TeleSéries
‘One Big Happy’, a sitcom que deixaria Silas Malafaia de cabelo em pé
10/04/2015, 11:25. Paulo Serpa Antunes
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A grande polêmica do mês de março na TV brasileira foi o beijo das personagens de Fernanda Montenegro e Nathália Timberg na novela Babilônia. A cena provocou reações entre o público conservador e levou o Pastor Silas Malafaia a declarar em um artigo públicado no site Verdade Gospel:
“Nos EUA, que é o país mais democrático do mundo, não existe nenhuma possibilidade que entre às 21h e 22h horas, quando ainda muitas crianças e adolescente estão acordados, a televisão mostre a imoralidade como a TV brasileira mostra.”
O Pastor não sabe de nada e você sabe disto!
Entre às 21h e 22h, e mesmo antes deste horário, o telespectador norte-americano vê regularmente na TV americana personagens gays bem-resolvidos em Modern Family, Grey’s Anatomy, Glee e diversas outras séries.
Em texto publicado no TeleSéries em fevereiro de 2014, fiz um levantamento e mostrei que lá fora o primeiro beijo entre duas mulheres numa série de ficção já tem mais de 24 anos (ou 18 se considerarmos o primeiro casal assumidamente homossexual).
Agora mesmo temos no ar uma nova comédia na TV americana que ofenderia de morte o nosso Pastor e seus fiéis: One Big Happy. Na sitcom, exibida pela rede NBC (na faixa das 21h30!), temos um novo tipo de família disfuncional. A série mostra dois amigos que ao chegar aos 30 anos solteiros decidem ter um bebê juntos por inseminação artificial. A garota é lésbica e o rapaz, sem saber que a inseminação foi bem sucedida, acaba se casando com outra garota. Os três agora vivem sob o mesmo teto e é deste arranjo incomum que a produtora e roteirista Liz Feldman (de 2 Broke Girls) quer fazer humor.
O plot é desafiador e interessante. A execução necessariamente não. A começar pelo elenco. Nick Zano é um ex-galã de séries teen, bonitão e com bom timing de comédia (foi revelado na divertidíssima What I Like about You), mas não me parece uma boa escolha como protagonista. Já Elisha Cuthbert, a ex-irritante filha de Jack Bauer em 24 Horas, já provou que tem timing pra comédia na cultuada Happy Endings. A questão é se ela convence no papel de uma lésbica. Sinceramente? Achei ela deslocada no primeiro episódio, mas bem mais segura no segundo programa.
Surpresa mesmo foi a escolhida pra fechar este triângulo familiar: a atriz e modelo britânica Kelly Brook. Kelly já tem um bom currículo em TV – começou nos EUA em Smallville – mas é uma novata em comédias gravadas com três câmeras. Sua personagem, Prudence, é extravagante, carinhosa, exagerada (chega a aparecer nua em cena) e ela incorpora o papel com muita graça. Brook é linda, e é grande – especialmente ao lado de Elisha – e me lembrou bastante em cena outra boa atriz de comédia, Bianca Kajlich (de Rules of Engagement e Undateable, série que faz dupla com One Big Happy na grade da NBC).
Recebi One Big Happy sob certa desconfiança. O plot me empolga. Me lembra The New Normal, a comédia do Ryan Murphy que abordava a questão da barriga de aluguel e da adoção homoafetiva. Mas como The New Normal senti que falta um pouco de gás. Por um lado quero ver como a história se desdobra, por outro não me empolguei com os personagens a ponto de me interessar por eles.
É uma série que precisar ser avaliada um pouco mais. E mesmo que fique pouco tempo no ar (One Big Happy teve uma estreia sólida, mas perdeu uma boa fatia de audiência nas duas últimas semanas), fico feliz que este tipo de construção familiar seja visto na TV, tratado com humor, como um sitcom familiar igual a qualquer outras.
Chupa Malafaia!
* * *
One Big Happy estreou no dia 17 de março nos EUA, pela rede NBC. Ainda não há previsão de exibição no Brasil.
As primeiras Impressões de ‘The Royals’, a primeira série do canal E!
02/04/2015, 10:00. Felipe Ameno
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O TeleSéries foi um dos poucos sites a falar sobre The Royals. Mais precisamente demos duas notas falando sobre as principais contratações da série: Elizabeth Hurley e William Moseley, isso lá em 2013. Um ano e seis meses depois, o autor dessas duas notícias retoma o assunto com o objetivo de dar as primeiras impressões do episódio piloto.
Sei que estou um pouco atrasado, já que a The Royals estreou em 15 de março e já contabiliza três episódios televisionados, mas não tenho tanta certeza se vou guardar um espaço na minha agenda, tão “disputada”, para uma série como essa.
Nossa, se a pessoa parou de ler o meu texto no parágrafo acima, ficará com impressão errada sobre a série, que lá no fundo, bem no fundo, têm as suas qualidades. Mas não acho que ela deva ser o foco da sua atenção. Um guilty pleasure talvez, mas até pra isso ela tem outras concorrentes de peso, né Kimmy e iZombie?
Essa enrolação toda para falar do piloto é um reflexo direto da enrolação que o episódio foi. Um amontoado de informações jogas no ventilador, com vários plots apresentados superficialmente e metralhados no telespectador com o único objetivo de prender a atenção. Sem sucesso. Peguei-me diversas vezes olhando o celular e contabilizando os minutos para o fim.
Não entendi muito bem o porquê dessa corrida desenfreada, já que dois meses antes da estreia, o canal E!, que está lançando a série nos EUA, a renovou para a sua segunda temporada. Logo eles não precisavam correr tanto assim. Contudo, tenho a desconfiança de que o episódio já estava pronto antes desse anuncio e voltar atrás agora acarretaria mais custo, ou seja, era melhor deixar do jeito que estava.
E continuando a falar sobre a qualidade do episódio, só eu ou mais alguém achou ele mal acabado? Notei diversas falhas de continuidade, principalmente quando o personagem Moseley estava na tela. Hora Liam estava sofrendo a morte do irmão com barba, no minuto seguinte estava flertando com Ophelia de cara limpa. Hora Eleanor tinha os cabelos pretos e num passe de mágica estavam mais claros. Coisas que passariam despercebidas se a história tivesse sido bem costurada, mas não foi.
Os pontos altos, tecnicamente falando, foram: trilha sonora, locações e fotografia. Todos os cenários estavam à atura da realeza e a produção foi impecável. Mas infelizmente isso não o suficiente segura um episódio de mais de 50 minutos.
