Primeiras Impressões – The 100

Data/Hora 25/03/2014, 13:19. Autor
Categorias Preview


Warning: Undefined variable $post_id in /home1/telese04/public_html/wp-content/themes/thestudio/archive.php on line 23
thumb image

Mais um drama teen da CW. Acho que isso poderia definir The 100 se esse texto tivesse que ser resumido em apenas uma frase. Como em toda série da CW, logo no piloto podemos identificar claramente o triângulo amoroso principal, os mocinhos, os vilões, os coadjuvantes (que vão morrer antes do episódio cinco) e alguns dos plots mais óbvios. Um pouquinho de West Side Story, um pouquinho de Lost, um pouquinho de Hunger Games, um elenco absurdamente bonito (marca registrada da CW), trilha sonora adequada (eu fui a única que pensou em Radioactive antes da música começar?) e um pouquinho de clichê. Mas isso não é de todo ruim. Afinal, quem não gosta de um clichê?

É isso que você deve ter em mente se pretende começar a assistir The 100. É a CW por trás dela. Mas se você, mesmo assim, gosta desse estilo, pode mergulhar de cabeça. Mas vá devagar. Não pule de um lugar muito alto. A premissa é boa, mas como em tantas outras boas premissas, qualquer deslize vai fazer ela a série sair de controle e ser cancelada. Vide Terra Nova.

97 anos depois de um apocalipse nuclear, é hora de começarem os testes para que os humanos exilados no espaço possam voltar para casa. Só que quem iria se voluntariar para correr o risco de chegar em solo firme e se desintegrar por causa da radiação (ou de ficar com duas cabeças, tipo aquele veado)? Ninguém. É por isso que as autoridades da Arca (“casa” dos humanos no espaço) decidiram mandar na missão suicida 100 jovens que estavam presos por delitos que cometeram por lá. Acontece que o oxigênio na Arca está acabando, eles precisam poupar e qualquer tipo de crime ali é punido da forma mais severa possível: a morte. E já que eles iam morrer mesmo…

Acredito que mandar mini marginais (uns muito mais que outros) para se encarregar de uma missão tão importante não foi uma boa opção. Tudo o que eles queriam na Arca era liberdade. E agora eles a tem em um planeta só deles. Pelo menos é o que boa parte deles acha. Clarke Griffin não vai ter uma vida fácil por ali, ainda mais se quiser convencer a todos de que não estão sozinhos no nosso planeta, o que vai fazê-la suar a camisa, mesmo falando da morte de Jasper, simplesmente porque é assim que uma história clichê faria.

Dessa vez, acredito que eu tenha ido com a cara do elenco quase todo. Digo quase porque Clarke tem tudo para ser equivalente a Elena Gilbert em Vampire Diaries: se morresse em determinados momentos, faria com que a série fosse muito mais interessante só com os coadjuvantes. Octavia Blake é a personificação da ousadia e eu gostei disso. Uma pessoa que passa dezesseis anos presa numa nave e é a primeira a pisar na Terra e gritar: “We’re back, bitches!”, merece, no mínimo, meu respeito. Bellamy, irmão de Octavia, mostrou a que veio nas primeiras cenas. É o vilão que tem coração e vai se apaixonar por alguém (provavelmente Clarke), que vai fazer com que ele repense as atitudes. Finn é o mocinho que também sabe fazer algumas besteirinhas. É óbvio o interesse dele em Clarke, coisa que Octavia, com certeza, não vai gostar muito quando perceber. E aí vai estar a graça da série: o triângulo (ou seria quarteto?) amoroso. Ah, CW…

E sim, também tem adultos nessa série. Mas eles estão brigando pela liderança da Arca enquanto os jovens estão sendo mortos com lanças na Terra. No final da temporada, provavelmente, eles vão se colocar numa nave e ajudar os filhos a viver aqui embaixo outra vez. Enquanto isso, o oxigênio acaba lá em cima.

No fim das contas, a impressão deixada foi a de quase todas as séries da CW deixam quando começam: mais do mesmo drama chiché e teen com meninas incrivelmente bonitas e meninos de tirar o fôlego, com tanquinhos especialmente feitos para isso. Mais do mesmo, em uma roupagem nova. Resta saber se The 100 está para The Secret Circle, que nadou, nadou, nadou e morreu na praia, ou para The Vampire Diaries, que mesmo com muitos problemas está no ar há cinco anos com fãs fieis e uma audiência constante. Ainda não sei para qual lado eu torço.

Primeiras Impressões – Believe

Data/Hora 22/03/2014, 18:15. Autor
Categorias Preview


Warning: Undefined variable $post_id in /home1/telese04/public_html/wp-content/themes/thestudio/archive.php on line 23
thumb image

“Essa garota irá mudar o mundo”.

Bo Adams é uma menina extremamente talentosa, dotada de poderes especiais que nem a própria consegue controlar, e por ser uma pessoa diferente, é constantemente caçada por pessoas que a querem (ou não) para o mal. Todos acreditam na criança e por isso ela é o palco central desse novo drama da NBC criado por ninguém menos que Alfonso Cuarón, a mente por trás de filmes como Gravidade e E sua Mãe também. A série também tem J.J Abrams como produtor executivo (dessa vez, claramente, só nos créditos).

Para realmente entregar um texto de primeiras impressões, precisei assistir aos dois primeiros episódios, pois veja, o primeiro não é muito bom. Talvez a expectativa jogada em cima da série tenha sido imensa e talvez isso tenha atrapalhado um pouco a percepção sobre a série. O primeiro episódio, por exemplo, consegue, sem sombras de dúvida, apresentar bem os dois personagens mais importantes da série, Bo e Tate, o homem que foi designado para cuidar da garota, sendo prometido a ele ter os melhores anos da sua vida por causa disso. A aventura em que ele está entrando inclui fugir de uma assassina que prefere visitar a mãe a fazer o trabalho que foi designada para fazer e cuidar de uma menina irritante que, choquem, é a filha dele.

O piloto, em si, deixou muito a desejar por causa da condução. Sabemos que Bo é especial, mas não sabemos muito sobre a garota, tornando-se superficial essa busca. Fomos também apresentados a um grupo cuja única motivação é esconder Bo das mãos de Skouras, que também não foi bem apresentado no piloto, mas finalmente foi bem trabalhado no segundo episódio. O time é composto de Channing e Winter, sendo esse último um ex-parceiro de Skouras.

