TeleSéries

‘Sleepy Hollow’: 8 lições de moda que Ichabod Crane aprenderia vendo TV
06/12/2013, 00:58.
Gabriela Pagano
Colunas e Seções, Estilo
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Desde que ele apareceu nas telas da Fox, na fall season desse ano, Ichabod Crane fez a cabeça e ganhou o coração dos fãs. É que o protagonista da série Sleepy Hollow parece ter saído de um sonho: ele é alto, tem olhos azuis e pequenos, cabelos esvoaçantes e um sorriso irônico. Não bastasse tudo isso, é só ele começar a falar para a gente perceber outro atributo cheio de charme do moço: o sotaque britânico!
Crane é interpretado pelo inglês Tom Mison, de 31 anos, um aclamado ator de teatro – com pequenas passagens pelo cinema e, mais expressivamente, pela televisão britânica – e que faz sua estreia na TV americana. Mison, que já derreteu corações ao viver o fofíssimo Mr. Bingley na série da ITV Lost in Austen, uma versão moderna de Orgulho e Preconceito, namorou por três anos a atriz-queridinha Carey Mulligan.
Mas desde que atravessou o Oceano Atlântico e desembarcou no vilarejo de Sleepy Hollow, no estado de Nova Iorque, ele conquistou uma legião de fãs no mundo inteiro e foi eleito, pelo site especializado E!, o Fall TV Crush da temporada! E olha que ele nem precisou de muito para isso, não. Ichabod Crane é ironizado pelos admiradores, nas redes sociais, porque veste sempre a mesma roupa. Para quem não conhece a série, Crane morreu há 250 anos, durante a Guerra da Independência dos Estados Unidos e, devido a um feitiço lançado por sua mulher, Katrina (uma bruxa), ele acorda nos dias de hoje e precisa lidar com as modernidades do século 21. Desde que a série começou, há nove episódios, ele praticamente não tirou a roupa do corpo (e até entrou na lista de um site americano sobre 10 personagens que nunca trocam o figurino). Eca!
O assunto é levado a sério. Tom Mison já disse que uma das primeiras perguntas que ele ouve, sempre que encontra espectadores e jornalistas, é quando Ichabod irá usar novas vestimentas. O criador do programa, Alex Kurtzman, garantiu que, muito em breve, o personagem secular irá descobrir os benefícios de se ter uma roupa lavada. Mas convenhamos que apenas a roupa limpa não é o suficiente. Ichabod precisa ficar mais antenado na moda! Apesar de seus trajes terem uma pegada militar – uma tendência das passarelas, nas últimas temporadas -, eles não são exatamente… contemporâneos.
Como o Natal está próximo e essa é a última coluna Estilo do ano, proponho uma brincadeira: e se, depois de descobrir as maravilhas da Internet, Ichabod fosse apresentado ao controle remoto ou ao Netflix e, então, conhecesse o mundo encantado das séries televisivas? Ele, com certeza, iria ter noções de estilo através de vários personagens da telinha. Listamos abaixo algumas lições fashion que Crane deveria aprender com os seriados – ele pode até pedir de presente de Natal para a amiga Abbie (Nicole Beharie). A gente sugere algumas peças… E, de quebra, quem sabe elas sirvam de inspiração para o presente daquele amigo secreto que você, leitor, foi convidado. Pegue o carrinho!
1) Os suspensórios de Chuck Bass!
Chuck Bass, o vilão da série Gossip Girl, além de ter um estilo bastante tradicional e “engomadinho”, era um cara que sabia se adaptar conforme a situação. Para o jogo de golfe, nas horas de folga, ele escolheu um suéter com estampa argyle (o xadrez em losangos), que “combinava descombinando” com as meias geométricas, além de bermuda. Se a ocasião era formal, Chuck não inventava moda, não. Camisa, calça social e gravata, o trio de ouro. Os suspensórios davam uma turbinada na produção. Por falar nisso, uma das principais críticas por parte dos fãs de Sleepy Hollow (pessoas exigentes) é que Ichabod anda muito magrinho. Como já basta um cavaleiro que perdeu a cabeça na história, ninguém quer outro personagem perdendo as calças. Como Crane anda muito ocupado, combatendo as forças sobrenaturais da série, e não vai ter tempo para enfrentar a academia, o jeito é investir no acessório (quase de segurança). Coloca no carrinho!
2) O color block do Nolan…
O Nolan, de Revenge, é provavelmente um dos personagens mais fashionistas das séries. Assim como Chuck, ele frequenta as luxuosas propriedades dos Hamptons, cidade litorânea nas proximidades de New York City. E como Nolan gostar de “chegar chegando”, como minha avó sempre diz, ele investe nas cores vibrantes, de preferência, tudo junto – uma tendência também conhecida como color block (ou o bloco de cor).
Okay, okay, Ichabod. O color block pode ser, assim, pedir um pouco demais para um homem tão… tradicional… como você. Mas não muda de canal, não, continuemos em Revenge…
3) Xadrez is the new black, não é Jack?
Nem pretinho, nem laranja (Orange is the new black, hã, hã, entenderam?). No moderno ano de 2013, o xadrez é o “novo pretinho básico” e se adéqua a qualquer contexto, além de estar disponível em cores e modelos diversos. Então, compre várias camisas, que vale o investimento. O Jack Porter, de Revenge, consegue variar bastante usando, quem diria, a mesma estampa.
4) Xerife Graham: um galã todo trabalhado no couro e coletinho.
Se existe outro personagem capaz de fazer espectadoras suspirarem ao redor do planeta, ele é o detetive Graham, de Once Upon a Time. Graham é interpretado pelo também britânico Jamie Dornan (que ganhou o papel de protagonista de 50 tons de cinza) e as coincidências não param por aí: ambos têm mais de 30 anos, são altos, loiros, barbados e de olhos claros. Nada mais justo que Ichabod também compre uma jaqueta de couro militar e combine com um coletinho. Um visual para inglês nenhum botar defeito!
Ainda não acabou, há muito o que mudar!
5) Schmidt… Uma fonte inesgotável de estilo.
Quem assiste New Girl sabe que Schmidt passa vinte e quatro horas do dia pensando em como ser — ainda mais — bonito. O metrossexual mais metrossexual da telinha está por dentro de todas as tendências de roupas e cosméticos. Por isso, quem acompanha New Girl também sabe que aquele “casaquinho de vovô”, feito de lã ou linho, com botões na frente, não se chama apenas “suéter”, mas “cardigã”, e voltou à moda já faz algumas temporadas.