Agora vamos falar do enredo. Descreveria The Royals como um emaranhado de clichês, que você sabe de onde vem e pra onde eles vão. A sensação é a mesma de quando você assiste uma comédia romântica, que mesmo antes de começar você já sabe o que vai acontecer, principalmente o final. Caso eles queiram inovar e serem surpreendentes, optando por seguir o caminho não óbvio, a gente relembra e mostra que Revenge está aí pra isso.
Falando em Revenge, Liz Hurley parece ter bebido da mesma fonte de Madeleine Stowe (a Victoria Grayson), porém sem a mesma graça, simpatia e principalmente elegância. Pra quem estava interpretando uma Rainha que acaba de perder seu filho primogênito, ela deixou muito a desejar.
Se tem uma coisa que me deixa irritado em séries são os filhos problemáticos dos protagonistas que estão ali para encherem linguiça e darem trabalho desnecessário. Dana de Homeland e Carl de The Walking Dead são exemplos clássicos desse tipo de personagem. Quem tem esse papel em The Royals é Eleanor. Já não fui com a cara dela na primeira cena e fiquei torcendo pra ela escorregar daquela varanda.
E quando eu achava que tudo estava perdido, eis que no plot mais óbvio de todos – o amor estilo Dama e Vagabundo invertido – é que estava a maior surpresa da série. Liam é príncipe e Ophelia a filha do chefe de segurança da realeza. Eles se “conhecem” em uma festa da faculdade e acabam indo pra cama. Só que surge um sentimento e os dois passam a se conhecer melhor. Só que tudo muda de figura quando Robert, irmão mais velho de Liam, morre e ele passa a ser o sucessor direto do trono.
Contudo quem salva essa parte da história é a novata Merritt Patterson. Sua Ophelia tem uma presença marcante e não leva desaforo pra casa. Um papel extremamente difícil e que foi excelente conduzido por Patterson, que inclusive deixou Hurley no chinelo no embate entra as duas.
E se você achou pouco, ainda tivemos o irmão do Rei querendo roubar a coroa (Rei Leão style), as primas distantes, o segurança que preteriu a família ao trabalho e muitos outros clichês. Resumindo, o canal E! é mais conhecido por seus reality shows, vide as Kardashians, ou seja, possuem uma larga experiência em roteiros e deveriam ter aplicado melhor esses conhecimentos adquirido aos logo dos anos no piloto de The Royals.
Observações:
– Outro ponto positivo no elenco foi Vincent Regan. Seu Rei lembra um pouco o Conde de Grantham (Hugh Bonneville) de Downton Abbey.
– Se o objetivo da Rainha era intimidar Ophelia, o tiro saiu pela culatra. E vamos combinar que Vicky nunca perdeu a postura em nenhum embate que ela teve com Emily em Revenge. Se a majestade quiser, têm as três primeiras temporadas no Netflix.
***
The Royals estreou nos EUA no dia 15 de março e é a primeira série de ficção do canal E!. Ainda não há previsão de sua exibição no Brasil.
As primeiras impressões de ‘iZombie’, a boa aposta da CW
31/03/2015, 11:38. Paulo Serpa Antunes
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Em setembro, completarão 9 anos do nascimento da rede de TV norte-americana The CW. Para aquele telespectadores que, como eu, tem mais de 30 anos – que não são o target do canal, focado no público teen – não há muito o que celebrar. Nascido da fusão dos canais The WB (da Warner) e UPN (uma segunda emissora da Viacom), a ideia inicial era que da união dos dois canais, aumentando a penetração no território americano e unindo dois bons mix de séries, teríamos uma nova grande rede de TV. Não aconteceu.
A estreia do canal foi frustrante e também traumática, porque, sem espaço na grade para tantos shows, acabou provocando o cancelamento de séries como a cultuada Veronica Mars. E a primeira leva de novos programas foi um fracasso. A verdade é que CW emplacou poucos sucessos nestas nove temporadas: Gossip Girl foi o maior fenômeno pop e The Vampire Diaries a mais cultuada. A lista de fracassos é maior: tentativas infelizes de navegar em sucesso de antigas séries como Melrose Place e Sex and the City, aposta em antigas estrelas teen, como Mischa Barton e Sarah Michelle Gellar e o investimento sem sucesso em produções de terror e sci fi.
A boa notícia é que, nove anos depois, o canal parece ter encontrado a fórmula. Os vampiros e as séries baseadas em super-herói construíram uma audiência base sólida. Produções do canal que pareciam sem futuro, como The 100, acertaram o rumo. E a aposta na telenovela latina Jane the Virgin deu ao canal a credibilidade de crítica que eles até então não tinham encontrado.
É neste cenário que o canal apresentou sua primeira estreia de ficção da mid-season, iZombie, com boa performance e desempenho promissor. iZombie também bebe na fonte dos quadrinhos da DC Comics, mas a proposta é outra. Aqui, no lugar dos super-heróis da Liga de Justiça, temos uma produção baseada no selo adulto Vertigo (o mesmo de onde saiu Constantine) e com um fórmula que remete ao megasucesso The Walking Dead e também às séries de policiais e legistas que dominam a TV americana.
Liv Moore é uma estudante de medicina que é vítima de um ataque zumbi. Com sorte, ela consegue esconder da família sua condição de morta-viva (apesar da palidez e da falta de interesse na vida) e manter sua condições trabalhando como legista no necrotério, com acesso livre a cérebro humano. O plot é puro realismo fantástico e a ideia mais original executada pelo canal desde a finada Reaper.
Pra série se manter num formato semanal, a série possui um forte elemento de procedural drama. Ao comer um cérebro, Liv passar a ter lembranças e a replicar características da personalidade dos mortos. Ganha assim a sua motivação: ajudar as vítimas de crimes a ter justiça. Completando a história, a série tem um elenco de apoio formado pelo legista Ravi Chakrabarti (o único que sabe o seu segredo), o policial Clive Babinaux e a família de Liv, incluindo o noivo bonitão que ela acabou abandonando, por motivos óbvios.
O bom piloto da série pode ser explicado pela produção executiva de Rob Thomas e Diane Ruggiero-Wright, dois nomes ligados a saudosa Veronica Mars. São produtores inteligentes, com bom conhecimento de cultura pop e roteiristas que tentam fugir do óbvio.
A atriz Rose McIver também é um trunfo da série. Vinda da Nova Zelândia, e com um longo currículo de atriz-mirim (aos 6 anos atuou em Hercules e depois em Xena), ela vem ganhando espaço nos EUA com passagens exitosas por séries como Once Upon a Time (onde fez o papel da fada Sininho) e Masters of Sex. Rose tem o carisma e a graça necessária para este inédito papel de protagonista-zumbi.
iZombie possivelmente não terá a vida longa de The Vampire Diaries, ganhará um Golden Globe como Jane the Virgin ou gozar dos sólidos indíces de audiência de The Flash. Mas é divertida o bastante para entrar na grade de programação de qualquer um e a prova que a The CW, finalmente, encontrou o caminho.