O grande problema do episódio foi a assassina, que deveria ser bem treinada, mas mal conseguiu acabar com Tate, um presidiário que foi condenado por algo que não fez. A “grande” luta entre os dois incluiu voadoras que não passavam de 10 cm do chão, socos em lugares errados e a grande asneira de não verificar todas as portas de um armário. Há uma cena grandiosa em que várias pombas são chamadas por Bo para acabar com a mulher, mas tudo soou muito falso, sendo que a assassina nem sequer se abaixou do ataque. Sem contar que a cena não teve nenhum elemento surpresa e não houve uma trilha sonora para acompanhar esse momento de “suspense”.

Mesmo assim, Bo é uma personagem carismática, embora seja um tanto irritante. Tate, por outro lado, não consegue passar emoções o suficiente, mas isso com certeza deverá se tornar melhor com o passar dos episódios. A grande revelação no final do episódio também não foi muito chocante e por causa dessa revelação foi mais fácil aceitar o fato de que Tate foi o escolhido para cuidar da menina.

Além disso, o episódio focou em um médico que se via desmotivado e que não acreditava em si mesmo para continuar na profissão. Esse foi o único lado sentimental do episódio, ao lidarem com um personagem que, mesmo aparecendo poucas vezes na tela, tinha reais motivos para estar se sentido daquela forma. Por isso foi tocante. O que Bo disse soou natural e verdadeiro.

Believe

O segundo episódio segue o mesmo formato do primeiro: Bo e Tate fugindo de alguém (da polícia e de outro mercenário, nesse caso), ajudando alguém e lidando com esse novo relacionamento. Dessa vez, o episódio foi mais dinâmico, por contar com um número maior de personagens. Skouras finalmente apareceu com mais do que três linhas de fala e fomos apresentados ao programa que Skouras e Winter participavam, sendo esta a razão da separação dos dois parceiros e também a dualidade entre eles. Até porque não sabemos se Winter realmente quer o melhor para Bo, mas Skouras também não parece estar interessado em machucá-la, mesmo que o personagem constantemente a chame de “coisa”. Ele parecia genuinamente feliz em um momento do episódio quando descobre que Bo estaria voltando para casa.

As cenas em Atlantic City foram interessantes, mesmo tendo abusado bastante do clichê de poderes telecinéticos para ganhar um jogo. As cenas de ação foram mais bem desenvolvidas e isso já é um ponto positivo. O roteiro, entretanto, continua deixando a desejar. Não há nenhum desenvolvimento e somos atacados por cenas aleatórias, que poderiam ter funcionado no primeiro episódio, mas que aqui servem somente para aumentar o tempo do episódio. Digamos que o “caso da semana” não foi muito inspirador.

O mais interessante continua sendo esse relacionamento de amor e ódio entre Bo e Tate. Pai e filha que ainda não se “conhecem” formalmente. Os dois possuem uma boa parceria e química, e isso com certeza é importante, afinal, a série é sobre os dois. Os outros personagens continuam correndo por fora, mas com certeza se fossem mais bem trabalhados (leia-se: se o roteiro desse espaço para eles), se integrariam mais naturalmente com o ritmo da série.

A série seguirá esse formato procedural de “caso bonito da semana”, mas já está mais do que claro que a série será bem serializada por se tratar de uma fuga pelos Estados Unidos. Os episódios acabaram com aquele gostinho de quero mais, já que nenhuma ponta foi realmente amarrada. Vamos torcer para que a série consiga se tornar um pouco mais interessante, desenvolvendo bem seus personagens e não abusando tanto de clichês e cenas desnecessárias.

Primeiras Impressões – The Red Road

Data/Hora 14/03/2014, 09:00. Autor
Categorias Preview


Warning: Undefined variable $post_id in /home1/telese04/public_html/wp-content/themes/thestudio/archive.php on line 23
thumb image

The Red Road é a segunda série original do Sundannce Channel e conta a história de Harold Jensen (Martin Henderson), um xerife que luta para manter sua família unida, enquanto ele tenta policiar duas comunidades em confronto. A primeira é Walpole, a cidade em que ele cresceu, e a segunda a vizinhança de Ramapo Mountains – local em que a tribo Ramapough vive. Aaron Guzikowski e Sara Condon são produtores executivos ao lado de Bridget Carpenter, que também é showrunner.

O seriado, que é considerado um “western moderno”, tem um ritmo lento, mas um enredo interessante. As primeiras cenas do piloto mostram um ritual indígena e a reaparição de Phillip Kopus (Jason Momoa), ex-policial e conhecido dos tempos de colégio de Jensen. Phillip volta para a região de Ramapo Mountains para ajudar seu pai e é considerado como um sujeito muito perigoso – ele também foi acusado pela morte do irmão gêmeo de Jensen.

Quanto ao drama familiar, Jean, a mulher de Jensen (Julianne Nicholson de Boardwalk Empire), também enfrenta um período difícil para tentar se manter sóbria. Em um certo ponto do episódio, a filha mais nova do casal pergunta se eles vão se divorciar, porque seu pai está dormindo separado de sua mãe. Ele diz que sua esposa tem dificuldades em dormir junto a ele, mas, ao que tudo indica, a recuperação da personagem vai dar muita dor de cabeça para a família.

Outro ponto importante é que Kate (Annalise Basso), a filha de Jensen, se envolve com o irmão mais novo de Phillip. A mãe dela  fica muito irritada com a situação e até mesmo faz uma ligação para a casa de Phillip para dizer que “não quer que o menino seja uma má influência para a moça”. Isso piora quando ela resolve sair armada e de carro ameaçando as pessoas, já que ela atropela um dos índios da tribo Ramapough e não presta socorro.

Apesar de ser lento, o piloto convida o espectador a assistir ao próximo episódio. Seja para saber qual será o destino dos jovens, seja para adivinhar quem será a primeira pessoa a estourar a briga entre as duas regiões.

Curioso para conhecer essa história? O trailer abaixo traz um gostinho do que vem por aí na história de Jensen e de Phillip:

A série estreará simultaneamente no dia 24 de abril, na América Latina, Oriente Médio, no norte da África e em territórios europeus, como França e Polônia.

Primeiras Impressões – Resurrection

Data/Hora 12/03/2014, 09:00. Autor
Categorias Preview


Warning: Undefined variable $post_id in /home1/telese04/public_html/wp-content/themes/thestudio/archive.php on line 23
thumb image

Foi ao ar no domingo (9), pela ABC, a nova série de drama do canal. Resurrection tem uma pegada clara de fantasia e thriller, pois trata, como o nome sugere, de algo sobrenatural.

