TeleSéries
Entreatos: cultura pop levada a sério – da importância de rever suas séries favoritas
08/08/2015, 10:05. Leticia Genesini
Entreatos
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Dizem que há dois tipos de pessoas: aquelas que dividem o mundo em duas colunas e aquelas que não dividem. E sim, não há porque traçar uma linha reta no comportamento humano ou assinalar coluna A ou coluna B. Mas há uma chave que, admito, divide de fato as pessoas em dois grupos: aquelas que gostam de assistir filmes e séries repetidas, e aquelas que não veem o porquê disso tudo. Eu estou no primeiro grupo.
Eu amo assistir novas séries. Simplesmente adoro quando uma nova temporada chega. É como se fosse um pacotinho de presente pronto para ser aberto, e como uma criança no natal eu mal posso esperar o momento de abri-lo. E mesmo vendo diversas séries ao mesmo tempo e contando com uma lista de séries que eu gostaria de ter mais tempo para assistir e descobrir — ainda mais agora que o Netflix está com mais de um lançamento por mês —, muitas vezes quando uma série acaba a única coisa que eu quero fazer é assisti-la de novo. E de novo. E de novo.
Pode parecer loucura — e talvez seja —, mas no fundo eu sei que eu gosto mais de reassistir uma série que eu amei do que começar uma nova. Não é algo determinado exatamente pela qualidade da série, ou mesmo pela vontade de rever um capítulo já meio esquecido. Pelo contrário: é a certeza de rever o familiar, de rever personagens que já sabemos que amamos, em situações já conhecidas. É como uma xícara de chá de pop culture, como pizza no café da manhã, como acordar de manhã e descobrir que você pode ficar na cama.
Não importa o quanto eu diga que não consigo assistir a Orphan Black por falta de tempo, chega domingo de manhã ou o final de uma quarta-feira mal humorada e tudo que eu quero ver é a primeira temporada de Friends. É o familiar, é um reconforto. Ele coloca as coisas no lugar e dá um alívio pro dia seguinte. Sim, pode parecer loucura, mas é como rever velhos amigos.
Entreatos: cultura pop levada a sério – Grace & Frankie
25/06/2015, 13:30. Leticia Genesini
Entreatos
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Os últimos meses têm sido ideais para hibernar em frente ao computador. Últimos episódios de Mad Men, mais mortes em Game of Thrones, e todo mundo obcecado com Ruby Rose em Orange is the new Black. Mas minha novidade preferida é Grace & Frankie.
Duas mulheres, de personalidades opostas, têm que conviver – e de algum modo serem amigas -depois que seus maridos admitem serem gays. A clássica comédia pós divórcio com um toque moderno: a história de duas mulheres recomeçando a vida, convivendo uma com a outra, reaprendendo a ir em encontros, porém… aos 70. O que poderia ser mais uma série de comédia (já dava até pra imaginar Courtney Cox sendo escolhida para o elenco), ganham um novo escopo.
Como toda boa série de comédia ela se baseia em um dilema contemporâneo: com a expectativa de vida sempre em crescimento, ninguém com 70 precisa se conformar com a própria vida – muito menos a Jane Fonda. É essa combinação de uma situação absurda com algo possível um dos pontos fortes de Gracie & Frankie. Mas o que sustenta mesmo a série, e o que me fez assistir a primeira temporadas em dois dias, mesmo quando a narrativa saia um pouco dos trilhos, é o elenco fabuloso.
Jane Fonda já havia voltado em cena com a série na HBO The Newsroom. Embora a série não conseguiu se sustentar e foi cancelada após sua terceira temporada, vale a pena ver a primeira temporada, cujo ponto alto é a brilhante atuação da ex-barbarella. Sam Waterstom, ex- Law and Order, também fez parte do incrível elenco de Newsroom, sempre com uma interpretação que vai do drama à irreverência em um take. Martin Sheen volta para lembrar que muito antes de seu filho ocupar os tabloides eles já estava na telinha há anos com a mãe de todas as séries de política, The West Wing. E finalmente, Lily Tomlin, uma das eternas musas da comédia televisiva; uma atriz que fez tudo, desde Saturday Night Live à Broadway.
Em um mundo que atrizes de 35 anos já interpretam mães em Orange County, talvez precisasse mesmo de uma produção online para criar uma série em que o elenco principal tem uma idade combinada de 300 anos. Mas ainda bem que foi assim, porque assistir às nuances de atuação dessas verdadeiras instituições do entretenimento é um privilégio, e me dá esperanças que em 30 anos ainda veremos grandes atores de hoje continuar a amadurecer e a nos divertir com seus trabalhos.
