Girls – It’s About Time

Data/Hora 16/01/2013, 09:47. Autor
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A série mais gordinha da atualidade está de volta, e agora com dois Globo de Ouro na bagagem – melhor série de comédia e melhor atriz de comédia (Lena Dunham). A produção já havia sido indicada aos Emmys das mesmas categorias, mas não levou nada pra casa na ocasião. Ainda assim, a comédia está longe de ser uma unanimidade. A premiação despertou a ira de muitos, principalmente dos que defendem que nem de uma comédia se trata. Boa parte do mérito do hype vem da criadora e protagonista, que fez um belo trabalho na frente e por trás das câmeras, além de ajudar fortemente na divulgação, mesmo quando a série no ar. Agora vamos falar do episódio de estréia da segunda temporada.

O principal acerto da trama foi não ter parado no tempo. A série andou, mesmo quando não estávamos assistindo. A pressa era tanta que eles nem se preocuparam em explicar exatamente o que aconteceu com os personagens nesse tempo. Coube ao telespectador identificar nas entrelinhas os fatos que levaram à atual situação de cada personagem. E qual a melhor maneira de estrear uma temporada de Girls senão com uma festa? Apesar de muitos convidados, apenas os personagens conversavam entre si (deve ser muito triste ser figurante dessa série). As cenas do karaokê foram a melhor coisa da TV desde o começo do ano. A festa serviu pra reunir os personagens e dar andamento aos conflitos de cada um.

A Shoshanna foi dispensada pelo Ray após perder a virgindade e estava lutando pra fingir que não se importava. Cheguei a sentir pena da moça, mas quando ele disse que ela mandava SMS com emoticon, não teve como não dar razão pra ele. Comecei a imaginar o facebook dela. Mas ainda assim, quando está perto, ela é uma boa companhia. Todo mundo tem uma tia assim. A cena acabou em beijo, claro.

Marnie percebeu que parece uma idosa até quando comparada à mãe. Não que a mãe seja algum exemplo de maturidade, longe disso. Pelo pouco tempo que a personagem teve em tela, podemos perceber que provavelmente a mais ranzinza das girls é assim justamente pra não se tornar o que viu em casa enquanto crescia. Mas ao fim do episódio, chegou à conclusão que não adianta fingir ser o que não é, conselho esse que saiu da sua própria boca e voltou como se batesse em um espelho. Acabou dormindo com o ex, com quem já tinha terminado, voltado e terminado (alguém manda um pouco de auto-estima pra esse cara, porque ele é o que mais precisa ali).

A Hannah foi a que teve mais mudanças. Cuidando do namorado que tinha sido atropelado no último episódio da primeira temporada (ele precisa daquele cuidado todo? Ao que parece, ele apenas quebrou uma perna. Tem gente por aí subindo o Cristo Redentor de cadeira de rodas) e já cansada da relação, precisava tomar coragem pra terminar o namoro. Os papéis inverteram. Se antes ela era a insegura que mendigava o amor dele, agora é ele que implora para que ela não o deixe. A personalidade da personagem reflete a personagem da própria Lena, que com a confirmação do seu sucesso, não tem motivos pra se sentir tão insegura. A última cena confirma isso, quando ela entra no apartamento do novo namorado e tira a roupa muito segura de si.

A Jessa passou na frente na fila do táxi, descobriu que não sabe nem onde mora e achou isso a coisa mais incrível do mundo. Ou seja, não mudou nada.

Girls está de volta. E quem ignorar essa temporada corre o risco de ficar de fora nas rodinhas dos mais descolados. Ou pelo menos das timelines. Agora é torcer pra que ela amadureça, mas não muito, já que o melhor dela é essa falta de irresponsabilidade e seriedade.

Homeland – Beirut is Back

Data/Hora 15/10/2012, 09:54. Autor
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Se existia alguma dúvida se Homeland conseguiria manter o nível da primeira temporada, ela foi praticamente sanada neste episódio. Permeado por momentos de extrema tensão e um cliffhanger de deixar qualquer um sem ar por alguns minutos, “Beirut Is Back” serviu principalmente para colocar os protagonistas em suas posições definitivas no novo cenário, já que no primeiro episódio eles estavam apenas fazendo participações especiais.

Mais uma vez Claire Danes deu um show de interpretação, conseguindo convencer até o mais incrédulo como alguém que perdeu a fé em si mesma. Em uma situação mais difícil ainda ficou Saul, que recebeu a tarefa de decidir se confiava ou não na agente que se mostrou totalmente instável. Se a série decepcionou em algum momento, com certeza foi em colocar o Brody novamente em uma posição extremamente privilegiada. Por mais que o ex-fuzileiro tivesse interesse direto na morte do terrorista, foi um pouco forçado colocá-lo em uma sala justamente no momento em que a operação acontecia (apesar de que, seria muito interessante ver o congressista vendo seu amigo morrer e ser obrigado a reagir com felicidade). Mas partir daí não faltaram cenas para mostrar a superioridade da produção. A sequência em que a Carrie decide procurar provas no apartamento do aliado de Nazir foram não menos que incríveis.