* * *
iZombie estreou nos EUA no dia 17 de março. No Brasil a série ainda está inédita.
‘The Last Man on Earth’, uma boa novidade da midseason
14/03/2015, 16:28. Paulo Serpa Antunes
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Encerrada a temporada do futebol americano e de premiações (Golden Globe, Grammy, SAG, Oscar), a TV norte-americana vai voltando a sua normalidade e os fãs de séries como The Good Wife e Once Upon a Time voltam a reencontrar seus shows, depois de longos hiatos. É midseason. E também a hora dos canais de TV estrearem pontualmente uma ou outra nova série, na esperança de melhorar seus índices de audiência.
Geralmente as séries que estreiam na midseason são ruins – eram séries que os executivos das emissora não acharam boas o suficiente pras estrear na alta temporada. Claro, há exceções (Seinfeld, por exemplo, foi ao ar pela primeira vez em plano verão e se tornou a maior comédia da história).
Mas e esta The Last Man on Earth, o que é?
The Last Man on Earth, nova série dominical da Fox, é uma comédia com uma só câmera que relê uma trama de sci fi clássica – e se a população da Terra toda morresse e só você fosse ficasse vivo? É uma série de um apelo irrestível e também um beco sem saída em termos criativos. Você não tem como segurar por muitas semanas uma série com um único ator na tela, tem?
Bom, a não ser que o último homem da Terra encontre a última mulher da Terra. E a relação dos dois gere momentos de grande tensão cômica.
E é justamente assim que se apresenta The Last Man On Earth. Escrita, assinada e produzida por Will Forte, uma das boas revelações dos anos 00 do Saturday Night Live, a série resolve entregar nos primeiros 20 minutos do bom episódio piloto todas as piadas possíveis que se pode fazer em torno de um homem sozinho no mundo – tédio, masturbação, referência a Tom Hanks em O Náufrago, tentativa de suicídio, tudo está ali. Forte é um comediante de expressões faciais exageradas (às vezes doce, às vezes insano), o que é perfeito aqui, já que ao longo do episódio suas expressões faciais vão ficando mais e mais escondidas sob a barba cerrada.
Ao final do primeiro episódio, entra em cena sua companheira de cena – não, não é a maravilhosa Alexandra Daddario, que aparece em uma breve ponta – e sim Kristen Schaal, outra grande comediante e roteirista, especialista em fazer papel de mulheres insuportáveis.
The Last Man on Earth então ao longo de 40 minutos (da soma de seus dois primeiros episódios, exibidos em sequência) se transforma de uma original comédia sci fi que parecia que iria se esgotar muito rapidamente em uma sitcom clássica sobre a difícil relação entre um homem e mulher que não possuem nada em comum mas são obrigados a conviver por conta de uma situação extraordinária.
A série é divertida. E inteligente. E creio que merece a atenção do telespectador por algumas semanas. Mas é difícil não ficar pensando se ela ainda estaria no ar se tivesse estreado em setembro do ano passado. De qualquer maneira, parece uma boa aposta de meio da temporada da Fox, que segue tentando diversificar com séries live action sua programação dominical, já que suas animações veteranas (especialmente The Simpsons) já não tem o mesmo vigor do passado.
Eu vou assistir. E esta nem precisaria ser a última comédia da Terra.
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The Last Man on Earth estreou no dia 1º de março nos EUA, no canal Fox. No Brasil, a série ainda está inédita.
Cansei de prequels: as primeiras impressões de ‘Better Call Saul’
15/02/2015, 18:17. Paulo Serpa Antunes
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A primeira vez que eu ouvi falar a palavra prequel foi em um comentário em alguma rede social ou fórum. Alguém criticava o filme Quarteto Fantástico, de 2005, dizendo que ele era apena um prequel. O filme, que é muito ruim, parece mesmo um grande prólogo. Quando parece que o filme vai finalmente começar, ele termina.
Mas o neologismo prequel se popularizou alguns anos antes, eu é que não tinha prestado a atenção. Foi quando George Lucas decidiu forrar os bolsos filmando a segunda trilogia (ou seria primeira?) de Guerra nas Estrelas. Star Wars Episódio I: A Ameaça Fantasma era um prequel – um filme anterior à sequência, voltando na ordem cronológica natural de narração da saga.
Prequels não são invenções narrativas do cinema. Na literatura são muitos os exemplos de autores que criaram histórias em torno de acontecimentos passados com personagens e universos que criaram: gente do calibre de J. R. R. Tolkien, C. S. Lewis e mais recentemente George R. R. Martin fizeram isto.
Na TV americana, o recurso narrativo vem ganhando corpo nas últimas décadas. O tradicional recurso de narrar acontecimentos em flashbacks ao longo do episódio deu lugar a episódios completos ambientados no passado. O recurso funciona incrivelmente bem com dramas, mas até em comédias aparece. Friends possui um episódio assim, The One With The Flashback. Frasier também possui parte de um episódio narrado assim, The Big Bang Theory e Desperate Housewives também.
Meu episódio favorito nesta linha é um da segunda temporada do drama policial The Shield, que ganhou o ótimo nome de Co-Pilot (co-piloto, mostrando justamente os acontecimentos que antecederam ao chocante primeiro episódio da série, em que Vic Mackey mata o seu colega Terry Crowley).
A partir de 2004, Lost mexeu com a linha narrativa das séries de TV, misturando flashbacks e flashforwards, às vezes no mesmo episódio. Mas Lost também em alguns momentos usou prequels para alinhar a narrativa. Em The Other 48 Days, por exemplo, descobrimos como foram os primeiros dias de Mr. Eko, Ana Lucia e dos demais sobreviventes voo 815 que se perderam dos demais. O recurso também vai ser usado para narrar a desastrada passagem de Rodrigo Santoro pela ilha em Exposé, enxertando a dupla Nikki e Paulo em vários momentos da trajetória da série.
Em seu melhor momento, Heroes surpreendeu com o episódio Six Months Ago – um prequel impecável posicionando todos os personagens da série seis meses antes dos acontecimentos do episódio piloto. De lá para cá, virou comum que serial dramas façam episódios prequels: Jericho teve um, Fringe teve dois (!!), recentemente Penny Dreadful teve um também.