Entreatos: Cultura pop levada a sério – O Rei do Late Night
29/05/2015, 20:27. Leticia Genesini
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Mais uma vez vivemos mais um momento histórico da televisão. No dia 20 de maio, depois de 33 anos como host de um late night show, David Letterman se aposentou. Depois 67 nominações ao Emmy e 12 vitórias, Letterman encerrou este capítulo ainda em grande estilo ganhando a maior audiência registrada na sua noite exibição, ultrapassando inclusive as séries do primetime — um feito dos mais raros para uma atração de fim de noite.
Iniciados nos anos 40, os late night talk shows são programas de entrevistas e humor tradicionalmente veiculados logo após o telejornal da noite. Mas foi nos anos 60, quando Johnny Carson assumiu a mesa do The Tonight Show, que eles ganharam o formato mantido até hoje: iniciando com um curto monólogo, seguido por um sketch de comédia, e passando enfim para sua porção principal: entrevista com convidados e performances musicais.
Johnny Carson foi, durante sua carreira no Tonight Show, considerado o rei do Late Night, que agora atrai um grande público interessado no debate pungente e bem humorado dos últimos acontecimentos. E foi como um comediante convidado em seu programa que Letterman estreou na TV americana. Esperava-se inclusive que Letterman fosse ocupar o lugar de seu mentor, quando Carson se aposentasse. No entanto, o bastão da NBC foi passado à Jay Leno e Letterman ganhou se próprio talk show na CBS, o Late Show with David Letterman, iniciando uma longa competição entre os dois.
A audiência, fiel ao clássico Tonight Show sempre foi o trunfo de Leno, mas foi Letterman que herdou de Carson o título de Rei do Late Night. Se Letterman não venceu pela popularidade, ele certamente venceu pelo seu impacto cultural, influenciando toda a nova geração de talk show hosts, do mesmo modo que a sua foi influenciada por Carson.
Hoje há nada menos que 18 late night shows sendo produzidos no Estados Unidos mostrando que há muito espaço para essa nova geração, e que há ainda história a ser feita. O veterano do grupo passa a ser Conan O’Brien, que está a frente de seu show, Conan; a glória da audiência continua com o Tonight Show, agora comandado pelo ex-SNL Jimmy Fallon; enquanto a cadeira de Letterman será assumida pelo comediante Stephen Colbert. O trono de Rei do Late Night agora está vago.
Entreatos: Cultura pop levada a sério – Shonda ‘Drama Queen’ Rhimes
29/04/2015, 20:00. Leticia Genesini
Entreatos
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Esta semana a internet estava em prantos. Literalmente. Milhares de pessoas postaram fotos chorando após o último episódio de Grey’s Anatomy, no qual Shonda Rhimes resolveu dar uma de J. R. R. Martin e matar o mocinho. E realmente, ver o Patrick Dempsey morrer, mesmo que em ficção, é um evento traumático que eu não desejo pra ninguém. Eu me lembro bem quando Larry Paul saiu de Ally McBeal sem explicações porque na vida real Robert Downey Jr foi preso (sim, eu já assistia séries em uma época em que o mundo era bem diferente e ninguém deixaria o Robert Downey Jr fazer um filme da Disney), e foi horrível. Mas sinceramente, quem assiste as séries da Shonda Rhimes tem que estar preparado pra qualquer coisa.
Eu não assisti este episódio. Grey’s Anatomy já foi há muito tempo uma das minhas séries favoritas, mas eu desisti dela depois da quarta temporada. Pra quem não se lembra Grey’s Anatomy era quase que uma série indie: ótimos atores desconhecidos, trilha sonora excelente, low budget, uma primeira mid season cheia de rejeição, mas, principalmente, um drama bem dosado entre o absurdo e a ironia cômica. Era lindo. Cada catástrofe imensurável era balanceada com a leveza de problemas adolescentes, e diálogos sagazes. Lindo. E então começou o drama.
Divas brigando no set, atores saindo porque achavam que já eram movie stars e, enfim, Shonda começou a desenvolver seu estilo que ela mesmo descreve como “I write myself into a corner and then I try to write myself out of it” (Eu me ‘escrevo’ em uma cilada e depois tento escapar dela’). Ou como eu chamo, ‘Técnica Lost‘, começar um drama sem saber como deve ser o desfecho, aumentando a pressão e a expectativa progressivamente até que você tem duas saídas: ou tudo explode, ou tudo se desfaz em um desfecho decepcionante. No caso de Grey’s Anatomy, a série perdeu seu charme esquisito e sua leveza, para virar um grande drama em que, ao invés da alternância de momentos pesados e leves, traz conflitos que só se acumulam. A mudança foi tão grande que eu até cheguei a pensar que tinham mudado o time de criação, e até hoje não entendo como essa mudança estilística passou batido pela maioria dos fãs e da crítica. Só eu assisti à primeira temporada?
