TeleSéries
Bones – The Repo Man in the Septic Tank
21/03/2014, 09:00. Maria Clara Lima
Reviews
Bones
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Há algum tempo eu venho evitando esse dia. Pois hoje não é um dia qualquer. Talvez, eu o evite por não ter palavras para dizer o que tenho que dizer. Como “reviewer” de Bones, eu aprendi muita coisa sobre a vida, sobre o amor, sobre amizade, sobre fatos em geral, mas nunca acreditei que teria que aprender a dizer adeus.
Estou há três episódios atrás de vocês e sei que isso não é leal com o leitor. Peço desculpas antecipadamente, mas se eu escrevesse apenas por escrever, isso não seria certo. Quem me acompanha aqui sabe que a crítica vai além de um “recap” do episódio. E mesmo se fosse, não saberia o que dizer, pois desses três mal lembro do último.
É engraçado lembrar de uma época que aprender com Bones era moda, e enchia a minha timeline de coisas engraçadas. E quando eu falo que agora vem o mais difícil, não pensem bobeiras antes de eu terminar essa singela crítica.
Antes de tudo, não sou americana, não recebo episódio em CDs, nem me gabo por ser próxima do Hart Todo Poderoso, até porque não sou. Não sou nada disso, e tenho a consciência de que a minha opinião vale para pouca gente. Às vezes me pergunto qual o propósito de reclamar de algo se nunca vou ser ouvida. Aí, percebo que mesmo assim, eu preciso falar algo, porque se eu ficar em silêncio, seria conivência com algo que eu amo muito.
Então, eu digo.
Há três episódios que eu me sinto enganada. Mas antes de você começar a discordar de tudo o que falo, é só ter um pouco de paciência. Não vou dizer em nenhum momento que a série morreu, que seria melhor ter acabado na quinta ou nem que sinto saudades das primeiras temporadas. Isso seria mentira, e estou procurando ser o mais sincera possível. The Repo Man in the Septic Tank foi apenas mais uma evidência no meu julgamento de que até agora eu não consigo me convencer de que a renovação para a décima temporada foi um bom negócio – tirando o fato de que sofro de um amor egoísta, e assistiria Bones até a temporada infinita.
A falta de cuidado, argumentos e criatividade com esses últimos episódios me fizeram pensar sobre o que os roteiristas dessa série fazem quando se encontram para discutir ideias para os episódios. Eles devem dançar, beber e depois rir da nossa cara. O problema não é a série, que tem um fôlego incrível, e sobrevive a qualquer coisa, nem a química entre B&B – me desculpem pessimistas, mas vocês perderam. O problema é que essa história de ser por apenas ser me cansa muito. Não é porque a série é um procedural que devo me a ter às banalidades. Os episódios estão mal escritos, os casos tediosos e os personagens estão sendo destruídos pouco a pouco.
O Batismo
Booth é católico e a Brennan é ateia. Isso não é novidade para ninguém. Bones não acredita no “mito” do bebê Jesus. Apesar de ser dado a luz ao lado dos Três Reis Magos, a cientista apenas escolheu a razão. Em muitos episódios, isso é engraçado. Mas após quase uma década juntos, usar a religião para causar qualquer tipo de constrangimento entre os dois soa barato. Há um poema de Vinicius de Moraes que diz:
Não te quero ter porque em meu ser tudo estaria terminado
Quero só que surjas em mim como a fé nos desesperados
Para que eu possa levar uma gota de orvalho nesta terra amaldiçoada
Que ficou sobre a minha carne como uma nódoa do passado.
As questões trazidas pela série, por mais bobas que possam parecer, me marcaram profundamente. Quando lembro deste poema do Vinicius de Moraes, é minha mente me lembrando o quanto esta história me marcou e por causa disso, a presença dela na minha vida não deveria se transformar em uma ausência.
Gostaria de dar mais detalhes sobre o episódio, mas a ausência de vontade ou de lembranças me consomem. Então me resigno a comentar apenas o que mais me marcou. E foi isso, a falta de cuidado com a história.
