esta interação nos livros – tipo, esses diálogos são mtooo bons, eu queria ter tido a chance de ler isso e ver o que Arya e Tywin pensavam enquanto falavam aqueles frases. Mas daí me dei conta do óbvio: Tywin é mto esperto e teria descoberto a Arya; e a Arya é esperta demais pra não ter dado o nome dele pro Jaqen…
Paulo, a Cakki respondeu por mim. Concordo com ela.
Pergunta indiscreta Regina: leu até que livro?
Até Dança com Dragões na edição portuguesa. Infelizmente sou uma semi-analfabeta em ingles. Depois de ler Festim de Corvos não aguentei esperar a edição brasileira. Inclusive achei que ele já tinha escrito todos os livros. O problema agora é esperar o sexto volume.
Bah, eu tô me aguentando, Regina… Mas a espera foi dura! Já comprei o Dança na pré-venda da Livraria Cultura e tô contando os dias!!
E vou tentar ler mais devagar que o meu normal (devorei o Festim em 3 semanas), pq acho q pro Winds of Winter ainda vai demorar mais um ano (pelo menos) – e daí é mtooo sofrimento!
Cakki, é verdade. No final de Dança com Dragões eu fui desacelerando pra não acabar logo.
Regina, você claramente não entende muito sobre adaptação de livros para o audiovisual. Fico feliz que você saiba que tem pouca tolerância. “Nos foi prometida uma série baseada em Crônicas de Gelo e Fogo. A série não passa de uma trama inspirada nos livros de Martin”. Você só pode estar brincando.
Eu posso contar nos dedos os elementos da série que não são “fiéis” aos do livro. Em algumas mudanças, como o Tywin permanecer em Harrenhal e fazer o papel que é do Roose Bolton nos livros, é uma questão de simplificação para os telespectadores não-leitores. Roose Bolton, até o momento em que a Arya o encontra, não fez nada de relevante. Portanto, como jogar o personagem naquela situação, quando é muito mais sensato que ele fique com o Robb para que seja melhor aprofundado? Esse aprofundamento não poderia acontecer com a Arya. Lembre-se de que nos livros ele a trata como um cocô, e não fala nada pra ela sobre a guerra, muito menos sobre a sua pessoa. Com o Robb, podemos ter uma noção melhor de quem ele é, pois apesar de o espectador não-leitor não saber, ele é importante, como nós leitores sabemos. Com 10 horas de conteúdo, a HBO precisa aproveitar o máximo possível desse tempo de forma útil. Tirar o Tywin, e colocar o Roose em Harrenhal teria sido perda de tempo na série. E aqueles que estão reclamando da Arya não ter dado o nome do Tywin pro Jaqen, lembrem-se que ela teve a mesma oportunidade nos livros antes do Tywin sair de Harrenhal, e não o fez.
É claro que como leitor, também tenho críticas a fazer. Concordo com você em relação à Shae. Odiei a mudança na sua personalidade na 1ª temporada, mas nos últimos episódios já a vejo mais parecida com a dos livros. Não gostei de como fizeram a história da Dany nessa temporada, mas reconheço que algumas mudanças foram mais do que necessárias. Do contrário, ela teria ficado MUITO apagada, e isso não pode acontecer com uma protagonista. Poderia escrever aqui mais 20 linhas sobre o que não gostei na 2ª temporada, mas a questão é que, a longo prazo, essas mudanças não fazem diferença. Não importa se a esposa do Robb é a Jeyne ou a Talisa. O resultado final será o mesmo que nos livros.
Em relação à sua reclamação de que a série ficou ruim porque foi buscar audiência, definitivamente não é verdade. A audiência da 1ª temporada foi ótima para uma TV a cabo, tanto que a série foi renovada pra outra temporada logo após o 1º episódio. Já era um dos maiores sucessos de audiência da HBO (é só olhar esse gráfico: winteriscoming. net/wp-content/uploads/2012/06/Ratings-S2.jpg. Ele não me deixa postar links, então precisei colocar o espaço.), e foi mais do que natural ela duplicar na 2ª temporada, considerando o sucesso de crítica, e a paixão dos fãs, que atiçou a curiosidade de mais pessoas para ver a série. Ou seja, Game of Thrones não “mudou” porque foi procurar audiência, eles sempre a tiveram, e sempre em crescimento. Além do que, gostemos ou não, qualquer produto precisa de público para sobreviver. Então se eles modificaram alguns aspectos da trama, ou inseriram cenas de sexo que eram desnecessárias (vide Joffrey maltratando as duas prostitutas), é porque é uma demanda do mercado.