Mas como Schmidt é uma fonte inesgotável de lições fashionistas – Crane deveria era fazer uma maratona de New Girl (só não sugiro um box da série porque não se encaixa em presentes de moda) -, em um episódio da primeira temporada, o rapaz apareceu usando um tênis de cinco dedos que vibrava (exercitando dedos e tornozelo). O que dizer das botas de Crane? Antigas e nenhum pouco ortopédicas.
6) Bazinga! Amo/sou nerd.
Toda pessoa atualizada que se preze já assistiu a um episódio de The Big Bang Theory – e 99% delas ficou viciada. Ser geek está na moda e, mesmo que você não seja um de verdade, acredite: em algumas situações, você será obrigado a fingir que é! Por isso, melhor garantir a camiseta com a estampa “Bazinga!” (o bordão do personagem Sheldon) no guarda-roupas. Ela é um verdadeiro clássico entre os nerds de hoje e é facilmente encontrada em lojas virtuais do nicho geek. Ichabod Crane já foi apresentado ao computador… E já que é para ser nerd, não dá para ir até a loja comprar. Em pleno século 21 ainda? No way. Vista a camisa e faça novos amigos.
Até que não ficou estranho.
7) The Voice Brasil: lenço e turbante, para salvar o pescoço (e a cabeça).
Nesse mundo globalizado em que vivemos, Ichabod Crane assinou a Globo Internacional e segue acompanhando o The Voice Brasil. Assistindo ao reality show brazuca, ele pode perceber a elegância dos lenços do técnico Lulu Santos, conhecido por ter uma coleção do acessório. Afinal, em uma série em que muita gente já foi decapitada pelo cavaleiro do Apocalipse, nada melhor do que proteger o pescocinho. Ou, ainda, ele pode se inspirar em um dos turbantes de Carlinhos Brown para que, assim como o jurado, ele possa proteger sua cabeleira esvoaçante. Quase uma versão masculina da Carrie Bradshaw.
8) Não é o filme do Tim Burton, mas… mãos de tesoura!
Calma, calma! Não estamos sugerindo que Crane decapite ninguém por aí usando uma tesoura. Credo! Mas vamos falar a verdade: que cabelo mais sem corte esse do Ichabod! Assim que providenciarem roupas limpas (e novas?) ao protagonista de Sleepy Hollow, deveriam pensar também em uma passagem pelo cabeleireiro. Não precisa ser nada radical, basta aparar as pontas. O Caleb, de Pretty Little Liars, mantém os fios mais compridos na parte de trás e um leve repicado na frente.
Muito juvenil? Tudo bem. Há outra opção. Quem aí ainda não reparou no charme maduro de Killian, o irmão misterioso de Witches of East End? O moço também investe no repicado na parte frontal do cabelo e deixa quase uma falsa franja na altura dos seus lindos olhos. Ichabod Crane, como já dissemos, não deixa nada a desejar nesse quesito “ocular”. Ah, e já que ele vai estar na cadeira do cabeleireiro, aproveita e faz uma hidratação… está precisando! Será que Ichabod aprovaria nossas dicas?
Por enquanto, a (prometida) passagem pela lavanderia já é um avanço. Tudo bem que Ichabod é apegado às suas roupas, porque elas são as únicas coisas que o ligam com o passado – e a gente te ama assim, Ichabod, cafoninha. Mas não precisa ser apegado com os germes, né? Sabão em pó neles! Sabão… em pó… Ichabod. ;/
Chapeleiro maluco: os chapéus fazem a cabeça das personagens da TV
01/11/2013, 18:30.
Gabriela Pagano
Colunas e Seções, Estilo
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O chapéu é daqueles acessórios cobiçados por muita gente, mas poucas (ou nenhuma) são as ocasiões para usá-los. Muitas vezes, a gente fica babando pelos modelos apresentados nas séries de TV e, quando passa na loja corre para o provador, faz poses com ele na frente do espelho, acaba deixando ali mesmo, na prateleira – se leva para a casa, eles ficam é na prateleira do quarto.
Tem gente que diz que, no Brasil,o chapéu não é comum porque é muito calor para usá-lo na rua, no dia-a-dia. Mas a origem do charmoso acessório, que se deu milhares de anos antes de Cristo, ainda na pré-história, foi justamente para proteger a cabeça dos trabalhadores do sol. O chapéu era usado sobretudo pelos homens, que, além de sair para caçar, também defendiam as mulheres de quaisquer ameaças. Mais tarde, os chapéus foram ganhando modelos mais refinados e trabalhados e viraram sinônimo de status social. Até hoje, é um pouco assim – quem acompanha o cotidiano da família real inglesa, por exemplo, sabe que, tão importante quanto escolher o vestido adequado, é saber que chapéu vai usar.
No “mundo real” a história é outra, não é tão fácil adequar o chapéu à vida corrida e sem nenhum glamour. Eu mesma acho o acessório lindo de viver, mas não teria coragem de desfilar com ele por aí e admiro quem enfrenta apelidos como “Robin Hood” e “Peter Pan” numa boa. Se um dia, entretanto, eu fosse visitar Paris, gostaria de ter um chapéu na minha foto em frente a Torre Eiffel, porque né, aprendi com Gossip Girl (nunca saí do país, mas amigas já me disseram que, mesmo na Europa, ao contrário do que a gente pensa, precisa, sim, ter alguma ousadia para usá-los, eles não são tão comuns por lá quanto parecem).
Reprimido ou não, uma coisa é certa: o amor pelo chapéu prevalece em 8 a cada 10 corações humano-fashionistas (fontes: eu mesma). E no coração dos personagens da telinha, também! Sendo assim, que tal se inspirar neles para escolher seu modelo preferido?
Clochê (abaixo): mais usado nas produções de época, já que o modelo fez sucesso nos anos 20, com seu formato de sino (“clochê” é a palavra francesa para sino). Eu acho um charme, mas complicado de usar nos dias de hoje. A não ser que você pratique hipismo ou use roupas elegantes.
- A Blair Waldorf era uma das mais adeptas do modelo clochê
- Blair Waldorf
- A Quinn Fabray, de Glee, também fica linda com o modelo!
Chapéu coco (abaixo): esse modelo é mais comum e vai com qualquer tipo de roupa. Ele dá bastante estilo e personalidade à produção (combinado com óculos grandes, dá um ar meio rock, meio hipster). Ele tem copa redonda e aba curvada, tendo se popularizado entre os homens britânicos depois da Primeira Guerra Mundial. Não por acaso, ele era uma das marcas registradas do ator inglês Charles Chaplin.
- Boardwalk Empire
- New Girl
- The Vampire Diaries
Fedora: um dos mais famosos, geralmente feito de feltro, com abas pequenas ou médias, viradas para cima, e meio afundado no topo. O modelo também é conhecido como “Al Capone”, por ter sido muito utilizado pelo lendário gangster americano – e, por isso, o modelo é relacionado à classe dos mafiosos.
