‘Penny Dreadful’ – Balanço de Temporada

Data/Hora 21/07/2015, 23:51. Autor
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Penny Dreadful foi uma das melhores estreias do ano de 2014 (pra mim a melhor). Misturando personagens de vários romances góticos e originais, habituada na sua maioria na Londres do final da Era Vitoriana, a série segue perfeitamente os temas da literatura gótica, portanto sua temática é pesada, por vezes perturbadora e cenas podem ser bem gráficas. Porém, Penny Dreadful não é aquele típico terror de cinema que é construído apenas de suspenses de arrancar os cabelos e sustos de pular da cadeira, o que inclusive faz com que muitas pessoas acreditem que o seriado não deveria pertencer ao gênero. O fato é que a série é de terror, terror esse baseado em jogos psicológicos e no terror que existe dentro de todos nós – os humanos são capazes de inúmeras atrocidades. E por isso, em meio a várias cenas de possessões, conversas com o próprio demônio e tantos outros monstros, a coisa mais assustadora na primeira temporada (para mim) foi a forma como foi retratado o tratamento de pessoas com problemas psicológicos na época. Clique aqui para continuar a leitura »

Primeiras Impressões – Agent Carter

Data/Hora 20/01/2015, 16:27. Autor
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Se você é fã de HQ’s, sabe que o Universo Marvel é extenso e expansivo, não delimitando os personagens à apenas uma série, mas interligando-os. É interessante ver o MCU (Marvel Cinematic Universe) explorando ainda mais essa característica da Marvel, usando dos próprios quadrinhos e inovando, a fim de sempre intrigar o público que conhece bem as histórias em papel, e não deixar de fora aqueles que não conhecem a fundo o aclamado universo da Marvel.

Pois bem, o último dia 6 trouxe consigo a estreia de Marvel’s Agent Carter, na emissora ABC, no horário de Agents of Shield. As duas primeiras horas do seriado representaram bem aquele cenário noir que os anos 40 pedem, com caracterização dos personagens, ambientação do cenário e fotografia que logo já me deixaram apaixonada pela série quanto seus aspectos técnicos. O seriado optou pela qualidade à quantidade, com uma temporada curta de apenas 8 episódios, assim, é possível gastar mais por episódio resultando na qualidade de imagem que se pode observar.

Quanto à história, é importante pensar em Agent Carter como parte integrante do MCU, e não apenas mais um seriado da Marvel, mesmo que muitos pensem que o seriado será apenas uma homenagem à personagem e que seus acontecimentos não influenciarão no MCU, Agent Carter também pode ser considerada uma Avenger, além de sua importância para o desenvolvimento da S.H.I.E.L.D. Além disso, trata-se de uma obra da Marvel, se você acompanha Agents of S.H.I.E.L.D., já sabe que o seriado já está preparando o terreno para os filmes anunciados da fase três, é de se esperar que Marvel’s Agent Carter também tenha algo preparado.

O seriado começa após a Segunda Guerra, no ano de 1946. Peggy Carter trabalha na SSR, agência que provavelmente virá a ser conhecida como S.H.I.E.L.D. e, ao contrário do esperado (por mim pelo menos, que evitei ao máximo spoilers da série), é diferente da mulher respeitada como agente em Capitão América. Carter ainda é uma mulher em anos (mais) misóginos, não é vista como igual por seus colegas de trabalho. Mesmo diante disso, Peggy Carter é uma personagem feroz que não quer se provar diante das pessoas que a menospreza, ao contrário, em vários momentos durante o episódio ela usou do preconceito das pessoas para seu benefício, a fim de poder fazer o que acha correto, bem parecido com nosso queridinho Capitão.

E por falar nele, o seriado foi inteligente em colocar as cenas de Captain America: The First Avenger em flashbacks, fazendo de Steve Rogers o terceiro Avenger a aparecer na telinha (mesmo que não diretamente) depois das aparições de Maria Hill e Nick Fury em AoS. E como shipper, não podia deixar de falar que os flashbacks foram um certo golpe baixo, e lembrete do quanto eu gostei do casal no filme. Além disso, doeu ao ver que para Peggy o herói é aquele cara magrelinho de 1,73m e 40kg, na cena em que ela pega a foto dele no arquivo e praticamente ignora as fotos do Capitão América que vê todos os dias nos jornais.