E quando tudo parecia perdido, com a loira chegando em casa e percebendo que teria que voltar à sua rotina, o episódio trouxe a revelação que só era esperada para o final da temporada. A descoberta do vídeo em que o Brody confessa seu plano terrorista foi uma verdadeira surpresa. A série poderia tranquilamente segurar essa informação por mais um tempo, mas esta decisão serviu principalmente para que o público entenda que eles não pretendem enrolar. Resta saber o rumo que trama irá tomar a longo prazo, já que teoricamente basta que os agentes da CIA apresentem a confissão do Brody e o prendam. Fato é que não se pode mais subestimar Homeland. Ficou claro que os produtores sabem o que estão fazendo e o telespectador terá pela frente bons momentos com essa série que entrou definitivamente na disputa da melhor trama no ar.

Parenthood – The Talk

Data/Hora 04/10/2012, 13:02. Autor
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Depois de uma sequência acima da média, Parenthood trouxe um quarto episódio apenas morno. O principal motivo desta esfriada foi o fato de que a série precisa dar um pouco de atenção aos outros núcleos, para que não se torne uma produção exclusivamente sobre Kristina e Adam. O problema disso é que, se comparados os dramas de cada irmão, nenhum vai despertar mais interesse que o casal com um filho com asperger, recém separados de sua filha mais velha e que acabam de descobrir um câncer.

A amizade entre Sarah e Rank até consegue despertar alguma simpatia. Mais uma vez a série evidenciou que o futuro romance será endossado pela necessidade de tornarem o relacionamento de ambos com seus respectivos filhos mais fácil. Dessa vez foi a Sarah que conseguiu quebrar o gelo com a filha do fotógrafo, mostrando pra ele que ela pode ser de extrema serventia na criação de uma pré-adolescente. A aspirante à assistente de fotografia já havia sentido algo muito parecido, quando o seu filho se mostrou bastante confortável com o novo chefe dela. É possível enxergar nesse horizonte até um relacionamento entre os dois jovens, já que Drew está passando por um momento complicado após ser dispensado por sua ex-namorada. Mas que fique claro que isso é uma péssima ideia.

Outra trama que contribuiu para tornar o episódio um pouco menos interessante foi a tentativa do Zeek em ocupar seu tempo ocioso. Ficou claro que a principal intenção do plot foi introduzir o personagem Ryan, veterano de guerra que após voltar aos EUA está perdido em relação ao que fazer da vida. Não é difícil supor que o novo amigo do patriarca dos Braverman, interpretado por Matt Lauria, que trabalhou com o showrunner nas duas temporadas finais de Friday Night Lights, entra na trama pra fazer par romântico com Amber, que anda um pouco apagada nesse início de temporada. A história soa um pouco repetitiva quando comparada com o affair entre Haddie e Alex (coincidentemente interpretado por outro ator que veio de Friday Night Lights), quando ela entra em um programa de voluntariado também indicado pela avó.

A trama que intitulou o episódio (The TalkA Conversa, em português) trouxe a Jasmine, o Crosby e o Jabbar fazendo uma análise do racimo nos dias de hoje, onde as crianças precisam ser avisadas que tal preconceito existe. De certa forma interessante, mas longe de despertar um interesse maior, a tal conversa mostrou que apesar de uma importante evolução, o tema ainda incomoda ao ser tratado, e que precisa de muito tato para ser trazido à tona. Na outra ponta, a trama da adoção mostrou dessa vez a dificuldade da relação entre o pai e o filho. O desenvolvimento não foi nada mais que okay, e deixou claro que o personagem Joel e seu intérprete não conseguem segurar as pontas de um plot sozinhos.

Apensar de não ter empolgado, o episódio está longe de ser ruim. Os pontos altos novamente se concentram na Kristina, que descobriu que terá que abrir mão de tudo que lhe é mais importante para cuidar da sua doença. Em uma temporada que deve chegar aos 20 episódios, não se pode cobrar que toda semana seja apresentada uma obra de arte. Parenthood está conseguindo manter um bom nível já há algum tempo, inclusive consolidando seus números de audiência satisfatórios. Nada mais justo. A série merece.

Homeland – The Smile

Data/Hora 02/10/2012, 13:15. Autor
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Após abocanhar os prêmios nas principais categorias no Globo de Ouro e no Emmy, Homeland volta para uma segunda temporada com a obrigação, se não de superar, pelo menos de manter o altíssimo nível da sua temporada de estreia. Se a série tomar esta premiere como parâmetro, não vai ser muito difícil corresponder às expectativas.