E séries inteiras estão sendo desenvolvidas a partir da premissa do prequel: The Young Indiana Jones Chronicles mostrava as origens do arqueólogo criado por George Lucas. Smallville é o prequel do nascimento de Superman. A fracassada The Carrie Diaries tentou beber da fonte de Sex and the City. Caprica em Battlestar Galactica. Atualmente temos Gotham, Hannibal e, de forma meio torta, Bates Motel.
E projetos não faltam nesta linha: a segunda temporada de Fargo será ambientada no passado e terá como protagonista um versão jovem de Lou Solverson, o personagem de Keith Carradine no primeiro ano da série. O produtor Kurt Sutter trabalha numa minissérie prequel de Sons of Anarchy. Julian Fellowes afirmou estar interessado em narrar os primeiros dias de Downton Abbey.
Better Call Saul é, portanto, mais uma série a explorar este recurso: premiar os fãs de Breaking Bad com mais um pouquinho do universo extraordinário desta que é provavelmente a série televisiva mais influente do século XXI. Vamos embarcar nos primeiros dias da carreira do advogado de porta de cadeia Saul Goodman.
A série abre com um bela sequência em preto e branco, onde vemos Saul (Bob Odenkirk) escondido da polícia, trabalhando com outra identidade, como gerente de uma rede de fast food. Este é o vislumbre de seu destino. O que veremos em Better Call Saul é a sua origem: como Jimmy McGill, um advogado medíocre, que se sustenta trabalhando como frelance para a defensoria pública, vai fazer fortuna lavando dinheiro e representando organizações criminosas.
Em seu primeiro episódio, Better Call Saul consegue ser tão empolgante e bizarra e sofisticada como nos melhores episódios do segundo e terceiro ano de Breaking Bad, antes da série se tornar o fenômeno de massa que se tornou. Já no segundo episódio, que coloca com Saul prestes a ser assassinado no deserto, a série consegue se igualmente empolgante e tensa e desconfortável como foi durante todo o ano final de Breaking Bad.
Ou seja, Better Call Saul consegue ser tão fresca como sua antecessora e tão dramática como ela, o que a torna uma atração obrigatória para os fãs da obra de Vince Gilligan. E o que é melhor: Saul não está sozinho. Mike Ehrmantraut (Jonathan Banks) está na série, desde o piloto. E Tuco (Raymond Cruz). E sua gangue. E a simples possibilidade de que, em algum momento, possamos ter uma cameo de Jesse Pinkman (Aaron Paul) ou de Gus Fring (Giancarlo Esposito) já é motivo de sobra pra acompanharmos a série.
Mais do que tudo, Vince Gilligan é um grande contador de histórias e um grande cineasta, com uma equipe criativa afinada para fazer belos enquadramentos, grandes cenas e tirar mesmo de atores pouco conhecidos atuações grandiosas.
Mas Better Call Saul é um prequel.
É uma história que você sabe aonde irá, aonde termina, como termina. Você sabe que Saul não morrerá no deserto. Você sabe o destino de Mike. E de Tuco.
Este é o problema do prequel. Você sabe qual é o destino e só resta relaxar e curtir a paisagem durante a jornada.
Ou seja, Better Call Saul é bacana, certamente a melhor estreia destes primeiros dois meses do ano. Mas ela não tem, absolutamente não tem, como te surpreender.
* * *
Better Call Saul estreou no dia 8 de fevereiro nos Estados Unidos no canal AMC. A distribuição no Brasil é feita pela Netflix. Os dois primeiros episódios já estão disponíveis para os assinantes do serviço de streaming.
As primeiras impressões de ‘Fresh Off the Boat’
08/02/2015, 19:39. Paulo Serpa Antunes
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Bem-vindo ao mundo das comédias familiares étnicas!
Pai, mãe e filhos. Durante muitas décadas, esta foi a fórmula infalível da comédia na TV americana. A grande maioria das séries giravam em torno de núcleos familiares bem definidos, oferecendo um tipo de humor feito sob medida para ser visto pelas famílias norte-americanas.
A fórmula pareceu ter se esgotado nos anos 90 do século XX e na década passada. O foco dos canais de TV passou pra comédias em ambiente de trabalho (Newsradio, Scrubs, The Office), na ênfase às relações de amizade (Friends, How I Met Your Mother, The Big Bang Theory) ou mesmo em torno do “nada” (Seinfeld).
Fora de mora, eis que as relações familiares voltaram ao topo no final de 2009, com tudo o sucesso instantâneo de Modern Family. Aberta a novas configurações familiares, a série da rede ABC está em suas sexta temporada de sucesso, não cansa de ganhar prêmios e apontou um caminho para o canal, que hoje possui um bloco sólido de sitcoms nas noites de quarta-feira.
Todas estas sitcoms, claro, giram sobre famílias. Se Modern Family é a comédia das famílias modernas, a ABC emplacou rapidamente o seu contraponto com The Middle – uma visão mais realista de uma clássica família de classe média, mostrando como a crise econômica afeta o sonho americano. No ano passado, o canal acertou mais uma bola dentro, com The Goldbergs, buscando um público telespectador mais velho explorando o saudosismo dos anos 80, a década em que a revolução tecnológica e o consumo provocou profundas transformações na rotina das famílias.
Como em time que está ganhando não se mexe, a ABC radicalizou nesta temporada e foi buscar outros tipos de família para preencher sua grade. Acertou na mosca: em Black-ish, ela discute a identidade dos negros que saíram do gueto para os subúrbios, com Cristela, reabre espaço para mostrar a luta dos latinos por ascensão social nos EUA.
E agora, com Fresh off the Boat, o canal abre um espaço inédito na TV para mostrar como é uma família asiática.
Fresh off the Boat é, portanto, paradoxal: ao mesmo tempo igual a tudo que já vimos e inovadora por colocar um novo grupo cultural no centro da ação, que nunca vimos antes.
Inspirada na biografia Fresh Off the Boat: A Memoir, do chef de cozinha Eddie Huang, e assinada pela produtora Nahnatchka Khan (criadora de Don’t Trust the B—- in Apartment 23), a série acompanha uma família taiwanesa, que migra de Washington, onde vivia cercada de iguais no bairro chinês, para tentar realizar o sonho americano em Orlando, na Flórida. Daí vem o nome fresh off the boat, expressão usada para designar os estrangeiros que emergem numa nova cultura, desconhecida.
Eddie (o ótimo menino Hudson Yang) é o narrador. Mais velho de dois irmãos, Evan (o certinho) e Emery (o que só se dá bem), Eddie sofre para se readaptar numa nova cidade. Enquanto isto, seu pai (Randall Park, com passagem por The Mindy Project) tenta emplacar seu restaurante – que curiosamente não é um restaurante chinês, mas uma churrascaria, que imita uma rede de restaurantes popular. Ainda temos a vó (Lucille Soong). Mas o destaque do elenco mesmo fica com Constance Wu, que encarna o papel da durona matriarca da família. Sempre de cara fechada, pouco afetuosa e exigindo o máximo dos filhos, ela representa aquilo que imaginamos como o estereótipo de uma família chinesa.
