TeleSéries
‘Dexter’: o cara dos donuts!
28/09/2013, 12:12. Mariana Cervi Soares
Colunas e Seções, Gastronomia
Dexter
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O último domingo (22) deixou milhões de fãs órfãos de um dos grandes ícones da televisão norte-americana nos últimos tempos. Há oito anos, Dexter entrava em nossas casas para contar a nada convencional história de um analista forense e o seu Dark Passenger (Passageiro Sombrio) – o secreto alter ego de Dexter Morgan (Michael C. Hall), o carismático e misterioso serial killer de Miami Beach. Com abertura e trilha sonora marcantes, o piloto, em 2005, delineou os primeiros passos de uma série irreverente e polêmica, que conquistou o público e bateu o recorde de audiência do canal Showtime, com impressionantes 2,8 milhões de espectadores em seu episódio de despedida.
Em um constante e conflituoso intercâmbio entre o desejo de matar e a necessidade de manter uma aparência “normal”, Dexter calçou a sua vida adulta nos ensinamentos do Harry’s Code. O código, baseado numa série de normas e valores, foi ensinado por Harry (James Remar), o pai adotivo de Dexter – e uma das pessoas mais importantes na história do psicopata –, o qual ensinou ao filho como controlar o seu Passageiro Sombrio e, também, a conviver normalmente com as outras pessoas, em especial às mais próximas, como a irmã Debra (Jennifer Carpenter). Na trajetória de humanização de Dexter, Harry ensinou ao rapaz a não ser uma ameaça para os cidadãos comuns, mas sim para outros assassinos, fazendo com que as mortes executadas por ele não fossem em vão. Ou seja, era quase como se Dexter fosse o matador da justiça. E claro que nós, ansiosos ao desfecho de cada caso, acabamos levantando a bandeira do herói. Ou vai dizer que o seu coraçãozinho não saia pela boca quando Dexter estava em apuros?
Harry Morgan (Popping Cherry, s01e03):
“Quando você tira a vida de um homem, você não está apenas o matando. Você está apagando todas as coisas que ele poderia ser. Como um policial, eu apenas aponto a minha arma para salvar a vida – esse é o código que eu vivo. Matar deve servir a um propósito. De outra forma, é apenas um plano de assassinato.”
A desconhecida dupla identidade de Dexter, que transita entre a sua personalidade psicótica natural e a fingida rotina padrão de bom profissional – e, também, pai de família, com o desenvolvimento da história – é o que mantém o gancho da série. A cada temporada, um caso principal desafiava os rituais e métodos de trabalho do serial killer. Cada um dos assassinos mostrava e desconstruía pedaços da história de Dexter. É quase como eles, no decorrer dos anos, estivessem planejados para, aos poucos, revelar a verdadeira face criminosa do analista – a qual, nem mesmo ele compreendia completamente.
“Talvez haja um lugar para mim nesse mundo…apenas como eu sou.”
Entre descobertas da história de sua vida, assassinatos muito bem planejados e diversos desafios, o sangue frio e a falta de noção de convivência de Dexter foram motivos de cenas tanto trágicas como engraçadas. A eterna expressão indecifrável e enigmática marcada pela atuação única de Hall, ao longo dos anos, deixou Dexter imortalizado como um personagem inquieto, sombrio, mas estranhamente alegre e satisfeito, sempre lutando com seus monstros psicológicos e guardando cada uma de suas pequenas vitórias de sangue dentro do ar-condicionado da sala de estar.
“É comum da natureza humana guardarmos alguns segredos sobre nós mesmos. Eu tinjo meu cabelo. Eu assisto pornografia na internet. Mas e se toda a sua vida fosse um segredo? Uma mentira. E expor a verdade poderia destruir tudo aquilo que você é. O que você faz? Foge?” (Dexter, em Are You…? – s07e01)
Para manter tanta energia e focar nas suas matanças arquitetadas, em pelo menos uma coisa Dexter soa como um reles mortal: o apreço por boa comida! Se há outra coisa em que o analista forense é especialista, além de sangue, é em comer bem – especialmente quando está dirigindo! Entre seus planejamentos, conversas solitárias e, até mesmo na chegada da cena dos crimes, Dexter está sempre beslicando uma coisinha aqui ou ali. Mas, além das delícias culinárias, o que ele parece mais apreciar na comida é a facilidade com que ela o ajuda a se esconder das outras pessoas. Em oito anos de mortes, investigações e relações tensas, um prato ficou famoso no Departamento de Polícia do Condado de Miami-Dade: donuts (huuuum! Aquelas rosquinhas fritas deliciosas!). Sob a máscara de bom moço, Dexter escondia seu lado antissocial e nada ordinário com muitas caixas quentinhas do Sadie’s Donuts. A cada novo caso surgia a necessidade de colocar em prática suas habilidades de bate-papo com os colegas e, para isso, o analista-serial killer nem tinha dúvidas: ele era Dexter, the donut guy (o cara dos donuts). E, hoje, ele vai dividir essa sobremesa deliciosa com a gente para mais uma receitinha do Teleséries.
Afinal, é donut ou doughnut?