O principal objetivo deste episódio foi lembrar que, no meio de tantas séries sobre pessoas, Homeland é uma série sobre ideias. E quem acredita em ideias sabe que elas estão acima de qualquer coisa, de qualquer indivíduo. E foi isso que fez, tanto o Brody como a Carrie, saírem da vida tranquila que tinham conquistado após os acontecimentos do fim da primeira temporada para servirem àquilo que acreditam. A Carrie não é e nunca foi uma professora de inglês. Ela é uma agente que serve ao seu país e que passaria por cima de mágoas e traumas para cumprir o seu dever. E ao contrário do que alguns podem pensar, ela não estava atendendo à um pedido do Estes ou do Saul, mas sim da sua pátria, e mais que isso, da sua ideologia. Assim como o Brody não é e nunca foi um político. Ele é um soldado que agora passa por uma dificuldade para escolher ao lado de quem lutar.

Claire Danes justificou porque foi a atriz do ano, mostrando com perfeição o desespero de quem não sabe se deve voltar ao campo de batalha. Damian Lewis também não fez feio. As cenas em que ele rouba a relação de alvos, ou quando ele enterra o alcorão, foram não menos que espetaculares. Morena Baccarin não ficou pra trás e também convenceu na pela da esposa que passaria por cima de tudo pra conseguir a ascensão ao poder, com um belo retrato de família na estante da sala (e novamente aqui outro personagem passa por cima do que for preciso pra manter viva uma ideia).

Se a série passa uma preocupação em algum aspecto, com certeza é em relação ao rumo que irá tomar. A ideia de apagar a memória da Carrie e começar a história praticamente do zero soou um pouco preguiçosa. Todo mundo sabe que o Showtime tem o costume de arrastar suas produções por mais tempo que o aceitável, enquanto estiver conseguindo números de audiência satisfatórios. O maior exemplo disso é Dexter, que deveria ter terminado há pelo menos 3 temporadas. E Homeland é uma série que já nasceu com prazo de validade determinado. O máximo que a série consegue conceber é esta temporada, para que a Carrie tenha certeza de quem é o Brody realmente, e mais uma, para que ela consiga provar. Se passarem disso a série será mutilada por um desgaste natural. Resta torcer para que a tratem com o respeito que merece. Até lá será um prazer acompanhar esse Tom e Jerry de luxo.

PS: É impossível falar deste episódio e não mencionar a sequência onde a Carrie é perseguida, consegue se livrar e dá um sorriso. Duvido que exista alguém no mundo que não tenha vibrado com aquela cena. A pergunta que fica é: como não amar Claire Danes? (Gif gentilmente cedido pela @juhsuedde do http://ihaveaprestigiousblog.tumblr.com/)

 

Parenthood – Everything Is Not Okay

Data/Hora 26/09/2012, 10:49. Autor
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O meu maior medo em relação à Parenthood é que ela seja obrigada a ceder a pressão por melhores números de audiência, introduzindo tramas rasas e caindo em lugar comum. Quando fiquei sabendo do câncer da Kristina, essa foi uma das coisas que me afligiu, mas depois deste episódio acho que novamente a série pode surpreender. Uma das coisas que mais me incomodam é personagem que descobre a doença e continua vivendo como se nada tivesse acontecido e fazendo piadas a todo o momento. A vontade que dá é pegar a pessoa pelo braço e explicar que a morte está batendo à sua porta. Nesse sentido, a série me deixou bem mais tranquilo. A rendição da Kristina diante do medo foi muito honesta. Como o próprio nome do episódio diz, não está tudo bem. Tão corajoso quanto fingir que está tudo bem é reivindicar o direito de sofrer quando é necessário. Só achei a amiga com câncer um pouco forçada, mas não acho que isso chegará a ser um problema.

O comportamento do Adam não foi menos honesto ou sincero que o da Kristina. Na verdade, acho que o episódio foi mais sobre ele do que qualquer outra coisa. Todos os conflitos dos outros membros da família serviram apenas pra mostrar que o personagem não vai poder parar sua vida pra cuidar da mulher, e que essa doença afetará não só o seu núcleo, mas todos que o circundam. E que legal foi a Amber quase sentindo orgulho por ter sido escolhida como a válvula de escape do tio. De toda a família, ela foi a eleita como aquela pra quem o Adam não precisa fingir que está tudo bem, já que ele não pode contar com a esposa ou com o pai, que sempre foram seus escudeiros.

