TeleSéries
Doctor Who – Hide
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Hide foi um episódio sobre o amor, apesar de todas as fotos e vídeos promocionais venderem-no como um suspense, o que, no final das contas, até que foi uma boa ideia, pois fomos surpreendidos por um episódio bem diferente do que imaginávamos e mais interessante do que prevíamos. Embora eu não tenha conseguido deixar de pensar em The Unquiet Dead enquanto assistia.
Não sei muito bem o que dizer sobre o episódio em si, além de expressar o quanto eu gostei. Achei bem inteligente como o suposto fantasma que vinha assombrando o lugar há séculos (milênios) era uma viajante do tempo que ficou presa em um universo-bolso – universo compacto? Sei lá como se chama isso em português! (lembrei tanto de Fringe com esse episódio. O pocket universe, os balões vermelho e azul…). Eu poderia passar sem o vínculo familiar entre a viajante e o casal, mas perdoo o lugar-comum porque faz sentido para ampliar a conexão entre Emma e Hila e permitir o retorno da viajante.
As cenas do episódio alternavam entre levemente assustadoras e bem divertidas e os efeitos especiais não deixaram nada a desejar. Ficou gravado na memória o Doutor e Clara se apresentando como Caça Fantasma e o momento em que Clara repreende o Doutor por segurar a sua mão, quando na verdade não era bem a mão do Doutor que ela segurava. Esta cena em particular quando foi liberada antes do episódio ir ao ar, parecia bem assustadora, mas durante a exibição ela foi bem leve e descontraída. E já estava na cara que havia algum alienígena por ali, aparecendo rapidamente aqui e acolá.
As situações e os diálogos de Hide foram recheados de metáforas: para o amor, a solidão pós-guerra, o monstro que pode ser redimido, a forma de olhar o mundo de largo para não se machucar e a fragilidade do tempo e da vida. E uma coisa que chama a minha atenção é que, embora o Décimo Primeiro Doutor esteja mais gostável que nunca (sim, eu simpatizei com ele desde o início, mas ele está se superando nesta segunda parte da temporada) e o seu relacionamento com Clara tem uma dinâmica bem ágil e de companheirismo, já fazia um bom tempo que não o víamos tão desinteressado pela vida em si. Quero dizer, Clara é o seu interesse no momento, ou melhor, o mistério de Clara, mas todo o resto não parece que desperta aquela centelha de alegria que costumava despertar. Eu tenho a sensação de que há muito o Doutor não se mostrava tão machucado e desestimulado para o contato com outros seres. Não é a toa que Clara percebeu que para ele nós somos apenas fantasmas, ecos distintos de seres que já deixaram de existir. Talvez por isso que levou tanto tempo para que ele percebesse o que realmente acontecia naquela casa e também no pocket universe.
E mais alguém está encantado com a forma como Clara e a TARDIS tem interagido? Acho que a TARDIS nunca foi uma personagem tão presente e viva quanto nos últimos tempos. Simplesmente não dá para esquecermos que já a vimos em ‘carne e osso’ e pudemos ouvir seus pensamentos. Agora, quando Clara reclama que acha que a TARDIS não gosta dela, não é mais apenas uma reclamação sem sentido para um objeto inanimado (não que a TARDIS tenha sido alguma vez um objeto inanimado no coração dos fãs ou do Doutor). A forma como a TARDIS provocou Clara ao aparecer como o próprio avatar da garota foi brilhante!
Ao lado, um pequeno diálogo, só para relembrar:
TARDIS : “Eu estou programada para selecionar a imagem de uma pessoa que você estima. De inúmeros bilhões de imagens em minha database esta é a que melhor se encaixa no critério”
Clara: “Você é uma vaca, eu sabia!”.
(tradução mequetrefe feita por mim)
E tem como não amar essas duas juntas?
Ainda assim, quando a situação apertou a TARDIS abriu as portas e aceitou Clara para um passeio rápido. Não sei qual é a opinião geral, mas a meu ver a TARDIS se autopilotou e apenas levou Clara como acompanhante. Procede? Não acredito que a nave fosse permitir que a garota a pilotasse assim, de repente.
E já que o assunto é a viagem através dos universos, os fãs estão enlouquecidos vendo menção à Rose em todos os cantos, ainda mais com o especial de 50 anos de aproximando. Não sei o que devo fazer, se me rendo às teorias também ou se descarto como sendo tolice de fã saudosista. Com o especial aí às portas tudo pode acontecer, tenho medo de jogar teorias para escanteio e depois perder fatos importantes.
Por fim, só me resta dizer uma coisa: Hide foi um episódio delicioso. Esta segunda parte da temporada está se superando. Nunca deixei de amar Doctor Who, mas fazia tempo que eu não me sentia tão empolgada pelos episódios, aguardando ansiosa pelo próximo sábado.
*
PS: Todo mundo parece convencido que Clara é apenas uma garota comum. Mas não há como o Doutor se convencer. Ele a viu morrer duas vezes e ela ainda está ali. Alguma coisa aconteceu. A grande questão não é nem o que houve, mas por que ela parece tão comum quando é óbvio que ela não é?
Continuum – Second Chances
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Oito meses. Esse é o tempo que nos distancia do último episódio da primeira temporada de Continuum. E embora eu seja fã da série, confesso que muita coisa estava nebulosa na minha memória. A recapitulação no início ajudou, é verdade, mas quando começaram as cenas de Kiera presa e gritando desesperada no cubículo eu fiquei me perguntando ‘o que foi que eu esqueci!?’. O tempo é um inimigo cruel… e isso não é um trocadilho infame com o tema da série.
Logo tudo se esclareceu e eu vi que não tinha enlouquecido e que minha memória, embora ruim, não estava assim tão capenga. A prisão era apenas um sonho em decorrência de mau funcionamento do chip implantado em Kiera. Quero dizer, mau funcionamento é só um jeito bonitinho de dizer que ela estava sendo hackeada pelo criador da tecnologia. Agora, não me perguntem o que foi que ele implantou no cérebro da Protetora. Informação necessária para ela se virar no passado, ou uma vida completamente nova? Será que a casa, o marido, o filho, o trabalho e todo o resto são reais ou são criações de Sadler para mantê-la motivada na sua missão no passado e a realidade é que ela estava presa no cubículo enquanto era hackeada? Se bem que, se o que Sadler deseja é mudar o passado, usar uma mulher que tem todos os motivos do mundo para voltar para um futuro inalterado, não é uma atitude muita lógica. Sem falar que, se o envolvimento de Alec com Kiera no passado não aconteceu no futuro conhecido, então como ele poderia garantir que os dois se encontrariam no passado para o qual ele a enviou?
Ou seja, as dúvidas sobre as verdadeiras motivações de Sadler continuam uma incógnita, apesar da mensagem que o vemos ditando ao final.
O episódio em si foi bastante tranquilo e se passou logo após a explosão no final da temporada. Alguns poucos dias, talvez uma semana, não creio que mais do que isso. Com exceção da cena entre Sonya e Travis, que a série continuou do exato ponto onde havia parado. E infelizmente (!?) Sonya não conseguiu matar o ex segundo em comando (lembram que ele é uma espécie de super soldado? Para o azar dela acabou a munição antes de conseguir dar cabo de vez do seu ex). Agora ele está lá, preso juntamente com Julian e sabe-se lá onde isso vai dar. Ou será que a ideia de Kagame era justamente essa o tempo inteiro? Aproximar os dois para formar a pessoa que Julian deverá ser? Nestas séries que falam de ações no presente de pessoas que vieram do futuro, nunca dá para ter certeza do que é planejado ou não pelo personagem.
Gosto mais de Sonya no comando do que Travis. Ela me parece mais centrada e com aspirações mais próximas das de Kagame. Só não sei por quanto conseguirá manter a liderança do Liber8 com Travis ainda vivo.
A minha surpresa foi descobrir que Martin estava por trás do assassinato da Prefeita (se bem que a recapitulação no início dá algumas dicas). Era de se esperar que o líder sindical acabasse por sujar as mangas em algum momento, dado o seu envolvimento com o Liber8, mas não imaginava que ele fosse ser o ‘mandante’ de um assassinato assim tão cedo. Fiquei chocada e um pouco decepcionada (muito decepcionada, na verdade) com o personagem.
O caso tratado no episódio foi bem didático, sem muitos mistérios, feito sob encomenda para situar novamente o espectador no clima da série após uma pausa tão longa. Kiera estava mais fria e distante do que a vimos nos últimos episódios da temporada passada, mas acho que isso é esperado e até normal se levarmos em consideração que ela não conseguiu impedir a explosão, não conseguiu voltar para o futuro e sente cada vez mais a urgência de sair deste tempo que a afasta da sua verdadeira vida. Qualquer atitude, por menor que seja, pode acarretar mudanças séries no futuro e, se for para voltar, que seja para o futuro conhecido, senão qual a vantagem?
Achei legal a hora que se encontra com o Agente Gardiner. É sempre um prazer rever Nicholas Lea (é, sou fã) e torço para que ele apareça mais vezes na série. Não há dúvidas de que o Agente está com a pulga atrás da orelha (e com razão), mas foi ótima a tática de Kiera: falar a verdade é quase sempre o melhor negócio, principalmente quando a verdade parece loucura. Ninguém pode te acusar de esconder alguma coisa se a loucura se tornar conhecimento público algum dia.
O que eu me pergunto é como Alec irá ajudar Kiera agora que está trabalhando como funcionário em um local fixo. Era meio óbvio que um dia ele teria que sair do galpão na fazenda do padrasto e virar cidadão do mundo, afinal, é preciso sair da caverna para se tornar um dos homens mais poderosos do mundo, mas ainda assim eu questiono como ele estará disponível nas horas que ela precisar se agora Alec não tem mais a liberdade de horário e acesso que tinha antes.