- Vira e mexe, a Jessa, de Girls, aparece usando um chapéu. O modelo fedora acompanhava a handbag da Louis Vuitton
- A Jessa combinou seu fedora com um lenço com estampa de poá. Antenada!
- Em The Vampire Diaries, Tyler ficou irresistível com o acessório
Matinê: outro modelo popular, com abas grandes e bem estruturadas. Embora possa ser feito de tecido, a versão de palha é bastante conhecida dos brasileiros e usada na praia.
- Hart of Dixie
- Gossip Girl
- Scandal
Panamá: provavelmente, o mais famoso de todos os chapéus. Nem pense que ele foi inventado no país de mesmo nome, não. A origem do chapéu é o Equador. Dizem que o acessório recebeu esse nome porque o presidente americano Theodore Roosevelt usou um modelo desses em uma visita ao Panamá. Apesar de lembrar um pouco o modelo Fedora, o chapéu Panamá é feito de palha. Muito estiloso!
- Hart of Dixie
- Gossip Girl
Floppy: o modelo mais parecido com o “chapéu das bruxas”. Tem abas largas e arrendondadas, levemente dobradas para cima, dando a impressão de “ondas”, movimento.
- Girls
- Gossip Girl
Mas quando eu digo “largas”, não quero dizer exatamente isso…
Fascinator: de porte pequeno, ele é usado na lateral da cabeça.
- A “certinha” Blair
- A “ousada” Lucy
- A “moleca” Jess
- A “antenada” Shoshanna
- A “sensual” Caroline
Casquete: são extravagantes e conhecidos por serem um dos modelos preferidos da Duquesa de Cambridge, Kate Middleton. Os casquetes são maiores que o modelo fascinator e também são inclinados.
Cartola: esse dispensa apresentações! As cartolas são altas, arredondadas e, dependendo da composição, pode ter um ar formal ou divertido.
- Hart of Dixie
- Copper
- Copper
Turbante: o turbante não é exatamente um chapéu, mas fez a cabeça de muitas atrizes e personagens nas últimas temporadas. Assim como o chapéu, o turbante protege do sol e dá o maior estilo à produção. A (versão cinematográfica de) Carrie Bradshaw foi uma das primeiras adeptas da tendência.
Então, é isso. Já escolheu seu modelo preferido? Agora, crie coragem e saia arrasando por aí
Até mês que vem! Não esqueça de pegar seu chapéu na saída.
De tirar o chapéu: o estilo dos bruxos!
04/10/2013, 14:00.
Gabriela Pagano
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‘Pushing Daisies’: revisite os cenários da série inspirada por Amélie Poulain
06/09/2013, 16:16.
Gabriela Pagano
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Setembro chegou há quase uma semana e esse deve ser o mês do ano recebido com mais sorrisos por metro quadrado. Primeiro, porque o “mês do desgosto” ficou para trás. Depois que, não por acaso, setembro é o mês da primavera e tudo na vida volta a ser flores. Por último, mas não menos importante: é quando a FALL SEASON (assim, de uma alegria histérica) tem início na TV americana.
Não sei se é só comigo, mas início de fall season sempre me fez lembrar séries já canceladas e que, portanto, não vão voltar. E, por mais dramático que isso possa parecer, todo fã de seriado sabe a dor de se tornar órfão de um programa querido. Ei! Espera… Séries canceladas, flores e metro quadrado. Que outro seriado, senão Pushing Daisies, tem mais flores por metro quadrado e jaz lá no fundo da nossa memória-barra-coração-partido?
ESPECIAL | GUIA DE ESTREIAS – Fall Season 2013/2014
Pushing Daisies era protagonizada por Anna Friel e Lee Pace e tinha uma das histórias mais “chameguinho” de todos os tempos. O Ned (Pace), que fazia as tortas de morango mais gostosas de que se tem notícia, tinha um dom especial: ao tocar em uma coisa morta, ele a trazia de volta para a vida, mas, se a tocasse novamente, então, essa coisa morreria para sempre (poderia ser uma pessoa, um animal ou até uma fruta apodrecida). No primeiro episódio, depois de muitos e muitos anos, ele reencontra o amor de infância dele, Chuck (Friel). Sabe onde? Em um caixão! Ele, então, a traz de volta ao mundo dos vivos e, desde então, a dupla apaixonada precisa vencer o desejo que um tem de tocar o outro e viver um amor, assim, “à distância”, ainda que os dois dividissem o mesmo quarto. Pushing Daisies, criada por Byran Fuller (Hannibal), foi cancelada em 2009 e, na época, o desespero dos fãs fiéis foi tão grande que alguns deles até se propuseram a enviar tortas e girassóis/margaridas (“daisies”, em inglês) para a ABC a fim de tentar convencer a emissora a reconsiderar o cancelamento.
Não eram apenas os personagens fofinhos que cativavam os espectadores, não. Os cenários da série tinham cara de casa de vó, aconchegantes. Quando a gente começava a ver um episódio, queria logo ver vários seguidos, para não precisar sair de lá.
O cenário principal de Pushing Daisies era a The Pie Hole, a charmosa confeitaria do Ned. No exterior, a construção tinha formato de torta e janelas redondas, bem retrô. Lá dentro, tudo seguia o formato oval (os lustres eram um show à parte; Olive que o diga), exceto o piso, que era quadriculado, tipo caderno de caligrafia do primário.
As paredes de tijolo, já no interior da cozinha, onde as tortas eram preparadas, davam um ar mais rústico e sério ao lugar.
As paredes, aliás, eram verdadeiras obras de arte espalhas pelos outros sets. Dava vontade de entrar na tela, de tão fofos. O que predominava era o papel de parede – que a gente via muito, nos anos 1990, depois sumiram e, recentemente, viraram tendência no design de novo.
O apartamento da Olive (Kristin Chenoweth) era o meu preferido! Tudo ali tinha temática floral. Tudo mesmo! Não importava se a parede estivesse estampada com flores… Sofá e almofadas também seriam assim (inclusive os pijamas da garçonete-diva). Na vida real, ficaria cansativo morar em uma casa desse jeito, mas, na tela, funcionava bem. Dizer o que da Olive? Uma florzinha de gente!
Até os utensílios domésticos esbanjavam elegância e não estavam ali por acaso. Jogo de xícaras de porcelana, abajures e TV vintage deixavam o cenário ainda mais convidativo para o chá e boa conversa!
O quarto da Olive era menos “menininha”, mas também era milimetricamente planejado. Papel de parede, roupa de cama, carpete, cabeceira da cama, poltrona, tudo na mesma estampa. Ela quase não gostava de combinar…. Para quebrar um pouco a monotonia, alguns objetos delicados foram colocados sobre cômodas e criados-mudos. Tudo bem romântico.