A série é uma adaptação de algumas adaptações. O que vimos no domingo foi um piloto baseado no livro de Jason Mott, The Returned, e na série francesa Les Revenants que foi um tremendo sucesso de crítica em toda a Europa (e com toda razão!). A série francesa é uma adaptação muito bem feita do filme de zumbi de Robin Campillo, They Came Back (2004). Mas deixando as inspirações de lado, vamos à série estadunidense.

Resurrection traz ao público alguns nomes de peso. Como, por exemplo, Omar Epps ( interpretando J. Martin Bellamy), que é mundialmente conhecido como o Dr. Eric Foreman, de House, e Dennis Grant, personagem regular em E.R.  Traz, também, a veterana Frances Fisher, que carrega consigo uma extensa carreira de sucesso no cinema e na televisão (lembram-se da megera mãe de Rose, em Titanic?), e Kurthwood Smith, o Red Forman de That ’70s Show. Os demais são atores não muito conhecidos pelo público, mas que têm a chance de se tornarem. Na criação da série temos Aaron Zelman (The Killing), e na produção a Plan B, em conjunto com a Brillstein Entertainment e ABC Studios.

No piloto dirigido por Charles McDougall (The Good Wife), embarcamos no primeiro caso de ”retorno pós morte”. Jacob Langston (esse foi o nome do episódio), desaparecido há 32 anos – aparentemente vítima de um afogamento – , vimos o menino acordar em uma área rural da China. Após todo processo burocrático de imigração, Jacob volta aos Estados Unidos e é recebido pelo agente de imigração J. Martin Bellamy, que, em meio a diálogos curtos com ares de suspense, o leva para o único lugar que o menino diz se lembrar: sua casa, em Arcadia. E é aí que a trama começa a ganhar formas. Apesar de diferentes, o menino reconhece os pais, Henry e Lucille Langston, que a princípio não acreditam no que veem à sua frente, sendo Lucille quem terá mais afeto pelo menino no começo. O reaparecimento de Jacob despertou, além de muito espanto, muita curiosidade a respeito do caso. E é nessa linha de pensamento que as autoridades, incluindo seu tio, o xerife Fred Langston, e os médicos, começarão a investigar o que está acontecendo na pacata cidade. O que mais assusta em relação a Jacob é o fato de ele saber segredos de sua morte que nenhuma outra pessoa sabe.

O final do episódio, com Jacob tocando piano ao fundo, nos dá uma deixa para o próximo – uma deixa bastante promissora, aliás. A série tem um bom roteiro em mãos. McDougall soube trabalhar bem em cima do piloto, instigando ao máximo a curiosidade do telespectador. E como disse, a deixa para o segundo episódio só colabora para aumentar consideravelmente a nossa curiosidade.

Além do mais, parece que Resurrection reavivou os domingos da ABC, que é um dia de pouca audiência (com exceção de Once Upon A Time e Revenge), já que a série atingiu um público de pouco mais de 13 milhões. Um excelente número para a audiência de uma estreia e o maior até agora aos domingos, nesta temporada. Quem assistiu a Les Revenants pode ficar receoso em assistir a série da ABC, assim como eu fiquei. Ainda é cedo para afirmar qualquer coisa a respeito da série, mas dei uma chance ao piloto e ele me surpreendeu positivamente. Se ainda não teve coragem ou ânimo, vale a pena dar uma chance à versão americana.

Primeiras Impressões — Mixology

Data/Hora 10/03/2014, 15:00. Autor
Categorias Preview


Warning: Undefined variable $post_id in /home1/telese04/public_html/wp-content/themes/thestudio/archive.php on line 23
thumb image

Péssima e chata. Essas são minhas tristes primeiras impressões sobre Mixology.

Situada em um bar de Manhattan, a história acompanha a vida de cinco homens e cinco mulheres que, ao longo de uma noite, buscam um relacionamento amoroso. E como a primeira impressão é sempre a que fica, não pretendo voltar à esse bar tão cedo – ou tão nunca.

Criada por Jon Lucas e Scott Moore (ambos da comédia cinematográfica Se Beber Não Case), a série é quase um Lost com todo mundo preso em um lugar que não os deixa sair dali, a não ser quando flashbacks aparecem para nos deixar à par de alguma coisa que faria diferença no presente. Faria, porque realmente não faz. Quando se critica uma série, cabe a quem escreve perceber se o show é mesmo ruim ou somente não se encaixa em seu estilo de vida. Posso não ter ido à bares e anotado tudo o que acontece em um bloquinho, mas sei que Mixology vai parecer um pouco mais real e menos ruim para algumas pessoas. Prova é a voz que narra o episódio e diz “Esta é a história de 10 estranhos, uma noite, e todas as coisas ridículas que fazemos para encontrar o amor”. As referências de Friends e Sex and the City no início possivelmente sugerem que a coisa toda vai tentar ser mais real do que duas das séries preferidas de todo mundo,  o que pode não ser tão agradável assim.

A primeira noite…

Todo começa quando Tom (Blake Lee de Parks and Recreation), que é abandonado por sua noiva, resolve sair para uma noitada depois de mais de uma década, já que seus melhores amigos, o confiante Cal (Craig Frank) e o esperto Bruce (Andrew Santino de Crafty), vão fazer com que o amigo mergulhe novamente na piscina de oportunidades, queira ele ou não.

O primeiro encontro de Tom é com Maya (Ginger Gonzaga de Legit), uma advogada linda e seca — o que logo leva Tom, sensível, às lágrimas.

Enquanto isso, a mãe solteira Jessica (Alexis Carra) espera junto a sua amiga/inimiga Fabienne (Frankie Shaw de Blue Mountain State), um cara que ela conheceu na internet, o falido Ron (Adam Campbell).

Do outro lado do balcão, a garçonete Kacey (Vanessa Lengies de Glee) quer chamar a atenção do misterioso barman Dominic (Adan Canto).

…É a noite que não acaba tão cedo

Ainda que tudo pareça perfeito, o trio de amigos ainda tem várias pessoas para conhecer, incluindo a amiga compromissada de Maya, Liv (Kate Simses), que também parece ter um interesse instantâneo por Ron, depois que ele vomita na bolsa de sua primeira opção amorosa.