E por falar em Alec, fiquei só pensando na mãe do garoto. Perdeu o marido, o enteado foi preso e o filho simplesmente saiu de casa, assim, da noite para o dia. Eu entendo Alec, não é todo dia que você lê uma mensagem do seu eu do futuro dizendo que você não será exatamente flor que se cheire na sua maturidade e que o passado precisa ser modificado e depende de você fazer isso. Mas que deve ser um baque para a mãe do garoto, ah, disso não tenho dúvidas, e ele não ajudou nem um pouquinho.
A grande questão agora é: como mudar o futuro e ainda assim mantê-lo igual para que Kiera tenha para onde voltar?
Não queria estar na pele deste garoto, não queria mesmo.
*
PS: A interação entre Kiera e Kellog foi pequena, mas preciosa. A química entre os dois continua funcionando muito bem e o flerte incessante nunca me cansa.
Doctor Who – Cold War
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Nesse último sábado Mark Gatiss nos presenteou com um episódio delicioso de Doctor Who. Confesso que eu não botava muita fé na qualidade de Cold War, porque, embora Gatiss não seja exatamente um mau escritor, os seus episódios não eram muito empolgantes. Para os que não lembram (alguém!?), foi dele o roteiro de The Unquiet Dead (S01), The Idiot’s Lantern (S02), Victory of the Daleks (S05) e Night Terrors (S06). Tudo bem, não estão na (minha) lista de piores episódios de Doctor Who, mas em todos eles faltou alguma coisa para eu achar bom de verdade, embora sejam todos memoráveis.
Não desta vez. Cold War teve tudo na dose certa e usou muito bem a situação onde o Doutor se encontrava.
Os Ice Warriors (Guerreiros do Gelo? … Continuarei chamando de Ice Warrior por puras razões estéticas) são velhos inimigos do Doutor (e até mesmo aliados em certa situação) e um dos antigos vilões para os quais Moffat torcia o nariz. Segundo ele, os guerreiros eram o típico exemplo de personagem que não funcionava visualmente, pois tinham cara de efeito ruim e não eram lá muito intimidadores. Resumindo: pareciam pouco mais do que um playmobil ou um lego.
Ele não estava errado, os Ice Warriors tinham mesmo esta cara de soldadinho de chumbo que deu errado, mas de alguma forma Moffat e Gatiss conseguiram repaginar o monstro, torná-lo acessível e crível ao público atual, e tudo isso sem perder as características básicas do monstro da era clássica. Para que pedir mais?
A ideia de trazer os Ice Warriors de volta foi de Gatiss, que, ao que parece, era fã dos monstrengos marcianos. E ele tanto fez (era, afinal, uma idéia genial e que não dava para simplesmente descartar) que conseguiu convencer Moffat a filmar um episódio com o vilão. E foi “só” o melhor episódio escrito por Mark Gatiss até agora.
Para quem tem achado esta segunda parte da temporada de Doctor Who meio requentada, saiba que você não é o único com esse pensamento. Os três episódios apresentados até agora utilizaram velhas fórmulas (ainda que apenas um fez uso de um vilão clássico), cenas praticamente iguais mas repaginadas e situações já vistas anteriormente. Mas nem por isso os episódios estão ruins, muito pelo contrário. De alguma forma esta temporada está funcionando muito bem, e o que importa mesmo é que a comida requentada tem se mostrado bem saborosa.
O relacionamento do Doutor com Clara também lembra muito a interação do Nono Doutor e de Rose. Se isso é intencional ou não eu não posso afirmar, já que todo mundo sabe que Moffat não era muito fã de Rose, em especial a Rose como é mostrada junto com o Décimo. Mas o especial de 50 anos está às portas, então é possível que haja uma coisinha ou outra que só conseguiremos ligar os pontos bem mais à frente.
Clara não é deslumbrada pelo Doutor. Ela o segue, porque ele a intriga e ainda tem a oportunidade de viver aventuras com as quais jamais ousou sonhar, mas aquela coisa de seguir o Doutor cegamente e confiar com toda a convicção é uma coisa que Clara não tem. A sensação que tenho ao vê-la nos episódios é de que a garota mede as atitudes e palavras do Doutor. Ela pondera as coisas que ele faz e analisa se deve ou não acreditar e seguir. Clara não toma uma atitude apenas por acreditar que se o Doutor disse então deve ser isso mesmo, mas ela observa e se chega a conclusão de que a melhor forma de agir é esta, então ela age. Mesmo que esta atitude seja obedecê-lo e ‘esperar no lugar’ e não sair atrás dele.
Muito boa esta sacada, como Clara obedece à ordem de esperá-lo (porque era sim a coisa mais sensata a fazer) e ele fica se repetindo, pois não consegue acreditar que ela realmente aceitou assim facilmente. Tenho certeza de que quando o Nono Doutor comentou que pelo menos por uma vez gostaria de ter um companheiro que não ficasse zanzando por aí, ele não esperava de verdade conseguir um.
A história do episódio é fácil de resumir: A TARDIS aporta em pleno submarino soviético (hilária a hora que Clara descobre que está falando russo), num detour bem característico da nave. E desde quando a TARDIS leva o Doutor para onde ele quer? Mas sempre o leva para onde ele é necessário, e dessa vez não foi diferente, já que o Ice Warrior tinha acabado de ser descongelado por um marinheiro desavisado e curioso e ninguém ali fazia a menor idéia de como lidar com o alienígena.
Gostei da tripulação do submarino. Uma pena que Tobias Menzies foi tão pouco utilizado (gosto muitíssimo do ator), mas pelo menos Liam Cunningham e David Warner puderam dar um show. Warner estava particularmente interessante como o Professor crédulo e carismático.
Foi uma ideia interessante a de deixar Skaldak solto pelo submarino, mostrando-o pouco. Embora a armadura em si seja intimidante (poucas mas efetivas mudanças foram feitas em relação à armadura clássica), o inimigo nas sombras, mostrando apenas os sons e as garras prontas para serem usadas soou bem mais perigoso. Essa aura de perigo desapareceu um pouco quando decidiram mostrar o rosto de Skaldak, mas o episódio compensou bem nos dando outra coisa com a qual nos preocupar: a explosão do submarino X a bomba que deflagraria a guerra que daria fim a Terra.
Mais uma vez Moffat nos levou para outra cena do passado, desta vez do Décimo Doutor, quando River o encontra na Biblioteca e fala para que use o ‘Red Settings’ (‘ajuste vermelho’!?) e ele diz que a Sonic Screwdriver não tem um red settings, e nem um amortecer (e agora tem ambos).
O mais legal foi ver a dúvida do Doutor. Ele se destruiria sem pensar duas vezes se isso garantisse a continuidade da humanidade, mas o que o fazia titubear era levar Clara com ele, quando já tinha presenciado a garota morrer duas vezes e ter prometido que isso não aconteceria de novo. As nuances nas atitudes do Doutor é o que há de melhor na série. Gosto de como Clara o intriga e o quão leal ele pode ser quando quer.
Por fim Skaldak não destrói a Terra (mais uma vez, muito bom o discurso de Clara) e é resgatado por outros Ice Warriors que estavam por aí e ouviram o pedido de socorro que o guerreiro acionou mais cedo. Foi um final decente para o episódio e para o personagem. Se fosse eu teria alterado um pouquinho as motivações de Skaldak para querer destruir a Terra (me pareceu algo meio rebelde sem causa, pura pirraça), mas nem tudo é perfeito, nem mesmo em um ótimo episódio de Doctor Who.
Só me pergunto como o Doutor esperava chegar no Polo Sul para se encontrar com a TARDIS (olhem só! O Doutor usou o HADS novamente! Ele não o usava desde o Segundo Doutor, há muito, muito tempo).
Doctor Who – The Rings of Akhaten
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Geralmente é fácil medir o quanto eu me empolguei por um episódio só pela vontade que eu tenho de falar sobre ele. Nem sempre escrevo logo, é verdade, mas a vontade está lá, deixando-me quase maluca.
The Rings of Akhaten não me deu esta sensação. Na verdade, senti-me bem desapontada enquanto assistia. Não que o episódio tenha sido ruim, mas ele tinha cara de coisa requentada. Lembrou-me muito a viagem do Nono Doutor e da Rose ao dia da destruição da Terra, mas sem a mesma classe. Faltou emoção ao que acontecia na tela. O único momento que me preocupei de verdade foi quando o Doutor resolveu se sacrificar, pois tive medo que ele perdesse a memória, mas nem isso aconteceu…pelo menos, não me pareceu que tenha acontecido (porque se ele de fato perdeu memórias, eu ficarei muito, muito furiosa. Sim, não superei Donna até hoje). No final das contas o episódio falhou na transmissão de emoções.
Certo, as músicas eram muito bonitas, todo mundo cantando em coro, a menina em um sopraninho eficiente e tudo o mais, só que um episódio não pode se sustentar da música de fundo, mesmo que esta música seja a música de ninar que impede o deus de acordar e destruir todo o sistema solar.
Mas eu gostei da Rainha dos Anos. Merry era um doce de menina e a sua preocupação em falhar é plenamente compreensível, assim como a sua disposição em se sacrificar para salvar o seu povo, mesmo sendo tão jovem. Uma pena que a trama em si fosse tão vazia e o tal deus bem desapontador.
Quando lembro dos outros episódios de estreia das companheiros do Doutor na Tardis (pelo menos desde 2005) não consigo deixar de achar que The Rings of Akhaten ficou devendo alguma coisa. O legal é que Clara foi bastante pró-ativa. Embora eu não iria atrás de uma criança qualquer que está sendo procurada por guardas (a minha tendência é achar que não tem nada a ver comigo, a menos que peçam a minha ajuda, pois quem está de fora quase sempre entende tudo errado) a forma como ela lidou com Merry foi bem inteligente. E depois, quando decidiu se sacrificar e as memórias da mãe por um povo que mal tinha conhecido, foi uma demonstração bem eficaz do seu caráter. Ela não precisou de ninguém lhe dando um empurrãozinho, Clara é alguém que se preocupa com os outros e age de acordo com o que acredita ser certo.
E por falar nas memórias da mãe, chega a ser um pouco assustador a forma como o Doutor esteve vigiando a vida da garota desde antes do seu nascimento. O legal é que o mistério das duas mortes de Clara ficou ainda mais intrigante com esta noção de que ela é uma garota aparentemente normal vinda de uma família completamente comum.