Aliás, este era o grande medo da imprensa norte-americana quando Fresh off the Boat foi anunciada. Em tempos de A Entrevista, esta é mais uma produção feita para debochar de uma cultura que não conhecemos? Não, não é.
A graça de Fresh Off the Boat, assim como a de Black-ish, é mostrar o conflito entre tradição e modernidade na formação da identidade das famílias.
A série é ambientada nos anos 90 e vemos um Eddie que já pouco possui da cultura de seus antepassados – o garoto idolatra a cultura hip hop, citando o tempo todo rappers como Notorious B.I.G. e Snoop Dogg e astros do basquete. Ainda assim, para as outras crianças, ele não é um americano. Deste conflito temos uma sólida premissa para uma comédia.
Divertida e com boas referências aos anos 90, o que falta nos dois primeiros episódios de Fresh Off the Boat são mais e melhores piadas. As que estão lá funcionam, mas a série parece se arrastar um pouco.
De qualquer maneira, durando ou não (na primeira semana a série teve desempenhos distintos já que ao mesmo tempo que elevou a audiência de The Middle na estreia, não foi capaz de reter a audiência de Modern Family no segundo episódio), Fresh off the Boat é uma série a ser vista por tudo o que significa. A América é multicultural e cabe a TV refletir todas estas culturas. E a vez dos imigrantes asiáticos chegou, esta é a mensagem.
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Fresh off the Boat estreou no dia 4 de fevereiro nos EUA, na rede ABC.
‘Man Seeking Woman’, a série certa para quem não aguenta mais comédias românticas
27/01/2015, 20:28. Paulo Serpa Antunes
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Na TV americana, nós sabemos, as novidades vem em ondas. Uma emissora emplaca CSI e nos próximo quatro ou cinco anos todas as concorrentes tentam criar um procedural drama igual ou melhor. Aí alguém cria Lost e, lá vam os estúdios nos empurrar um dúzia de serial dramas de mistério com elencos multiétnicos. A moda agora são os remakes de séries europeias. E adaptações para a TV de super-heróis.
E tudo isto sempre tem uma origem bem clara. Mas eu não sei o que deu em Hollywood, que este ano as emissoras deram pra apostar em comédias românticas. Talvez tenha sido o vácuo provocado pela ausência de How i Met Your Mother… Não sei dizer. Só sei que todo canal resolveu que precisava colocar no ar uma série com solteiros buscando o amor. A ABC tentou a sorte com Selfie e Manhattan Love Story. A NBC veio com A to Z e Marry Me. A Fox, que já possuía New Girl e The Mindy Project, tem uma sitcom chamada Weird Loners na fila para estrear. Só a CBS parece ter ficado imune da febre romântica.
Mas para quem torceu o nariz para os encontros e desencontros amorosos dos protagonistas de Manhattan Love Story e A to Z, eis que o FXX veio com uma série que parece ter sido pensada para satirizar todas as outras: Man Seeking Woman.
Estrelada pelo talentoso e discreto Jay Baruchel (da saudosa e fracassada comédia Undeclared) e assinada pelo jovem escritor e roteirista Simon Rich (que já passou pelo Saturday Night Live, colabora com a Pixar e já foi fruto de um artigo do The Guardian com o título Simon Rich: the funniest man in America?), a série parte do ponto de vista masculino pra mostrar como é difícil encontrar companhia nos dias atuais.
O telespectador acompanha a jornada de Josh Greenberg (Baruchel) que tenta recomeçar a vida após a separação da namorada Maggie (Maya Erskine). Ao sair da casa dela, com seu bichinho de estimação embaixo do braço e duas sacolas plásticas no lugar de malas, pássaros mortos caem na sua cabeça e uma chuva de granizo o atinge – enquanto ao seu redor tudo segue seco. A cena sinaliza o que vem por aí, uma comédia de realismo fantástico, onde o real e o absurdo convivem lado a lado.
E a fórmula funciona que é uma maravilha. Numa era de politicamente correto, seria extremamente difícil falar sobre os problemas que os homens tem com as mulheres sem ser machista (ou pior, cair na misoginia). Mas e se você sair para um encontro às cegas e a garota for realmente um troll? E se a sua ex-namorada estiver namorando um nazista, vão dizer que você é que está sendo ciumento? Veja bem, o cara não um fascistinha de direita qualquer, ele é o próprio Adolf Hitler!
É assim, indo aos extremos, abraçando absurdos, que o texto de Simon Rich vai conquistando o telespectador a cada cena e você é fisgado de vez quando Greenberg, de fracasso em fracasso, encontra ao acaso uma garota realmente legal (a fofíssima Vanessa Bayer, do Saturday Night Live).
Não é possível falar muito mais sem estragar o piloto. Apenas que a premissa da série é simples: para muitos homens é mais fácil escalar uma montanha ou ganhar o prêmio Nobel do que fazer a abordagem certa para a mulher certa. Se para você o jogo da sedução e do amor é um grande mistério, e as comédias românticas não te representam, esta aqui pode ser a sua comédia.
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Man Seeking Woman estreou no último dia 14 de janeiro nos Estados Unidos, no canal FXX. Não existe ainda previsão de exibição no Brasil.
Primeiras Impressões – Agent Carter
20/01/2015, 16:27. Mayra Gonçalves
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Se você é fã de HQ’s, sabe que o Universo Marvel é extenso e expansivo, não delimitando os personagens à apenas uma série, mas interligando-os. É interessante ver o MCU (Marvel Cinematic Universe) explorando ainda mais essa característica da Marvel, usando dos próprios quadrinhos e inovando, a fim de sempre intrigar o público que conhece bem as histórias em papel, e não deixar de fora aqueles que não conhecem a fundo o aclamado universo da Marvel.
Pois bem, o último dia 6 trouxe consigo a estreia de Marvel’s Agent Carter, na emissora ABC, no horário de Agents of Shield. As duas primeiras horas do seriado representaram bem aquele cenário noir que os anos 40 pedem, com caracterização dos personagens, ambientação do cenário e fotografia que logo já me deixaram apaixonada pela série quanto seus aspectos técnicos. O seriado optou pela qualidade à quantidade, com uma temporada curta de apenas 8 episódios, assim, é possível gastar mais por episódio resultando na qualidade de imagem que se pode observar.