O quarto do Ned, é claro, não tinha papel de parede floral. Nem por isso, o cenário perdia o charme. O papel usado no cantinho dele era todo listrado em vermelho e amarelo – as cores das tortas! O cômodo, se fosse divido ao meio, teria duas partes iguais: camas e tapetes idênticos, além do criado mudo e o abajur simples. Uma das cenas mais emocionantes do seriado aconteceu entre essas quatro paredes (está abaixo)!
Mas se o quarto do Ned não era cheio de meiguices, o telhado era um mundo encantado à parte. Além de possuir muitas flores, Ned criava abelhas (e mel) ali. Tudo para agradar a amada, já que apicultura era o grande passatempo da Chuck. Até algumas luzinhas estavam penduradas ali…
O bom gosto na hora de mobiliar a casa vem da infância. Quando criança, Ned morava em uma casinha com papel de parede floral (sempre ele), toalha quadriculada na mesa (algo que, mais tarde, ele levou para a confeitaria) e cortinas amarelas de galinha (bem, essa, ele deixou só no passado mesmo)!
Já o quarto dele era tudo “combinandinho”, como a gente diz. O papel de parede de cowboy combinava com o carpete no chão. Além disso, os objetos pendurados na parede reforçavam o tema do quarto. É muita preocupação com os detalhes!
Mas não pense que essa preocupação se limitava apenas aos sets usados com frequência na atração. Em uma das casas que pertencia a uma personagem que apareceu em apenas segundos de um episódio, é possível ver que Pushing Daisies não economizava na hora de brincar de casinha. O cenário em questão parece ou não uma casa de boneca? Os arranjos de flores são um show! A lareira dá a impressão de aconchego, conforto, e as luminárias de parede (que também aparecem na The Pie Hole) fazem a gente recordar os castelos nos filmes da Disney.
Pushing Daisies é levemente inspirada no filme francês O Famoso Destino de Amélie Poulain (um dos preferidos do criador Bryan Fuller), algo que fica perceptível não apenas pelo narrador que adora contar o tempo, mas, inclusive, pelos sets de filmagem – o café em que Amelie trabalhava e as paredes (cheias de pequenos quadros) do quarto dela são parecidos com os cenários da série.
Ficou com saudade? Dá vontade de trancar a Chuck e o Ned dentro de casa e não deixar que eles saiam mais, né? Pois bem… Agora, vamos ao balde de água fria, ao choque de realidade.
Isso…
Na verdade, era assim…
E nem ouse querer pular lá embaixo, porque…
Hm, não vai dar.
A boa notícia é que o Bryan Fuller já disse que pretende, sim, ressuscitar a série (poético, não? vai render trocadilhos). Mas, dessa vez, em forma de filme!
O Ned te acompanha até a saída…
Volte sempre!
“A gosto”: os papais charmosos e versáteis das séries de TV
02/08/2013, 17:59.
Gabriela Pagano
Colunas e Seções, Estilo
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É muito comum a gente ouvir os homens dizerem “Tenho três camisetas brancas, duas pretas, calça jeans e isso me basta para sobreviver”. Embora haja uma evidente mudança nos últimos anos – os rapazes fazem as unhas, as sobrancelhas e se preocupam se o que vestem está “combinando” -, ainda há homens mais, digamos, conservadores, que acham que Moda é mesmo assunto de mulher. Há quem argumente, até, que não exista um conceito, de fato, para a Moda masculina.
Isso não é verdade. Desde sempre, as mulheres recorreram ao guarda-roupas dos homens para emprestar deles a praticidade do dia-a-dia, sem perder o estilo – e abandonar, de vez, os espartilhos, saias e salto alto. Foi assim com a camisa branca que, a partir do século 20 e através da estilista Coco Chanel, entrou no closet feminino. Há algumas estações, o sapato Oxford – tradicionalmente usados pelos estudantes da Universidade de Oxford, na Inglaterra – fez os pés das mulheres, enquanto os chapéus fizeram, literalmente, a cabeça das moças. Até as gravatas ganharam suas versões femininas e conceberam um par perfeito com outras peças adaptadas pelas mulheres muito antes, como smoking, blazers e terninhos.
No domingo, dia 11 de agosto, é o Dia dos Pais aqui no Brasil. Muita gente vai protestar, alertando “Dia dos pais é todo dia, isso é apenas uma data comercial”. Tudo bem, ninguém discorda do fato implícito nisso. Mas também é verdade que, quando a gente ama alguém, qualquer desculpa vira motivo para fazer um agrado. Então, que seja no dia “comercial” deles. E se, toda vez que você visse seu pai, você pudesse se lembrar daquele personagem da sua série preferida? Ia ser lindo, né?! Todo viciado em série sonha com isso! Melhor que isso, só a companhia do pai para assistir aquele episódio da série favorita.
Pois bem, já que aqui o assunto é seriado, vamos recorrer às séries de TV (e aos papais queridos da ficção) para tirar inspirações perfeitas para presentes do Dia dos Pais!
O detetive Kevin Corcoran (Tom Weston-Jones), da série Copper, da BBC America, é um pai jovem, porém muito vivido, que experimentou grandes amarguras da vida. Ele participou da Guerra Civil dos Estados Unidos, no século 19, e precisou deixar a família e partir para o conflito. Quando retornou para casa, ele descobriu que a mulher estava desparecida e filha, de 4 anos, morta. Kevin, então, passou a ver em Annie, menina de rua que se prostituía, uma nova forma de externizar o forte instinto paterno existente nele. Apesar de ser um policial rígido nas caóticas ruas de Five Points, ele é terno e paciente como pai.
O principal figurino de Kevin é um casaco de couro – material pouco comum na época em que a série se passa (a princípio, 1885). Um erro histórico por parte dos figurinistas? Obviamente, não. Segundo a estilista Delphine White, a responsável pelo figurino da série, a escolha do material foi justamente para mostrar que Corcoran era diferente dos outros personagens da história. “Com Corcoran, queríamos ilustrar que ele é um homem conflituoso e não-convencional – um cara real, das ruas”, disse ela em entrevista ao site da BBC America. “Nós cortamos [o casaco] de uma forma muito tradicional, mas feito de couro, para mostrar que ele realmente não é tão convencional como o resto dos homens”, explicou.
Segundo a figurinista, alguns dos casacos da série (chamados frock coats) foram inspirados no estilo de Mick Jagger (o líder do Rolling Stones) e do fotógrafo Robert Mapplethrope, nos anos 70, mais do que em livros de história de fato, já que os visuais reais eram, nas palavras dela, esquisitos. A atmosfera de Copper é, então, marcada pelo rock ‘n’ roll, pelos ares de rebelião. Além do casaco de couro, o chapéu é outro item que se faz notar no figurino do policial e anti-herói do enredo.