Outro fato importante ligado aos filmes, agora Iron Man 2, foi ver que Anton Vanko (pai do vilão) e Howard Stark ainda trabalham juntos. Os episódios trarão vários futuros vilões das HQ’s clássicas da Marvel e vai ser interessante ver o que os produtores do seriado têm preparado para os fãs.

Ainda falando da família Stark, Jarvis de carne e osso foi uma grande e agradável surpresa – caso não se lembre, o mordomo é a inspiração para a inteligência artificial J.A.R.V.I.S (Just A Rather Very Intelligent System) que regula a vida de Tony Stark. No seriado, Jarvis assumiu o papel de sidekick de Peggy, trazendo ao seriado um ar mais leve e cômico, no mais a química de James D’Arcy e Hayley Atwell é inegável. A amizade do par será um grande trunfo para o seriado.

Todo o cast foi muito bem escolhido, e eu não poderia estar mais feliz com as atuações. Mas é claro, não podia deixar de dar um destaque maior à Hayley Atwell, pois é ela quem dá o tom todo especial do seriado. Mesmo com toda a qualidade de imagem é direção, é difícil imaginar que a série tão magnífica (sem exageros, sério) sem a irreverência da atriz britânica emprestada para a personagem.

Agent Carter

(cuidado, a partir de agora traremos mais fatos dos quadrinhos e possíveis spoilers para a série)

Em se tratando da Marvel, não posso deixar de falar dos Easter Eggs e destaques do episódio:

– Este nem se trata de Easter Egg, mas a Roxxon é a entidade que é responsável pela morte de Howard e Maria Stark. Roxxon também já apareceu nos filmes da Marvel (Iron Man 3);

– Leviatã seria o equivalente da União Soviética para Hydra;

– Vi muitas pessoas comentando que Peggy Carter se envolverá romanticamente com alguém por causa da existência de Sharon Carter. Entretanto, originalmente, Sharon é sobrinha-neta de Peggy, mas não tenho ideia de como será a relação entre as duas no MCU. Mas, se Peggy realmente casar, a escolha óbvia seria o Agente Souza, mas não duvido se houver uma reviravolta no comportamento do personagem de Chad Michael Murray (me desculpem, mas não lembro o nome).

– Algo me diz que a personagem de Lyndsy Fonseca vai aumentar seus horizontes. No alto de toda aquela astúcia, não é difícil imaginar que ela logo descobrirá o segredo de Peggy. Quem sabe ela não se torne uma agente futuramente?

– Peggy foi retratada como igual ao Capitão América, mesmos ideais, mesma paixão ao lutar por eles. Usaram até a mesma paleta de cores de Steve nas roupas de Carter.

* * *

Agent Carter estreou nos EUA no dia 6 de janeiro, na rede ABC. No Brasil, a série estreou no último dia 15 de janeiro, quinta-feira, no canal Sony.

Homeland – From A To B And Back Again

Data/Hora 11/11/2014, 14:01. Autor
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Série: Homeland
Episódio: From A To B And Back Again
Número do Episódio: 4×06
Exibição nos EUA: 02/11/2014

 

Essa última semana, Homeland apresentou um episódio forte, muito bem formulado que encerrou satisfatoriamente a participação de Aayan para a história desse ano, deixando tudo bem firme para a metade final de temporada (diferentemente da temporada passada que ficou tudo meio corrido e atropelado).

A participação de Suraj Sharma em Homeland foi brilhante, o ator soube muito bem apresentar todas as nuances de seu personagem nesses míseros seis episódios. Em From A To B And Back Again trouxe a morte de Aayan, em uma cena completamente surpreendente e chocante (tipo o final da primeira temporada de Game of Thrones). O personagem foi morto no meio do deserto por seu tio, quando buscava abrigo.