Mas como nem tudo é só câncer, também achei bacana eles retornarem ao problema de coração do Zeek. Ao que parece, os personagens passarão bastante tempo no hospital durante essa temporada. A parte da Sarah e do Hank também foi legal. O problema que vejo na personagem é que ela parece não evoluir. Enquanto todo mundo está passando por problemas realmente sérios, ela parece estagnada em dramas quase adolescentes. Acho que ela deveria ter sido escolhida pelo câncer. Foi estranha também a parte (ou ausência dela) da Julia. Muitos podem dizer que já se passaram 6 meses desde a adoção, mas há dois episódios atrás o garoto mal olhava para ela. E de repente está tudo ok? O novo filho já está completamente adaptado à família? Acho que o caso teve uma resolução muito fácil. Espero que voltem nisso (desde que não seja com a mãe do garoto reivindicando sua guarda).

Eu sei que não é todo muito que gosta de falar de aspectos técnicos, mas queria fazer uma pequena observação sobre o trabalho da direção nessa temporada. Tudo é tão certo e tão no seu lugar, que passa a impressão de que não tem ninguém dirigindo e tudo não passa de um improviso perfeito. O roteiro ainda conta com a ajuda de uma trilha e fotografia de deixar qualquer cineasta com inveja. Parenthood está agradando. Falo sem medo de errar que é o melhor drama da TV aberta, atualmente.

Parenthood – Left Field

Data/Hora 20/09/2012, 12:25. Autor
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Enquanto assistia a este episódio, eu fiquei o tempo todo tentando encontrar algum erro, uma falha de roteiro, de direção, interpretação, mas foi em vão. Talvez o único problema com Parenthood seja o canal em que é exibida.

Essa série merece os caprichos e atenção de um canal fechado, onde pudesse levar sua vida sem se preocupar com audiência. Poucas vezes eu vi uma história com tantos pontos focais dividir tão bem o tempo que dedicaria a cada trama. Particularmente, eu prefiro quando os irmãos interagem mais, mas isso não chega a atrapalhar nada.

A nota 10 do episódio vai pra Monica Potter, intérprete da Kristina, e não foi pela cena final (que sim, foi uma das coisas mais bem feitas da série até agora, mas falemos disso mais abaixo). Em uma sequencia super complicada, onde todos gritavam na cozinha, a atriz improvisando em cima das intervenções da bebê foi incrível.

A história mais fraca talvez tenha sido o imbróglio entre o Drew e a sua namorada, tendo que aguentar a mãe enchendo a sua paciência. Mas o ator que faz o garoto foi tão bem, que não teve como não compadecer da sua dor. Quem nunca levou um fora aos 15 anos (ou aos 20, aos 30, aos 60)? A ausência do Mark e a interação do Hank com o Drew deram uma pista sobre a direção que essa história tomará. Depois do papo entre os dois sobre corações partidos, pode pesar sobre a Sarah a necessidade de ter não só um companheiro, mas alguém que possa ajudá-la a criar seus filhos. Destaque para a cena entre o garoto e sua mãe no quarto. A química entre os dois atores deixou a sequência ao mesmo tempo emocionante e engraçada.

O Crosby e a Jasmine percebendo que a vida de casados não pode ser uma eterna lua de mel não chegou a empolgar, mas também não incomodou. A atriz, que no começo me causava uma certa antipatia, vem acertando o ponto já há algum tempo. Foi bacana vê-la desesperada no caminho da escola para pegar o filho que o pai tinha esquecido. Talvez seja a trama que menos tenha potencial, já que eles passaram por boa parte dos perrengues que um casal pode passar no período pré-casamento.

Mas agora vamos falar da principal surpresa dessa temporada, a Julia. A personagem que passou boa parte da série apagada, ganhou bastante destaque no fim da última temporada e ao que parece, conseguirá manter-se em evidência. A história da mãe que luta para conquistar e ser conquistada pelo filho recém-adotado está convencendo. Duvido que alguém tenha deixado de se comover com a advogada passando o dia todo no carro, mostrando para o filho que estaria presente enquanto ele precisasse. E o abraço dos dois mais tarde selou o começo de uma nova fase de confiança, sentimento essencial para surgimento do amor.

E por fim tivemos a revelação no final do episódio. Na última review, elogiei a série por fugir de tramas já batidas, entre elas o câncer. A série já tem sua cota de merchandising social ao mostrar as dificuldades de criar um filho com Asperger. Eu pensei que quando esse momento chegasse, não conseguiria aceitar e criticaria a decisão. Mas não consegui não me emocionar com aquela cena. A decisão de abrir mão dos diálogos por uma música, que por sinal sempre é cuidadosamente escolhida, não poderia ser mais correta. A tristeza da personagem, não só pela descoberta da doença, mas também por ter que dar a notícia ao marido num momento de alegria, foi passada com a maior eficiência, mostrando um trabalho de direção e interpretação dignos de cinema. Não tenho dúvidas de que Parenthood vá conseguir fugir do lugar comum e tratar a doença como poucas vezes vimos na televisão.