Mas foi por causa deste novo estilo que Shonda foi tão bem sucedida com Scandal — uma série, cuja premissa já é essa panela de pressão. E não há como negar que a mulher é eficiente no que faz. Desde David E. Kelley eu não vejo uma criadora com tantas séries simultâneas no prime time. Mas sinceramente? Não é pra mim. Eu preciso de respiros entre os momentos de drama. É melhor mesmo eu continuar seguindo Games of Thrones. É menos tenso.
Entreatos: cultura pop levada a sério – O rompimento da dicotomia de ‘Mad Men’
09/04/2015, 19:52. Leticia Genesini
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Enquanto Mad Men se aproxima do fim, eu só tenho um pensamento: por favor, que não seja horrível. Sim, eu estou com medo deste fim, evitando até a começar a ver a sétima temporada. Porém, não pelos mesmos motivos que me impedem de ver o último episódio de Parks & Rec, mas porque, para mim, Mad Men veio decaindo tanto que eu temo um fim decepcionante.
Eu, como muitos, me apaixonei por Mad Men desde o primeiro episódio. A reconstrução da época, o contexto das histórias, as tramas, as personagens, Jon Hamm… (Ah, Jon Hamm)… Eu, como muitos, vi a série ficar cada vez melhor, as personagens se desenvolverem brilhantemente, os episódios mostrarem o desenrolar do enredo com um impressionante apreço ao detalhe e à cinematografia. E eu, no entanto, como muitos, também vi a Betty virar Fat Betty, vi a Linda Cardellini entrar no elenco, vi o roteiro tornar-se um tanto quanto repetitivo e, o pior de todos, vi Don Draper, inicialmente uma das melhores personagens que já criadas na TV, perder sua tridimensionalidade.
Mad Men começou como uma história de dualidades. A começar pela escolha de época, os anos 60, uma década em que a revolução cultural, os movimentos sociais, e o ganho de voz juvenil iniciou uma era de transição. A passagem de um mundo em que todas as relações e âmbitos eram rígidos, em que a vida no trabalho era completamente separada da vida em casa, e que o papel do homem e da mulher estavam claramente definidos, para outro em em que todas estas instâncias se tornaram fluidas — o mundo que estamos hoje. E Don Draper é uma personagem presa nestes entreatos.
Don é um homem de sua época, e mais um pouco. Com uma vida dupla divida não só entre a casa e o trabalho, o subúrbio e Manhattan, as mulher e as amantes, mas também entre seu passado e presente. O segredo de seu passado funcionava dentro do enredo como a metáfora para a época histórica e vice-versa. Don assistia o seu entorno ser transformado, novas relações se tornando possíveis, e ele ao mesmo tempo que desejava esta liberdade, e até brincava de explora-la, estava ainda preso no homem dos anos 50 que ele é, incapaz de ver sua esposa como uma mulher de verdade, incapaz de introduzir seus outros amores na sua vida quotidiana, e, apesar de todas suas conquistas, com constante medo de ser descoberto como uma fraude, seja pelo chefe, pela mulher ou pela pupila. Até que esta dicotomia se rompeu.
Pouco a pouco, os maiores segredos de Draper foram se tornando públicos, e ele enfim foi capaz de amar uma mulher que fazia parte de todas as esferas da sua vida, fundar a própria empresa, e até revelar seu passado. O nó semântico teria sido desatado. Mas os roteiristas teimaram em continuar a pintar um Draper assombrado pelo seu passado e tecendo segredos, mas agora por quê?
Não me entendam mal, eu adorava o anti-heroismo de Don Draper, e não há nada que eu queira menos do que transformá-lo em uma personagem politicamente correta. Mas isto é ficção, e não vida real, é uma coerência interna é preciso, é preciso verossimilhança. Traçou-se uma longa linha de paralelos semânticos para compor a complexa personagem que ele é, e de um momento para o outro, este paralelos ruíram. Por que ele então continuaria agindo como o anti-heroi atormentado?
Em Breaking Bad, que também temos um anti-herói que vive uma vida dupla, há uma coerência interna do porquê Walter White torna-se cada vez pior mesmo quando há chances dele tomar o caminho contrário: White é, e sempre foi, um lobo em pele de cordeiro. E quando enfim descobrimos isto, o indício torna-se um fato lógico, pois sua história foi desde o começo construída sobre esta teia semântica. Já em Mad Men, não. A todo momento temos uma personagem que se mostra boa, sentimental e até piegas, mas que estava presa nos dilemas de seu passado e de sua complexa época, no entanto ao passo que tudo isso se resolve, ele, ao invés de desatar seus nós, torna-se mais inexplicavelmente canalha, criando um choque de verossimilhança.
Eu não tenho como explicar isso a não ser pelo que eu chamo de síndrome de Lost. Os roteiristas começaram a desenvolver o percurso da personagem e da história sem saber aonde tudo iria parar ou o que eles queriam dizer com tudo isso, afinal, nunca se sabia se haveria uma segunda temporada, e agora estamos na sétima.