Corcoran, acostumado a passear tanto pela elite quanto pelos becos de Nova Iorque, veste camisas de botão com coletes e um relógio de bolso, que dá um charme à produção. Ele não usa gravata, ao invés disso, lenços amarrados ao pescoço substituem a peça clássica. Tudo de um tom esverdeado, que dá a ideia de um ambiente precário, sujo, misterioso.
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Em Once Upon a Time, Rumpelstiltskin (Robert Carlyle) passou por uma situação parecida com a do detetive Corcoran e teve o filho tirado de seus braços – embora ainda estivesse vivo. Rumpelstiltskin era um homem bom, terno, de coração puro, até que, certa vez, após ser humilhado em frente ao menino, se transforma no Senhor das Trevas. Um dos figurinos clássicos do personagem foi usado no episódio Skin Depp (S01E12), em que ele, assim como o “copper”, usava uma jaqueta de couro, imitando a pele de um réptil. As mangas eram bordadas. O figurino remetia às vestimentas de uma majestade, mas de uma soberania selvagem, das obscuridades da floresta; assim como um jacaré, que está ali, camuflado em seu habitat, mas cujo ataque pode ser fatal.
O figurinista da série, Eduardo Castro, já revelou que as roupas usadas no programa são inspiradas no trabalho do estilista inglês Alexander McQueen (morto em 2010), considerado o gênio da alta-costura e conhecido por combinar força e fragilidade em suas peças góticas.
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Rufus Humphrey (Matthew Settle), de Gossip Girl, era um pai moderno, sensível e artístico. Diferentemente dos outros personagens da série, Rufus era um homem de riquezas modestas, morador do Brooklyn, onde tinha uma simpática galeria de artes – sendo, ele mesmo, ex-membro de banda musical. Ele era, também, a definição perfeita para o que a gente chama de “coroa”. Rufus já tinha passado dos 40 anos de idade, mas estava com tudo! Alto, corpo sarado e cabelos repicados, esbanjando sensualidade e modernidade, o jeito “descolado” se refletia nas roupas, que podiam ser camisetas com decote V (elas não ficam bem apenas em “mocinhos”, é uma questão de personalidade), lenços e cachecóis, bolsas transversais (siiiim!), camisa xadrez, suéter de lã, colares de couro e correntes. Até um óculos hipster tinha vez naquele rosto enrugado e bonito.
Ele até ficava um gato de terno e gravata (com todo respeito, é claro), mas Rufus era Rufus quando estava de camiseta surrada e jaqueta jeans, bem Brooklyn.
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Se é para falar de pais que são sexy (e aqui eu repito: com todo respeito), Seeley Booth (David Boreanaz) é um homem que transborda “borogodó”. Mas de um jeito diferente do Rufus Humphrey, já que sr. Booth é mais “engomadinho”, social. E não é para menos, ele é o agente do FBI em uma das séries procedurais mais famosas da televisão, Bones. Como muitos pais da vida real, o personagem usa terno e gravata na maior parte do dia, mas, nem por isso, deixa o charme de lado. E nem estou falando daquele truque famoso de largar uns botõezinhos estrategicamente abertos. Booth é alinhado e o colarinho está sempre devidamente abotoado. O que não quer dizer que ele não seja eclético: Booth vai desde um pretinho básico, passando pela sarja e, quem diria, a jaqueta de couro também tem vez no guarda-roupas do bonitão! Os suspensórios, que ficaram esquecidos na gaveta do vovô por anos, conferem ao agente um tom bem humorado. Pensa que para por aí? Nã-não. As gravatas de Mr. Booth são es-tam-pa-das. Jamais subestime as habilidades fashion de um homem que veste terno e gravata.
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Richard Castle (Nathan Fillion) até acompanha Beckett na resolução de seus casos policiais, em Castle, mas o personagem é, na verdade, escritor. Por isso, ainda que ele use o paletó com certa frequência, ele dispensa a gravata (e os botões fechados até o pescoço, idem).
Ele está mais para um casual chique, que pode vir até com calça jeans e sapatos sociais. A sobreposição entre as listras mais grossas da camisa com as listras finas do blazer deram um ar de elegância ao personagem, sem perder a autenticidade – e provam que o terno risca de giz não precisa vir acompanhado, necessariamente, de uma camisa lisa por baixo.
Uma coisa é certa: sarado ou barrigudo, estiloso ou cafona, de terno e gravata ou camisa rasgada, pais são daqueles presentes que a gente ganha na vida e não faz a troca jamais. Eles são do nosso número, do tamanho perfeito (do tamanho “paizão”), feitos sob encomenda… Para aquecer nossos corações, seja outono-inverno ou primavera-verão! Feliz Dia dos Pais para os papais-leitores do TeleSéries!
O estilo vintage-floral de Norma Bates
05/07/2013, 01:30.
Gabriela Pagano
Estilo
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Foi num vestidinho florido, meio rodado, cardigã azul da cor do céu e sapatos de corda que Norma apresentou o Bates Motel para o filho, Norman – e para a gente, também. Em uma das cenas iniciais da série da A&E, a personagem estava reluzente com a jornada que se iniciava e subiu no capô de seu carro antigo, segurando a cintura, para posar junto de seu novo empreendimento, ao fundo. Ficou quase como um quadro, desses bonitos, que ficam para sempre no corredor infindável que é a nossa memória.
Tratando-se do Bates Motel, a gente pode dizer que o lugar foi, literalmente, inaugurado em grande estilo. Sua dona, Norma Bates, durante todas as dez noites de estadia, em que os dez episódios foram exibidos, apresentou aos espectadores – ou hóspedes -, modelitos de fazer inveja. Mas, dessa vez, não são as portas do hotel macabro que vão se abrir para a gente, não – é o guarda-roupas da Norma que vai ficar bagunçado, de tanto a gente xeretar.
A grande sacada do figurino da Norma é que ele serve tanto para meninas de 20 anos, quanto para as mulheres mais maduras, na “melhor idade”, já que Vera Farmiga, a linda atriz que interpreta a personagem, tem 39 anos – nem jovenzinha, nem madura; meio termo.
Para começar, clarearam o cabelo da Farmiga para viver a Norma, o que achei acertadíssimo. Ela ficou mais jovem e “colorida” (para quem tem olhos azuis, o loiro sempre destaca essa condição que Deus deu, porque né…). O corte, de comprimento médio, próximo aos ombros, era todo repicado e finalizado com babyliss, que dava um ar clássico e, ao mesmo tempo, moderno a ela. Isso, quando as madeixas não estavam escondidas em um coque (ou “pituca”, como diz minha avó). Fácil entender as razões: Bates Motel, apesar de ser um prelúdio do filme Psicose (de Alfred Hitchcock, lançado em 1960), se passa nos dias de hoje. O ontem e o hoje se misturam, como os estilistas famosos adoram fazer nas passarelas!