Aqui no Brasil, conhecemos bastante a palavra donut que, na verdade, é apenas um diminutivo de doughnut, o nome tradicional da receita. A origem da palavra formada por “dough” (massa) + “nut” (nozes) é creditada à forma como esse doce era feito em seus primórdios. Então, para a gente entender um pouquinho, senta que lá vem a história (haha!). A origem de massas fritas, ao estilo do donut, é bastante antiga, remontando, inclusive, influências dos povos Romano e Grego, que fritavam suas massas de pastelaria e as condimentavam com mel ou, até mesmo, molho de peixe. Mas o donut como conhecemos hoje, que se espalhou como febre nos Estados Unidos no século XX, chegou aos norte-americanos através dos imigrantes holandeses. Eles tinham um prato chamado olykoeks (ou “oil cakes” – bolos de azeite), que consistia em bolas de massa fritas em banha de porco. Como o centro do bolo nem sempre ficava cozido como a parte de fora, os holandeses serviam os olykoeks recheados de frutas ou nozes, pois eram produtos que não necessitavam cozimento. Assim, uma das concepções é de que o nome tenha surgido dessa forma de fazer o pão, inserindo a “nut” na “dough”. Na metade do século XX, foi lançada nos Estados Unidos a primeira máquina automática de donuts, os quais foram anunciados como “a comida hit no Século do Progresso“. Desde então, o prato se tornou uma espécie de comfort food norte-americana, muito apreciada em lanches e no café da manhã. O formato anelado – o mais conhecido de todos – teve origem na necessidade do cozimento igual de toda a massa. O melhoramento se desenvolveu no século XIX, época que os holandeses chegaram aos Estados Unidos, através do capitão Hansen Gregory, que, a bordo de seu navio, teve a ideia de dar esse formato ao doce. Apesar de ser o tipo de donut mais famoso, os norte-americanos também os fazem em vários outros formatos, inclusive o modelo antigo da massa inteira com recheios, que lembra o nosso famoso sonho brasileiro.
Doughnuts de Dexter
Ingredientes:
10g de fermento biológico seco
¾ xícara (chá) de leite morno
3 xícaras (chá) de farinha de trigo
½ xícara (chá) de açúcar
2 colheres de manteiga/margarina
1 ovo inteiro
1 pitada de sal
1 colher (sopa) de extrato de baunilha
Óleo para fritar
Coberturas e confeitos a gosto
Modo de fazer:
1. Dissolva o fermento no leite morno e deixe descansar por cerca de 10 minutos.
2. Em uma tigela, misture todos os outros ingredientes, exceto o óleo e as coberturas, para fazer a massa.
3. Adicione o fermento e trabalhe a massa, sovando bastante até que fique lisinha, sem grudar nas mãos. Deixe descansar por 1h.
4. Abra a massa com auxílio de um rolo, na espessura de um dedo.
5. Molde os anéis com um cortador ou um copo. O tamanho do donut dependerá do diâmetro de corte. Para um donut grande, sugiro a largura do bocal de um copo de uísque. Faça o furo do centro com com o auxílio de um cortador ou uma tampa de plástico.
6. Depois de moldar a massa, deixe descansar por mais 30 minutos.
7. Então, chega a hora de você escolher: donut frito (tradicional) ou assado. Eu fiz das duas maneiras.
– Para o frito: aqueça o óleo em temperatura média (se estiver muito quente, o donut irá tostar e não cozinhará bem). Frite as massas dos dois lados, de forma que doure igualmente. Escorra a gordura com auxílio de uma escumadeira e coloque os donuts em um refratário forrado com papel absorvente.
– Para o assado: espalhe as porções de massa em uma assadeira untada com óleo. O tempo de forno é cerca de 25 minutos, em temperatura média (180ºC a 200ºC) – na metade do tempo, você pode virar a massa para tostar dos dois lados.
8. Decore os donuts com a cobertura que você desejar.
E é só se lambuzar comendo! Você vai reparar que, durante a fritura ou o cozimento, a massa vai crescer mais um pouco, deixando o donut bem aerado e fofinho. Apesar do tipo frito ser o original, me atrevo a dizer que gostei mais do assado (bem mais saudável). Você pode, também, cortá-los ao meio e rechear. Nessa hora, deixe a criatividade rolar e não esqueça de usar aquele recheio que você mais gosta. Eu fiz vários com creme de avelã, açúcar e canela e leite condensado – ficou simplesmente uma delícia! Se você preferir, o donut sem cobertura nenhuma também é muito bom, parece uma rosquinha. A dica para acompanhar esse belo pão doce é o café preto, bem à moda norte-americana. Ah, outra ideia é variar nos tamanhos, fazer alguns pequenos, outros médios e os grandes. Ao total, nessa tripla divisão, minha massa rendeu cerca de 20 donuts.
E é só aproveitar! Se você ainda não conhece Dexter, sinta-se mais do que convidado a ocupar um bom lugar no sofá e dar o play – muito bem acompanhado pelos seus saborosos donuts!
E como diz Vince Masuka (C.S. Lee), é sempre bom lembrar: “O tipo de donut escolhido diz muito sobre um homem”. 🙂
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Oi, Mari! Parabéns! O texto tá ótimo e a receita parece ser muito boa mesmo. Espero conseguir fazer uns donuts assim aqui em casa!
=)
Obrigada Cinthia! É uma receita bem simples, só precisa tirar um tempinho para fazer 🙂
[…] aqui na coluna a gente já fez uma receita semelhante à de sonho no post de Dexter – os donuts –, corremos atrás de mais um doce apreciado pelo Lucas. A dica está no episódio 26 – Lar, doce […]
[…] como as Bananas congeladas com chocolate (Arrested Development), o Chow Mein (The O.C.), os Donuts (Dexter), o Coconut Cake (Orange Is The New Black), a Caipirinha de Morangos com Vinho (Scandal), […]