Meu desejo para esta última temporada? Um spin off da Peggy Olsen, a personagem que melhor continua sendo desenvolvida à altura das primeiras temporadas da série.
Entreatos: cultura pop levada a sério – Tudo que é bom… acaba um dia
20/03/2015, 20:30. Leticia Genesini
Entreatos
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O que você faz quando sua série favorita chega ao fim?
Cá estou eu, apéos 7 temporadas, com apenas um episódio para o fim de Parks and Recreation, completamente paralisada. Eu já vi e revi temporadas passadas, revisitei meus momentos favoritos, vi, aos poucos, os novo episódios, até chegar o último. E agora?
Agora, resta um.
Eu sei, eu sei, não importa o quanto tempo eu tente resisitir em assistir este último episódio nada vai mudar o fato de que ano que vem não haverá uma nova temporada. Não importa o que eu faça, não haverão novas cenas, novas piadas, novos desenvolvimentos. Eu poderia conhecer Amy Poehler e ligar pra ela todas as noites tentando convencer em continuar a série para sempre, e no máximo eu receberia uma restraining order.
O fim chegou, impunemente.
Eu sei disso. Mas durante esses breves dias que eu conseguir, com uma vontade sobre humana, evitar de ver o fatídico último episódio, pelo menos para mim, Pawnee ainda existe. Leslie Knope ainda existe.
E foi assim desde sempre. Quando A Bela e a Fera acabava e eu assistia de novo para ver se haveria algo novo; quando eu descobri Volta ao Mundo em 80 dias e tentei relê-lo por diversas noites; quando Harry Potter estava próximo ao fim e eu não queria nem ler o sexto livro. Uma vida se apaixonando por mundos fantásticos que não poderiam existir pra sempre.
Porque, e apenas os Abeds do mundo irão compreender, esta é a beleza da ficção, quando ela consegue construir um mundo tão delicadamente verossímil que passamos a amá-lo e a sentir dua falta quanto ele não está mais lá. Não, não é pela série e pelos episódios, mas por este universo que foi tão fielmente construído a ponto de que nós queremos fazer parte dele.
Piegas, eu sei? Ridículo, muito provavelmente.
Mas há algo da ficção que conta aquilo que não cabe no mundo, mas que precisamos viver, seja Goethe ou Mike Schur. Quando uma obra de ficção nos toca, não importa se é alta cultura ou cultura pop, a parte humana que precisa dela indubitavelmente, é a mesma.
Entreatos: cultura pop levada a sério – É melhor chamar o Saul
09/03/2015, 19:37. Leticia Genesini
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O Paulo, fãzaço de Breaking Bad, já falou sobre Better Call Saul, dando uma verdadeira aula sobre prequels. Agora, falaremos sobre a série sobre outro enfoque: o do spin off, e sobre a necessidade de coerência entre
Eu sempre achei que spin offs eram algo muito melhor na teoria do que na prática. Lógico, nós nos apaixonamos por certas personagens e não queremos que elas desapareçam das nossas vidas, mas quando enfim elas ficam nós vemos seus defeitos e incompletudes. São, digamos, o equivalente televisivo ao tentar transformar um one night stand em uma relação: algumas coisas é melhor deixar como estava. E até agora eu tinha vários exemplos que sustentavam minha teoria, como Joey e Private Practice – desastres que não requerem muitas explicações. Mas daí veio Better Call Saul…
Bem, para quem não está acompanhando, Better Caul Saul é o spin off de Breaking Bad, que vai contar a história do advogado de morais um tanto quanto flexíveis, Saul Goodman. A série está sendo produzida pela Netflix e, diferentemente do seu formato usual de ‘binge watching’, ela está sendo lançada do modo tradicional: um episódio por semana (toda terça). 5 episódios já foram lançados, e por enquanto eu posso dizer que esse spin off é viciante.
Não tão dramática como a série mãe, afinal este não é o perfil de sua personagem principal, e nem tão cinematográfica, Better Caul Saul traz algumas estruturas herdadas de Breaking Bad. Assim como a série original, ela usa é um twist do clássico ‘romance de formação’ que, ao invés de mostrar a formação do herói (como seria o tradicional), ela mostra como esse anti-herói foi se corrompendo. Ambas também tem traços de uma ‘comédia de erros’, onde as coisas vão dando aflitivamente cada vez mais errado a ponto de você estar envolvido até o pescoço e sem saída.
Essa coerência de estilo já é um passo muito a frente dos spin offs citados anteriormente, que tentaram se desvincular das séries mães, mudando não só o formato dos roteiros, mas também transportando personagens já conhecidas e amadas para um mundo que não parecia existir na história delas — não há pacto ficcional que sobreviva a uma viagem dessas! O que Joey e Private Practice tentaram fazer é compreensível, se afastar ao máximo de Friends e Grey’s Anatomy para evitar comparações e poderem ter sua própria vida e autonomia, mas o fato é que isto é impossível. Não há como evitar a comparação, e para fazer isso você teria que sacrificar a verossimilhança da história e das personagens. Além do mais, estes foram por estes mundos que nos apaixonamos! É melhor, como Better Call Saul está fazendo, construir em cima do que já existe e aceitar que haverão comparações entre as duas séries, pelo menos no começo, até que a nova história conquiste seu público do que forçar uma realidade que o público não vai aceitar.