O ar vintage se reflete por toda a história – passando desde os cenários, a praia, os móveis do hotel, até as vestimentas da Norma. A matriarca da família Bates, basicamente, usa peças com estampas florais, podendo ser camisas ou vestidos, mas sempre com “pegadas” atuais, seja pelo recorte, uma manga virada, um botão aberto. A combinação camisa + saia (sempre na altura do joelho) remete ainda mais às produções de cinema antigas. Para servir de contraponto, um trench coat burgundy (cor entre o vermelho e o marrom, na imagem à esquerda) foi escolhido. A cor tem sido uma das grandes tendências do inverno 2013 e apareceu com força em batons, calças e bolsas entre os modelitos das It girls ao redor do mundo.
Minha peça preferida do guarda-roupas da respeitável Sra. Bates, no entanto, é um casaco berinjela, que ela usou algumas vezes (à direita). Na mais marcante delas, quando estava deixando um dos quartos do hotel depois de “momentos divertidos” ao lado do delegado Shelby (ai, ai…). O look todo, aliás, é um glamour só! Por baixo do casaco, ela vestia peças azuis, bordadas, mostrando toda a “finesse” típica da Norma. Já o policial bonitão, sinto informar: está fora do mercado (o Mike Vogel, ator e ex-modelo que deu vida a ele, é casado e pai de 2 criaturinhas fofas). É, meninas, quem sabe numa outra temporada, digo, vida.
Por falar em “temporada”, a série era gravada no Canadá e tinha cara de inverno. Por isso, os cardigãs, que deixaram de ser item do armário da vovó há algumas estações e permaneceram firmes e fortes, por invernos e verões, eram peças-chaves da Norminha (que tinha em diversas cores). E até os meus amados lenços (como eu amo esse acessório) deram ainda mais charme à irresistível Norma!
O blazer marinho, um coringa em qualquer guarda-roupas, também teve direito a um cabide no closet da nossa diva de hoje. A saia, outra vez marinho, com botões na frente, comprova a versatilidade da personagem!
Fofa mesmo, a “dona” Bates ficou ao vestir um avental floral. Nem na cozinha, a estampa preferida da Norma passa despercebida. O cabelo preso nas laterais deu certa inocência à ela – que, de inocente, não tem nada!
A Norma não é sempre clássica ou certinha. Camisa xadrez confere um ar pra lá de moderninho aos corredores cheios de suspense de Bates Motel. Se não, ao ver a personagem desfilar por White Pine Bay com sua camisa sobreposta com suéter, temos impressão de uma mulher estilosa e prática, como uma mãe de família e empreendedora, típica dos dias de hoje. Até a transparência tem vez e pode ser usada para fisgar, de vez, o coração do bonitão da cidade…
Como gerente de hotel, a Norma até se esforça, mas ela não é, digamos, a mais eficiente. Aceitaria tê-la como consultora de moda? Bates Maison? Huuum.
Em tempo: Bates Motel estreou ontem, quinta-feira, pelo Universal Channel, onde será exibida semanalmente, às 22h. Freddie Highmore, o protagonista da série, esteve no Brasil há alguns dias e bateu um papo com a imprensa, incluindo o TeleSéries.
Não, não feche a porta ainda. Antes de partir, quero tirar mais uma coisinha do armário…
Na vida real, a Vera Farmiga é casada com o músico Renn Hawkey, com quem tem dois filhos. O mais velho, Fynn, esbanja estilo. Dá vontade de levar para a casa, né?
Até mais!
Quem você seria em ‘Girls’?
07/06/2013, 11:01.
Gabriela Pagano
Estilo
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Quando ganhei a missão de estrear a coluna de Estilo, abri meu TCC da faculdade de Jornalismo que estava esquecido lá no ano de 2011 – era um projeto sobre a Economia Criativa na Moda. Mas minhas memórias foram para ainda mais distante. No Ensino Médio, enquanto meus amigos ainda se decidiam qual graduação fariam, eu já sabia minha faculdade e a pós-graduação: Jornalismo, seguido da especialização em Moda. Os planos mudaram, me apaixonei por outras coisas ao longo do percurso – como as séries de TV! -, mas o gosto pela arte em forma de tecidos, texturas, estampas, tesouras e fuxicos nunca cessou. Por isso, essa coluna é um sonho que se realiza e, sem parecer piegas, queria dividir isso com vocês, leitores do TeleSéries.
Eu estudei na Unesp e, como muita gente deve imaginar e é de praxe em qualquer universidade pública, cercada de gente que queria fazer a diferença no mundo, promover uma revolução social inspirados pelas ideias de Marx. Assim sendo, quando eu contava que gostaria de trabalhar com Jornalismo de Moda, era de se esperar que muita gente torcesse o nariz, “porque Moda não é Jornalismo de verdade” ou “Moda é coisa de gente fútil”. Sem generalizar.
Toda vez que alguém me dizia isso, tinha vontade de fazer a Miranda Priestly, de O Diabo Veste Prada, botar o meu melhor carão blasé e discursar:
Na cena do filme, a personagem da diva Meryl Streep diz ao papel de Anne Hathaway (que parecia pouco interessada em seu novo ofício), “Esta ‘coisa’? Ah, entendi. Você acha que isso não tem nada a ver com você. Você abre o seu guarda-roupas e pega, sei lá, um suéter azul todo embolado porque você está tentando dizer ao mundo que você é séria demais para se preocupar com o que vestir”, começa a poderosa editora da Revista Runway. “Mas o que você não sabe é que esse suéter não é somente azul. Não é turquesa. É ‘sirilio’. E você também é cega para o fato de que, em 2002, Oscar de la Renta fez uma coleção com vestidos somente nesse tom. E eu acho que foi Yves Saint Laurent, não foi? Que criou jaquetas militares em sirilio. E o sirilio começou a aparecer nas coleções de muitos estilistas. E logo chegou às lojas de departamentos. E foi assim que chegou a você. E, sem dúvidas, esse azul representa milhões de dólares em incontáveis empregos”, dispara.
O que muita gente não sabe – ou ignora – é que a indústria têxtil é uma das maiores empregadoras do mundo e movimenta bilhões de dólares ao redor do planeta, todos os anos – segundo estudo divulgado, em 2011, pela Associação Brasileira de Indústria Têxtil, mais de 13 bilhões de dólares foram investidos no setor, na última década, aqui no Brasil.