Eu já disse isso antes, mas repito: gosto desta trama de quem é Clara Oswin Oswald permeando a temporada. Mas também sei que há muita gente reclamando desta mania que Doctor Who parece que incorporou de fazer das companheiras uma história por si só. Ninguém mais é um simples acompanhante, escolhido aleatoriamente em decorrência de um acontecimento que o colocou no meio de uma das aventuras do Doutor e que acabou ficando por mais tempo do que o imaginado. Acaba sendo meio repetitivo, e fica um certo receio de que o Doutor nunca mais irá simplesmente esbarrar em alguém, achar a pessoa interessante, levar para viajar na TARDIS e acabar ficando.
Mas talvez isso seja uma característica do Décimo Primeiro. Ele não faz nada ao acaso, tudo para ele é meio planejado e com um motivo. Eu não via tanto disso nas suas encarnações anteriores.
Uma das coisas que eu mais gostei do episódio foi a menção à neta do Doutor. Eu sinceramente gostaria de ver Susan novamente. Sempre que penso nela eu fico especulando sobre o passado do Doutor, quem era ele antes dos muitos séculos de vida, como era sua família entre outras trivialidades do estilo.
O mercado alienígena também foi muito bem vindo (e todo filmado em estúdio, o que é um contraste brutal com as tomadas amplas do episódio anterior). E foi uma boa escolha para a primeira viagem de Clara. Só me pergunto se a porta fechada da TARDIS implica realmente que a TARDIS não gosta da Clara e isso porque sabe de algo que nós não sabemos (e provavelmente é uma espécie de anomalia, assim como Jack), ou se ela apenas interpretou desse jeito porque não sabe que a caixa é impenetrável se você não tem uma chave. Apesar de que o Doutor é capaz de abri-la com um simples estalar de dedos….
E parece que Clara aceitou de vez ser a companheira do Doutor. E não é irônico que a pessoa sob cuja sombra ela vive seja justamente ela mesma? Embora cada uma das Oswin tenha suas características próprias, no frigir dos ovos todas tem a mesma essência e não há como separar uma da outra. O que a garota diria para o Doutor se soubesse?
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PS: Custava terem usado a mesma folha para os dois episódios? Porque nem sonhando aquela folha gigante que Clara ofereceu à criatura era a mesma folha do dia em que seus pais se conheceram e que ela guardava no seu livro.
PS2: A mãe de Clara morreu em 2005, quando Clara tinha 16 anos, justamente uma das idades faltando na sua listinha no caderno.
Doctor Who – The Bells of Saint John
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Este ano Doctor Who voltou no final de semana da Páscoa, o que me faz associar cada vez mais a série aos feriados importantes. Não que o episódio em si tenha feito qualquer menção à data, mas eu simplesmente não posso ignorar o grande presente que a BBC nos deu.
Fiquei muito satisfeita com esse episódio. Na verdade, satisfeita é pouco para expressar o quanto eu gostei de The Bells of Saint John e o quanto eu me diverti assistindo. Foi Doctor Who em sua melhor forma.
É incrível como Clara chegou revolucionando tudo. Adorei sua personalidade. Ela é fiel, astuta, divertida e explora um lado diferente do Doutor.
Li em algum lugar o povo falando (talvez tenham sido os próprios atores) que o Doutor agia como uma figura paterna para os Ponds e com Clara ele é o irmão mais velho. Não concordo totalmente. Eu achava que o Doutor agia com uma grande imaturidade perante Amy e Rory e, apesar de ter um cuidado de certa forma paternalista, no frigir dos ovos ele era como um filho para eles e não o inverso. Já com Clara ele realmente age com mais cautela, usando de um cuidado próprio de quem conhece mais e ainda assim se sente contagiado pela juventude de quem deveria saber menos mas é um mistério por si só. Resumindo: ele é o irmão mais velho, aquele que cuida e não aquele com quem ela tem que se preocupar.
Acho ótimo que Clara seja um mistério. É legal passarmos a temporada querendo saber quem é ela e por que morreu por duas vezes e ainda está viva e bem ao lado do Doutor. Como partes suas se espalharam pelo universo e pelos tempos? É um enigma grandioso e ainda assim não é esmagador. O Doutor pela primeira vez em um bom tempo foi o protagonista de sua própria história.
Quanto ao episódio em si, ele me pareceu uma grande homenagem a episódios passados e outras séries. Ou alguém não lembrou de Sherlock com todas aquelas anotações em tela do que estava sendo digitado no computador? E a menção do Doutor sobre a tristeza de ter a alma humana aprisionada na World Wide Web me remeteu imediatamente ao destino de River em Forest of the Dead. Como não lembrar? Com certeza ele também lembrou.
O início, com o rapaz falando diretamente para a câmera nos fez lembrar de Blink, enquanto a mente sendo sugada pelos equipamentos eletrônicos nos remete à The Idiot’s Lantern e The Long Game. Não foi a toa que o episódio teve essa aura de Doctor Who pré-Moffat.
Ainda não tenho muita certeza da minha opinião sobre o início do episódio, com o Doutor hospedado no mosteiro, tentando decifrar Clara. Foi visualmente interessante e rendeu ótimas cenas, como o monge se benzendo ao ouvir o Doutor dizer que era uma mulher do outro lado da linha do telefone, ou ainda Clara comentando que ganhou o número dele de uma mulher, e mais uma vez mencionando “run you clever boy and remember”, mas não posso deixar de me incomodar um pouco com essas cenas do Doutor em pontos estranhos do tempo fazendo coisas absurdas que nada tem a ver com coisa alguma. Elas estão claramente ali para fins estéticos, não dão em nada.
Por outro lado, o ‘primeiro contato’ do Doutor com Clara foi bem legal. Como ele a trouxe de volta da nuvem para onde estava sendo feito o upload e o carinho com o qual cuidou da garota depois, permanecendo do lado de fora da casa, velando nada sutilmente. Ele já a viu morrer duas vezes, acredito que não encare bem a ideia de perdê-la mais uma vez.
Pergunta: Clara havia retido algumas condições intelectuais devido à sua ligação com o Wi-Fi e o upload incompleto. Mas e agora que ela foi completamente absorvida e baixada novamente para o seu próprio corpo? Imagino que o aumento na sua capacidade se manterá, mas e o do restante do povo que também foi baixado nos seus corpos após a completa absorção? Não acho que isso será mencionado em algum momento futuro, mas eu não pude deixar de questionar.
E por falar em Wi-Fi, gostei de trazerem de volta A Grande Inteligência (não fica muito bonita a tradução literal de The Great Intelligence, mas é o que tenho no momento). E ele manteve a aparência de Simeon, o que é um toque interessante e nos dá um rosto a um inimigo teórico.
A Grande Inteligência é um vilão da era clássica de Doctor Who, mas confesso que não sou muito conhecedora de seus rastros. Pesquisei aqui e acolá e vi que ela apareceu algumas vezes para o Doutor, mas já faz algumas encarnações que eles não tem contato. Em compensação, o Décimo Primeiro Doutor a encontrou no especial de Natal (uns dois séculos atrás) e agora novamente e, em ambas as vezes, Clara esteve presente. Coincidência, simples uso de um mesmo vilão pelo mesmo roteirista, ou há algo mais por trás disso?
É um pouco triste observarmos a forma como A Grande Inteligência resolveu agir dessas duas vezes, usando uma criança e condenando-a para toda uma vida de servidão. Fiquei de coração partido quando vi Kizlet ser abandonada ao final, perdendo toda a sua memória, restando pouco mais do que uma mente infantil no corpo de uma senhora. Acho que esses vilões que mexem com a mente humana tem uma capacidade muito maior de me atingir do que quaisquer outros que Doctor Who possa apresentar. Até hoje não me recuperei do destino de Donna.
A propósito, assim como tenho um certo desconforto quando passo diante de uma estátua qualquer, fiquei com uma leve cisma de olhar no meu ícone do wi-fi. E Doctor Who parece uma série tão inocente…
Mas agora Clara sobreviveu e é oficialmente a nova companheira do Doutor na TARDIS, que, é bom lembrar, está de cara nova. Gosto quando damos uma espiada no interior da TARDIS. É gostoso ver que não é apenas a sala de controle que existe na caixa azul.
E esta segunda parte da temporada nos trouxe várias mudanças. O interior da TARDIS está diferente, as roupas do Doutor também alteraram levemente(elas mudam, mudam, mas ficam sempre iguais), a abertura da série… Chamou a minha atenção esta nova abertura. Lembra as aberturas da era clássica, mas com um toque de loucura bem apropriado ao Doutor atual.
Quanto a Moffat, ele abriu a segunda parte da temporada escrevendo para a série, mas só retorna para o último episódio. Vamos ver o que o restante dos roteiristas nos reserva para o Doutor e Clara.
***
PS: Antes que eu esqueça, há três coisas que precisam ser mencionadas a título de curiosidade:
1) O livro que o garoto está lendo foi escrito por Amy (Amelia Williams). A capa, com uma garota e dois rapazes nos remete a duas possibilidades: a própria Amy, Rory e o Doutor, ou ainda a Sherlock. Por que Sherlock? Bom, tem a ver com as características físicas dos dois personagens ao fundo. São incrivelmente parecidos com o Sherlock de Cumberbatch e o Watson de Freeman.
2) O garoto diz à Clara que está no capítulo 10 do livro e ela comenta que o décimo primeiro é melhor e ele não vai conseguir parar de chorar. A sutileza…pergunto-me o que ainda vai acontecer com o nosso Doutor.
3) Começaram as teorias sobre a folha que marcava a página do diário de Clara. Um simples marca páginas sinalizando que o encontro com o Doutor era o início das aventuras dela? Seria aquela folha um exemplar seco da folha da árvore onde a pequena Clara se encontrou com o Doutor no prequel exibido pela BBC? Teria aquela folha algo a ver com o número 23, ano que Clara pulou na sequência escrita em seu diário? Seria a folha o início do fim do Décimo Primeiro Doutor? Façam suas apostas!
