Bones – The Lady on the List

Data/Hora 17/10/2013, 16:47. Autor
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O verdadeiro crescimento vem quando corremos risco.

O que torna algo bonito não é a complexidade da coisa. O bonito é aquilo que simplesmente te emociona, te deixa feliz, te intriga. Aquilo que é memorável.  Para a maioria das pessoas, dizer algo assim parece barato. Brega. Mas não é. Por que a beleza da vida está no que é simples. E isso foi o que tornou The Lady on the List tão especial.

Fiquei comovida com vários momentos da história. Eu pensava: isso nem é um grande arco, não houve a morte de algum personagem querido, nem terríveis cenas de desilusão amorosa, nada que causasse a carga emocional digna de um episódio cinco estrelas. Mas mesmo assim, esse episódio foi perfeito.

Ele foi a resposta das minhas constantes indagações. A principal delas, porque Bones não conseguia nos apresentar um episódio consistente, sem grandes furos, ou que precise de um apelo para sustentá-lo (mais conhecido como vilão). The Lady on the List foi a resposta para cada uma das minhas questões. Mais que tudo, foi a prova de que a série consegue se sustentar apenas por sua essência. Simplesmente por ser simples.

The Lady on the List me trouxe direto para o centro das emoções. Não exagero quando digo que ele foi perfeito, até porque para ser perfeito precisa apenas de harmonia, e isso o episódio teve de sobra. A abertura, o caso, o time de squints, B&B, todos os elementos que um fã de Bones espera na série, ocuparam um lugar de destaque no episódio. Tudo estava em seu devido lugar. Tudo mesmo. O grande responsável por isso? Pat Charles, editor de roteiros de mais de 50 episódios da série. Talvez por isso, o episódio ficou tão redondinho e agradável mostrando que são os pequenos momentos que fazem o dia valer a pena.

Momentos como…

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Quando alguém celebra a vida

Dizem que a única certeza da vida é que um dia todos nós, inevitavelmente, iremos morrer. Mas quando a certeza é antecipada, a vida fica mais evidente. Bones é uma série sobre a morte, mas nesse episódio, eles celebraram a vida.

O caso do paciente terminal de câncer Charlie McCord conectou os personagens de forma que todos puderam refletir sobre o que é importante na existência. Achado em decomposição, após, aparentemente, morrer em uma escalada, Charlie era lembrado por todos como alguém inspirador. Não é porque Charlie estava morrendo que as pessoas se emocionavam com seus vídeos, mas com certeza, era por refletir sobre a dádiva que temos com o dia a dia. “Eu amo todos os dias”, disse Booth para a Brennan. Para mim, essa percepção de que o cotidiano é algo precioso, me fez repensar a beleza das coisas simples. Por consequência, na beleza sobre Bones.

A morte era inevitável, mas interromper a vida de alguém ainda é um choque para todos. Charlie foi assassinado por um amigo, uma pessoa que poderia ter dado sentido ao que ele estava passando. Um acidente? Não, a ganância. Isso com certeza foi o que mais chamou a atenção na resolução da história.

A ganância nunca foi uma característica de Bones. Acho que entendemos o recado. Às vezes, queremos tanto algo que não temos – em Bones, seria algo parecido com a encenação de 50 Tons de Cinza-, e aí somos presentados com uma cena “eu amo todos os dias”. Um beijinho no sofá da sala.

Esse caso foi bem mais profundo do que parece. Por que mexeu com toda a história.

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Quando você ainda se surpreende

Adoro o fato de que, na série, os personagens são constantemente surpreendidos por algo novo entre eles. Sejam novas aspirações, habilidades, desejos, maneirismos. Adoro também o fato de eles se conhecerem tão bem que nada os surpreendem.  Como a Angela e sua constante desaprovação das coisas que é obrigada a ver no Jeffersonian.

A cena dela encontrando a Cam tirando os restos do rosto da vítima é impagável. Assim como a Cam, em constante surpresa com as peripécias do Hodgins. Aliás, o Hodgins maravilhado com a águia e entusiasmado com o fato de poder ajudar na investigação usando cera de ouvido só nos mostra que o cotidiano pode ser surpreendentemente divertido.

Bones sendo direta e literal ainda nos rende bastante cenas cômicas. A interação da personagem com o Sweets, mesmo anos depois, é verdadeira e irreverente. A cena dela convidando a Angela para ser a madrinha do seu casamento… Já em Booth – e seu grande coração de leão – sua habilidade em se deixar levar pela intuição é reconhecível e bacana.

O simples beijo entre B&B durante o trabalho, e a discussão se eles teriam rolinhos de salsicha ( o tal “pigs in a blanket”) no casamento foram algo simples, mesmo assim, a cara dos dois. Mas o que mais me chamou a atenção sobre os preparativos do casamento foi o compromisso pela descomplicação. Sim, será um grande momento na vida de B&B, mas o episódio deixou bem claro que os grandes momentos acontecem todos os dias. No cotidiano. Mesmo assim, você se surpreende.