Terminei o episódio com a certeza de que eu estava vendo uma superprodução. É nítido o cuidado de todos da equipe com o trabalho. Triste mesmo é só o fato de que a série não tem, e provavelmente nunca terá, o reconhecimento merecido. Eu continuarei na minha árdua cruzada de divulgá-la para as pessoas que gosto. A meu ver, é como se eu estivesse dando um presente, daqueles que nunca se esquece.

O Fim de Damages

Data/Hora 15/09/2012, 16:03. Autor
Categorias Opinião


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Foram cinco anos de um embate velado, disfarçado por uma falsa simpatia e uma tentativa vã de convivência pacífica. O último episódio de Damages veio para amarrar as pontas soltas, não só da temporada, mas de toda a série. A parceria que se tornou uma obsessão mútua, teve enfim sua resolução, não sem deixar pelo caminho alguns danos irreparáveis. Depois das três primeiras temporadas beirando a perfeição e uma quarta que decepcionou boa parte da audiência, a quinta fechou a história da série de maneira satisfatória, mas não à altura do seu começo exemplar.

Desde o começo da temporada ficou claro que a real motivação das advogadas era travar uma luta pessoal, um duelo que decidiria de vez quem é a melhor. Pelo menos aparentemente, já que no fim do episódio, Patty deixa claro que na verdade queria tirar da Ellen o seu pior, ou melhor, dependendo do ponto de vista. E ela conseguiu. A aprendiz de capeta foi responsável por duas mortes, mesmo que indiretamente.

O caso foi escolhido por elas como se escolhe uma arena de batalha. De um lado a mentora, que sempre conseguiu ocultar o seu verdadeiro caráter muitas vezes até mesmo para o telespectador. Do outro a pupila, que sempre ficou indecisa entre o que precisava ser feito e o que a sua consciência permitia. O problema maior da trama apresentada foi usar personagens que não permitiram ao telespectador escolher um lado. Todos contribuíram de alguma forma para a morte de Naomi Walling. Qualquer um que levasse a pior seria mais que merecido.

Enquanto Ellen buscava vingança pela morte do seu noivo e sua tentativa de assassinato, Patty seguia em sua missão doentia de criar uma continuação de si mesma, usando a mais nova para perpetuar o seu legado, vendo nela a filha que perdeu. O que ela não sabia era que, em um determinado momento, a criação poderia se revoltar contra a criatura, causando danos irreparáveis, como a morte do seu filho. Foi interessante ver de onde saiu tanta obstinação das duas, e nos dois casos, o responsável foi o pai. As duas guardavam traumas, e precisavam provar que eram capazes de vencer, não por causa, mas apesar dos seus pais. Mas o final de cada uma foi bem diferente. Enquanto Parsons conseguir seguir em frente, deixando pra trás não só a sua carreira como advogada, mas toda a mágoa que guardava, Hewes não conseguiu esquecer tudo o que passou. Mas o pior de tudo foi ver que tinha perdido a sua melhor obra, Ellen Parsons.

Sobre o episódio em si, poderia ser mais sutil e menos didático. A necessidade de mostrar tudo tão detalhadamente passou a impressão de que a história era tão mal elaborada que precisava de algo a mais para convencer. Sem contar alguns furos de roteiro, como o assassinato do hacker Samurai Seven que não foi explicado. Ou a morte do Rutger Simon, que mereceria uma investigação mais detalhada. Apesar de alguns derrapes, Damages vai fazer falta. Muitos defendiam que a série terminasse na terceira temporada, mas foi interessante saber mais da história pregressa de Patty Hewes. A série marcou por roteiros elaborados, estrutura narrativa interessante e um elenco de primeira. Com certeza merece ser revista dentro de algum tempo.

Parenthood – Family Portrait

Data/Hora 13/09/2012, 10:22. Autor
Categorias Reviews


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Sempre que eu indico Parenthood, tenho muita dificuldade pra explicar por que essa série merece ser vista. Ela não tem avião caindo, não tem câncer, não tem irmãos que se apaixonam e depois descobrem que na verdade não são irmãos. Basicamente, não existem eventos grandiosos, que possam fazer o telespectador engasgar enquanto estiver comendo. A palavra de ordem parece ser “sutileza”. Mas se engana quem pensa que isso é um defeito. Muito pelo contrário. Essa é a maior qualidade da série. Tudo é tão verdadeiro, que muitas vezes você sente como se conhecesse aqueles personagens na essência, capaz até de prever algumas reações. Mas a sua maior qualidade é fugir do clichê quando não é possível fugir de temas já batidos, como traições, gravidez na adolescência ou adoção.