Mas o mérito deste spin off não está apenas na coerência de estilo, mas também na capacidade dos roteirista — e do ator, Bob Odenkirk — de saber como criar uma backstory para Saul Goodman a posteriori. Normalmente quando as personagens são criadas os roteiristas traçam um pouco de sua backstory para criar uma fundação para essas novas personalidade, dar tridimensionalidade a elas, e evitar incoerências na história caso algo não previsto deva ser revelado mais a frente. Mas Saul Goodman não era pra ser uma personagem tridimensional, ela foi criada para ser o estereótipo do advogado charlatão e participar de Breaking Bad por apenas alguns episódios. No entanto, Odenkirk deu tanto carisma a Goodman que os roteiristas pegaram sua deixa e o incluíram na série. Esta capacidade adaptação e extensão do ator e dos roteiristas (algo que faltou aos roteiristas de lost por exemplo) é o que está, impressionantemente, criando um spin off de qualidade. Vamos aguardar os próximos capítulos.
Entreatos: Cultura pop levada a sério – Live from New York: 40 anos de Saturday Night Live
20/02/2015, 20:05. Leticia Genesini
Entreatos
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Irreverente, sagaz, politicamente incorreto, estranho, incorrigível e quarentão. Saturday Night Live, a meca da comédia da TV americana, completou 40 anos. A celebração oficial aconteceu no último domingo em um show de 3 horas e meia que relembrou casts passados, sketches famosos, punchlines que entraram pra cultura pop, e mostrou porque, ainda hoje, é uma das maiores instituições da TV e do humor.
Nessas 4 décadas, o palco do studio 8H lançou para o grande público jovens atores (e roteiristas) dos principais clubes de comédia, stand-up e improvisação do Estados Unidos. Até então desconhecidos como John Belushi, Chevy Chase, Dan Aykroyd, Gilda Radner, Bill Murray, Jane Curtis, Eddie Murphy, Billy Crystal, Mike Myers, Chris Rock, Chris Farley, Cheri Oteri, Will Farrow, Chris Kattan, Ana Gasteyer, Conan O’Brien, Jimmy Fallon, Maya Rudolph, Tina Fey, Amy Poehler, Seth Meyers, Rachel Dratch, Kirsten Wig, Jason Sudekis e Andy Samberg (só para citar meus favoritos). Até mesmo aqueles que fracassaram no show ao vivo, acabaram fazendo história em sua carreira com outros programas, como Sarah Silverman, Julia Louis-Dreyfus e Larry David, fazendo de SNL, e de seu produtor e criador, Lorne Michaels, uma verdadeira fábrica de talentos.
Mas não foi por acaso que SNL se tornou uma instituição da TV e da comédia, sempre reunindo novos e jovens talentos. Acontece que Lorne Michaels era, pelo menos no início, um dos únicos executivos na TV que realmente estava buscando (e brigando) por eles. Sim, pois se hoje grande parte das produções são destinadas ao público jovem, em 1975 havia poucas coisas mais contraditórias do que juventude e televisão.
O começos da década de 70 foi marcada pela generation gap, e se um lado tínhamos os jovens da contra-cultura, do outro tínhamos as velhas instituições, e não é preciso muito para entender de que lado a TV estava. Logicamente, conquistar essa faixa etária seria um trunfo para qualquer emissora, e sim, eles queriam a audiência, mas o fato é que eles não estavam dispostos a fazer o que seria necessário para conquistá-los. Os executivos não compreendiam esses cabeludos, sua música, seu humor, e assim os programas vigentes, evitando polêmicas, tabus e falta de conduta, permaneciam no ar, fugindo das questões e gostos da época e representando tudo que os jovens queriam se distanciar.
Outras emissoras, e a própria NBC, tentaram na época atrair jovens com programas destinados a eles, mas todas as produções acabavam sendo muito água com açúcar para realmente causar efeito. SNL poderia ter sido mais uma dessas produções, mas Lorne, que na época tinha apenas 27 anos, tinha um objetivo: fazer um programa de TV que realmente ele gostasse de assistir.
Seria um programa de sketches, sagaz, que falasse dos assuntos atuais, colocando nada para fora do escopo — drogas, sexo e da sátira política — desde que a piada fosse bem feita, e com uma lista bem clara de convidados musicais: bandas de rock. Uma receita que os altos executivos da NBC nunca ouviriam, pois se Lorne tinha uma imagem muito clara do que queria, ele também tinha experiência o suficiente para não contar para ninguém, convencendo seus superiores de que ele faria um bom trabalho sem entrar nos detalhes do que seu trabalho constituiria exatamente.