Quanto à história, é importante pensar em Agent Carter como parte integrante do MCU, e não apenas mais um seriado da Marvel, mesmo que muitos pensem que o seriado será apenas uma homenagem à personagem e que seus acontecimentos não influenciarão no MCU, Agent Carter também pode ser considerada uma Avenger, além de sua importância para o desenvolvimento da S.H.I.E.L.D. Além disso, trata-se de uma obra da Marvel, se você acompanha Agents of S.H.I.E.L.D., já sabe que o seriado já está preparando o terreno para os filmes anunciados da fase três, é de se esperar que Marvel’s Agent Carter também tenha algo preparado.
O seriado começa após a Segunda Guerra, no ano de 1946. Peggy Carter trabalha na SSR, agência que provavelmente virá a ser conhecida como S.H.I.E.L.D. e, ao contrário do esperado (por mim pelo menos, que evitei ao máximo spoilers da série), é diferente da mulher respeitada como agente em Capitão América. Carter ainda é uma mulher em anos (mais) misóginos, não é vista como igual por seus colegas de trabalho. Mesmo diante disso, Peggy Carter é uma personagem feroz que não quer se provar diante das pessoas que a menospreza, ao contrário, em vários momentos durante o episódio ela usou do preconceito das pessoas para seu benefício, a fim de poder fazer o que acha correto, bem parecido com nosso queridinho Capitão.
E por falar nele, o seriado foi inteligente em colocar as cenas de Captain America: The First Avenger em flashbacks, fazendo de Steve Rogers o terceiro Avenger a aparecer na telinha (mesmo que não diretamente) depois das aparições de Maria Hill e Nick Fury em AoS. E como shipper, não podia deixar de falar que os flashbacks foram um certo golpe baixo, e lembrete do quanto eu gostei do casal no filme. Além disso, doeu ao ver que para Peggy o herói é aquele cara magrelinho de 1,73m e 40kg, na cena em que ela pega a foto dele no arquivo e praticamente ignora as fotos do Capitão América que vê todos os dias nos jornais.
Outro fato importante ligado aos filmes, agora Iron Man 2, foi ver que Anton Vanko (pai do vilão) e Howard Stark ainda trabalham juntos. Os episódios trarão vários futuros vilões das HQ’s clássicas da Marvel e vai ser interessante ver o que os produtores do seriado têm preparado para os fãs.
Ainda falando da família Stark, Jarvis de carne e osso foi uma grande e agradável surpresa – caso não se lembre, o mordomo é a inspiração para a inteligência artificial J.A.R.V.I.S (Just A Rather Very Intelligent System) que regula a vida de Tony Stark. No seriado, Jarvis assumiu o papel de sidekick de Peggy, trazendo ao seriado um ar mais leve e cômico, no mais a química de James D’Arcy e Hayley Atwell é inegável. A amizade do par será um grande trunfo para o seriado.
Todo o cast foi muito bem escolhido, e eu não poderia estar mais feliz com as atuações. Mas é claro, não podia deixar de dar um destaque maior à Hayley Atwell, pois é ela quem dá o tom todo especial do seriado. Mesmo com toda a qualidade de imagem é direção, é difícil imaginar que a série tão magnífica (sem exageros, sério) sem a irreverência da atriz britânica emprestada para a personagem.
(cuidado, a partir de agora traremos mais fatos dos quadrinhos e possíveis spoilers para a série)
Em se tratando da Marvel, não posso deixar de falar dos Easter Eggs e destaques do episódio:
– Este nem se trata de Easter Egg, mas a Roxxon é a entidade que é responsável pela morte de Howard e Maria Stark. Roxxon também já apareceu nos filmes da Marvel (Iron Man 3);
– Leviatã seria o equivalente da União Soviética para Hydra;
– Vi muitas pessoas comentando que Peggy Carter se envolverá romanticamente com alguém por causa da existência de Sharon Carter. Entretanto, originalmente, Sharon é sobrinha-neta de Peggy, mas não tenho ideia de como será a relação entre as duas no MCU. Mas, se Peggy realmente casar, a escolha óbvia seria o Agente Souza, mas não duvido se houver uma reviravolta no comportamento do personagem de Chad Michael Murray (me desculpem, mas não lembro o nome).
– Algo me diz que a personagem de Lyndsy Fonseca vai aumentar seus horizontes. No alto de toda aquela astúcia, não é difícil imaginar que ela logo descobrirá o segredo de Peggy. Quem sabe ela não se torne uma agente futuramente?
– Peggy foi retratada como igual ao Capitão América, mesmos ideais, mesma paixão ao lutar por eles. Usaram até a mesma paleta de cores de Steve nas roupas de Carter.
* * *
Agent Carter estreou nos EUA no dia 6 de janeiro, na rede ABC. No Brasil, a série estreou no último dia 15 de janeiro, quinta-feira, no canal Sony.
Primeiras Impressões: Galavant
08/01/2015, 22:30. Lucas Victor
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Em 2009 a Fox inovou ao reintroduzir o gênero musical à TV com Glee, que foi um sucesso de público e crítica (no seu início, é claro), e fez com que as pessoas se acostumassem a assistir musicais. Desde então outras emissoras americanas tentaram entrar nessa onda, como a NBC, que apostou na hoje cancelada Smash que abordava os bastidores de um musical da Broadway sobre Marilyn Monroe, e a ABC, que parece ser a mais bem sucedida no gênero atualmente, primeiro lançando Nashville, que acompanha o cenário country americano, e agora com Galavant, que tudo indica pode se tornar a mais bem sucedida de todas as séries musicais até agora.
Galavant foi criada por Dan Fogelman, famoso por roteirizar animações de sucesso como Enrolados, Carros 1 e 2 e Bolt, além de ser criador da série de comédia The Neighbors, também da ABC. A série conta a história de Galavant (Joshua Sasse), um cavaleiro medieval heroico e destemido que sai em uma jornada para reconquistar sua amada Madalena (Mallory Jensen) e destruir o Rei Richard (Timothy Omundson) que a “roubou” dele.