COLUNAS | MEMÓRIA – Há quinze anos estreava ‘Sex and the City’ com muito charme e personalidade
Mas o que é Moda?
“Pode-se definir Moda como um fenômeno sociocultural que traduz a expressão dos povos por meio das mudanças periódicas de estilo, estilo esse que particulariza cada momento histórico. Ligado aos costumes, à arte e à economia, a Moda tem o poder de comunicar posicionamentos sociais”, escreveu a jornalista especializada Dinah Bueno Pezzolo, no livro Por Dentro da Moda – Definições e Experiências, publicado em 2009.
Ou seja, ao contrário do que algumas pessoas pensam, Moda não é comprar em boutiques caras e esfregar a etiqueta de grife “na cara da sociedade”. Moda é uma forma de se expressar, dizer como você se sente diante do mundo, através de recortes, cores e estampas. Observando as roupas de uma pessoa é possível esboçar, num primeiro olhar, quem ela é, desvendar a personalidade dela – e aí, quem sabe, até se aproximar.
A gente vive o auge criativo da Moda e ela nunca foi tão democrática. Hoje, principalmente através das chamadas fast fashion – lojas de departamento em que várias coleções são lançadas ao ano, de forma “rápida”, como C&A, Riachuelo e Renner -, produtos com conceitos criativos e de estilo, feitos para todos os tipos de corpo e a preços modestos estão à disposição de todos. Nem sempre foi assim. Na Antiguidade, o vestuário era símbolo social e as roupas denotavam riqueza, e então, plebeus eram proibidos de se vestir como os nobres. Com a ascensão da burguesia, no século 16 – e mais tarde, com a Revolução Francesa, em 1789 -, esse cenário se modificou e as classes passaram a se vestir de forma semelhante. Com as Guerras Mundias, a transição foi definitiva e as mulheres, que tinham os maridos em combate, precisaram sair de casa para trabalhar – e se libertaram dos espartilhos, utilizando trajes práticos e confortáveis. Nessa época, com a obra-prima escassa, a Inglaterra passou a racionalizar tecidos e as roupas eram feitas para durar mais, dando início ao conceito de “reciclagem”. Com o fim dos conflitos, essas mesmas mulheres passaram a sentir necessidade de “glamourizar” o guarda-roupas, agora, sem as restrições causadas pelas Guerras – com cinturas marcadas, ombros em evidência e saias amplas, tudo bem feminino. Começou, então, a evolução da Indústria Têxtil.
Na araras da TV
Na televisão, os figurinos são cada vez mais caprichados. Muitos apontam que foi Sex and the City da HBO (1998-2004) que deu início a essa “Era Fashion” televisiva. De lá para cá, Gossip Girl, Mad Men e Girls (também da HBO) são apenas alguns exemplos de programas que inspiram consumidores e conceitos de Moda no mundo inteiro.
Nós vamos falar de Girls! A série escrita e protagonizada por Lena Dunham é a “queridinha” de espectadores e críticos, que acreditam que a atriz democratizou a televisão, um universo dominado por padrões de beleza rígidos e esqueléticos. Girls é bastante comparada à Sex and the City e a série veterana serviu de inspiração para a atração mais nova, atualmente em produção da terceira temporada.
E se antes acompanhávamos as histórias das amigas Carrie, Samantha, Charlotte e Miranda, agora, Hannah, Jessa, Marnie e Shoshanna nos apresentam uma Nova Iorque igualmente cosmopolita e uma vida de sexo, mas com menos glamour e sapatos caros – ao invés de Carrie e seu par de Manolo, temos Hannah e suas sapatilhas fofas. Girls é praticamente Sex and the City ou Gossip Girl “versão C&A”. As tendências lançadas na série são mais reais e baratas do que aquelas apresentadas nos dois shows anteriores – a gente não mora em nova Iorque, uma cidade em que você pode usar os looks extravagantes da Carrie Bradshaw sem que as pessoas fiquem encarando ou alguém tire uma foto para postar no Instagram, com a hashtag “instacômico” – e é esse o grande atrativo do programa. Cada uma das personagens, no entanto, é bem diferente uma da outra – em personalidade e, consequentemente, em estilo.
Por isso, peço licença aos meninos, porque, como o título no alto da página sugere, essa é uma conversa de garotas…
Quero propor uma brincadeira: faça o teste abaixo e descubra quem em Girls você seria! Topa? Se você for rapaz, tudo bem! Com qual delas você gostaria de passar uma noite – ou uma vida? Estou curiosa!
1) Meu passatempo preferido é…
A) Escrever.
B) Pintar.
C) Planejar coisas.
D) Ver filme com o namorado.
2) Um cara perfeito é aquele…
A) Que sabe fazer acrobacias entre quatro paredes.
B) Qualquer pessoa que eu conhecer na balada.
C) Tanto faz. Pode ser um pouco mais velho, meio esquisito e fracassado profissionalmente. Desde que seja meu namorado.
D) Um empresário da Wall Street.
3) A vida perfeita é…
A) Ser uma escritora de sucesso, moderna e desejada pelos homens. Com uma família ou não.
B) Um artista renomada, livre e sem preconceitos, que conheça gente de vários lugares e culturas. Com uma família ou não.
C) Casar e ter filhos, não importam as condições; mas quero ter uma filha, para eu colocar no balé.
D) Casar, ter três filhos, trabalhar em uma galeria de artes famosa e um marido bem-sucedido.
4) Organização da casa…
A) Pode ser mais tarde? Estou indo encontrar meu namorado.
B) Para que arrumar a cama, se vou dormir de novo?
C) Vou fazer a lista do supermercado. Alvejante, sabão em pó, detergente, lustra-móveis. Vou conferir mais uma vez. Alvejante, sabão em pó…
D) Acabei de arrumar a casa sozinha, tira os sapatos antes de pisar para dentro da sala.
5) Tenho uma festa para ir à noite…
A) Legal. Blusa, saia e sapatilha. Estilo com conforto, sempre!
B) Algo cheio de brilhos e penas, que chame bastante atenção. Quando vim para a Terra, Deus disse “Desce e arrasa!”
C) Que tipo de festa? Talvez, minha blusa azul klein de ombros marcados e uma saia, até os joelhos, plissada. Vi um look parecido na Cosmo!
D) Um vestidinho básico, que não mostre muito e passe elegância. Afinal, não sou um pedaço de carne.