PS1: Sou só eu que acho esses títulos grandiloquentes e nada a ver com o episódio estranhos?
Doctor Who – The Power of Three e The Angels Take Manhattan
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Para nós foram 2 anos e 5 meses, para os Ponds 10 anos, e para o Doutor foram alguns pingados aqui e acolá em 300 anos de sua vida. Ainda assim Amy e Rory deixaram suas marcas tanto na vida dos fãs quanto na do Doutor.
É curioso que eu tenha aprendido a gostar de Amy apenas nesta última temporada. Talvez porque ela finalmente amadureceu e só agora eu consegui perceber que muito do que eu não gostava na personagem (além da interpretação mequetrefe de Karen lá nos primórdios) era justamente a sua imaturidade. Mas Amy finalmente alcançou o seu auge e foi então que precisamos nos despedir.
Não há como negar que esta temporada (com exceção de A Town Called Mercy) foi dedicada aos Ponds. Incrível como eles conseguiram fazer parte da vida do Doutor por tanto tempo. Foi apenas um risquinho de tempo na existência dele, mas mesmo assim é mais do que eu estou acostumada.
O que me incomoda é esta mania de todo mundo dizer que ele não deve ficar sozinho, que quando Amy e Rory partirem ele deve encontrar outro companion….ora essa, ele viveu 300 anos desde que conheceu a pequena Amelia Pond! Ninguém vai conseguir me convencer que durante esse tempo todo ele ficou completamente sozinho apenas indo e voltando bem esporadicamente na vida dela. Esse não é o perfil dele! Pode ser que Moffat tenha esquecido que ao acrescentar vários anos (séculos!) à existência do Doutor isso implicaria em inúmeras aventuras fora das telas, mas não há como alguém de bom senso acreditar que o Doutor não acabaria recolhendo algum humano perdido por aí (ou vários) em tantos anos.
Deixando isso de lado, gostei bastante da forma como tivemos a oportunidade de imergir na vida dos Ponds em The Power of Three. É até estranho dizer que as partes que mais gostei do episódio foram justamente as com Amy e Rory, mas essa é a verdade. O Doutor estava muito caricato para o meu gosto pessoal e despreocupado demais com algo tão sério quanto cubos aparecendo do nada na Terra. Inclusive preciso dizer (sim, é uma necessidade) que achei os cubos patéticos quando finalmente foram ativados. Eram uma espécie de Toclafanes sem o mesmo charme. E tinham tanto potencial…
Por outro lado o episódio nos apresentou Kate Stewart, de quem eu gostei logo de cara. E é claro que ela ser neta do Brigadeiro fez tudo ainda mais emocionante. Foi muito legal a forma como o Doutor deduziu quem era a mulher. Mas, se eu estivesse no lugar de Kate, teria ficado bem decepcionada com o Doutor, tão diferente daquele que aprendi a admirar com as histórias do meu avô… porque venhamos e convenhamos, o Doutor não fez lá muita coisa e aquele final foi a coisa mais ridícula já vista. Com o tempo que demorou para o Doutor agir, a população que ressuscitou voltaria praticamente um vegetal.
Mas como eu já disse, o que fez desse episódio memorável não foi o Doutor e sim Rory e Amy. É claro que estavam nos preparando para a grande despedida, mas foi particularmente especial podermos olhar para a vida deles e ver o quanto gostavam de ser apenas um casal normal, com suas vidas, e que eles podiam ser felizes com ou sem o Doutor ao lado deles.
Mesmo assim, partiu meu coração ver a despedida definitiva em The Angels Take Manhattan. O que é mais importante aqui é que Amy escolheu deixar o Doutor e continuar ao lado de Rory, que era, afinal, o homem que ela amava. A forma como o amor dos dois foi sendo construído ao longo das temporadas foi belíssima e muito crível. Não dá para culpar nenhum dos dois por qualquer escolha que tenham feito nesse episódio. A cena em que Rory decide morrer (de novo) para garantir que ao final vivesse (ou simplesmente impedir a si mesmo de passar uma vida inteira trancado em um quarto longe dela) e que diz a Amy que a jogaria do prédio se isso fosse o melhor para a esposa, me levou às lágrimas, assim como a decisão de Amy de se jogar com ele, porque se fosse para morrer, que morressem os dois juntos.
Tudo bem que a história da Estátua da Liberdade foi absurda (não dá para crer que ninguém estivesse olhando para aquela coisa gigantesca em algum momento), assim como eu acho absurdo os anjos estarem sorridentes ou plácidos quando os vemos pela primeira vez, e na primeira piscada eles já ficam com aquela cara horrenda.
Mesmo assim os anjos foram bem utilizados por Moffat. É verdade que a cada vez que eles aparecem um pouco daquela magia de Blink se esvai, mas essa foi a primeira vez pós Blink que os anjos me deixaram de fato assustada em alguns momentos. Não sei se gosto da ideia deles providencialmente adquirirem esta capacidade de possuírem estátuas (como era antes tinha mais impacto, assustava muito mais e ainda havia a história da impressão do anjo na mente, na TV, na retina ou em qualquer outro lugar), mas agora a coisa já aconteceu, então ela existe para o melhor ou o pior.
Outra boa ideia do roteiro foi fazer de River a escritora do livro. Não sei por que Amy escreveu o seu recado ao Doutor na última página, já que sabia que ele iria rasgar e jogar fora, mas tudo bem, eu a perdoo. E não é que o livro será lançado pela BBC? Esse povo não perde tempo.
É sempre bom ver a interação de River com o restante do povo, em especial o Doutor. Não há a menor dúvida de que esses dois são marido e mulher e tem se encontrado bastante ao longo dos anos. Não deixa de me surpreender o quanto ela se intrometeu na vida dele e conquistou seu espaço, mesmo ele já sabendo do seu final trágico e, eu tenho certeza, tentando não se envolver. Mas simplesmente não foi possível, o Doutor e River aconteceram e pronto, quer ele quisesse ou não.
O que eu não entendo é o porquê de River poder voltar e falar com os pais e não poder levá-los de volta ao tempo real de cada um. Não é como se fosse impossível para ela viajar com eles de carona. Isso nem mesmo influenciaria no ponto fixo (morte), pois era apenas deixá-los para morrer e serem enterrados naquele cemitério antes daquela data (ou mesmo levá-los para serem enterrados ali após a morte em outro ponto qualquer). Não entendo nem o motivo do Doutor não poder voltar (tudo bem, 1938 é um ponto fixo, não pode haver mais um paradoxo ali e tal, mas há vários outros anos e outros lugares onde ele poderia aportar).
Pergunto-me se o Doutor voltou a Brian e explicou onde o seu filho e a nora foram parar… A propósito, Brian conhece a neta?
No entanto, o que realmente importa é que Amy e Rory se foram e desta vez para sempre. É isso o que mais me dói. Não o fato de terem escolhido deixar o Doutor, isso seria necessário em certo ponto, mas sim o deixarem conscientemente sabendo que nunca voltariam. No final das contas, Martha Jones foi a única que conseguiu dizer “até outro dia, não o acompanharei mais, não faço parte da sua vida, mas quando quiser dar um olá, estou por aqui, vivendo a vida que eu escolhi e sendo feliz” sem ser obrigada pelos acontecimentos. Bom, ela e River, que o acompanhará sempre que ele quiser, mas não definitivamente.
No frigir dos ovos, sentirei muita falta dos Ponds, em especial de Rory, que cresceu incrivelmente como personagem e como pessoa, criando raízes e fazendo história. Mas fico feliz por estarmos abrindo espaço para uma nova era. Foi dolorido, mas os Ponds definitivamente viraram os Williams.
Doctor Who – A Town Called Mercy
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Depois de uma semana fraca – na minha quase singular opinião – Doctor Who nos apresentou um episódio delicioso de assistir. Não sem defeitos, mas ainda assim prazeroso do início ao fim.
Esse terceiro episódio passou-se no velho oeste americano e, para interpretar o Xerife de Mercy (81 habitantes), quem melhor do que Ben Browder, americano até os ossos? E não posso negar que ele ficou muito bem com aquele bigodão e jeitão bruto do oeste selvagem. Uma pena que foi uma participação de um episódio só. Seria ótimo ter Ben Browder em Doctor Who mais vezes.
Gostei do desenrolar dos acontecimentos, gostei da música, da fotografia, de toda a discussão sobre a natureza do Doutor, do paralelo entre ele e Jex… Tirando a tristeza de ver Rory sendo tão pouco utilizado, e Amy sendo a voz da razão do Doutor (enquanto Rory fazia exatamente o contrário, o que, frise-se, é muito fora do seu personagem), simplesmente não senti o tempo passar.
Há 3 coisas que não há como deixar de lado:
1) mais uma menção ao Natal. Até agora teve uma em cada episódio.
2) novamente o episódio chamou atenção para a eletricidade, o piscar de luzes, a vibração de uma lâmpada acesa. Assim como o Natal, a luz também teve seu espaço em cada episódio. Coincidência? Pode ser, mas eu acredito mais na sutileza da cadeia de acontecimentos que Moffat está criando para a saída dos Ponds.
3) A idade do Doutor. Soa estranho se eu disser que, entre toda a discussão sobre o Doutor estar perdendo a humanidade, estar sozinho tempo demais etc, o que realmente chamou a minha atenção foi ele estar atualmente com 1200 anos? Ele já conhece Amy e Rory há mais ou menos 300 anos. De fato é um longo tempo, mas não consigo acreditar que ele esteve ‘sozinho’ por todos esses anos. O episódio passado menciona que ele teve suas aventuras com Nefertiti, com Riddell e com certeza houve outros no meio do caminho. Sim, ele sempre volta para Amy e Rory (e de preferência de forma cronológica, embora nem sempre acerte, como vimos no Ponds Life), mas a verdade é que ele já viveu bem mais tempo longe deles (enquanto ainda na vida do casal) do que próximo aos dois.