O primeiro grande mérito de Galavant até agora é com certeza a trilha sonora, pois de todas as séries musicais lançadas recentemente essa é a primeira que se encaixa nos padrões básicos de um musical, com as músicas introduzidas na história e ajudando a contá-la, diferente de Glee que é o que chamamos de “jukebox musical”, que usa músicas reais adaptadas, e até mesmo diferente de Smash e Nahsville, que apesar de terem composições originais elas não narram a história em si. Isso já torna a série extremamente inovadora. E para contribuir ainda mais, a trilha da série é composta por ninguém menos que Alan Menken, um dos maiores compositores de todos os tempos e que mantém o recorde de maior ganhador de Oscars vivo (8 estatuetas). Se você não está o reconhecendo pelo nome darei uma dica: ele compôs a trilha sonora da infância das crianças dos anos 90 (estou incluso nessa), com trilhas de filmes como A Pequena Sereia, A Bela e A Fera, Aladdin e Pocahontas, entre outros. Aliado ao letrista Chris Slater (que também trabalhou com ele em Enrolados), os dois provam a que vieram com músicas extremamente cativantes e engraçadas, destaque para a música-tema da série (que se você já assistiu provavelmente está com ela na cabeça desde então) e Maybe You’re Not the Worst Thing Ever, apresentada no segundo episódio.
Pessoalmente eu preciso dizer que estou muito satisfeito com Galavant, assim como todos os fãs de musicais também devem estar. Uma série musical autêntica, com músicas compostas por nada menos que gênios, boas atuações, e genuinamente engraçada, algo raro de se encontrar nas comédias americanas atuais, e com todas as boas críticas e audiência igualmente satisfatória, tudo indica que desta vez a ABC acertou em cheio e Galavant irá se manter na programação, mas principalmente, sem cair no lugar comum das séries de comédia atuais, nós não queremos isso, e Isabella também não
* * *
Galavant estreou nos EUA no dia 4 de janeiro, pela rede ABC. Não há previsão ainda de estreia no Brasil
Primeiras Impressões – Constantine
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Constantine estreou pela NBC dos Estados Unidos na sexta-feira, dia 24, de carona com o retorno de Grimm com sua quarta temporada. A série é baseada no personagem da história em quadrinhos Hellblazer, da Detective Comics, ou DC Comics.
No cinema, o personagem foi interpretado por Keanu Reeves (Matrix), em 2005, em um filme que mostrava um Constantine com câncer no pulmão e auxiliando uma policial a investigar o misterioso suicídio de sua irmã gêmea. O longa foi dirigido por Francis Lawrence, que também assina a direção dos filmes da saga Jogos Vorazes. No elenco também estavam Rachel Weisz (de A Múmia e O Retorno da Múmia) e Shia LaBeouf (da saga Transformers).
A série Constantine é escrita por Daniel Cerone (Dexter) e David Goyer (filmes do Batman, de Christopher Nolan, e O Homem de Aço). O seriado tem direção de Neil Marshall (Centurião e Game of Thrones). Assista o trailer da premiere da série aqui.
“Meu nome é John Constantine e eu sou um exorcista. No meu trabalho, há dias em que você precisa esquecer, mas alguns você nunca irá.”
John Constantine
John Constantine (Matt Ryan, de Criminal Minds) se intitula um exorcista, mas à primeira vista mais parece um trapaceiro e um homem irreverente. Devido ao seu conhecimento sobre o mundo oculto, John torna-se uma espécie de detetive sobrenatural. O personagem, criado em 1985, foi inicialmente recorrente na Saga do Monstro do Pântano da DC Comics, antes de ganhar sua própria série de quadrinhos.
O piloto de Constantine, Non Est Asylum, mostra John em um manicômio, até que um demônio aparece com um recado para ele. Liv (Lucy Griffiths), a filha de um velho amigo de Constantine, corre risco de vida. Assim, John abandona o manicômio e, com a ajuda de Chas (Charles Halford), salva a vida de Liv diversas vezes, ao mesmo tempo em que tenta entender o que está acontecendo.
Griffiths interpretou Liv no primeiro episódio da série e, apesar de parecer que viraria um dos personagens principais do seriado, ela já deixa o elenco. Ainda precisamos acompanhar o desenrolar da história, mas a saída dela já parece uma pena. Na estreia da série, Liv é marcada de morte por um poderoso demônio que controla a eletricidade, tudo porque ela tem o poder de ver o mundo como ele realmente é: assombrado por criaturas ocultas. Esse dom de Liv poderia ser de grande ajuda para Constantine.
Além de salvar Liv, John é atormentado por Astra, uma menina que ele não conseguiu salvar e que hoje está condenada a passar o resto da eternidade no Inferno. Constantine também é assombrado pela necessidade de encontrar a mãe, morta quando ele nasceu, e pelo fato de ter a alma condenada ao Inferno. Ao encontrar Manny, seu anjo protetor, John percebe que pode achar uma forma de livrar sua alma, ajudando os anjos a salvarem o mundo dos demônios.
Nas histórias dos quadrinhos, e também no filme, John Constantine é um fumante inveterado que tem câncer de pulmão e é curado quando faz um trato com os demônios. Na série, devido a uma legislação americana que proíbe personagens fumando na televisão aberta, esse hábito de Constantine foi colocado de lado. No entanto, mais informações sobre isso devem ser apresentadas ao longo dos episódios. Em Non Est Asylum, John passa o tempo todo com um isqueiro, com um tique nervoso que o faz abrir e acendê-lo. No final, ele aparece apagando um cigarro no bar e logo depois usa o isqueiro para fazer aquele efeito com o fogo nas mãos, imagem muito utilizada na divulgação da série.
O ponto forte do personagem é a sua personalidade. Constantine é engraçado, não faz questão alguma que as pessoas gostem dele ou o achem um maluco, ao mesmo tempo em que ele próprio satiriza sua realidade. Com todo o seu jeito de menino mau e com a gravata largada, Constantine é um personagem inspirador. Ele traça objetivos concretos, mesmo não entendendo a grande parte dos motivos das aparições dos demônios, e larga tudo para defender a filha de um velho amigo. Constantine parece um homem insuportável, mas é cativante.
Vale ressaltar que o episódio de estreia de Constantine tem algumas diferenças para o que vazou anteriormente. Na última versão, na cena em cima do telhado onde John salva Liv, o demônio que se apossou do corpo do vigia, toma a forma do corpo de Constantine, mas uma versão bem piorada, podemos dizer. Ele tenta mostrar para John como ele vai ficar quando ir para o Inferno.
Já no final, no bar, John não conversa com Liv, mas sim com Chas. A passagem de Liv pelo incidente na esquina da Avenida Edgewood, ao invés de encorajá-la a caçar demônios com John (como seria a intenção no primeiro piloto), na realidade a afasta da ação nessa nova versão da estreia de Constantine. Essa cena explica a saída de Griffiths do elenco da série. Para John, isso foi uma forma de protegê-la. No entanto, apesar de preferir agir sozinho, o final do episódio mostra – e com uma forte referência às HQs – que uma nova mulher pode aparecer na vida de Constantine logo no próximo episódio.