Para piorar o que já parece mastigado, nenhum dos personagens é engraçado ou cativante, o que faz você se perguntar porque a ABC achou que o show era um bom lead out para a tão boa e hilária Modern Family. Uma das melhores sitcoms no ar sendo seguida por uma das piores, que não retém a audiência. Estou quebrando a cabeça para entender…

Assistir Mixology é uma experiência irritante e frustrante, e eu não me importo em aprender os nomes dos personagens, e muito menos me preocupo com a sua felicidade no final da noite. Eu só quero que esses estranhos fiquem no bar sem nenhuma audiência até ABC cancelar a série. Assim, podemos fingir que isso tudo nunca aconteceu.

Primeiras Impressões — Growing Up Fisher

Data/Hora 10/03/2014, 11:07. Autor
Categorias Preview


Warning: Undefined variable $post_id in /home1/telese04/public_html/wp-content/themes/thestudio/archive.php on line 23
thumb image

A comédia centra num garoto de 11 anos que vê sua família mais unida após o divórcio de seu pai – um homem heroico que também é cego – e sua mãe – que recentemente tem se comportado como uma adolescente. A primeira vista a história pode parecer um tanto clichê, eu sei, mas foi só apertar o play e assistir os primeiros 5 minutos da nova sitcom da NBC para meu preconceito ir todo embora, junto com a promessa de que eu não acompanharia mais nenhuma série esse semestre.

Growing Up Fisher é uma comédia leve que conquista por seu calor e simpatia. O seriado é baseado na vida do criador, D.J. Nash (Up All Night e ‘Til Death) que assim como o pequeno Henry (Eli Baker) também cresceu sendo criado por um pai cego. Felizmente para Henry, o pai é interpretado por um dos melhores e mais versáteis atores da televisão, JK Simmons (Men at Work).

A sitcom é contada do ponto de vista do garoto de 11 anos de idade, Henry, que, utilizando-se a voz do produtor da série, Jason Bateman (Arrested Development), narra a história já como um adulto. O artifício é usado em diversas séries, e sem querer, faz lembrar um pouco How I Met Your Mother. No caso, nunca é claro se o show é narrado do futuro, ou se aconteceu em um passado. Não que faça tanta diferença assim, mas tudo o que Growing Up Fisher não precisa é de algo inespecífico que o arranque de uma realidade.

O plot maior é que mesmo sendo cego, Mel, pai de Henry, passou sua vida e carreira jurídica toda escondendo sua cegueira de todos, menos da família mais próxima. Isso leva a uma longa série de piadas sobre ele querer enganar as pessoas a respeito de sua visão, muitas vezes com a ajuda de Henry, ou até mesmo recusando-se a deixar a sua incapacidade de ver impedi-lo de fazer as coisas como dirigir, pedalar ou cortar uma árvore. Ainda que difícil de admitir, percebe-se que mesmo sendo um ator fantástico, Simmons fica um pouco preso nesse jogo sobre a cegueira.

Abrangendo um pouco a história, Jenna Elfman (Damages) aparece com a mãe de Henry, Joyce. Ela vai bem, mas não sem se sair um pouco forçada com toda essa história de querer parecer um pouco mais jovem depois do divórcio. O plot fica ainda mais chato e clichê quando a filha da família, Katie (Ava Deluca-Verley) entra na história e diz que não quer ser a mãe de sua própria mãe. Mesmo parecendo um pouco Disney demais, como toda série iniciante, Growing Up Fisher tem a chance e o poder de virar o jogo.

Enquanto a Fox tem New Girl e Brooklyn Nine-Nine e a ABC conta com The Goldbergs e Trophy Wife, a NBC parece investir forte em comédias familiares. Growing Up Fisher vai ao ar todas as terças, logo depois de About a Boy e as duas novatas servem pra você, que assim como eu, gosta de sinceras e óbvias lições de moral. Abrace Henry e sua família, e eles o abraçarão cegamente de volta.

Primeiras Impressões — About a Boy

Data/Hora 08/03/2014, 20:31. Autor
Categorias Preview


Warning: Undefined variable $post_id in /home1/telese04/public_html/wp-content/themes/thestudio/archive.php on line 23
thumb image

Na versão cinematográfica de About a Boy, lançado em 2002, Hugh Grant e Nicholas Hoult (Skins) são o foco da trama. Na adaptação para televisão do livro de mesmo nome do escritor Nick Hornby, a série da NBC traz David Walton (New Girl) e Benjamin Stockham (Once Upon a Time) nos papéis principais.

O piloto de About a Boy é uma versão condensada da história do romance e do filme. Walton, veterano de muitas séries, interpreta Will, um homem que vive do dinheiro que ganhou fazendo um jingle natalino de sucesso anos atrás. Seus novos vizinhos são Marcus e Fiona (Minnie Driver de Web Therapy), uma mãe solteira e um filho em uma cidade nova. Marcus, por necessidade, começa a conviver mais com Will, e os dois se tornam estranhos amigos. Will fala no piloto que como todos os seus amigos já casaram e têm filhos, é sempre possível ouvir o barulho de um bebê chorando de vez em quando. Al Madrigal (Free Agents) aparece como Andy para tornar a afirmação ainda mais real.

Apesar de agradável, a versão para televisão pode parecer um pouco oca de emoções. Todos os episódios inventam um jeito de Will se tornar uma pessoa melhor ao final de 20 minutos (independente das situações), mas tudo é vago porque ele volta a agir como um babaca na semana seguinte.

O problema com About a Boy é que a série conta uma história bastante normal de como uma pessoa pode se tornar melhor gradativamente. No romance e no filme, Will não se torna magicamente uma pessoa maravilhosa. Ao transformar essa narrativa em um programa de TV, os produtores têm de chegar a uma solução para um problema um tanto complicado: como fazer uma história sobre evolução pessoal virar uma história que possa ser repetida toda semana?

Apesar de todos os contras e comparações (que é esperado desaparecerem com o tempo), About a Boy ainda é gostoso de assistir. O tempo passa rápido, e não enjoa em momento algum. Após assistir ao piloto da série, é impossível não ficar com What Makes You Beautiful, música da banda teen One Direction, na cabeça. Claramente, ainda que não tenha nenhum núcleo familiar (como em The Middle), a sitcom é uma comédia de família. Com um (quase) casal oposto, uma criança deslocada e fofa e momentos bonitos, como não lembrar das coisas que realmente importam nessa nossa vida?

About a Boy está no ar pela NBC todas as terças-feiras, às 21h (horário americano), seguido por The Voice.