Foi triste? Sim. Porém, fico contente que os escritores de Homeland ainda não têm medo de sair do convencional e arriscar. O começo do episódio já deixou claro que o personagem não sobreviveria para ver outra temporada, quando o grande plano de Carrie finalmente se tornou evidente. Sou grata também que a série não recorreu ao plot batido de “a dor dele o transformou em vilão”. No fim, o personagem continuou sendo o mesmo que foi apresentado aos espectadores, o mesmo rapaz que esclareceu que mais violência não o tornaria melhor que as pessoas que mataram sua família. No fim, Aayan foi mais uma casualidade da guerra, onde é difícil escolher o mais culpado, entre os americanos e os terroristas.

Mais uma vez vimos a devoção de Carrie a esta missão, não importando quais as consequências seriam para Aayan. Fria, e mais uma vez extremamente manipulativa ficou claro que ela não hesitaria em matar seu “romance adolescente” dos últimos dias para poder assassinar seu grande alvo Hassaim Haqqani. E ela quase teve sucesso, mas a revelação que Saul também estava presente interrompeu o ataque.

Algumas reviews atrás mencionei que sentia falta da relação de pai/filha entre Saul e Carrie, imagem o choque ao ver que Carrie quase nem bambeou ao mandar o ataque continuar, o que acarretaria na também na morte de Saul. Mesmo assim, apesar de toda tensão daquele momento, era sabido que Saul não morreria (Era? Essa temporada estão com uns George Martin feelings. No one is safe), mas foi graças a intervenção de Peter Quinn.

Assistir esse episódio foi uma hora bem gasta, ao observar o desenrolar do plano de Carrie, e suas repercussões, não apenas pra Aayan, mas todos os envolvidos nessa temporada. E que temporada, hein!? Agora, exatamente na metade da temporada, nos deparamos com uma reviravolta que deixou o jogo mais difícil e mais perigoso pra Carrie & cia. Aayan morreu, Saul está em risco constante, e o relacionamento ruim entre Quinn e Carrie parece refletir o relacionamento dela com o resto de seu time. Estamos em um ponto crucial, mas estou bem confiante na série. Quem poderia prever uma temporada tão consistente a interessante assim? You go, Homeland.

– Com Saul em perigo, Dar Adal vai finalmente fazer sua aparição na temporada?

Homeland – Lady Drone, Trylon and Perisphere e Shalwar Kameez

Data/Hora 13/10/2014, 22:15. Autor
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Série: Homeland
Episódios: Lady Drone, Trylon and Perisphere e Shalwar Kameez
Número dos Episódios: 4×01, 4×02 e 4×03
Exibição nos EUA: 05/10 e 12/10/2014

Sem desrespeitar os mortos, mas “Brody quem?”. De repente, para a surpresa de muitos (minha), o seriado da Showtime renasceu e trouxe de volta consigo todos os elementos que fizeram sua fama e seu nome. Depois de muito tempo à sombra Nicholas Brody (por que, terceira temporada?), a série finalmente superou essa fase e retornou renovada. As sementes foram jogadas em terreno incerto, mas julgando pelos três primeiros episódios (desculpem o atraso), mesmo que incerto, ele se mostrou (até agora) satisfatoriamente fértil.

A quarta temporada começa com aquela melodia de jazz já tão familiar, enquanto Carrie anda pelas ruas de Kabul, algum tempo após os acontecimentos do final da terceira temporada. Em The Drone Queen, Carrie é chefe de uma operação da CIA na capital do Afeganistão, e logo a vemos autorizar um ataque ao quarto colocado da lista dos mais procurados pela CIA. E em seguida, alguém aparece com um bolo, é o aniversário da nossa “heroína”. Uma sensação mórbida invade nessa justaposição de situações, em um momento autoriza-se o assassinato, e segundos depois, festeja-se a vida.

Também nesse episódio foi apresentado Aayan Ibrahim, o personagem de Suraj Sharam. Ele e mais os demais membros de sua família estavam no local assinalado por Carrie para o ataque. E nesse local ocorria um casamento, ou seja, as “casualidades” esperadas pela equipe eram maiores que imaginadas, resultando na morte de 40 pessoas. Na perspectiva de filmes e séries em geral, Aayan poderia facilmente virar um Abu Nazir, ou quem sabe um novo Brody. Porém o rapaz não parece querer escolher tal caminho, aliás em um momento do episódio ele chega a deixar claro que os atos de violência americanos não justificam mais atos de violência. Obviamente esse personagem terá grande peso na presente temporada.