A propósito, será que nesses muitos anos sozinho (ele morreu/casou quando tinha 1103, é isso? Então não chega a estar 100 anos longe dos Ponds) o Doutor encontrou River? Oh, eu sei que ela não teve nada a ver com o episódio (embora tenha sido sutilmente mencionada na conversa de Amy com Jex, que apesar de muito bonita, foi absurda. Quem é que descobre que alguém é mãe só por um olhar? Como se pessoas sem filhos não pudessem ter a mesma compaixão, tristeza e força no olhar), mas eu não posso deixar de especular o que acontece com o Doutor quando ele está sem o casal por perto.
Seja como for, a minha dúvida é se ele tem estado de fato muito sozinho ou se tem viajado com parceiros diferentes aqui e acolá. Acho muito mais provável o Doutor ir se atolando em raiva e culpa por vir falhando com as pessoas que escolhe acolher, do que se tornar frio e indiferente por não se apegar. Ele deixa bem claro que sente que tudo o que toca é destruído por conta da sua misericórdia. É justamente o seu excesso de zelo e carinho que provoca as destruições em massa e não a sua solidão contemplativa e aventuresca.
Outra coisa que anda despertando furor mundo afora é a cronologia dos episódios. Em Ponds Life o Doutor aparece de repente na vida do casal e anuncia que veio fora da época, que algo grande ainda virá. Então tivemos Asylum of the Daleks, onde o casal estava separado e conhecemos Oswin (e era Natal!). No entanto, no episódio seguinte, tudo estava lindo e maravilhoso entre Amy e Rory, como se nada tivesse acontecido entre eles. Já em A Town Called Mercy havia uma tensão palpável entre os dois. Tudo o que vemos agora é anterior a Asylum? Anterior para nós e posterior para o Doutor? Ou anterior para todos? Ou nenhuma das alternativas e todos os acontecimentos estão rigorosamente na cronologia certa? E nessas andanças de dezenas de anos o Doutor já viu o final dos Ponds e, talvez seja este o motivo de sua fúria muito mais palpável ultimamente?
Mas deixando essas divagações de lado, vamos falar do episódio. Eu gosto muito de Toby Whithouse (acho que mais por Being Human do que por Doctor Who) e não me decepcionei com o seu roteiro. Ele costuma traçar bons paralelos entre os acontecimentos de Doctor Who e a vida real. Alguns bem sutis, enquanto outros são bem óbvios (como Kahler-Jex ser um cientista responsável por experimentos em seres vivos na guerra e que recebeu asilo em outro local por trazer benefícios tecnológicos ao seu novo lar).
A história do episódio em si é simples, mas eficiente. A TARDIS mais uma vez desviou do seu destino (se por vontade própria ou devido ao descuido de Rory não importa) e os viajantes acabaram no oeste americano, diante da pequena (e põe pequena nisso) Mercy. Foi bem legal a chegada dos três à cidade, a forma como ultrapassam a barreira imposta pelo Pistoleiro e, principalmente, a entrada no bar.
Chegando lá, mais uma vez se viram num emaranhado de acontecimentos para o qual foram tragados pelo simples título do Doutor.
“Por que alguém iria querer te matar?….A menos que te conhecesse?”
Achei legal que a cidade estivesse defendendo Khaler-Jex e como Isaac o considerava seu amigo a ponto de dar a vida por ele. A atitude de Jex não foi exatamente a melhor possível, já que estava disposto a sacrificar uma cidade inteira para permanecer vivo, mas eu acredito firmemente que as pessoas tem direito a uma segunda chance na vida.
O interessante é que, enquanto Jex encontrou naquele povo um coração aberto para recebê-lo e perdoá-lo por seus crimes de guerra, o Doutor ainda hoje, passados mais de 300 anos, ainda se culpa profundamente pelo extermínio de sua raça (e deve ser ainda pior porque os Time Lords ficaram lá, suspensos no tempo enquanto os Daleks continuam por aí infernizando a vida de todo mundo).
É sempre bom fazermos uma imersão na consciência do Doutor e percebermos o quão rica é a sua personalidade. As pessoas tendem a achar que o Doutor sempre tem que agir de uma ou outra maneira, que precisa ser o pacifista, a misericórdia em pessoa, mas esquecem que há muito mais entranhado naquela alma do que nós conhecemos ou conseguimos enxergar. Volta e meia ele nos mostra um pedacinho de quem ele é, mas a bem da verdade é que mal começamos a arranhar a superfície dos sentimentos do Doutor. Ao contrário de muitos, eu gosto quando temos a oportunidade de vermos que ele é muito mais do que um livro aberto e já decifrado.
Mas nem tudo foram flores. A Town Called Mercy pecou em algumas coisas.
– Já mencionei, mas não custa repetir: a participação de Rory e Amy foi tão superficial que não faria a menor diferença se não estivessem ali. Tudo bem, Amy agiu como a voz da consciência, mas qualquer outro habitante de Mercy, o próprio Isaac, inclusive, poderia ter usado algumas boas frases de efeito e conseguido o mesmo resultado.
– O tiro em Isaac foi absurdo. Só aconteceu mesmo para colocar o Doutor como Xerife da cidade (e fazer o Doutor decidir ajudar Jex, afinal, Isaac não poderia morrer em vão).
– A própria atitude do ciborgue era irritante. Se não queria matar ninguém na cidade, que entrasse logo, vasculhasse tudo e encontrasse Jex. Eles até poderiam não delatar o esconderijo do (nem tão) bom doutor, mas se o ciborgue fizesse uma busca pessoal, com certeza encontraria o inimigo e o mataria. Aliás, teve inúmeras oportunidades sem acertar qualquer um e não o fez.
– Por que mesmo o Doutor não pegou a TARDIS, tirou Jex de lá e salvou todo mundo? Aquele plano mirabolante foi a coisa mais sem noção que eu já vi e ainda resultou na morte do cientista.
E pela primeira vez desde que me lembro (posso estar enganada), Amy e Rory se negaram a um passeio mais longo na TARDIS e pediram para retornar para casa, e isso após a própria Amy dizer que o Doutor estava sozinho há muito tempo. Mas deixa quieto que é melhor.
Doctor Who – Dinosaurs on a Spaceship
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O que dizer de um episódio que você não gostou quando a maioria esmagadora (sim, estou sendo redundante) adorou?
Pois é, sendo curta e grossa, Dinosaurs on a Spaceship não me atraiu e eu percebi que a coisa foi grave quando desisti de ver o episódio no próprio sábado, na tentativa de gostar mais no dia seguinte. Pensei que, talvez, à luz do dia, descansada, num humor melhor eu iria ser capturada pelo espírito da aventura, mas que nada, achei tão chato quanto no dia anterior.
Confesso que desde o início (quando os spoilers e as imagens começaram a pipocar na internet) eu já não tinha me empolgado muito (não senti nenhuma expectativa pela ideia de dinossauros no espaço), mas sempre procuro ver os episódios com uma lente de amor (porque, afinal, acima de tudo sou fã) e com pensamento positivo, então eu acreditava de verdade que seria surpreendida quando finalmente assistisse ao negócio.
Infelizmente, o episódio não foi feito para mim. Mas, como em Doctor Who mesmo quando a coisa está ruim ela é boa, várias coisas positivas saíram do episódio e eu seria muito injusta se não as percebesse e comentasse. Então vamos começar pelo que Dinosaurs on a Spaceship trouxe de bom.
Fazia muito tempo que Doctor Who não fazia um episódio mais infantil, com aquela simplicidade e loucura dos tempos antigos (e que ainda se via de tempos em tempos na era Russell). É gostoso podermos ver o Doutor fazendo o que ele faz de melhor: sair e explorar. Ainda que a exploração tenha sido motivada pela iminente colisão de uma nave alienígena com a Terra.
Também foi inteligente usarem os Silurians (vistos recentemente em outro episódio escrito pelo mesmo Chris Chibnall) como construtores da arca e não os humanos. Dá um toque diferente e mais alienígena à coisa.
Gostei da história se passar em 2367 A.D. É quase ali, mas ao mesmo tempo longe o bastante para muita coisa estar diferente. E Indira apareceu pouquinho, mas a achei incrivelmente carismática. Não me importaria em vê-la novamente outras vezes.
Uma coisa que me surpreendeu positivamente neste episódio foi Amy. Eu não sou fã da garota, isso não é novidade, mas gostei muito dela em Dinosaurs. Ela estava demonstrando menos aquele sentimento de posse que tem pelo Doutor (e que me irrita) e também aqueles ares de ‘sei tudo, sou melhor do que você, há, eu viajo com o Doutor’ que volta e meia aparecem aqui e ali. E é interessante, porque em Dinosaurs Amy mostra com suas atitudes o quanto o Doutor a mudou, influenciou a sua forma de pensar, o quanto aprendeu (a ponto de conseguir até mexer nos controles de uma nave alienígena e entender mais ou menos o que tinha por ali) e mesmo assim sem demonstrar aquele ar de auto importância que ela sempre traz consigo.
Eu creio que muito disso tem a ver com o fato do Doutor estar distanciando a sua participação na vida dos Ponds. Ora vejam, ele ficou 10 meses sem aparecer e ela e Rory conseguiram sobreviver sozinhos e nem se separaram desta vez!
Acho legal que o Doutor esteja permitindo que o casal tenha a sua própria vida independente dele. Ao mesmo tempo ele não se afasta de vez como fez com tantos outros acompanhantes no passado (até hoje sinto dor quando lembro de Sarah Jane contando para Rose como foi ter sido deixada pelo Doutor para nunca mais voltar, assim, do nada, sem qualquer aviso prévio).
É um pouco incômoda esta predileção que o Décimo Primeiro tem pelos Ponds (mas isso é porque o Moffat obviamente adora o casal), afinal, já que volta e meia volta para eles, custava voltar para algum outro companion também? Não precisava nem ser em tela, só mencionar de vez em quando que os encontrou já me deixaria feliz. Mas não vou reclamar de barriga cheia. A ideia do Doutor estar se distanciando aos poucos já me deixa feliz, pois mostra que ele está se preparando para uma nova fase da vida.