Primeiras Impressões – Mind Games

Data/Hora 07/03/2014, 18:55. Autor
Categorias Preview


Warning: Undefined variable $post_id in /home1/telese04/public_html/wp-content/themes/thestudio/archive.php on line 23
thumb image

Mind Games é um drama criado por Kyle Killen (Lone Star e Awake), que teve seu projeto anunciado em setembro de 2012. Seu enredo acompanha a relação entre os irmãos Clark (Steve Zahn, de Treme) e Ross (Christian Slater, de My Worth Enemy e Breaking In). O primeiro é bipolar e professor universitário que, depois de ter um relacionamento com uma aluna, acaba sendo despedido de seu trabalho; já o segundo é um ex-preso que teve que cumprir uma pena por fraude.

O episódio piloto trouxe os primeiros elementos da história entre esses dois irmãos e da iniciativa de ambos em criar uma agência para auxiliar as pessoas a solucionarem seus problemas por meio da manipulação e de técnicas de motivação. Por trazer o começo de tudo, o piloto pode parecer até um pouco cansativo ou monótono, porém, a história faz com que você prenda sua atenção na relação entre irmãos, os ataques de raiva de Clark, a parceria entre eles, dentre outros pontos que serão comentados logo abaixo.

Os primeiros clientes da agência

Um jovem chamado Kyle precisa de uma cirurgia para o coração. Por isso, ele e sua mãe vão até a agência de Clark e Ross para tentar encontrar uma forma de que o plano de saúde possa bancar as despesas dessa cirurgia. Assim, Clark e Ross, além de Megan (Megalyn Echikunwoke), Latrell (Cedric Sanders) e Miles (Gregory Marcel), tentam fazer um plano para que Charles Murray, o responsável pelo “sim”, aprovasse o pedido.

Há um sentimento de pânico pelo grupo e eles acabam por desenvolver uma estratégia de influência psicológica para que o “sim” aconteça. Até os primeiros 20 minutos de episódio as coisas parecem acontecer de uma forma muito parada, mas quando eles colocam em prática o plano, o episódio fica mais divertido, dinâmico e engraçado.

Outro ponto a ser ressaltado é que o “primeiro caso” da agência aparenta ser resolvido muito cedo. Faltam outros 20 e tantos minutos até o fim do episódio e você pensa: mas como assim já deu tudo certo? Essa foi a primeira das sensações que me deixou ainda mais atenta ao episódio para entender de vez o que realmente ia acontecer.

Clark e Beth

Clark foi demitido da universidade depois de manter um relacionamento com Beth (Katherine Cunningham). Boa parte do episódio é centrado nisso, já que o personagem de Steve Zahn se mostra completamente apaixonado pela universitária. Pelo meu entendimento, suas crises de ódio, a corrida até o apartamento da moça e o lapso de atenção provêm do baque que esse relacionamento trouxe para sua vida.

Clark/Claire/Ross

A partir do momento em que a ex-mulher de Ross (Wynn Everett, de The Newsroom) aparece no episódio, já é possível pensar nos problemas que essa relação trará para a agência. Para Clark, Claire é a pessoa certa para gerenciar o seu trabalho, mas Ross não acredita que a ex possa ajudar muito porque ela poderia muito bem deixá-lo na pior, como no momento em que ela o deixou por causa de sua prisão. O personagem parece perdido no meio da história toda, mas, por humanizar ainda mais Ross, Claire consegue mostrar sua importância em meio aos acontecimentos da trama.

Clark e Ross

Enquanto Clark pensa que Ross tem interesse apenas no dinheiro e que não liga para ele, Ross tenta mostrar que está do lado de seu irmão e quer que ele continue sua vida após o problema com a universitária. Acredito que a relação entre eles como base da história de Mind Games faz com que as pessoas possam até mesmo se identificar com esses personagens. Os problemas de família, as frustrações no amor e as mentiras também são outros fatores que fazem Clark e Ross serem tão parecidos comigo ou até mesmo com você, leitor-telespectador. Acho que o ponto alto desse episódio é como a relação entre os dois é mostrada. E é esse relacionamento que possivelmente trará várias surpresas no desenrolar de sua história.

//

Para mim, o piloto dessa série trouxe muitas sensações. De início, pensei que ele não seria tão bom quanto eu já havia pesquisado. Mas, por muita sorte, eu percebi nesses 40 minutos de episódio que Mind Games pode ter mais altos do que baixos. Muita coisa aconteceu nesse episódio e eu acredito que essa série pode mostrar mais coisas interessantes em relação à psicologia, ao pensamento humano e às relações entre as pessoas. A história traz uma mistura de sensações (insatisfação, medo, agonia, carinho) que faz com que o episódio se enriqueça aos poucos. Se você ainda não assistiu, dê uma chance. Mind Games poderá te surpreender.

Primeiras Impressões – Star-Crossed

Data/Hora 22/02/2014, 13:00. Autor
Categorias Preview


Warning: Undefined variable $post_id in /home1/telese04/public_html/wp-content/themes/thestudio/archive.php on line 23
thumb image

Uma junção de Roswell e Distrito 9.

Romeu e Julieta em uma versão ficção científica.

Na expectativa da estréia de Star-Crossed, o novo drama da CW deu ensejo a várias comparações. E o drama provou ser um pouco de todas essas histórias. Falta de originalidade? Talvez. Não é de agora que se reinventa a roda no mundo das séries televisivas. Mas a pergunta é: a falta de originalidade prejudicou o novo programa da CW? Em absoluto!

Star-Crossed poderia ter caído na mesmice, afinal, seus dez minutos iniciais foram recheados de clichês: a não aceitação do diferente; o representante do governo na figura de uma mulher negra que luta por um projeto de integração social, em uma cidadezinha do sul dos Estados Unidos; o mundo do ensino médio, com suas castas e bullyings decorrentes e, em meio a todo esse conflito, dois adolescentes, pertencentes a mundos diferentes, que devem viver um romance cercado pelo preconceito e incompreensão. Essa história já foi contada inúmeras vezes! Mas, neste caso, direção e roteiro fizeram toda a diferença: ritmo em uma história não linear. Esse o feliz encontro entre Gary Fleder (Beijos que Matam, O Júri), na direção e Meredith Averill (The Good Wife) no desenvolvimento da história. Diria que foi um casamento perfeito.