“Se a HBO esta contando em 8 ou 9 horas o que não cabe nesse tempo, por quê já foram pegar elementos do 3º volume?”. Assim como eles já pegaram dois elementos do 3º volume (a jornada de Jaime e Brienne, e a chegada dos White Walkers), eles não mostraram alguns elementos do 2º volume (Jojen e Meera, Ramsay Snow). É tudo uma questão de que o que se encaixa melhor nos livros não necessariamente se encaixa melhor na série. Os livros são os livros, e a série é a série. Cada um tem o seu ritmo. Como disseram os criadores David Benioff e Dan Weiss: “Jojen and Meera Reed haven’t been written out. It’s important to point out that that we have the largest cast on television right now. We introduced dozens of new characters in season two. If you hurl 300 characters at an audience, the story collapses under the weight of too many faces, too many names, and too many subplots. We need to be just as mindful of the audience members who have never read the books as we are of the readers; the series will fail if we only appeal to those who already know the characters. So we try to be parsimonious about how many new roles we introduce to the story and when we introduce them.”
A verdade é que só estou postando esse texto enorme porque seus comentários sobre a série foram muito injustos. Eles estão fazendo tudo que podem para agradar tanto leitores, quanto não-leitores. Pois acredite, não é só quem lê os livros que é fã da saga. Eu e quase todo mundo que lê “A Song of Ice and Fire” conheceu os livros por causa da série, então fico muito incomodado quando vejo alguém tratar a série com a arrogância de quem se acha superior por ter lido o livro. E olha que eu vejo MUITO disso na internet.
“Afinal, se não fosse seu sucesso editorial, a HBO produziria mais uma série de capa e espada?”. Só quero te lembrar que a série só é sucesso editorial no mundo inteiro POR CAUSA da HBO, como podemos ver por este infográfico da Best-Seller list do NYT: upload.wikimedia. org/wikipedia/commons/e/e6/ASOIAF_2011_NYT_Bestseller_List.png (novamente, precisa retirar o espaço).
Por último, se tiver disposição, leia essa entrevista com o Bryan Cogman, um dos roteiristas da série. Ele fala bastante sobre as mudanças na adaptação. É bem interessante: thinkprogress. org/alyssa/2012/06/08/496478/game-of-thrones-story-editor-bryan-cogman-on-the-second-season-adapting-books-he-loves-and-the-shows-secret-main-character/
Concordo com absolutamente tudo dito. Não gostei de algumas coisas nessa temporada, como a House of the Undying ou a participação do Tywin em Harenhall (mesmo tendo achado importante para a construção do personagem Tywin para as pessoas que não leram o livro e não sabem suas características), mas é basicamente IMPOSSÍVEL seguir 100% das histórias em adaptações. Como o próprio Martin diz, no livro, na maior parte das vezes, estamos dentro da mente de cada personagem, e passar os monólogos mentais de cada um para a série de forma sutil, porém que fique perceptível para o telespectador é uma coisa muito difícil.
“Se a HBO esta contando em 8 ou 9 horas o que não cabe nesse tempo, por quê já foram pegar elementos do 3º volume?” sobre isso, vale lembrar também que os próprios livros as vezes não tem uma cronologia bem definida, não sendo um capítulo seguido do outro.
“Eu posso
contar nos dedos os elementos da série que não são fiéis aos livros”. Sério? Você
tem todos os dedos das mãos e dos pés?
Brincadeirinha!!!
Talles,
primeiro peço perdão. Às vezes minha paixão pode ser confundida com arrogância,
assim como às vezes timidez é confundida com orgulho. Infeliz ou felizmente
esse é meu jeito de argumentar. Como já diria Caetano “cada um sabe a dor e a
delícia de ser o que é”…
Não fiz curso
de cinema ou comunicação social, mas posso afirmar que as expressões “baseado em” e “inspirado em” guardam certas diferenças(e
não é uma discussão semântica). Como eu disse no meu texto: E mesmo sendo
seu leitor, depende da sua tolerância ou complacência com as diferenças entre
as duas abordagens da história, pois elas existem e são necessárias na passagem
do texto literário para o roteiro cinematográfico ou televisivo.
Meu ponto é: se é feita uma adpatação, para
cinema ou TV, baseada em uma obra literária, a história não deve ser
mudada. Se for uma adaptação inspirada nessa mesma obra, não se espera
fidelidade à história. Ou vejamos (vou citar Orgulho e Preconceito, apesar de
estar sendo repetitiva): se a adaptação for baseada no romance espero ver a
história escrita por Jane Austen, ainda que o roteirista mude algumas; se esta mesma história for inspirada neste
mesmo livro, posso até ver zumbis atacando seus personagens e Elizabeth Bennet
lutando judô ou caratê.