Para isso ele reuniu um time de escritores e comediantes talentosos, degenerados e, sobre tudo jovens — apenas um tinha mais de 35 anos — batizados carinhosamente de “The not ready for primetime players”. Eles, longe da sede da NBC, logo encheram andar do Studio 8H de gritos, pranks e maconha (entre outras drogas).
40 anos passados, algumas coisas mudaram. Hoje, provavelmente não se acham muitas drogas nem nas after parties (talvez nas after after parties), e o Studio 8H é um lugar visitado até pelos filhos dos escritores e atores, mas a essência ficou e Saturday Night Live continua fazendo piadas, sejam inteligentes ou nonsense, do mundo aqui fora — e ninguém continua ileso.
Parabéns, SNL.
Entreatos: Cultura Pop levada a sério – Spoiler Alert
05/02/2015, 20:10. Leticia Genesini
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Havia uma época em que se você perdesse uma episódio de sua série a maior consequência seria saber depois de todo mundo que a Felicity cortou o cabelo ou que o Chandler pediu a Monica em casamento. Bastava evitar o assunto com seus amigos, e não assistir as chamadas dos próximos capítulos que tudo estava bem até que você se atualizasse. Agora não mais.
Agora se você tem qualquer desejo de assistir os capítulos no seu ritmo, guarda-los para mais tarde, reservar uma ocasião especial junto a um pote de Ben&Jerry´s, ou mesmo não conseguir assistir a tempo porque (surpresa) você tem uma vida e amigos que não seguem um script, é preciso fazer malabarismos. Imagina então o que foi preciso fazer para não saber “antes da hora” o desfecho do episódio 9 da terceira temporada de Game of Thrones, The Red Wedding? Um completo shutdown.
Tudo começou porque eu quis guardar a temporada inteira para um fim de semana de binge watching. Pois bem, que inocência a minha. Não bastou ter previamente deletado os amigos fofoqueiros e estraga prazeres no Facebook, foi preciso deletar todas as fanpages referentes a séries, inclusive a página oficial da HBO, mostrando como o código de cavalheiros do “spoiler alert” não é mais honrado por ninguém. Mas isso não foi o suficiente, porque mesmo os amigos que nunca postaram sobre a série precisavam então dizer como eles estavam CHOCADOS com a tal perda. E mesmo que eles não tenham revelado qual perda foi essa, em uma série em que a “personagem principal” morre antes do fim da primeira temporada, essa reação já diz muitas coisa: havia apenas alguns personagens capazes de causar tal comoção e eu comecei a rezar para que os meus preferidos tivessem sido salvos.
Agora, a partir do momento que você tem qualquer pista sobre o acontecido e sua cabeça involuntariamente passa a avaliar todas as hipóteses de resolução, toda informação passa a ser um campo minado. Era preciso fugir de novos memes e piadas, o que acarreta em um completo afastamento de mídias sociais – todo e qualquer post era uma potencial ameaça. Mas mesmo no mundo real as pessoas não conseguiam parar de comentar o tal episódio, a ponto de que eu me vi tampando os ouvidos e fugindo para o banheiro em um restaurante quando a mesa do lado simplesmente não conseguia falar de outra coisa.
Não é um problema só das novas mídias ou um rompimento com o contrato social do “spoiler alert”, o fato é que a transmissão do episódio de certas séries virou um evento. É como tentar não saber o resultado do Superbowl – mais do que isso, é como tentar não saber como foi o show o intervalo do Superbowl. E isto é algo aterrorizante, porque, por mais que desejemos que nossas séries favoritas tenham uma ótima audiência, com 6 temporadas e um filme, o que no fundo, bem no fundinho, a gente quer é ficar em casa assistindo aos episódios comendo Ben&Jerry´s. E ninguém deveria interferir no momento sagrado que é assistir pela primeira vez um episódio completamente inédito.
Entreatos: Cultura Pop levada a sério – Renovação nas premiações?
25/01/2015, 15:28. Leticia Genesini
Entreatos
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O Golden Globes 2015 veio e pudermos contar com suas tradições: mais uma vez Tina Fey e Amy Poehler foram as melhores hosts, mais uma vez a melhor piada da noite foi às custas de George Clooney, e mais uma vez a cerimônia teve que acabar antes por falta de tempo. Mas também pudemos ver surpreendentes e felizes novidades, principalmente ao que diz respeito ao que mais importa nessa noite: os concorrentes e os ganhadores.