Com as tramas da temporada passada muito bem resolvidas no último episódio, coube a esta premiere introduzir as novas histórias. E a impressão que deu foi a de que a série não irá decepcionar. Começando pela trama menos promissora, vimos a Sarah lutando para tornar crível o seu relacionamento com o jovem Mark. É daqui que pode sair a história menos interessante. O possível triângulo amoroso com o fotógrafo foi a opção mais preguiçosa para tentar ocupar a personagem. Mas não nos esqueçamos do triângulo da temporada passada, envolvendo o Adam e a Christina, que fugiu completamente do convencional e surpreendeu pela forma que foi tratado. Que tratem esses personagens com o mesmo cuidado.

Por falar em Adam, foi no núcleo deste personagem que foi mostrada a história mais tocante do episódio. A despedida da Haddie não poderia ter sido mais emocionante. Destaque para a cena em que ela diz para o Max que o ama e este não corresponde. Isso minutos depois de dizer que admira no irmão justamente pelo fato de ele só dizer a verdade. Em outras palavras, se ele não disse “eu também” é porque não é recíproco. Há tempos eu não via uma cena tão pesada, e ao mesmo tempo tão simples. Se fosse em outra série, os roteiristas muito provavelmente passariam por cima da síndrome para agradar uma parte da audiência.

A parte do Crosby também foi bastante interessante. Já foi mostrada várias vezes na TV a história dos pais que não abrem mão de educar seus filhos e guiá-los espiritualmente. E na maioria das vezes era também a avó que tentava tomar esse papel. A diferença aqui foi que, ao tomar para si essa responsabilidade, o pai percebeu que não tinha a menor ideia do que fazer, pois não tinha ele mesmo um pensamento formado a esse respeito. O que não quer dizer que ele vá abrir mão dessa tarefa.

Mas é aqui que eu vou falar do realmente faz a diferença nessa série. Quantas vezes você já viu tramas de adoção na televisão? Tenho certeza que todas foram iguais. Os pais batalhando para ganhar o amor dos filhos, experimentando uma rejeição inicial, para em determinado momento receberem o devido reconhecimento. E foi essa a impressão que tivemos durante a maior parte do episódio, até descobrirmos que na verdade, a Julia estava fazendo todo o esforço do mundo para gostar do seu filho, e não para fazer com que ele gostasse dela. Isso depois de 6 meses de convivência, que é um tempo considerável.

Parenthood voltou, mais acertando que errando, e prometendo uma temporada no mesmo nível das outras. Eu só espero que não passemos os próximos meses assombrados pelo fantasma do cancelamento. Até lá, será um prazer acompanhar a vida dessa família. E vocês? O que acharam dessa volta?

The Newsroom – The Greater Fool

Data/Hora 04/09/2012, 18:00. Autor
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Antes de entrar nos comentários do episódio, gostaria de esclarecer o óbvio. Esse, como toda review, é um texto extremamente parcial. Para não restar dúvidas decidi, inclusive, escrevê-la em primeira pessoa. Penso que esse esclarecimento é necessário uma vez que a minha opinião sobre a série é fortemente sugestionada pela minha experiência com as obras do criador da série, Aaron Sorkin. Antes da estreia escrevi um texto sobre o caminho do roteirista até The Newsroom e consequentemente o que esperar da série. Fato é, que diante de obras primas como The West Wing e A Rede Social, era mais que aceitável esperar uma obra nada menos que genial. Mas isso não aconteceu. Feitas as devidas considerações, vamos ao episódio final da temporada.

Sempre esperamos para o final de uma temporada a resolução das tramas desenvolvidas, bem como a introdução das tramas seguintes. E isso foi feito. Talvez de forma não tão satisfatória, mas foi feito. O pentágono amoroso Sloan-Don-Maggie-Jim-Lisa rodou, rodou, rodou e parou exatamente no mesmo lugar. Alguém me explica o que impede essas pessoas de ficarem com quem eles realmente querem? Quantas vezes o Jim percebeu que gostava mesmo era da Maggie, e depois resolveu ficar com a Lisa, mas na verdade ele gosta de verdade da Maggie, que se sente segura com o Don, mas no fundo gosta do Jim, que… É de deixar a “Quadrilha” de Drummond no chinelo. Alguém já viu, na vida real, um homem dispensar seu interesse amoroso porque o seu rival se mostra alguém que se faz de mau, mas na essência é uma boa pessoa? Eu peço, por gentileza, que releiam a última frase. Ainda descobrimos que a Sloan sempre teve um interesse secreto pelo Don. Eu não poderia me importar menos com isso. O mesmo vale para o Will e a Mackenzie. O motivo de não ficarem juntos não poderia ser menos convincente. Todos esses impasses amorosos serviriam muito bem se estivessem em uma série adolescente da CW.