Não é que
ache que a série ficou ruim porque foi buscar audiência. Acho que ela se
distanciou do livro porque foi buscar audiência. E embora a HBO seja uma rede de
TV por assinaturas, sua programação (shows que ficam ou shows que saem) depende
de um certo equilíbrio e de o quanto alguns shows são suficientemente atraentes
para manter um assinante. Game of Thrones tem um elevado custo de produção;
natural, portanto que seja uma das séries que deve manter a fidelidade do
assinante.
Não sou
ingênua a ponto de achar que a série não alavancou a venda dos livros. Mas eu
acredito, e aí posso estar sendo arrogante, que o fato de Martin já ter (e aqui
vou ser complacente) uma boa vendagem dos livros, que por sua vez, remetiam a
Tolkien, não deixou de influenciar a HBO.
Quanto a
discutir passagens específicas… Bom, eu teria que monopolizar esse espaço o
que seria indelicado com as outras pessoas que querem tecer comentários.
Concordo plenamente com vc Thales,em tudo q vc colocou.
Eu não tenho HBO, mas mesmo que tivesse não iria assistir Game of Trones. Já li os quatro livros que foram lançados no Brasil estou aguardando Dança com Dragões. Eu simplesmente não consigo assistir serie ou filme que já li o livro. Eu amo de paixão O Senhor dos Anéis, já reli varias vezes, mas não suporto os filmes. Já li Harry Potter, A Saga Crepúsculo não gostei dos filmes. Ao contrario da minha irmã que gosta tantos dos filmes como dos livros. Como ela tem HBO esta acompanhando Game of Trones e esta gostando. Eu tenho um problema, quero que seja tudo igual ao livro (sim, eu sei que é impossivel). Já sei qual será o próximo livro da minha lista.(2)
[…] Magazine, e de quebra ver os comentários, discussões e como alguns pontos são irreconciliáveis. Leia aqui Share this:TwitterFacebookGostar disso:GostoBe the first to like this. Por ReMonteiro […]
bom estou lendo os livros estou no terceiro e chocada com alguns acontecimentos !!! nunca um livro mexeu tanto comigo como games of thrones ,prefiro ler os livros primeiro e depois ver a série da TV já comprei a primeira tempora mais vai levar um tempo para assistir…
Em relação a adaptações de livros para cinema e Tv meu ponto de vista é simples e curto ,não aceito mudanças nas historias e personagens !!! sei que vou ter decepção com a série mais vou assistir assim mesmo.Já tive várias discussões com meu sobrinho sobre adaptações e simplesmtente não aceito mudanças !! Que fique claro”‘adaptar” é uma coisa “mudar” a historia e a caracteristicas dos personagens é outra, bom um abraço à todos.
A
A série é ótima, principalmente comparada a outras séries aclamadas que na minha opinião são chatíssimas exemplo Homeland e Mad Men, porém não dá pra comparar os livro com uma série de 10 míseros episódios por temporada, foram necessários ajustes e mesmo assim a série tem dois ótimos episódios, Baelor na primeira e Blackwater na segunda temporada.
Correção os livros, e outra coisa…
O terceiro livro “a Tormenta de Espadas” pelo que dizem é o melhor, eu não sei, li os dois primeiros somente, e pelo que eu ando ouvindo esse livro vai ser dividido em duas temporadas.
Só espero que o senhor do Forte do pavor seja um personagem com mais personalidade na terceira temporada, não foi mostrado nada sobre os Bolton na segunda temporada.
Opto pela seguinte linha, acredito que mesmo sendo adaptações ou inspirações esta obras servem para trazer ao grande publico perolas da literatura mundial. Confesso que despertei o interesse por Martin graças a serie, a Trilogia Millennium também. O fato é que, não se trata de ler menos ou mais, de estar ou não integrado no mundo da literatura, mas a quantidade de informações, a gama de obras no cenario mundial e você acaba optando por determinado segmento em detrimento de outros generos ao passo que trabalhos como estes da tv e do cinema te levam em muito casos a rever e dar mais atenção a determinado trabalho. Agora concordo com a maioria que realmente é dificil adapatar obras com fidelidade, principalmente porque as midias de imagem visam muito o lado comercial e querem atingir o maior número possivel de pessoas. Neste processo acaba por deturbar as obras originais. Eu lembro que, quando saí do cinema ao final de matrix a frase que mais ouvi foi: “filme chato não entendi nada”. Na mídia de massa os quesitos sofisticação, profundidade, densidade, complexidade…não vendem muito, essa é a pura realidade. E não que o Martin concorde com roteiro açougueiro da serie é são negócios..editora…agente editorial…milhões em direito autoral…audiencia..patrocinadores…sobrevivencia da serie….estimulo para o proximo livro….e por aí vai…