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Quando você faz um bom trabalho

Sweets vesus VAL foi uma competição divertida de se ver. Até uma brincadeira sobre a importância do personagem na série e no dia-a-dia das investigações. Nos últimos anos, Lance tem tentado provar aos outros e a si mesmo que é necessário para o time, seja se tornando um agente, empunhando armas e indo a campo com mais frequência, era visível o esforço de todos em tornar o Sweets parte da coisa toda.

O personagem foi de agradável para chato ao longo das temporadas, chegando ao ponto de quando ele roubava um pouco mais de tempo em tela, o sentimento era esse momento: de que tínhamos sido roubados. Mas não em The lady on the List. Neste episódio Sweets fez a diferença. Sei que não é a primeira vez que ele resolve um caso, ou ajuda na perseguição ao suspeito, mas aqui foi diferente. Sem ele, não teria sido a mesma coisa.

Acho que a VAL veio para nos dizer que sim, ele é um simples psicólogo e é bom no que faz, e nenhuma máquina pode substituí-lo.

VAL e o dr. Wells tiverem um papel parecido no episódio. Principalmente se pensarmos que o tema central da história foi a simplicidade. Não é preciso ter vários doutorados, um QI espetacular, conhecimento de tudo para ser bom no que fazemos. Como disse a Cam: é a estupidez que nos faz um bom time.

Vocês repararam que não houve um só momento que o tal super Dr. conseguiu se sobressair em relação à equipe do Jeffersonian? A Angie descobriu a identidade da vítima e ainda desmontou o álibi do suspeito, o Hodings e a Cam deram o histórico dos últimos momentos de Charlie ajudando a traçar o caminho do assassinato, já o Sweets derrotou a máquina do FBI ao assegurar o perfil do suspeito e o Booth, o “não-squint”, sempre faz justiça. Não só pela sensibilidade, mas principalmente por confiar em seu time. Isso sem contar a Brennan, que apesar de achar que o Prêmio Nobel em sua vida é apenas uma consequência de seu trabalho, é a mais genuína, pura e singela de todas. Apesar de ser o gênio mais sincero de todos, a Bones está ali para fazer o que faz e fim de história. “Eu sei o que aconteceu”. E você Dr. Wells?

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Quando você consegue preencher o vazio

The Lady on the List preencheu um grande vazio que eu vinha sentindo em relação ao seriado. Achei que depois de nove anos, Bones estava perdendo a mão. Não a força, mas o jeito, sabe? Mas aí que vem a surpresa. Depois do tão esperado episódio do Pelant, entre o fim do grande vilão e o tão esperado casamento, a série apresentou um dos melhores episódios desde a sexta temporada.

A história veio para preencher esse vazio que acaba tomando conta de alguém quando o tempo passa. Preencher o dia-a-dia, episódio após episódio é uma tarefa difícil. Lá se vão quase 200 episódios, entre casos, crescimento pessoal, vilões… isso é história. Nesse episódio, tivemos tudo o que era preciso para dizer: ei, nós somos um simples procedural sobre crimes. E somos bons nisso. Podemos continuar sendo bons nisso por muito tempo. Não precisamos pular do espaço (ou pular um tubarão gigantesco, se é que me entendem) para sermos grandes, para fazer um bom momento acontecer.

Entre a lista de coisas que o show precisa fazer, acho que já fizeram todas, fechando com o casamento de Temperance e Seeeley na semana que vem. Mas isso não quer dizer nada, já que a magia da vida está no banal, no comum, no costumeiro. No beijo ao final do dia. É em ter a vida completa, uma filha saudável, ou o amor da sua vida.

Olhem para Bones agora, foi uma trajetória e tanto, não?

A lição que fica desse episódio é de que um dia Bones também irá acabar. E que por isso, não há espaço para ter medo em apostar, viver coisas novas, esperar algo grandioso para acontecer. Há um tempo, aprendi que Bones é feita de coisas simples. Como o amor, por exemplo.

Então, surpreenda.

Compartilhe o tempo que você tem.

Porque cada dia é uma dadiva. Cada momento, uma benção. 

*Dedico essa review para a Ana Botelho. Uma amiga que é essencial por simplesmente existir. Feliz aniversário, querida.

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  1. Manuella - 17/10/2013

    Mil corações! Review favorita… até semana que vem mwhahahaha
    Você pode subestimar Bones, mas não por muito tempo…
    *beijo no ombro pro recalque passar longe*

  2. Maria Clara Lima - 18/10/2013

    Só porque eu dei nota cinco, né? Mmmm

  3. Ana Botelho - 17/10/2013

    Awwwwwwn ? além da review ser linda, ainda tem dedicatoria s2

  4. Maria Clara Lima - 18/10/2013

    <3

  5. Camila Nere - 17/10/2013

    Como é bom ver a Brennan valorizando a família dela! A resposta dela foi simples e ao mesmo tempo perfeita.

  6. Maria Clara Lima - 18/10/2013

    Sim, Camila! Aquela cena final em que ela percebe que tem tudo o que a vida poderia lhe dar foi muito gratificante.

  7. Grace - 18/10/2013

    Adorei, Clara! Mas o melhor de tudo, lendo teu texto, fiquei tão feliz em te ver feliz com Bones.

  8. Maria Clara Lima - 18/10/2013

    Proud fans! <3

  9. Destaques na TV – quinta, 17/04 - 16/04/2014

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