A resolução do caso das escutas telefônicas não foi nem um pouco mais satisfatório. Aquele truque de entregar um envelope com uma receita para arrancar a confissão do Reese foi uma das coisas mais preguiçosas que eu já vi na TV. Sem contar que usar de chantagem, mesmo que com um argumento maquiavélico, não cai nada bem para quem prega o tempo todo a ética, a moral e os bons costumes. Menos convincente ainda foi a crise de consciência da jornalista de fofoca da TMI.

Novamente apenas a parte jornalistica funcionou. A crítica aos critérios de votação como forma de impedir que uma classe de pessoas menos privilegiada possa votar foi realmente muito séria. O problema é que fica complicado focar só nisso. Ouvi em algum lugar que as pessoas deveriam se preocupar menos se o Jim e a Maggie vão ficar juntos e mais com a parte crítica. Se não quisessem que nos importássemos com isso, não estaria ali. Até porque a parte romântica está longe de ser apenas pano de fundo. Ela toma boa parte do tempo de arte da produção. É impossível dizer que não é para que o telespectador não se importe com isso. Estranhamente a série vem alcançando números interessantes de audiência. Eu até incorporaria o Will Mcavoy e faria um discurso sobre como os americanos tem o pior gosto do mundo, mas fica pra uma próxima oportunidade (Não que eles não devessem estar assistindo a série. Eu estou assistindo a série. A culpa talvez seja por causa do ressentimento do cancelamento de Studio 60 por baixa audiência, série que é, na minha humilde opinião, muito melhor que The Newsroom). Já sabemos que houve uma grande mudança na mesa de roteiristas para a próxima temporada. Eu realmente espero que isso faça alguma diferença. Estamos em ano de eleição presidencial americana. Histórias pra contar com certeza não vai faltar.

The Newsroom – The Blackout: Tragedy Porn e Mock Debate

Data/Hora 29/08/2012, 16:25. Autor
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Está cada vez mais difícil ignorar os problemas de The Newsroom. Geralmente quando um episódio duplo é anunciado, é natural que o telespectador espere um evento grandioso. O raciocínio é mais ou menos o seguinte: “a história é tão boa, que não cabe em um episódio só”. O primeiro problema veio do título: Blackout.

 O malfadado acidente não teve nenhum impacto na história. Seria interessante ver a equipe trabalhando no improviso, colocando em prática o plano de transmitir o programa na rua, mas a falta de energia durou apenas alguns minutos. “Qual o sentido então?” Na verdade essa pergunta vale pra quase tudo que aconteceu ali. A equipe acatou a ordem de noticiar os casos Casey Anthony Anthony Weiner para que pudesse produzir um debate que não chegou a acontecer.

A história dos grampos da TMI também não evoluiu, diante da falta de credibilidade da fonte. Qual foi o resultado disso tudo? Qual o impacto desses dois episódios para o andamento da série? O problema fica maior ao pensar que dois episódios dessa série abrange um período de meses no mundo real.

Na contra-mão disso tudo, a cobertura jornalística continua impecável. “É uma verdadeira aula para estudantes de jornalismo”. Essa frase, que pode ser lida em vários textos sobre a série, é a mais pura verdade. A escolha dos fatos a serem debatidos é sempre acertada. São sempre assuntos atemporais, que daqui há alguns anos continuarão a ter relevância. Outro ponto mérito da série é a forma com que mostra a dificuldade de trabalhar dentro de parâmetros éticos nos dias atuais. É triste perceber que uma equipe que tenta fazer o certo, trabalhando com o único intuito de informar e levantar questionamentos, sem ceder a interesses pessoais, organizacionais ou políticos, quase se torna inverossímil. No mundo real tal equipe dificilmente existiria.

Ainda na parte indesejável, vale citar as sempre ineficientes tentativas de inserção de alívio cômico. A cena em que o Will tropeça na calça foi deprimente. Fica difícil pensar numa sequencia de fatos que justifique o âncora chegar ao meio da redação semi-nu, caindo com as calças abaixadas. O pior é que  acontecimento veio logo depois de um diálogo tenso entre a MacKenzie e o seu ex-namorado. A vontade de levar o acidente ao ar era tão grande, que até gastaram uma cena anteriormente, quando o Will reclama que sempre acontece isso. O representante do partido deveria ter negado o debate só por ter sido obrigado a ver aquilo.

O que consola é saber que a parte política nunca vai decepcionar. Isso sem mencionar os imbróglios românticos que fazem dos personagens quase adolescentes. Desde que o telespectador não se preocupe com os personagens, ou com o rumo que a história pode tomar, The Newsroom continua sendo uma excelente opção, mais como material de estudo e menos como forma de entretenimento.