As adaptações dos quadrinhos para as telas da televisão e do cinema estão em alta. A DC Comics, além de Constantine, também trabalha as adaptações de Novos Titãs, Supergirl, The Flash e Gotham. Em setembro, também foi confirmada a encomenda de um piloto de Lucifer, uma adaptação da história em quadrinhos de Mike Carey sobre as aventuras do anjo caído, Lucifer Morningstar.
“Eu ando sozinho, pois, sejamos honestos, quem seria louco o suficiente pra me acompanhar?”
John Constantine.
‘Cristela’ é a comédia certa para pensar o atual momento do Brasil
24/10/2014, 10:51. Paulo Serpa Antunes
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A esta altura você já deve ter visto alguns pilotos das nova séries e ter escolhido uma ou duas comédias novas pra seguir: Selfie tem a dose de narcismo certa pros novos tempos, Manhattan Love Story é fofa; Black-ish é o novo The Cosby Show; Marry Me tem a Casey Wilson.
E tem Cristela. Que você certamente não viu. Quase ninguém está vendo.
Cristela estreou no último dia 10 de outubro, numa noite de sexta-feira, um dos dias mais irrelevantes da TV americana, completando a grade da rede ABC após a exibição de Last Man Standing, que é certamente a comédia mais irrelevante da TV americana na atualidade.
Mas não há nada de irrelevante em Cristela. Estelada pela comediante Cristela Alonzo, roteirista do humorístico Mind of Mencia, a série, após duas semanas no ar, vem se sustentando (e, sinto informar, está melhor de audiência que Selfie e Manhattan Love Story, que caminham a passos largos pro cancelamento).
Se Black-ish é a nova comédia afro-americana da TV, Cristela é a nova comédia latina da TV. Mas veja bem, ela não é latina como a Gloria e o Manny em Modern Family. É latina classe C, latina de quem sua a camisa fazendo a faculdade e trabalho, latina que mora de favor na casa da irmã, com o cunhado no pé, dois sobrinhos e a mãe. É uma série que não temos na TV aberta desde 2010, quando Ugly Betty saiu do ar.
Cristela me surpreendeu positivamente, quando tudo apontava para o contrário. Esteticamente é feia: parece sitcom da Disney Channel, ou da ABC Family, só que ainda mais barata. E sua protagonista de longe não tem o charme que se espera de uma protagonista – nem digo beleza, porque Tina Fey, Melissa McCarthy e Mindy Kalling, entre tantas outras grandes atrizes, já deixaram esta questão há muito para trás.
O que é que a Cristela tem? O roteiro do episódio piloto é redondinho, mesclando um humor muitas vezes familiar-infantil, mas também com uma boa pegada de piadas sobre a cultura dos imigrantes hispânicos. Em um determinado momento, a mãe de Cristela (Terri Hoyos, coadjuvante em Cold Case) explica porque a filha foi confundida pela filha do chefe com uma faxineira:
– Você não pode ensiná-los que só porque todos os zeladores são latinos, nem todos os latinos são zeladores.
Mas além de fazer rir, o piloto fala ao coração, com a história de superação pessoal de quem, às vezes apoiada pela família, às vezes sob a desconfiança dos familiares, ambiciona um outro horizonte, e luta para fazer a faculdade, e fazer o estágio e construir uma carreira e um futuro muito maior do que aquele que seus pais imaginaram.
Neste final de semana de eleições, que encerramos um período em que estamos reavaliando as conquistas de nossas vidas, das nossas famílias e da sociedade brasileiras nos últimos 12 anos, a jornada desta texana hispânica da rede ABC pode dizer um tanto sobre nós também.
Acabei o piloto pensando em como é importante uma sociedade que possui os mecanismos que permitem a ascensão social. Possivelmente nem é esta a intenção da série – apenas rir e criar um universo com o qual os imigrantes dos EUA possam se identificar. Mas se uma série leva você a fazer este tipo de reflexão, bom, esta é uma série que você não pode desprezar.
* * *
Cristela vai ao ar nas sexta-feiras nos EUA, na rede ABC, e ainda não tem previsão da exibição no Brasil A série está sendo legendada em português pela @LikaPoetisa e as legendas estão disponíveis no site legendas.tv.
Primeiras Impressões – The Affair
14/10/2014, 12:26. Tati Leite
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Começo sendo bem honesta. Resolvi assitir The Affair pelo elenco. Principalmente para objetificar Dominic West e Joshua Jackson. Sabia muito pouco sobre o plot da série e esperava um novelão, mesmo sendo uma série do Showtime. Estou feliz de ter sido enganada, já que o que vi foi um piloto daqueles que você chega ao final pensando quantos dias faltam para o episódio seguinte.
Tudo começa com Noah Solloway (Dominic West) e sua rotina familiar. Ele e a esposa Helen (Maura Tierney) estão se preparando para sair de férias com os filhos. No meio da cena ouvimos a voz de Noah e nos damos conta que vemos uma lembrança do personagem. Ele está respondendo perguntas sobre como tudo começou, deduzo que o caso extraconjugal, mas a verdade é que nem isso é deixado claro. Então vem um corte, e a história volta. Dessa vez é Alison (Ruth Wilson) contando sua versão dos fatos.
A história contada pelos dois personagens tem pontos de vistas bem diferentes. Fica claro que eles estão dando depoimento sobre alguma morte. De quem não sabemos, mas de alguma maneira a relação deles tem a ver com o assunto.
Paralelo a isso conhecemos um pouco da história de cada um com suas famílias. Helen aparece bem menos que Cole (Joshua Jackson). Sabemos mais do pai dela, um homem muito rico e, pelo ponto de vista de Noah, insuportável.
Cole e Alison estão numa relação tumultuada devido a uma tragédia pessoal que nesse início não nos é deixado claro como exatamente aconteceu. A forma de contar a história lembra muito Damages, nada o que é apresentado parece ser exatamente verdade. Pelo que percebi a ideia é justamente deixar o público criar suas teorias e ir soltando algumas pistas no caminho.
Com relação a atuação, os quatro atores principais estão muito bem. Joshua Jackson está fazendo aqui seu papel mais maduro e com certeza mais complexo. Não está ali para ser o personagem “apaixonável”, arrisco a dizer que iremos odiá-lo em muitos momentos. Mais o destaque é mesmo Ruth Wilson. Ela faz a atuação parecer algo simples. Eu não consegui saber qual Helen é a real, se é que a de verdade nos foi apresentada. The Affair já entrou para lista de pilotos que mais gostei de assistir.
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Ainda não há informações sobre a exibição da série no Brasil. Nos EUA ela foi ao ar no dia 12/10 e terá exibição semanal, sempre aos domingos.
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