Qual o propósito da Brennan batizar Christine (em uma das mais belas cenas da série) e simplesmente chegar para o marido e dizer: “eu concordei com isso por você…”. Sabemos que foi por ele, um ato de amor que superou qualquer crença. Mas falar isso como se fosse algo que ela fez para por fim a uma discussão? Isso é barato.
Trazer estagiários polêmicos – para depois sumir com eles – não é uma boa estratégia. Onde está o Luke? E tantos outros que sumiram? Para mim, a descontinuidade das coisas é mais uma prova da falta de cuidado. Sempre me pergunto como o Pelant sumiu com todo o dinheiro do Hodgings e mesmo assim o Jeffersonian não deixou de existir? Ou a repercussão disso parece ter sido algo bem local: dentro do ciclo de amigos do etimologista. E aquela agente Shaw, que parecia ter uma boa história ali? Sumiu.
De qualquer modo, o latino me foi um soco no estômago. Era tanta baboseira que saia da boca dele, que juro, tive vontade de socar minha pobre televisão. Um idiota, escrito por alguém sem conhecimento algum sobre Cuba ou qualquer coisa perto disso. Aquilo foi uma falta de respeito e me causou uma vergonha profunda. Nem os comentários sobre o capitalismo americano salvaram a patifaria do esteriótipo. Faltou sensibilidade para tratar de um tema tão delicado, então não. Apenas não.
O pior de tudo é que o episódio foi escrito pelo Michael Peterson, roteirista que está com a série há anos e fez episódios lastimáveis como The Warrior in the Wuss. Ou seja, eu deveria esperar que bombas estavam por vir.
Outra vergonha é tratarem a Brennan como a tratam. Bones é uma das personagens mais fascinantes das séries. Uma personagem que poderia servir, poderia não, serve de exemplo para muita gente. Um exemplo de brilhantismo e superação, de coragem e de muita doçura. Fazer com que ela seja grossa, e muitas vezes uma completa imbecil, me dói. Até porque para alguém tão inteligente como ela não é justificável ter esquecido todas as “lições de vida” as quais ela já experienciou. Tratar mal os colegas e os novos estagiários é tão contrário a alguém tão disposta a aceitar os outros, mesmo isso sendo difícil para ela, mais do que para qualquer um.
Para mim, Brennan soa cada vez mais falsa, perdida, um reflexo da patifaria por trás desses episódios.
A Ausência
A ausência da Christine é algo que realmente não compreendo. Não compreendi no casamento e não compreendo até hoje. Não creio que seja por indisciplina do elenco infantil, e aí preciso incluir o Michael Vincent nesse pacote. A ausência deles é outra prova a ser analisada nesse julgamento da falta de competência do Hart, Stephen, Dean ou seja lá quem se intitule o culpado. Tem um poema do Drummond, também chamado Ausência, que diz:
Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
E é assim que penso agora. Porque a ausência não é só o fato das crianças não aparecerem, é um atestado da falta de cuidado com a série.
São tantas coisas que sinto falta. Das cenas entre a Angela e a Bones – ao menos umas que a Angie não esteja dando lição de moral na amiga. Sinto falta daquele Booth galante, ou até mesmo dos casos, que de tão bons, podiam ser conectados à vida dos personagens. Ah, essa ausência bandida…
A Presença
A parte do sexo – apesar de barata, e sexo barato é o ponto mais baixo da vida de alguém como eu, que vende o corpo e a alma por algo que nem tem me dado assim tanto prazer – foi uma surpresa para mim. Por ser algo velho em meus ouvidos, me surpreendi como a coisa foi colocada para fora (perdão do trocadilho).
A declaração da Brennan foi uma conexão bem feita com todas as cenas que ela escolheu defender que sexo era apenas sexo. Mesmo quando ela concordou com Booth que sexo seria quebrar as leis da física, o ato me parecia mais carnal do que afetivo. A primeira noite deles – aquela que não vimos AINDA – deve ter sido assim. E toda vez que sexo é mencionado entre os dois, a referência é para o ato. “Sexo com a Bones é ótimo”, acho que foi isso que o Booth disse por último, e fez, como consequência da afirmação, alguma carinha marota.