The Newsroom – Bullies e 5/1

Data/Hora 10/08/2012, 17:55. Autor
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Após os dois últimos episódios, já é possível afirmar que The Newsroom encontrou seu caminho. Apesar de ainda estar um pouco longe de entregar o que prometeu, a maioria dos erros que puxavam pra baixo os pontos altos dos primeiros episódios parecem mais raros. Não se trata de uma correção, já que os episódios já estavam prontos quando a série recebeu as primeiras críticas. Se a tentativa de corrigir alguma coisa realmente existir, só será vista na segunda temporada. Ainda assim, a impressão que dá é que alguém estava cozinhando, e depois de errar no sal, ora pra mais, ora pra menos, o tempero está chegando ao ponto certo.

Coincidentemente ou não, os dois episódios mostraram a vontade e a conseqüente responsabilidade dos jornalistas ao levar uma notícia ao ar. Enquanto no primeiro, este fardo ficou restrito à Sloan, no segundo todos tiveram que o carregar. Afinal de contas, o anúncio da morte de Bin Laden era aguardado por quase dez anos, não só pelos que gostariam de noticiar, mas principalmente pelos que gostariam de ouvir. As reações foram as mais sinceras possíveis. Uma pena que a mais interessante ficou a cargo de uma personagem secundária. Eu gostaria muito de ver um dos protagonistas entendo que aquela vitória não resolveria toda a dor que o atentado causou. Ainda assim, duvido que alguém não tenha se emocionado com o Don contando à tripulação a novidade. Só foi desnecessária a repetição do recurso, com o segurança do Will fazendo o mesmo com os policiais. Mesmo que os dois episódios não tenham tido uma comunicação explicita entre si, no segundo o cuidado com o furo jornalístico foi maior, já que no primeiro, a ânsia pela notícia quase custou a demissão da Sloan.

Mesmo com o número de acertos tendendo a superar o de erros, algumas coisas ainda precisam ser corrigidas. A principal delas é a tentativa de usar de recursos cômicos onde não cabe, como no caso do psiquiatra, que tornou o personagem completamente inverossímil. O principal mérito da série ainda reside na escolha dos temas abordados e na atuação do Jeff Daniels. Resta torcer para que todo o potencial da produção seja finalmente utilizado. Os três episódios finais serão cruciais para elevar a média da temporada. E vocês? Concorda que a série está finalmente chegando o ponto certo?

P.S.: Acho que o mais me incomoda em The Newsroom é a galera usando Blackberry em 2011! Alguém usava Blackberry em 2011?

The Newsroom – Amen

Data/Hora 31/07/2012, 22:48. Autor
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Série: The Newsroom
Episódio: Amen
Temporada: 1ª
Número do Episódio: 1×05
Data de Exibição nos EUA: 22/07/2012

No episódio passado, eu fiquei com o pé atrás com o final ao som de Fix You. Achei um pouco sentimental demais. Carregado demais. Quase cafona. Além de não ter entendido a escolha da música. Já se vão no mínimo 3 anos que a música estava no auge, e ao contrário do que alguns possam dizer, a época não coincide com a data em que o episódio se passava. Estou voltando ao último episódio porque o fim desse episódio foi igualmente “quase cafona”. Não entendi a escolha do filme Rudy para usar como referência. Qual o sentido em usar uma obra que ninguém conhece como analogia e ainda ter que explicar? Se a intenção era fazer com que as pessoas fossem atrás do filme, pelo menos pra mim não funcionou (ao contrário da referência a “Meu Jantar com Andre” em Community). Antes de falar das partes boas gostaria ainda de mencionar como dispensáveis as milhares de vezes que alguém quebra alguma coisa, bateu a cabeça, gritou com alguém no meio de todo mundo ou tentou arrombar uma porta. Além da trama digna de High School Music, onde o namorado da McKenzie aproveita da sua profissão pra tentar se eleger.

Mas nem tudo são pedras. O desenvolvimento da história da guerra entre os tipos de jornalismo está funcionando bem, e ao contrário de outras partes da série, não me pareceu muito inventiva. Em outras palavras, eu comprei o argumento. Pela primeira vez a comédia funcionou de verdade, num tom certinho, na cena em que o Jim, Lisa, Maggie e Don discutem porque o Don esqueceu o encontro com Lisa. Não teve gritaria, o texto foi engraçado, inteligente, ninguém bateu a cabeça ou quebrou nada (apesar de que, quem teria aquele tipo de discussão no meio de uma redação?). E o Jeff Daniels continua incrível. E Neal funcionou pela primeira vez.

Por mais que eu tente defender The Newsroom, acho que fica evidente que existe um problema na série. E pra mim, todo o problema está no exagero. Algumas coisas parecem forçadas demais e acabam engolindo a parte boa. Ainda assim, a série é sem dúvidas uma das melhores coisas no ar. Talvez atrás apenas de Breaking Bad. Ainda preferiria assistir o pior episódio dessa série que o melhor episódio da maioria das outras que estão por aí.

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