Mas ao mesmo tempo em que fico feliz com esse tempo que o Doutor tem dado ao casal com suas visitas mais esporádicas, também fico preocupada, afinal, ele sempre reaparece. O que fará com que ele deixe de reaparecer quando trocarem os companions? Eu temo pelos Ponds.
Por falar em Ponds, uma graça o pai do Rory (que não é um Pond, sempre bom lembrar). Achei a participação dele meio repentina e um tantinho absurda (pilotando uma nave alienígena logo de cara? Aceitando tranquilamente ter se materializado em uma nave espacial? Sei não…tudo providencial demais), mas não tem como não ficar feliz com Brian ao ver o quanto a sua experiência com o Doutor proporcionou mudanças em sua vida. Ás vezes só nos falta aquele empurrãozinho que nos faça enxergar que a vida é muito maior e mais emocionante do que nos permitimos que ela seja. E está tudo aí, ao nosso alcance, só falta tomarmos posse dessas oportunidades.
E é claro que adorei ter Rupert Graves no episódio, porque afinal, quem não adora Rupert Graves? Mas ao mesmo tempo me entristeci um pouco por desperdiçarem um ator tão maravilhoso em um personagem tão mequetrefe. Quero dizer, Riddell é até simpático e tinha umas tiradas interessantes (embora eu dispense todo o flerte e aquele final ridículo dele com Nefertiti), mas foi muito mal aproveitado. Aliás, todo mundo foi mal aproveitado por ali (com exceção de Amy e Rory, claro, que estão se saindo muito melhor nesta temporada. Acho que por ser a última, tem que fechar com chave de ouro).
Acho legal a ideia do Doutor viajar com um grupo (ele já fez isso outras vezes em outras regenerações) e ficou claro que ele já teve outras aventuras com Nefertiti e mesmo com Riddell (quem sabe eu terei a chance de vê-lo com Riddell mais vezes?). Mesmo assim, não consegui enxergar o motivo de precisar chamar os outros para esta aventura em especial (porque foi essa a sensação que ele deu no início do episódio: que precisava e não apenas que sentiu saudades e resolveu trazer todo mundo para perto). Era apenas uma nave em rota de colisão com a Terra, o Doutor já tinha Nefertiti, para que perder tempo indo até Riddell e depois até os Ponds? Não faria a menor diferença tê-los ou não a bordo.
Aliás, por falar em não fazer diferença, os dinossauros foram outros subutilizados. Tudo bem, algumas cenas até que foram engraçadinhas, o Doutor pode cavalgar sobre um dinossauro etc e tal, mas faria realmente diferença se não fossem dinossauros mas sim outra raça alienígena, ou elefantes, ou mesmo objetos inanimados, robôs e afins? No frigir dos ovos não alteraria em nada a história. Um ajuste aqui e outro acolá, mas mudar mesmo, não mudaria nada. Os dinossauros estavam ali só para bonito e porque davam um título legal ao episódio.
Definitivamente Chibnall não está entre os meus roteiristas preferidos de Doctor Who (ou de Torchwood, diga-se de passagem). Acho os seus roteiros fracos e inconsistentes e quase sempre me canso em seus episódios.
Dinosaurs on a Spaceship também me deixou injuriada com o Doutor e sua esquisitice. Ele sempre foi estranho e incompreensível na maioria das vezes, mas nesse episódio ele estava ligado no 220v, seus pensamentos iam e vinham com tamanha rapidez que pouco do que ele falava fazia sentido. Conseguiu me cansar. Geralmente o Doutor e seus surtos me empolgam e instigam, mas não dessa vez. Desde o início ele esteve estranho para mim, distante e afoito. Eu olhava para o Décimo Primeiro, mas não o reconhecia e isso me incomodou mais do que eu imaginava.
Nefertiti foi outra que tinha um potencial gigantesco, mas que se mostrou um nada. Tudo bem que a atriz era inexpressiva ao extremo, mas a personagem também não ajudou. Fico pensando no tipo de história grandiosa que poderiam escrever com a rainha do Egito e a coitada foi relegada à amante de um caçador desconhecido, com alguns closes de efeito em cenas sem muita importância, e a um sacrifício que soou tão falso e forçado quanto realmente foi.
Já que toquei no sacrifício, é sempre interessante ver este lado mais dark do Doutor, que mata sem piedade. Episódio passado ele explodiu um bando de Daleks, desta vez mandou Solomon para a mira dos mísseis da Agência Espacial Indiana…Foi-se o tempo que o Doutor era apenas aquela figura benevolente que acabava cometendo injustiças por tentar salvar todo mundo. Esse lado dark dele aparecendo de vez em quando combina muito mais com toda a história e bagagem do Doutor.
E de repente percebi que só teremos mais 3 episódios com Amy e Rory. Estou autorizada a sentir saudade, mesmo não sendo fã de Amy?
Doctor Who – Asylum of the Daleks
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Entre vários spoilers acerca desta nova temporada de Doctor Who, quatro coisas eram certas:
– Cada episódio seria como um mini-filme;
– Os episódios seriam de certa forma isolados, sem aquela trama única que motivou as demais temporadas de Moffat;
– Os Ponds se despediriam nesta temporada e no especial de Natal conheceríamos a nova companheira (interpretada por Jenna-Louise Coleman);
– Asylum of the Daleks faria dos Daleks vilões novamente temidos pelos fãs.
Uma semana antes da estreia oficial o canal BBC lançou a webserie Pond Life em 05 episódios minúsculos, mas que nos dão uma ideia de como é a vida de Amy e Rory quando o Doutor não está entre eles, ou melhor, quando eles não estão viajando com o Doutor, pois presente ele esteve em todos os momentos, invadindo o quarto do casal, deixando um Ood por um tempo aos cuidados dos dois e enviando mensagens na secretária eletrônica sempre que possível.
Uma grande sacada a webserie, pois eu sempre tive curiosidade sobre a vida dos dois longe do Doutor e mini-episódios é a forma perfeita de mostrar um pequeno relance para os fãs, sem deixar a coisa chata e desinteressante. O último episódio foi meio deslocado, já que nada dava indícios de uma briga entre Rory e Amy, mas serviu para introduzir o primeiro episódio da temporada.
Ainda antes da estreia, foi lançado para os assinantes do iTunes nos EUA (para desprazer dos fãs britânicos) um prequel explicando o chamado do Doutor por Darla Von Carlson, que o levou ao Parlamento Dalek na estreia da temporada. Em uma espécie de ‘Inception’ alguém envia ao Doutor uma mensagem em sonho (como conseguiram eu não sei) e as coordenadas para onde ele deveria seguir. E é assim que acabamos em Asylum of the Daleks, o episódio do último sábado.
Depois de visto o episódio, uma coisa eu sabia com certeza: Steven Moffat mente. Sabem aquele negócio de episódios isolados? Mentira pura e simples. Não tem como os episódios serem isolados com a bomba que Moffat jogou em nossas mãos logo no episódio de estreia.
Como assim, Jenna-Louise Coleman aparece no início da temporada e não no especial de Natal!? E mais, ela é um Dalek!!! Cabeças explodiram…a minha inclusive. Pelo menos a história dos episódios serem mini-filmes é verdadeira, assim como Asylum of the Daleks tornar os Daleks vilões de respeito uma vez mais.
Acho que, para mim, o único episódio angustiante com os saleiros gritando Exterminate antes desse foi Dalek, lá nos idos de 2005, com Christopher Eccleston como o 9º Doutor. Talvez porque eu não havia assistido a série clássica ainda e para mim foi impactante conhecer os Daleks e, principalmente, a raiva profunda que existe entre o Doutor e eles. Provavelmente a expressão facial do 9º Doutor é o que passa esta sensação de terror e aflição e não exatamente o saleiro de um olho só, mas o que importa é que Asylum of the Daleks resgata um pouco essa mesma sensação de angústia.
O episódio em si é fantástico, mesmo assim não é perfeito. Ele tem sim seus altos e baixos, mas você só os percebe depois de acabar e repassar os acontecimentos na sua mente, então ele serve aos seus propósitos que é deixar o espectador maravilhado e com os olhos grudados na tela.
A história dos Ponds foi totalmente desnecessária. A briga entre os dois que levou até mesmo ao divórcio aconteceu da noite para o dia e se resolveu com um piscar de olhos também. Não havia a menor necessidade deste tipo de subterfúgio para o episódio de estreia. Se Moffat queria arrumar um jeito de fazer Amy e Rory declararem uma vez mais o seu amor eterno e inabalável, com certeza poderia criar outra história mais impactante, ou pelo menos fazer desta um tantinho mais duradoura.
Não dá para acreditar que Amy pulou fora do casamento sem nem ao menos explicar para Rory que abriu mão do marido porque não pode dar um filho para ele. Quero dizer, não é como se eles já não tivessem uma filha juntos. E não me parece que em algum momento ele exigiu mais do que Amy já lhe deu.
Mas tirando a parte do casal, que embora fora de lugar não atrapalhou o episódio em si, o restante de Asylum of the Daleks foi pura adrenalina e emoção. Primeiro o Doutor é levado a responder um pedido de ajuda em Skaro, o planeta dos Daleks o qual, pelo que eu lembre, está congelado no tempo e espaço juntamente com Galifrey, no ponto exato onde será completamente aniquilado com uma explosão. Como ele foi parar em Skaro? Ou melhor, como o planeta pode estar aqui, livre e solto, enquanto Galifrey está lá, congelada?
Skaro à parte, o que a tal Darla Von Carlson realmente queria do Doutor era capturá-lo e levá-lo ao Parlamento Dalek, pois os vilões precisavam da ajuda do Doutor. Confesso que fiquei incomodada com essa humana convertida em Dalek. Legal Moffat usar novamente os nanogenes (e se eles podiam transformar toda a raça humana em garotinhos usando uma máscara de gás e chamando pela mãe, por que não uma mulher em um Dalek?), mas que é assustador pensar que qualquer um pode ser um Dalek, ah, isso é.