Em 2015 não vimos a vitória de Jim Parsons e de Big Bang Theory (nada contra, mas são sempre ‘overrated’ pelas premiações), ou de Modern Family (que eu amo, mas também, deu de prêmios, né?), ou de tantas outras séries e atores antes recorrentes, abrindo espaço pra novos ganhadores. Sim, muitas produções e profissionais já consagrados saíram com estatuetas, mas muitas séries e mini-séries que estão em sua primeira temporada — como The Affair, Fargo e Jane, The Virgin — já conseguiram reconhecimento, pelo menos ao quanto concerne a Holywood Foreign Press.
Esta é uma ótima notícia. Isto significa que ainda que Breaking Bad tenha acabado, que Parks&Rec esteja nos capítulos finais (um minuto de silêncio), e que The Bunheads tenha morrido prematuramente (ainda não estou ok com isso!) vão sempre vir novas séries para alimentar nossos vícios e nos assegurar de que teremos motivos para não sair de casa sábado a noite (ou o mês inteiro para os felizes que seguem o calendário escolar). É o ciclo da natureza, e o que o Golden Globes provou — além do fato que ninguém consegue controlar o tempo dessa cerimônia, nem mesmo uma dupla que tem quase duas décadas somadas de treinamento com Saturday Night Live — é que tudo se renova.
Ainda bem, afinal, ninguém que ver sua série favorita fazer 10 temporadas. Não mesmo. A gente pode achar que quer, mas a verdade é que ninguém quer ver personagens e atores que ama virando caricaturas repetitivas e encenando roteiros sem sal. Ninguém precisa passar por isso de novo, as últimas duas temporadas de Friends foram um trauma mais que suficiente. É melhor aceitar que o tempo passou e sair por cima (ainda que o cast esteja ganhando um milhão por episódio — sem contar DVD e merchandising).
Então vamos esta nova geração do que possivelmente serão nossas séries favoritas e aproveitar este começo de descobertas. E se bater a saudades, é melhor rever nossos amigos no Netflix do que achar que eles já vão tarde.
Entreatos: Cultura Pop levada a sério – Resoluções literárias
08/01/2015, 20:02. Leticia Genesini
Colunas e Seções, Entreatos
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2015 começou, e ao invés de resoluções sua lista tem as novas séries que entraram no Netflix, admita. Bem, se serve de consolo, você não está sozinho. Mas por isso mesmo eu venho aqui propor uma nova lista para nós: os livros sobre TV para ler (ou reler) este ano – porque não é só Mark Zuckerberg que pode começar um clube do livro!
A grande maioria dos livros dessa lista são autobiografias, já que desde que o livro “Bossypants” da Tina Fey virou (merecidamente) um best-seller, muitas editoras comissionaram autobiografias a outros comediantes — mas a gente só tem a ganhar com esta nova moda!
Bem, sem mais delongas aí vai, a lista de livros sobre TV para ler (e reler) em 2015:
01. Bossypants – Tina Fey
Como eu já disse, Bossypants foi merecidamente um best-beller (por mais de dois anos) nas listas americanas e é até hoje minha autobiografia preferida. Aqui vemos que Tina Fey é uma ótima comediante, mas antes de tudo uma incrível escritora — não é a toa que ela foi a primeira mulher head-writer de Saturday Night Live. O livro contém narrativas hilárias de uma garota obediente e neurótica dos subúrbios da Filadélfia, que levou vida sem paralelos no mundo da TV, isto é: sem escândalos, aventuras sexuais ou drogas — seu nerd interior vai se identificar.
Passagem favorita: Tina Fey falando sobre seu pai. Deveriam fazer um super-herói desse homem. Marvel, #ficaadica.
02. Yes, Please – Amy Poehler
Eu já dediquei um artigo assim que acabei de ler este livro, mas estou aqui para recomendá-lo novamente. Diferentemente de sua amiga Tina Fey, Amy tem muitas histórias de drogas (mas nada escandaloso), e até um date com John Stamos.
A grande surpresa aqui é seu audiobook – cheio de convidados ilustres que vêm narrar o livro com Amy – definitivamente vale mais a pena do que o livro em papel!
Passagem Favorita: O capítulo final lido ao vivo. A narrativa e as piadas de Amy Poehler ganham vida quando lidas ao vivo para uma platéia reagir. Ela é definitivamente uma atriz performática.
03. A girl walks into a bar – Rachel Dratch
Fechando o trio de garotas que foram do grupo de improvisação Second City para Saturday Night Live, Rachel Dratch conta uma história um pouco diferente. Após deixar SNL, Dratch viu seus colegas começarem seus próprios Talk Shows, Sitcoms e filmes, enquanto ela não conseguia nenhum papel que não fosse a amiga lésbica. Ao contrário do que ela esperava, ao invés de viver a segunda fase de sua carreira, Dratch acaba mãe em tempo integral aos 44 anos.
O que ela narra poderia muito bem ser o roteiro de um filme de Woody Allen: uma protagonista judia e neurótica, com um talento para o humor negro das coisas cotidianas. Surpreendentemente bom.
Passagem Favorita: Rachel chorando/rindo em um bar ao cantar “Piano Man”.