Além Aayan, Sandy Bachman foi apresentado ao público como o chefe da missão do Paquistão e um dos responsáveis pelo ataque no casamento. Não é o único culpado, mas seu disfarce é quebrado ao ser traído pelo seu informante. E em uma cena tensa que não se desenvolve do jeito que se esperava, Quinn e Carrie correm para salva-lo, mas apenas para presenciar o companheiro ser arrastado por uma multidão de pessoas para surrá-lo até a morte. Interpretado pelo ator Corey Stoll (cada vez mais conhecido graças a House of Cards), não era de se esperar que seu personagem fosse morto logo no primeiro episódio da temporada.

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Pelo episódio Trylon and Perisphere, Carrie e Peter (as coisas não andam nada bem com esses dois), estão de volta aos Estados Unidos. Carrie não quer ficar, não quer tomar as responsabilidades sobre sua filha, enquanto Peter não quer mais fazer parte da CIA, já não entende mais os motivos que o levaram a entrar na agência.

Carrie está de volta aos Estados Unidos, onde sua filha (e de Brody) está aos cuidados de sua irmã e seu pai. O episódio deixa claro que Carrie não tem o menor tato com a filha, ou sequer demonstra esforço para ter. Em momentos, sequer parece que cultiva algum afeto pela criança. Mas nenhuma cena chocou mais que a cena que Carrie banha sua filha, e quase a deixa afogar. Carrie Mathison, seja por sua incapacidade de fazer escolhas boas na vida, ou abuso de remédio, bebidas alcoólicas ou ainda a combinação dos dois, sempre foi uma personagem na fronteira do “certo” e “errado”, porém nada na série até o momento tenha comparação com este episódio.

Carrie ganha outro destaque dentro do episódio; Ao investigar sobre a morte de Sandy, chega ao seu conhecimento o caso de um oficial – que trabalhava junto de Sandy – que fora despedido ao reportar a Lockhart que Sandy estava trocando informações secretas com seu informante. Com isso, Carrie consegue persuadir seu chefe a torna-la a chefe na missão de Islamabad, permitindo que ela possa abandonar sua filha e qualquer sentimento que tenha por ela, esquecendo a lembrança viva de Brody, cuja existência continua fortemente a assombrar Carrie.

Depois de dois episódios fortes, o seriado diminui o passo com Shalwar Kameez, com Carrie tentando encontrar chão firme em seu novo empregor. O episódio começa com Carrie refazendo os passos de Sandy no dia do ataque, que junto de Quinn ao final do episódio descobrem que sua morte foi tramada assumidamente pela Inteligência Paquistanesa.

A princípio, em temporadas anteriores, a ideia de um romance entre Peter/Carrie não era ruim (minha vida de shipper amava a ideia na verdade :P), mas depois de deixar Carrie atrás de Brody por três anos, e presenciar que o seriado definitivamente não combina com romance não é difícil ficar um pouco desapontado com a aparente tentativa de uma aproximação romântica entre Peter Quinn e Carrie Mathison. Será que realmente é muito difícil deixar Carrie sozinha pelo menos um pouco? Além disso, ficou claro nos episódios que os dois interagiram, que Carrie é egoísta, e o relacionamento com Carrie é emocionalmente abusivo para Quinn. Tanto que ela o convence a se juntar a ela em Islamabad, apesar de ele ter deixado claro que isso era o oposto que ele queria.

Os episódios, como em outros seriados, tiveram seus pontos altos e baixos. Ainda assim, o balanço entre os três primeiros episódios do quarto ano de Homeland são positivos. Ano passado Homeland nos deixou meio cabisbaixos, não só pela perda de um personagem principal, mas também pelo risco que essa perda representava para série. Afinal, o que era Homeland? Uma história sobre terrorismo? Sim. Mas principalmente, era o jogo (extremamente controverso) de gato e rato entre Carrie e Brody, isso ficava claro logo na abertura dos episódios. Temi pela série? Óbvio, é uma das minhas queridinhas, mas os produtores mostraram não estão de brincadeira, e que a enxurrada de prêmios abocanhados pela série não são apenas enfeites.

– Farrah voltou, com um papel maior que na última temporada.