Outra grande sacada do episódio foi mostrar os sobreviventes das cinco grandes guerras Dalek em Spiridom, Kembel, Exxilon, Aridus e Vulcan. Não deixa de ser interessante o comentário do Doutor de que aqueles são os Daleks que sobreviveram a ele e ficaram insanos. Assim como os Daleks mexem com o Doutor, ele mexe com os Daleks.
Só não consigo aceitar muito bem os Daleks atuais querendo destruir o planeta hospício. O que ganharão com isso? Ele estão lá há séculos, uns anos a mais ou uns anos a menos não fará muita diferença. E para onde eles enviarão os malucos daqui para frente?
No entanto, a grande estrela do episódio foi Oswin, a humana aprisionada no planeta hospício. Se alguém tinha qualquer dúvida de que Jenna-Louise Coleman seria uma excelente companheira para o Doutor, essa dúvida foi pelos ares neste episódio. A atriz tem uma química muito legal com Matt Smith e os diálogos de Oswin com o Doutor foram a cereja do bolo. Diga-se de passagem, os diálogos da garota com Rory também foram impagáveis. Ela é espirituosa, inteligente e divertida. Não tem como não simpatizar com a garota.
E se eu achava que vê-la no episódio era a grande surpresa de Moffat (ele realmente conseguiu guardar o segredo a sete chaves, mesmo havendo exibições prévias do episódio tanto nos Estados Unidos quanto na Inglaterra), não imaginava o que estava guardado para o fim. Sim, é claro que havia algo mais na garota ouvindo Carmen e fazendo souflé sem leite, mas juro que não pensei que ela poderia ser um Dalek. Não posso nem imaginar o que o Doutor sentiu ao entrar naquela sala e vê-la acorrentada, falando com ele como se humana ainda fosse. Partiu meu coração.
As cenas de Oswin despertando foram lindas, assim como o seu primeiro Exterminate foi dolorido e um pouco assustador. E mesmo assim ela deu um presente ao Doutor que nenhum outro seria capaz de lhe dar: a liberdade. Não sei vocês, mas eu senti um aperto no peito no momento que o primeiro Dalek disse ‘Doctor Who?’ e a pergunta foi ecoando pela nave. Pela primeira vez em uma existência inteira o Doutor está livre dos seus inimigos, um simples desconhecido, mais uma vez um viajante do tempo disposto a conhecer o espaço e as eras espalhadas pelo passado e futuro. Não tem como não se sentir emocionada….e aterrorizada, afinal, o que disse mesmo Dorium no final da temporada passada? O Silêncio há de cair quando a pergunta for feita: Doctor Who?
***
Agora a dúvida que paira no ar: como Jenna-Louis Coleman virará a nova companheira se ela virou um Dalek e explodiu juntamente com o planeta hospício? Uma versão anterior da personagem? Afinal, o Doutor nunca a viu e pode ser que não a reconheça com outro nome (ela pode ter mudado o nome após separar-se dele e resolveu embarcar naquela aventura sozinha e acabou se acidentando e sendo transformada). Uma ancestral? Tipo Gwen-Gwyneth? Uma irmã gêmea? Uma time lady (todo mundo sempre pensa em uma time lady)? Nenhuma das anteriores? Sintam-se livres para fazerem suas apostas.
Continuum – Family Time
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Série: Continuum
Episodio: Family Time
Temporada: 1ª
Nº do episódio: 1×09
Data de Exibição no Canadá: 29/07/2012
Esta semana Continuum nos apresentou um episódio divisor de águas. Não foi um episódio perfeito, mas com certeza foi importante.
Não tenho muita certeza se conseguirei ser coerente ou falar de tudo o que eu quero, pois tenho ideias demais sobre o episódio passando pela cabeça no momento, mas com certeza tentarei.
Vamos começar com os adolescentes surtando ao serem descobertos e principiarem o que Kagame define como o início de tudo o que ele é. Não creio que a importância do evento para o líder do Liber8 seja apenas o enfoque que a luta ganhou na mídia ou mesmo a proximidade com Kiera. A meu ver, tudo está ligado a Julian e Alec.
No episódio passado Kagame descobriu que Alec está envolvido com Kiera de alguma forma. Como eu não tenho dúvidas de que o Liber8 tem alguma conexão com Sadler no futuro, eu imagino que esta ligação de Kagame com Julian vai muito além do que usar um adolescente como ‘laranja’ em sua luta. Tenho a impressão de que esse evento foi programado por Kagame (que se mobilizou quando soube que o jovem Sadler já estava pronto e em contato com a Protetora) para se aproximar de Julian e assim construir as bases do que será o seu grupo terrorista no futuro (e, talvez, seja a ligação com Julian que colocará Kagame em contato com Sadler no seu tempo de origem).
Parece meio confuso, mas tudo faz sentido se pensarmos que Sadler no futuro tem o conhecimento dos acontecimentos desta época e pode ter informado o líder do Liber8, inclusive deixando-o ciente de que a revolta de Julian seria imprescindível para o desenrolar dos acontecimentos que levarão o futuro a ser como deve ser.
Isso, é claro, deixa Sadler numa zona ainda mais cinzenta do que já está: o empresário será mocinho ou vilão no futuro? Qual a importância nos acontecimentos presentes para moldar a vida do rapaz e suas escolhas?
É claro que todas essas teorias estão baseadas em algumas migalhas, tais como a expressão facial do Sadler mais velho no primeiro episódio, ou mesmo a confirmação de que ele sabia exatamente que Kiera iria para o passado, já que implantou informações para ele mesmo nas memórias dela. Nada disso faz de Alec um bandido, mas que coloca a pulga atrás da orelha de todos nós, coloca.
Outra coisa importante foi a confissão de Kiera para Carlos enquanto este agonizava na despensa. A menos que Fonnegra encare tudo o que ela disse como um delírio (o que seria muito sem graça), a Protetora terá muito o que explicar. A parte do filho e marido é mais fácil, mas a parte deles nem sequer existirem se ela não fizer as coisas certas aqui já não é tão tranquilo assim.
Ainda não me decidi se o desabafo (as lágrimas e a confissão do único amigo) era dirigido a Carlos ou a Alec. Eu, que não gosto muito da união Carlos/Kiera, prefiro pensar que ela falava de Alec. O garoto é, afinal, seu único e verdadeiro amigo. O único ali que a conhece de verdade, com quem ela sempre pode contar e que faria qualquer coisa por ela. E até a parte do mentir diariamente para ele se encaixa, já que Kiera sabe muito sobre o futuro de Alec (e, pelo que eu pude perceber pela forma como ela o tratou no futuro, não é muito fã do empresário), e todos os dias esconde do garoto quem ele será ou como ele chegará até o topo.
Mas por mais que eu queira, não dá para descartar Carlos desse desabafo, já que o parceiro estava ali morrendo, ela tenta se aproximar dele e incluí-lo em sua vida já há algum tempo e mesmo assim mente para ele todos os dias sem exceção. A parte do ‘meu único amigo’ é que eu não consigo comprar, pois Fonnegra não é o único amigo de Kiera e jamais teve qualquer demonstração desse tipo de proximidade entre os dois em qualquer episódio da série. Este posto pertence a Alec, quer os produtores da série aceitem isso ou não.
E, claro, sempre há Kellog, de quem ela certamente não falava, mas que vale a menção porque é o único que está ao lado dela e que a entende de verdade. Confesso que eu venho torcendo para esses dois acabarem na cama há muito tempo e foi uma pena não terem mostrado a cena, mesmo assim, eu não tinha a menor dúvida de que ela iria procurá-lo depois de tudo o que passou. Tem certas coisas que só conseguimos dividir com um certo tipo de gente. Kellog pode ser um manipulador inteligente e traiçoeiro, mas ele entende Kiera, já sofreu nas mãos dela (não apenas uma perda importante, mas duas!), já foi caçado, humilhado e mesmo assim está sempre ali, disponível. Como não procurá-lo?
Não fico muito feliz com a traição a Greg (porque, não me canso de dizer, sou pró ‘família Cameron’), mas é como disse Kellog: “lá você é casada, aqui você está sozinha. Como eu”.
A morte de Randol me entristeceu mais do que eu imaginava possível. Fiquei furiosa com a polícia por atirar no padrasto de Alec sem nem ao menos titubear ou fazer uma verificação mais aprofundada da situação. Ainda mais em uma época como a que vivemos, onde os adolescentes são tão envolvidos com o crime quanto os adultos, em especial crimes de ódio e revolucionários.
Acho que valeria pelo menos uma menção ao final do episódio de que o Randol pai não era o responsável pelo seqüestro e sim Julian.
Imaginem uma pessoa decepcionada, esta sou eu.
A boa notícia é que o traje de Kiera está de volta, todo negro. Pode até ser mais bonito, mas eu gostava da cor original. Espero que Kiera retorne às origens logo.
Alguns não gostavam muito da Kiera Protetora, toda funcional e meio alienada. Eu gostava, mas não creio que Kiera seja realmente desconectada com a realidade e com os sentimentos alheios, independente da dependência da tecnologia e do seu traje. Ela apenas estava em uma época estranha, tentando se adaptar. Creio que agora, mesmo usando e abusando da tecnologia do futuro (ela fica invisível!!!), ela não volte a ser tão preto no branco, pois já conhece 2012, já tem uma relação maior com a realidade atual, e principalmente, já tem alguns (poucos) conhecidos por aqui. Não é mais uma estranha no ninho. Bom, pelo menos não muito.
É difícil acreditar que falta apenas um episódio para o final da temporada. Não consigo imaginar minhas semanas sem Continuum. Nem parece que 11 semanas atrás a série não existia na minha vida.
Continuum – The Politics of Time e Playtime
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Série: Continuum
Episodios: The Politics of Time e Playtime
Temporada: 1ª
Nº do episódio: 1×07 e 1×08
Data de Exibição no Canadá: 15/07/2012 e 22/07/2012
Os episódios das duas últimas semanas de Continuum foram bem diferentes entre si, mas cada qual teve a sua importância no todo. É bem verdade que Playtime foi muito mais gostoso de assistir e o nível de relevância era bem superior a The Politics of Time, mas o episódio 1×07 teve o seu momento.