Dica: Ouvir em Audiobook, assim como Amy Poehler, Rachel Dratch é uma comediante e improvisadora mais do que uma escritora, e sua interpretação vale muito a pena.
COLUNA| SÉRIES & EU – A PULSEIRINHA E A NATALIE PORTMAN
04. Paddle Your Own Canoe – Nick Offerman
Este é o audiobook que atualmente me acompanha durante meu dia, e devo dizer Nick Offerman é uma ótima companhia. Dono de uma personalidade única, Offerman conta como um menino que cresceu na fazenda, que nem conhecia os Beatles, decidiu cursar artes dramáticas e ser ator de teatro. E para aqueles que acham que ele é a sua personagem Ron Swanson (Parks and Recreation), vocês vão descobrir que ele é ainda mais doce, mas também com opiniões incorrigíveis.
Passagem Favorita (até agora): Nick sendo preso por roubar fitas cassetes de uma loja no dia que ele deveria estrear em uma peça.
05. Live From New York – Tom Shales and James A. Miller
Saturday Night Live completa 40 anos na TV esse ano (preparem-se para o meu artigo sobre ele!), e nada melhor do que comemorar com um livro que conta os bastidores deste show que já virou uma instituição cultural. Praticamente todos os grandes comediantes da TV americana passaram por esse palco (ou backstage) – Chevy Chase, Bill Murray, Will Ferrell, Cheri Oteri, Billy Cristal, Eddie Murphy, e por aí vai.
E se você quer achar seu trabalho fácil e não estressante, dê uma pesquisada em como Saturday Night Live é montado e você nunca mais vai achar uma deadline aterrorizante.
Passagem Favorita: ainda não o li! Aguardem!
06. Homens Difíceis – Brett Martin
O livro que eu mais estou esperando para ler! Eles faz um paralelo entre The Sopranos, Breaking Bad, Mad Men e The Wire criando ensaios sobre o lugar do anti-herói da TV americana. Definitivamente um livro que leva cultura pop a sério.
Passagem Favorita: ainda não o li! Aguardem!
Dica: O livro tem spoilers, então eu sugiro ver as séries antes de lê-lo.
Entreatos: Cultura Pop levada a Sério – A magia do cinema chega à telinha (e vice-versa)
12/12/2014, 10:25. Leticia Genesini
Colunas e Seções, Entreatos
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Após uma bem sucedida primeira temporada, estrelada por Matthew McConaughey e Woody Harrelson, True Detective confirma que Rachel McAdams vai estrelar na segunda temporada da série ao lado de Colin Farrel e Vince Vaughn, diminuindo ainda mais os limites entre o mundo do cinema e da TV.
Mais do que misturar os dois mundos, hoje inverte-se o movimento original de que atores de séries bem sucedidos passavam a buscar e receber bons papeis nos cinema, como aconteceu com Jeniffer Aniston, Chris Pratt e inúmeros astros do Saturday Night Live. Agora as grandes estrelas já consagradas no cinema querem fazer parte das novas produções da TV.
Ok, isso não é tão novidade na HBO, que teve estrelas do cinema no elenco de ‘Os Sopranos’ (só para citar um exemplo clássico), e mais recentemente Boardwalk Empire, estrelado por Steve Buscemi, que no piloto esteve sob a direção de ninguém mais ninguém menos que Martin Scorsese. E mesmo fora da HBO cada vez mais temos exemplos como J. J. Abrams que tem no currículo a direção tanto de clássicos da TV, como Felicity e Lost, quanto do Cinema, como Missão Impossível e Star Wars.
A verdade é que a TV como um todo não apenas tem chamado a atenção de atores, como também roteiristas, diretores e da crítica que hoje vê o meio não só como um entreteninmento, mas como um entretenimento de alta qualidade, como um meio capaz de contar histórias com narrativas inovadoras e envolventes, e, muitas vezes, como arte.
Parafraseando Marshal McLuhan, o grande pensador dos meios de massa, cada nova invenção nostalgicamente eleva sua predecessora a um status de arte. Como o cinema fez com o teatro, e a Tv com o cinema, agora a internet está nos permitindo validar a televisão como um meio artístico. E merecidamente.
É a história do professor de literatura que fez sua tese de mestrada sobre Bob Dylan: Walter White pode ser vista como uma das grandes personagens da história, lado a lado com clássicos da literatura; assim como 30rd rock apresentava um humor sem igual.
Ao longo dos anos, a TV aprimorou o uso dos seus recursos dando ao público impecáveis apresentações de personagens, progressões narrativas refinadas, novos jogos de cena e um desenrolar que não precisa ver seu desfecho em duas horas. A meu ver um paraíso para atores, roteristas e diretores que querem explorar suas capacidades narrativas. E principalmente para nós, fãs e viciados, que temos cada vez mais histórias e personagens para nos apaixonarmos.
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