– A menininha que encontraram para ser a filha da Carrie/Brody parece mesmo ser filha do Damian Lewis. Fiquei assustada.

– I really need you now,”  “God, I f#@king love you Quinn, you know that.” – Favor, Carrie, colaborar com a minha decisão de não ter ships nesse seriado.

-Foi legal ver interações Saul/Carrie mais uma vez. A relação pai/filha deles faz falta.

Homeland – Big Man in Tehran e The Star

Data/Hora 19/12/2013, 17:00. Autor
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Assim como Nicholas Brody, Homeland teve um longo (e sofrido) trajeto para se curar e entrar em forma novamente. E na sua décima primeira hora (da temporada), o eletrizante Big Man in Tehran, a série provou que está mais que pronta para qualquer batalha.

Nesse episódio temos a questão se Brody irá trair aos Estados Unidos ou não. E uma coisa que Homeland explorou muito bem desde o princípio da série foi a ambiguidade, a incerteza. Se Brody era ou não terrorista, se tudo era uma ilusão de Carrie. Acreditar no governo ou na religião? Questões representadas pelos oposto s de Carrie e Brody, ambos crentes nas suas instituições, ambos seguidores de seu determinado imperativo moral e ambos sempre cercados de tragédia, gerada ao serem usados por suas “autoridades”.

É interessante que a história de Brody tem pulos de tempo, do estilo “seis dias depois”, para deixar o público um pouco desorientado, enquanto grandes coisas acontecem fora de cena na vida de Brody. Em particular, desta vez  a história gira em torno da recusa de Brody para ser resgatado do Irã e seu status de “Rock Star” no Teerã. O potencial da história é incrível, porém pareceu um tanto quanto corrida, especialmente porque sabemos que este é o penúltimo episódio da temporada. Mas foi uma hora intensa, que conseguiu manter os telespectadores atentos e tentados a adivinhar as reais motivações de Brody.

Eu gosto de como o fantasma de Abu Nazir ainda paira sobre o seriado, e não apenas na revelação de que sua esposa está em Teerã, mas também no fato de que o general Akbari e Nazir, ao planejar o ataque ao Estados Unidos usando Brody, estavam no mesmo escritório que ele no final do episódio. O que nos leva ao assassinato de uma figura política de alto escalão. Desta vez a sua abordagem foi um pouco menos high-tech – cinzeiro de vidro na cabeça e travesseiro sobre o rosto no lugar do ataque cardíaco por controle remoto -, mas igualmente eficaz. Então, para onde Brody vai a partir daqui?

Alguns meses atrás, antes do início da temporada, foi lançado um vídeo promocional da série com a música To Build A Home, da Cinematic Orchestra (feat. Patrick Watson). Além da melodia melancólica do tipo que faz você chorar silenciosamente, sua letra parece retratar a vida em si, a história de alguém que busca seu lar, porém esse sentimento é transitório. A princípio, o uso dessa música não fazia nenhum sentindo. Porém, Big Man in Tehran traduziu perfeitamente o significado da música, trazendo Brody como seu personagem, a pessoa que quer se redimir e encontrar sua paz de todas as maneiras que ele conseguir. Ao tentar alcançar seu objetivo nosso “herói” colocou em risco tudo o que ele havia conquistado. Será que, assim como na música, tudo retornará ao pó?

Homeland - the star

O último episódio da terceira temporada, The Star, recomeça exatamente onde o seu antecessor terminou. Em um episódio um tanto quanto simples, Brody quase que milagrosamente consegue escapar do quartel da IRGC e ainda consegue dar uns passeios em plena luz do dia com seu cabelo ruivo e sem ao menos um óculos de sol ou algo pra esconder o rosto. Mas, graças a lógica da televisão, somente Carrie o reconhece e eles conseguem chegar até a safe house.

E em uma temporada de dúvidas sobre qual é o caminho certo a se seguir, a próxima cena tem maior relevância dentro dessa (talvez de todo o seriado). Brody, junto de Carrie, começa a se indagar se sua redenção é possível, e praticamente toda sua vida é resumida em uma história sombria sem pontos de luz. A principal questão foi: Como chegar até a salvação tirando a vida de outra pessoa? E quem é a pessoa em questão? Sua mais recente vítima? O vice presidente? Todas as outras pessoas que ele matou? O personagem chega ao ponto em que ele não se reconhece mais como pessoa, como fuzileiro, já não é capaz de enxergar um futuro, ao passo em que não consegue mais compreender as razões que motivaram suas ações no passado.