O principal, a meu ver, em The Politics of Time não foi nem mesmo a união de Kagame ao mais novo presidente do sindicato, o que lhe permitirá controlar todo o porto e, ao seu devido tempo, a própria cidade, já que Jim Martin com certeza ganhou muitos pontos que provavelmente o levarão à prefeitura. O que realmente chamou a minha atenção nesse episódio foi o começo de uma tridimensionalidade para Fonnegra, ponto onde a série vinha falhando miseravelmente. Até agora Carlos era apenas o acessório de Kiera nos episódio e pela primeira vez tivemos um vislumbre de quem ele é de verdade.
Uma pena que Alicia tenha sido a vítima, pois gostei dessa amizade colorida entre ela e Fonnegra. O que não gostei foi da indignação de Carlos com o (ex) amigo ao descobrir que Martin teve um caso com Alicia. A impressão que tive é que Carlos não aceitou o relacionamento dos dois (ciúmes?) e não perdoou o amigo por ter mentido, mas desde quando Martin mentiu? Ele omitiu o relacionamento extraconjugal porque não era relevante ao caso! Não fazia a menor diferença ele mencionar o caso dos dois, já que ele não era culpado.
Para todos os efeitos, Martin e Alicia brigaram por conta da falcatrua na doação da campanha e não em conseqüência da vida amorosa deles. E Martin nem ao menos era culpado da venda de si mesmo para os doadores endinheirados da campanha! Ele só ficou sabendo do rolo juntamente com Carlos e Kiera! Tudo bem, depois ele foi devidamente introduzido a Kagame, mas ainda assim Kagame pode ter se aproximado dele com um discurso favorável ao lado defendido por Jim e não apenas com o tradicional ‘eu doei, agora você fará o que eu disser’.
Seja como for, a ideia desse episódio era justamente mostrar que todos mentem e guardam segredos, Kiera não é a única. Aliás, Kiera aprendeu a lição e percebeu que ninguém é 100% honesto e livre de segredos, ela principalmente. Todos têm os seus motivos para guardar aquela informação crucial de outra pessoa, mesmo quando você confia a sua vida a este outro alguém.
Ainda me incomoda essa necessidade de mostrar um lado meio obscuro de Greg, mas isso é porque eu sou fã do casal Cameron e não quero vê-la deixando o marido para lá ou passando a desconfiar dele.
A propósito, há quanto tempo será que Kiera descobriu que foi traída? Recentemente? Logo após o casamento? Parece pouco, mas é uma informação que pode mudar completamente a forma como ela enxerga o marido nos dias atuais.
Já Playtime teve ares completamente diferentes. Cheio de ação, foi possivelmente o melhor episódio da temporada (ou chegou bem perto). Cada um teve o seu tempo de tela, menos Greg e Julian, que foram negligenciados nessa semana, mas eu perdôo porque tudo casou muito bem. E cada vez mais os roteiristas nos mostram uma estranha proximidade entre Kiera e Kellog. Se ele está apenas manipulando-a, se sente algo pela Protetora, ou se tem outra coisa na sua agenda que eu ainda não captei, eu não sei, mas que ela se sente balançada pelo ex-Liber8, ela se sente.
E Kellog tem se mostrado bastante útil para a Protetora e até mesmo preocupado com ela. Não foi a toa que ele tentou salvar a sua vida, avisá-la que fora hackeada e ainda foi o único capaz de pará-la quando Kiera estava a um triz de atirar em Carlos.
É bem verdade que Alec desligou o plug, mas se não fosse Kellog atrasá-la, era uma vez Carlos Fonnegra (e era uma vez Kiera também).
O mais interessante foi percebermos que Kiera pode ser hackeada (o que é uma coisa lógica) e que ela vira uma bomba relógio quando controlada (e me faz perguntar o que já implantaram na mente dela e o que já retiraram de importante). Por outro lado, fala muito sobre a personagem e sua confiança na tecnologia que nem a fez titubear em solicitar um novo reboot para Alec. Instintos são importantes, mas a tecnologia implantada dentro dela, faz parte do que Kiera é como pessoa e como Protetora, não dá para simplesmente ficar sem.
O problema é que agora Alec está na mira do Liber8. Não há outra pessoa nesta época capaz de reconhecer o que está instalado na mente da Protetora, e ao salvá-la Alec colocou um alvo no próprio peito. Resta saber como Kagame usará do conhecimento adquirido.
A grande questão que o episódio nos deixou de presente é o que o velho Sadler enviou para o novo Sadler por meio dos arquivos supostamente deletados da mente de Kiera. Pode ser qualquer coisa, inclusive algo que mudará completamente a forma como vemos Alec daqui para frente.
Estou muito ansiosa e é difícil acreditar que só teremos mais dois episódios nesta temporada. Continuo na torcida para que a série seja renovada.
Continuum – Time’s Up
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Série: Continuum
Episódio: Time’s Up
Temporada: 1ª
Número do episódio: 1×06
Data de Exibição no Canadá: 08/07/2012
Continuum voltou de sua semana de folga com um dos episódios que eu menos gostei até agora. É bem verdade que Time’s Up foi importante por nos mostrar toda a implicação política por trás das mudanças que irão ocorrer no governo do Canadá, mas eu não comprei a forma como eles nos apresentaram os acontecimentos.
Admito que não sou uma grande conhecedora da situação canadense atual e isso atrapalha um pouco na análise da questão como um todo. Não há a menor dúvida de que o episódio traça um paralelo com a história recente do Canadá (e a situação econômica mundial), possibilitando ao espectador comprar a ideia de Corporações assumindo o governo. As coisas não vieram do nada, as bases já estão lançadas há alguns bons anos, assim como a indignação de parte da população.
Ainda assim, não consegui me identificar com os protestos em frente a Exotrol e muito menos com a súbita participação de Julian no grupo de agitadores infiltrados entre os protestantes até então pacíficos. Eu sei que Julian se mobilizou especialmente após o discurso de Alec no episódio passado, mas para mim foi tudo rápido demais e explicado de menos.
Por outro lado, o episódio ganha pontos por colocar todas as cartas na mesa de uma única vez: Alec descobriu, agiu de acordo ao tentar proteger um membro da família, falou com quem precisava ouvir (o padrasto) e ao final – só ao final – contou para Kiera. Com isso os roteiristas começaram a trabalhar algo para o que vinham só dando rápidas pinceladas, que é o envolvimento da família de Alec na formação do Liber8.
O que não me agradou muito foram os flashbacks. Não sei explicar muito bem, mas não me sinto confortável com uma Kiera em cima do muro. O que mais me atraía na personagem era justamente esta fé inabalável que ela tinha no sistema, fosse ele certo ou errado. Uma Protetora que não acredita no sistema, é um alvo muito grande para o Liber8 no passado e, principalmente, para o nosso estilo de vida atual. Assim, chegará o dia em que, a despeito do seu amor pelo marido, filho (e, suponho amigos) que estão lá no futuro, ela preferirá ficar em 2012 porque não conseguirá mais engolir o governo da sua própria linha temporal. Sem falar que o episódio deu a entender que o marido não é esta pessoa que ela pensa que é e isso soa perigoso para mim.
Mas deixando essas preocupações de lado, embora eu tenha achado mal feitos todo o envolvimento do Liber8 com os tumultos e a investigação relativas ao sequestro da Presidente da Exotrol, sou obrigada a admitir que Kagame é um líder que sabe o que faz. Coloca Travis no chinelo. Para ele isso é jogo de estratégias e nesse ponto ele não se enrosca: Kagame é um excelente estrategista.
Achei um pouco exagerada a votação para a eliminação da Sra. Sherman. Não consigo acreditar que a população seria assim tão favorável à morte de alguém simplesmente por prováveis tramóias econômicas e políticas, principalmente quando esta eliminação seria causada por um grupo possivelmente terrorista (afinal, não é todo mundo que sai por aí raptando presidentes de empresas e obrigando-os a ler cartas de culpa na internet). Mas aqui eu esbarro naquele ponto que comentei lá no início: eu desconheço a situação canadense atual e tampouco sei como o povo de lá se sente a respeito das grandes corporações e a crise financeira que abala o mundo.
Para mim faz muito mais sentido a decisão de Kagame ao final: coagir Sherman a confessar seu crime, mas não matá-la. É muito mais eficiente e não corre o risco de perder o apoio popular.
Agora, pela primeira vez, começo a vislumbrar as sementes do Liber8 sendo plantadas em nossa geração. Onde isso irá levar a linha do tempo eu não sei, mas já ficou bastante claro que nesta história não há mocinhos e bandidos, todo mundo está em uma zona cinzenta. O que enxergamos é caráter ou falta dele, mas ainda não é possível dizer quem deve vencer esta guerra.
E para finalizar eu preciso comentar quatro coisas:
1) Adorei a cena de Kellog vasculhando o apartamento de Kiera e pegando a peça que ela escondia. Só não consigo entender porque Kiera ainda liga para ele, afinal, Kellog se desvinculou do Liber8.
2) Não concordei com a atitude de Carlos e Kiera em relação ao dinheiro e o resgate de Sherman e tampouco acredito que a empresa cederia 20 milhões com tanta facilidade, sem discutir mais acirradamente. Achei que os dois policiais foram muito arrogantes neste momento e por demais solícitos com um grupo terrorista. Eu sei que aqui não é os Estados Unidos, mas um pouco do lema “não negociamos com terroristas” bem que poderia ser empregado, não?
3) Era tão óbvio que aquele chefe da segurança era um dos responsáveis pelo sequestro que nem teve graça.
4) Sonya está se fazendo mostrar mais agora que Kagame retornou. Eu fico feliz, porque amo a Lexa Doig e é sempre maravilhoso vê-la em tela, mas também é legal porque as cenas entre os dois juntos são muito mais intelectuais. Ambos são inteligentes e se completam. Só agora dá para vermos porque ela seria uma boa escolha para substituí-lo na liderança. Espero que essa parceria continue por um bom tempo.
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