Já que não vemos o sexo, poderíamos ao menos senti-lo, e por muito tempo, essa foi a primeira vez que acho que vi algo acontecer entre os dois. A declaração romântica da Brennan foi bem bonita. “Você me nutre, você me protege, você é meu lar”. Poderia ser sempre assim. Não é?
Mas, infelizmente, somos ludibriados com essas migalhas deliciosas. Assim como as cenas finais, que a Emily e o David fazem ser tão bonitas, tão simples, e tão verdadeiras, a desse episódio, em particular, encheu meu coração de alegria e amor (com as risadas e chamegos entre os dois). Disso eu tenho certeza ao menos, nada, mas nada, abala o amor entre B&B e o amor que sinto por esses personagens.
Comecei esta crítica dizendo que eu tinha que falar coisas que não queria, mas ainda não o fiz por medo. Mas como tenho que chegar ao fim deste texto, nada mais justo do que dizê-las. A verdade é que tenho medo de dizer adeus. Como diz aquela música brega, isso foi a única coisa que não aprendi com Bones. E sei que o fim está próximo. Gostaria muito que quando a série acabasse, toda essa jornada tenha valido a pena. É por isso que ocupei as linhas desta review para dizer: espero que minha opinião sirva para ao menos uma reflexão: será que merecemos que Bones termine assim? Que a série passe a ser um resquício de boas cenas? Quando penso nisso, tenho vontade de fingir que ainda estamos no quinto ano e que temos ainda muito o que andar.
Mas a verdade é que a estrada, mesmo longa, um dia termina. E espero, que no fim de tudo, ainda tenhamos fôlego para lembrar da série para sempre como algo que aquece nossos corações, que nos faz rir, chorar, ficar com raiva, triste e se questionar. Uma série com emoção.
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Maria, pode criticar a vontade, isso só mostra o quanto você gosta de Bones.
Para mim a questão da religião já deu há muito tempo. A Brennan não acredita em Deus e o Booth sim e ponto final. Não pode faltar é coerência a mesma pessoa que aceitou que a filha fosse batizada e até casar na igreja por causa do marido, não
aceitar a educação religiosa. A Brennan sabe que acreditar ou não em Deus é uma
escolha pessoal.
Eu só quero a volta do Wendell, bons casos e discursões que valem a pena.
Gosto mesmo!!! =((((
Eu gostei do tema da religião, não me importo. E dps do batizado era claro q isso iria acontecer eventualmente, pois a Chris é meio a meio, museu e igreja 🙂 cérebro e coração.
O Cubano é o lixo.
A Cam e a Angie ai algo que poderiam ter explorado mais, a amizade das três(com a Bren) é sempre algo interessante. O epi da festa de solteiro, só de lembrar rolo rindo.
Normalmente não me interessado pelos casos de Bones, quando um é bom eu consigo notar, mas outros passam despercebidos. Isso é um problema, pois Bones caga e eu não ligo HAHAHHAHA.
Adoro tuas reviews, a gente tem q se levantar para o que está errado também. 🙂
Eu li em algum lugar que a Christine não participou das cenas do casamento porque a bebê não estava bem no dia…
Sim, o que não é uma desculpa
Mas se criança n tava ” colaborando” como iam coloca-la? Aliás.não são 2 gemeas que fazem a Cristine?
O que significa Bones ser procedural?
Um episódio independente por semana, ligado apenas pelos procedimentos da série. Ou seja, casos, investigações e os personagens centrais.
apesar de barata, e sexo barato é o ponto mais baixo da vida de alguém como eu, que vende o corpo e a alma por algo que nem tem me dado assim tanto prazer. EU li e reli e não entendi q isso significa? De quem estava falando?
Desde que comecei a assisitir Bones, tem uma coisa que me intriga entã vou perguntar aqui rs. O que significa essa falta de cuidado com série quem vcs n gostam,?