À medida que Brody é reconhece que não há mais nada pra ele, o público também é forçado a tanto. Toda a temporada serviu como teste dos caminhos que o seriado deveria tomar sem sua parte ruiva, e seus episódios finais serviram com um grande e lento adeus ao Sargento Nicholas Brody. Pois bem, Carrie finalmente revela que está grávida e faz um pequeno discurso sobre destino, representando a melhora antes da piora definitiva, porque logo eles são traídos por seus superiores e todos sabemos que esse é o fim.

E a sequência final de cenas foi emocionalmente pesada, começando com uma cena entre Javadi e Carrie. Na qual o dotado de uma persuasão desumana Javadi tenta explicar o porquê para Carrie (e o público) da morte de Brody ser inevitável e sensata. E para um homem capaz de matar sua nora a sangue frio e sua ex-mulher com uma garrafa quebrada, a eloquência e compaixão ao falar com Carrie foram absurdas. “Sempre foi sobre ele”, “A única coisa com o que você se preocupa”.

Não há como negar essa obsessão de Carrie sobre Brody, desde o princípio, mas a questão nem sempre foi sobre amor. Não pelo menos até a metade da 2ª temporada, por exemplo. Antes disso, era sobre uma necessidade quase patológica de proteger seu país. A intro do seriado não é sobre amantes, não é a introdução divertida de uma comédia sobre um casal. É um jogo de espiões, dentro de um complicado labirinto de mentiras, política e influência, o mesmo labirinto que infesta a psique de Carrie, com assassinatos políticos, discursos históricos e as Torres (sempre as Torres). Homeland é sobre Carrie e seu esforço para manter a sua pátria a salvo, ou costumava ser. Eu entendo (as vezes) os motivos pelos quais Carrie se apaixonou por Brody, mas quando a atenção de Carrie está voltada apenas para ele (sem pátria), Homeland é apenas uma sombra de todo seu potencial. Infelizmente, manter Brody traria toda a operação a baixo, e não é apenas a de Javadi.

Assim, na manhã seguinte, Brody encontra seu fim numa fria execução pública no Teerã. Apesar de ele ter finalmente aceitado seu destino e encontrado sua paz, Brody estava estranhamente calmo. A viúva de Abu Nazir estava lá para cuspir em seu rosto. Foi um fim insultuoso para um homem que um dia sonhou em ser um herói. E de sua própria maneira, foi perfeito.

O nome do episódio, The Star, não faz muito sentido até que chegamos a seu final. No final de tudo, mesmo que por motivos não muito claros, Brody cumpriu seu dever e morreu como um herói para Pátria, mas seu esforço não foi reconhecido (me pergunto se chegaram aos ouvidos de sua família os motivos de sua morte). Então depois da cerimônia para honrar os mortos, sozinha, na escuridão da noite, Carrie eterniza o sacrifício Brody, mesmo que por pouco tempo, com uma singela estrela desenhada com uma caneta no mármore frio em meio a uma constelação de outros tantos sacrifícios.

Homeland - The Star 2

De qualquer maneira, mesmo com algumas outras questões levantadas, o episódio trouxe um fim digno para essa saga de três temporadas. O seriado poderia ter terminado aqui nesse episódio e com certeza eu me sentiria satisfeita com a história, porém mais uma temporada já foi encomendada. Carrie provavelmente foi embora pra Istambul e Quinn deve ter seguido fiel seus caminhos. E Saul retorna a Langley? Essas perguntas serão respondidas na quarta temporada, então, vejo vocês ano que vem. Obrigada pela atenção. 🙂

Homeland – Good Night

Data/Hora 05/12/2013, 13:12. Autor
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Em uma das primeiras cenas do episódio Brody e os militares barbudos sentam em torno de uma fogueira apreciando a carne de uma cabra, enquanto discutem a melhor maneira de conduzir o animal ao abate. Um de seus camaradas lembra que é preciso deixar o animal relaxado antes de cortar sua garganta, caso contrário sua carne pode ficar ruim ou até perder sua utilidade. Essa cena pareceu um simbolismo, se de fato esses forem os episódios finais de Brody. E Good Night não foi uma caminhada tranquila até o carrasco. Ao contrário, o diretor Keith Gordon e os escritores Alexander Cary e Charlotte Stoudt resolveram enfiar a faca (de mesa) com um episódio tenso no melhor estilo de Zero Dark Thirty, mas também um ótimo episódio que, talvez, seja o melhor episódio de missão da série.