Se a maioria das respostas deu “A”
Você seria Hannah, a “menina-mulher”. Hannah não tem pudores quando o assunto é sexo e sonha em ter um livro publicado. Tanto no dia-a-dia, quanto em eventos noturnos, a garota não dispensa o conforto – sem perder o estilo, claro! Cardigãs coloridos e estampas divertidas fazem parte do figurino da personagem. Meia-calça e sapatilhas, idem. Por ser mais cheinha, Hannah usa vestidos larguinhos na cintura, mas que marcam bem aquela região abaixo dos seios, para valorizar o que ela tem de mais bonito. Mesmo quando a ocasião é formal, como um dia de trabalho, Hannah não perde a diversão na hora de se vestir. Ao escolher uma camisa, por exemplo, que é naturalmente mais séria, ela opta por estampas como bicicletas ou lacinhos, em tons neutros. Séria, sem perder sua personalidade.
p.s.: os colares da Hannah também são especiais, divertidos, e parecem saltar das estampas das blusas. Fica um charme! Tem um álbum completo, sobre isso, no Facebook da série.
Se a maioria das respostas deu “B”
Você seria Jessa, a “hippie” da turma. Dentre as quatro amigas, a loira é a mais experiente e já passou por situações dramáticas como o aborto. Jessa abusa de peças fluidas e transparentes, que nunca marcam seu corpo cheio de curvas. O que é sugestivo, já que a personalidade dela é também fluida, transparente… Livre e sincera. Às vezes, ela exagera, é verdade (como o vestido de penas), mas ela nunca perde a personalidade extremamente forte. Os olhos de ressaca, como os de Capitu de Machado de Assis, vêm contornados com lápis preto e a boca sempre em tom de vinho – destaque para a maquiagem de gueixa, que ficou linda! Tranças nos cabelos longos também são comuns à personagem, que é moderna o bastante para investir no chapéu (que combinados ao lenço, formam a dupla perfeita). Até a luxuosa bolsa da Louis Vuitton tem vez!
O gosto pela transparência é tanto que, certa vez, o modelito escolhido por Jessa, para trabalhar de babá, mostrava as peças íntimas da personagem. Para amenizar, ela sobrepôs uma manta fúcsia ao look. Ficou divertido! (Fúcsia também é conhecido como magenta ou pink e está super em alta).
Se a maioria das respostas deu “C”
Você seria Shoshanna, a “metódica”. Embora seja bastante antenada e saiba usar várias tendências de Moda, Shoshanna é um tanto estranha e tem mania de planejar as coisas. Começou a série virgem – apesar de não ser exatamente tradicionalista -, e fez questão de planejar todos os detalhes da primeira vez. Tearas, cintura marcada com cintos médios, ombros plissados e chapéus podem ser encontrados no closet da personagem – além de peças fúcsia, é claro. Shoshana tem uma bolsa coringa no guarda-roupas, que ela usa com um lenço amarrado em uma das alças. Ela já usou esse acessório com roupas diferentes e de cores distintas. Um dica é trocar o lenço conforme a vontade, assim, dá uma ideia de novidade, sem precisar comprar uma bolsa nova (que não é o acessório mais barato do universo, né?).
Se a maioria das respostas deu “D”
Você seria Marnie, a “careta” de Girls. Nem sou eu quem estou dizendo, foi a própria Hannah, melhor amiga da personagem, quem a definiu assim. Marnie é extremamente limpa e idealiza a vida desde muito nova. O trabalho dos sonhos, o namorado dos sonhos, a família dos sonhos. Ela é uma daquelas meninas feitas para casar, sabe? Das amigas, no quesito “fashionismo”, ela é a mais básica. Os vestidos são sempre sequinhos, de recortes retos e nunca “mostram demais”, afinal, ela tem uma imagem a zelar. Qualquer abertura na região dos seios não é profunda e o “decote janela”, no meio do peito, é o máximo de ousadia que veremos ali. O vestido fúcsia (sempre ele!), rente ao corpo – ela é magrinha -, foi o figurino que mais valorizou a beleza da jovem. Os cabelos são longos e levemente repicados e ondulados, que dão a impressão de naturalmente belos.
Confira a galeria com os visuais mais marcantes de Girls abaixo (clique na imagem para aumentar).
- Shoshanna é antenada, mas tem algumas manias estranhas
- A tendência das tranças embutidas e do cabelo ondulado
- Hannah tem um visual descontraído, como a estampa xadrez, enquanto Shoshanna aposta no casquete (chapéu pequeno e sem abas)
- A bolsa com lenço amarrado na alça é o acessório coringa da Shosh
- Hannah usa estampas divertidas em qualquer ocasião…
- … Até mesmo na balada!
- As personagens fashionistas de Girls
- A camisa de botões, tradicionalmente mais séria, ganha ar divertido com estampas de bicicleta
- O cardigã de Hannah é cheio de tomates
- A comportada Marnie nunca ousa no decote
- Jessa aposta no lenço. Esse aí, parece uma aquarela. A personagem é pintora…
- A cor fúcsia é, de longe, a que mais apareceu nas araras da série! Você gosta?
- Marnie foi feita para casar…
- De vez em quando, ela até usa transparência. De vez em quando…
- A cintura marcada em dourado de Shosh. Púrpura e dourado fica ótimo, não?
- Não é raro ver Hannah de meia-calça
- Marnie com um vestido bem fechado e marcado nos ombros
- O trio de Girls: uma é bem diferente da outra (e esse vestido de penas?)
- A transparência com bordados…
- Basiquinhas, mas estilosas
- Jessa tentou driblar a transparência em excesso de suas vestimentas com uma manta.. Fúcsia! Deu certo?
- Shosh também usa estampas fofinhas
- Pavão versus fúcsia, de novo!
- Olha a famosa bolsa da Shosh combinada a outro look!
- Jessa é ousada até na hora de trabalhar como babá
- Ainda bem que ela não saiu assim, mostrando a fluorescência das peças íntimas
- Detalhe do snuggie, que tem estampa da Nova Era. Sugestivo para a revolucionária Girls
- Mesmo no trabalho, Hannah não dispensa autenticidade e bom humor para se vestir!
- Clássica e elegante
- O decote janela, no meio do peito
- Jessa deixou o delineador escapar pelas extremidades dos olhos para dar um ar de gueixa
- Texturas e estampas distintas podem se harmonizar. Detalhe para o segundo look
- Shosh gosta de usar a cintura marcada
- O vestido sequinho de Marnie
- A “pimentinha” Hannah
- O colarinho estilizado da Marnie
- Divando…
-
Olha a bolsa ali no chão. Pensou que ia passar despercebida?
- A antenada Shosh, a tradicional Marnie e a descolada Hannah
- Os calores de Hannah parecem “saltar” das estampas das blusas
- As tranças de Jessa e a blusa trabalhada nas costas
Por hora, é só. Até a próxima coluna. Espero que tenham gostado! Deixem o resultado do teste nos comentários e sugestões para as próximas edições. Quero estar antenada na opinião de vocês!
Um beijo, meninas e meninos.
p.s.: meu teste deu Hannah.
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