Superados os dez minutos iniciais, os clichês foram, paulatinamente, sendo desconstruídos. Nem tudo, afinal, era o que parecia ser. O Projeto de Integração Social esconde outros interesses, além o de implementar o convívio entre povos diferentes; para Glória, o Projeto é um investimento pessoal. Isso ela afirma categoricamente a Roman na sala de detenção da escola, e não hesitará em eliminar os obstáculos que possam vir a prejudicar esse investimento. De seu lado, atrianos também têm outros interesses que não somente deixar os muros do Setor de isolamento.

O preconceito que, em um primeiro momento, parecia uma via de mão única, mostra-se, depois de dez anos, enraizado em ambas as comunidades (humana e atriana), cada qual convencida da razoabilidade de seus argumentos. No final, a truculência não é monopólio de um único lado.

E, em meio a essa trama, o encontro de Roman e Emery. Ela, uma adolescente americana de uma dessas cidadezinhas tradicionais do sul dos Estados Unidos; ele, um alienígena que faz parte de um grupo piloto de integração social. Essa, outra história de amor que já foi repetida incontáveis vezes.  Mas, parodiando o poeta, diria que uma boa história de amor não sente o tempo da repetição, pois são encantadoras na sua essência. Roman e Emery são, ao mesmo tempo, história passada e presente, diferente na competência do olhar de quem a conta entre closes, falas e gestos, que exploraram a química perfeita entre os atores e a intensidade da ancestralidade dos personagens.

As entrelinhas do episódio Piloto tiveram o dom de colocar várias possibilidades de desenvolvimento para a história. Possibilidades que podem levá-la a lugares distantes do simples romance entre diferentes, cercados por um abismo de preconceitos. Possibilidades que talvez passem por perguntas que nos incomodam, na vida real, como aquela que Roman se faz sobre a Humanidade. O que é, afinal,  esse conceito abstrato hipoteticamente revestido de uma positividade, aparentemente, tão inalcançável.

De concreto o que, à primeira vista, pode-se dizer é que não há lugar para a ingenuidade na trama política e social de Star-Crossed. Essa faceta é propriedade exclusiva do romance.

E, ao final, a redenção esteja em pagar a violência com um ato de amor.

Primeiras Impressões – A Teia

Data/Hora 04/02/2014, 15:09. Autor
Categorias Preview


Warning: Undefined variable $post_id in /home1/telese04/public_html/wp-content/themes/thestudio/archive.php on line 23
thumb image

E como eu não podia negar o apelido carinhoso dado por um amigo de badge bunny, claro que eu conferi a estreia da serie nacional A Teia na telinha da Globo. E devo dizer que fiquei agradavelmente surpreendida.

Na verdade eu já tinha gostado muito do teaser que a rede de televisão havia exibido no ano passado e estava ansiosa para conferir como contariam a história da investigação de um elaborado assalto que acontece no Aeroporto de Brasília e que leva mais de sessenta quilos de ouro bem nas barbas da Polícia Federal.

E ela começa com um recurso já velho conhecido dos fãs de seriados de televisão: Macedo (o EXCELENTE João Miguel) está caído, talvez sangrando, tudo muito rápido, cortado, Baroni (Paulo Vilhena) também parece ferido. Uma mulher talvez morta. Um ursinho de pelúcia branco indicando que talvez uma criança também tenha se machucado. Mas tudo isso ainda não aconteceu, na verdade é apenas um aperitivo da história que ainda será contada.

Voltamos então três meses no tempo e vemos o assalto acontecendo. Bandidos invadem o aeroporto carregando metralhadoras e dispostos a não errar. E eles aparentemente não erraram nada, ainda que dois deles acabem feridos. Após a confusão acaba sobrando para o delegado Macedo ir ao local, fazendo com que ele se atrase para um jantar com sua mãe.

Ao ver Macedo na cena do crime é fácil lembrar, para alguém que devora seriados policiais como eu, de vários detetives queridos de séries americanas. Ele é de poucas palavras, tremendamente observador e com certeza não parece fácil de lidar (pensei muito no Sherlock de Elementary). Ele rapidamente define funções aos investigadores, tem tempo para ignorar um desses homens que adoram o bordão “você sabe com quem está falando” e ainda sai a tempo de chegar na casa da sua mãe.

O primeiro episódio nos diz mais sobre o protagonista: sua mãe Áurea tem um novo namorado, um senador cujo passado cruzou com o de Macedo e parece não ter deixado boas lembranças – Miele! Gente, Miele de volta a TV, que delícia! – e um filho de um segundo relacionamento, que parece odiar o irmão mais velho. Daniel Warren interpreta Eduardo, filho de Áurea, e foi o único a me incomodar neste primeiro episódio, talvez porque eu tenha assistido a Art Ataks demais na Disney e o rapaz manter o mesmo tom.

O passado de Macedo também tem outros problemas: apelidado de cearense arranca sangue, ele está em Brasília como castigo por algo que aconteceu em Fortaleza, longe de sua esposa e filha, e nem deveria estar investigando nada, mas sim apenas sentado em sua mesa. Mas ao quebrar o galho de outro delegado ao ir a cena do crime acaba envolvido em algo que, logo de cara, vemos que ficará muito grande. Além de grande, essa pode ser a oportunidade de voltar para casa.

O restante do episódio é dedicado à Baroni, o bandido. Apesar de ainda não conhecermos seu passado, ou mesmo quem ele realmente é, fica fácil perceber que ele é mais guiado pela emoção do desafio do que pelo dinheiro. Além disso, em uma frase sua para um dos feridos no assalto, nos mostra que ele talvez também esteja procurando vingança ou redenção por algo acontecido com seu pai.

Ele tem uma namorada, Celeste, que conhece o trabalho sujo dele, mas me deu a impressão de estar vivendo o sonho de ter encontrado um príncipe. É perceptível que Baroni tem “berço”, tem classe, enquanto a garota é bastante simples. Então podemos especular que ela está deslumbrada por aquilo que ele está lhe oferecendo.

Logo após o roubo eles seguem em direção da fronteira do Brasil, acho que através do Mato Grosso, e eu confesso ter soltado risos ao perceber que ele realmente escolheu o melhor esconderijo possível para as barras de ouro: a cadeirinha da menina, que escapa ilesa da busca da polícia. Ninguém teria coragem de acordar aquela garotinha para ver se tem algo embaixo dela, teria?

O episódio piloto funciona muito bem: edição e fotografia caprichada, boas atuações, nenhum tempo gasto com explicações desnecessárias (vício da televisão nacional herdado das novelas, mais longas). A trilha sonora é outro trunfo: muito rock bem colocado embalando a “aventura”.

Principalmente um episódio piloto que cumpre a missão de nos fazer ficar curiosos pelo episódio seguinte.

*Esse texto foi originalmente publicado no Só Seriados de TV.

Primeiras Impressões – Looking

Data/Hora 21/01/2014, 21:07. Autor
Categorias Preview


Warning: Undefined variable $post_id in /home1/telese04/public_html/wp-content/themes/thestudio/archive.php on line 23
thumb image

Eu consegui prever algumas críticas em relação à primeira cena do episódio piloto de Looking, nova série da HBO (que, mantendo a recente e bem sucedida estratégia da emissora, estreou por aqui no mesmo dia que foi ao ar nos EUA). Li alguns comentários no Facebook que questionavam a escolha dos realizadores de nos apresentar o primeiro personagem da série procurando sexo no parque, com aquela velha questão de “todo personagem gay deve ser ligado à busca por sexo?”. Na verdade, a superficialidade e promiscuidade que a cena poderia associar aos gays é uma grande metáfora do tema da série. Em meio a arbustos, Patrick (interpretado pelo ator assumidamente gay Jonathan Groff) encontra um possível parceiro sexual, que não perde tempo perguntando seu nome e já inicia os trabalhos abrindo seu zíper. Ignorando reclamações como “que mãos geladas” e o anseio por apresentações ou qualquer tipo de informação, o barbudo só quer sexo fácil, enquanto Patrick parece tão desconfortável como um sapato da Lady Gaga. Quando seu telefone toca, ele desculpas e se afasta rapidamente do barbudo sem nome pra atender, quando derruba seu celular em um monte de camisinhas usadas. A inospitalidade do parque, o tratamento fast food do barbudo sem nome, o celular associado a sexo derrubado na camisinha, tudo parece ambientar o que esperamos ver no mundo gay construído por Michael Lannan para Looking.

A temática não é desconhecida para o showrunner, que já esteve envolvido na produção Interior: Leather Bar, com James Franco, atuando e produzindo. No crew do seriado, roteiristas como Andrew Haigh, responsável pelo romance gay Weekend, mostram que a universo homossexual não é novidade para os realizadores de Looking.

Quando Patrick se encontra com Dom (Murray Bartlett) e Augustín (Frankie Alvarez) percebemos um pouco mais qual será o tom da série. O loiro reclama que o barbudo nem era do tipo hispter, e revela que a busca no parque foi motivada por uma brincadeira após ter ido comprar maconha com amigos. Só vamos lembrar que os próprios realizadores do seriado são barbudos hipsters, então saberemos onde estamos pisando.

Na cena da socialização percebemos que se trata de um grupo de amigos bem típico, hermético, com piadas internas e  referências nem sempre fáceis de compreender pra quem está de fora. Os diálogos são mais soltinhos do que bem construídos, se parecendo com improvisos, que em conjunto com a handcam criam uma descontração na série.  Essa descontração é quebrada pela fotografia sóbria , que utiliza tons verdes e pastéis e uma edição bem leve, sem cortes bruscos.

Como é característico em pilotos, vamos sendo apresentados aos demais personagens e suas storylines. Dom é o mais velho do grupo, e mostra que já não ostenta tanta energia para a pegação. Depois do toco que leva de um garçom mais jovem, contrariando os conselhos de sua roommate, liga pro seu ex, aparentemente um canalha que está se dando bem no ramo imobiliário, informação que Dom tem após stalkear seu Facebook.

Augustín, roommate de Patrick, está prestes a se mudar com seu namorado. Trabalhando como assistente de artista, acaba envolvendo seu novo e hispter colega de trabalho em um ménage, o que o leva a perguntar pro namorado “somos agora esse tipo de casal?”.

Entre os personagens de Looking o sarcasmo é muito bem vindo, ao contrário do politicamente correto. Em uma conversa entre Dom e Doris, sua roommate que descobrimos ser enfermeira, eles divagam sobre como evoluíram desde que eram rednecks, aquele tipo caipira que todo mundo que gosta da Honey Boo Boo conhece muito bem. Fazem piada com um bebê que está sob os cuidados de Doris e que tem uma doença cardíaca, com comentários que poderiam ser ditos pelo Dr. House.

Outro ponto alto do episódio foi o date entre Patrick e o médico que ele conhece no Ok Cupid. Aqui ficamos sabendo que apesar de procurar sexo no parque, o personagem de Jonathan Groff não é um tipo que caça no Grindr ou no Manhunt, mas que faz perfil no Ok Cupid, ou seja, quer coisa séria. O date de Patrick é um oncologista que faz perguntas como se fosse um funcionário de RH se dirigindo a um candidato de emprego. O desconforto de Patrick é afogado em taças de drink (e aqui eu descubro uma identificação). Em poucos minutos vemos o cara afundando cada vez mais no encontro, até mencionando que saiu pra caçar no parque, e paramos por um instante pra pensar em que tipo de gente menciona isso em um encontro. O médico dispensa Patrick dizendo que são incompatíveis e joga a última pá sobre o date com esse processo que é o bem-me-quer-mal-me-quer dos tempos modernos: a divisão da conta. Quem presta atenção em quantos drinks o parceiro bebeu pra dividir certinho a conta não merece o segundo encontro, e assim o faz o oncologista.

A noite de Patrick é mais bookada do que a Cara deLevingne e ele ainda tem a despedida de solteiro do seu ex. Novamente: que tipo de pessoa vai na despedida de solteiro do seu ex? Na verdade na metade da pergunta eu já tinha a resposta: eu iria, quase todo mundo iria. É daquelas situações que sabemos ser mais programa de índio do que ir ao Rock in Rio mas a falta remete ao recalque, então a presença é obrigatória. No metrô, recebe flertes bem diretos de um desconhecido, para o qual se apresenta utilizando o cartão de visitas do oncologista. Patrick claramente não acha Richie, o saidinho do metrô que é hostess e cabelereiro, interessante. Ignora cantadas e segue.

Já na despedida, descobrimos que Dom já pegou Patrick, e olha só, isso é muito comum em grupos de amigos gays, mais do que em héteros (por motivos óbvios que não tem a ver com promiscuidade).

Depois de dois programas nada interessantes, a noite não termina por aí. Patrick resolve ir até a boate em que Richie trabalha, e os sorrisinhos trocados entre os dois mostra que ainda há esperança de não passar a madrugada sozinho.

Looking parece ser uma série de diálogos rápidos, referências nem sempre claras, e que diz muito mais do que aparenta. Na verdade, essa superficialidade aparente pode ser vista como uma grande crítica a visão que o senso comum tem do mundo homossexual. Vimos no piloto sexo, drogas e piadas politicamente incorretas, elementos que enumerados fora do contexto podem parecer simplesmente depreciativos, mas que na série são mostrados de maneira tão natural e significativa que não chega a gerar polêmica. Esperamos que Michael Lannan siga com esse tom delicado e ao mesmo tempo cru, que construiu um mundo gay bem longe do estereotipado que estamos acostumados a ver.

Primeiras Impressões – Enlisted

Data/Hora 14/01/2014, 16:37. Autor
Categorias Preview


Warning: Undefined variable $post_id in /home1/telese04/public_html/wp-content/themes/thestudio/archive.php on line 23
thumb image

Após ter estreia adiada e empurrada para a midseason, a Fox levou ao ar o piloto da comédia militar Enlisted na última sexta-feira (10). Como muitos fãs de televisão sabem, é raro uma série dizer a que veio e engajar o público já no primeiro episódio. Enlisted, entretanto, deu o seu recado e mostrou potencial, no mínimo, para uma temporada completa.

Há 20 anos, Pete, Randy e Derrick se despediam do pai, um soldado do exército dos Estados Unidos convocado para a guerra. Hoje, são eles que defendem o país. Pete, o irmão mais velho, é sargento no Afeganistão, acostumado a estar no front. Sabem o cara que matou Bin Laden? Não, não foi ele. Mas um soldado tão bom quanto ele. Pelo menos na mente do oficial. O soldado representa um personagem bem comum em tramas cômicas, que pisa nas regras com seu coturno e, consequentemente, se coloca acima delas. Em um destes rompantes de arrogância e insubordinação é designado para liderar o “Rear D”, na Flórida, um pelotão que acolhe “os mais” da tropa: os mais desajustados, os mais estranhos, os mais rejeitados, os mais reprovados em testes físicos e psicológicos. Sua missão? Aparar a grama e lavar tanques de guerra sujos pelos soldados “de verdade”.

O sargento Pete Hill, claro, se sente prejudicado, porém não convence seu superior, o major Cody (KeithDavid), o qual “não perdeu o pé em uma mina terrestre para ouvir suas bobagens”. Aliás, sabe mãe quando quer que o filho sinta culpa? É o que Cody faz, toda fez que precisa ensinar uma lição: já vai colocando a prótese de seu pezinho na mesa e citando referências heroicas como “o Van Damme em Os Mercenários 2“.

Enlisted - T01E01 - Cody Wallace - foot - TS

Para Hill, entretanto, pior do que lidar com a parte das forças armadas que não é mostrada nos comerciais de televisão é ter como subordinados seus irmãos mais novos e não muito aptos para a área militar, o abobalhado de nobre coração Randy que o recebe de volta como “uma tiete em um show do One Direction”, e Derrick, o irmão rebelde tô-aqui-contra-minha-vontade. A história tem potencial, apesar das piadas forçadas, especialmente quando Pete Hill pergunta em plena batalha contra o inimigo se eles têm um computador para emprestar e o pastelão envolvendo a pouca inteligência e falta de jeito de Randy, que ora rende risadas, ora nos faz ter saudade do Homer Simpson.

Enlisted - T01E01 - Ryan e Derrick - welcome sign - TS

Mas não é tão ruim assim. O recém-chegado soldado terá a chance de provar que em cada um dos persistentes soldados de seu pelotão há um guerreiro interior. Sem um lema e utilizando o grito de guerra “Bradley! Cooper!” não demora muito para ele ver a enrascada em que se meteu. Ah, mas tem um interesse romântico, a sargento Perez e os jogos de guerra contra italianos patrocinados por um ricão civil que tem dinheiro para desperdiçar.

É famosa a receita deste bolo: junte pessoas completamente diferentes que se unem como uma família por circunstâncias do destino e você terá uma comédia. Não que isto seja um problema em si, afinal Friends e Community também leem nessa cartilha. O diferencial que faz dar certo, portanto, é um bom texto e um elenco afinado. Apesar dos personagens de personalidades diferentes (como em Friends e Community) e das situações ao estilo “vão ficar juntos/não vão ficar juntos” (como em Friends e Community) o homem orgulhoso que descobre a vida e o valor da família com pessoas que considerava inferiores (Jeff Winger, é você?) a história dos três irmãos tem tiradas engraçadas como a briga na hora da reverência à bandeira, e quando o Major Cody diz que não confia em ninguém que tenha apóstrofe no nome, referindo-se ao namorado da filha, Da’quan, e o adesivo abaixo.

Enlisted - T01E01 - student driver tank - TS

No final, o grupo de esquisitos liderados pelo sargento prova o seu valor em uma missão aparentemente inútil: resgatar um cachorrinho perdido. É aí que a graça toma contornos mais dramáticos. Descobrimos que a “Rear D” é a responsável não só por cuidar das famílias dos soldados que estão longe como também de lhes dar a má notícia caso algo pior aconteça. E Pete aceita, finalmente, sua missão, pois foi um soldado deste pelotão que trouxe a ele mensagem que nenhuma família espera.

Conclusão: a criação de Kevin Biegel, que tem em seu currículo as produções Cougar Town e Scrubs, lembra muito o tipo de humor da lendária franquia dos anos oitenta Loucademia de Polícia. Esta aura de nostalgia envolvida pode agradar, mas sem muitas expectativas, apenas quem quer só se divertir. E os oportunos dois Globos de Ouro que Brooklyn Nine-Nine, da mesma emissora, ganhou podem alavancar o interesse dos espectadores em comédias do gênero. O elenco está de parabéns, bastante entrosado e bem competente, com os protagonistas Geoff Stults (sargento Pete Hills), Parker Young (Randy), de Suburgatory e Derrick (Chris), de Veronica Mars e Private Practice .

A comédia tem tudo para agradar fãs de diferentes faixas etárias, homens, mulheres e traz uma sensação de que terá momentos de ternura (pero no mucho) e trazer algo além da pieguice familiar, que seria fácil de inserir neste contexto. Mas as piadas e o roteiro em si, ainda podem – e devem – melhorar.

« Textos mais antigos | Topo da Página | Textos mais novos »