Acredito que esse episódio, bem como os últimos três ou quatro, foi bem sucedido porque teve foco. O começo da temporada provou que Homeland pode ter algum (muito) trabalho para manter mais de uma storyline correndo ao mesmo tempo. Quando um episódio se passa no meio do deserto e em alguns momentos na base da missão, ele se desenrola melhor que quando ele trata de agentes duplas, momentos de quase loucura, romances adolescentes, casamentos problemáticos… enfim, tudo ao mesmo tempo.

Pois bem, o episódio coloca em prática a fase 2 do plano de Saul, que deve ter recorrido até a cueca da sorte para tudo ocorrer conforme o planejado pelo o caminho do Iraque até a fronteira do Irã. Mas é claro que no momento que Saul começa a mastigar seu “chiclete da sorte” as coisas começam ir ladeira a baixo, e em velocidade máxima. A conexão com base cai, e enquanto aguarda novas instruções o time de Brody esbarra com um grupo de policiais iraquianos. Então seus companheiros são obrigados a dizer Good Night, numa ordem para matar os curdos e salvar Brody e, como consequência, a missão. Assim, o que era para ter sido a parte mais simples da missão se estragou, e Brody desmorona junto com ela, ao ver que ele foi responsável, mais uma vez, pela morte de mais pessoas inocentes.

Para dar continuidade à missão, Brody e o líder do grupo que faz sua escolta são obrigados a tomar uma rota alternativa. Isso até o momento em que o carro em que estavam é explodido por algo que provavelmente era uma mina terrestre. Depois de algum tempo de mistério, nos é revelado que ambos sobreviveram e Brody, menos ferido, toma as rédeas da situação em contraste do seu eu de poucos minutos atrás. E mesmo depois de ter tido ordem de abortar a missão ele decide tentar a sorte e correr até a fronteira do Irã, sem reforços e sem um “plano B”. Com a ilusão, talvez, que Carrie vai encontrar uma maneira de levar-lo pra casa – até mesmo ela acha surreal. Parece que o homem ressurgiu das cinzas depois dessa última bomba, com vontade e fé renovadas. O plano “funcionou” e Brody finalmente está sob a guarda de Javadi.

Homeland realmente me conquistou novamente nos episódios finais dessa temporada. Embora ela tenha tido uma falta de momentos de “grande risco”, icônicas no seriado, este foi sucedido nesse episódio ao criar perguntas complicadas sobre amor, patriotismo, enquanto entregava cenas extremamente tensas. Acredito que isso tenha sido porque finalmente há foco na história, e não quinhentas storylines (desnecessárias) ao mesmo tempo. Muito bem, Homeland, continue assim, que nós continuaremos ansiosos a cada semana por episódio novo.

– A cena com a silueta de Brody rezando foi muito bonita.

– Achei interessante a maneira em que “encaixaram” Fara na história novamente.

Homeland: fazendo você ter simpatia por um personagem e depois dando um tiro na cabeça dele.

– Alguém pode fazer uma compilação com todas as vezes que a Carrie fala f*ck?

Homeland – One Last Time

Data/Hora 30/11/2013, 22:41. Autor
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Finalmente Nicholas Brody está de volta à ação. É – praticamente – o segundo episódio no qual Damian Lewis realmente aparece e do qual participa integralmente. E em apenas uma hora, Homeland foi capaz de mostrar um personagem destruído, sem qualquer intenção de continuar vivendo, e posteriormente o soldado com uma nova missão. Mas não somente isso: também o homem com uma nova razão para viver. E Damian Lewis atuou lindamente neste episódio, que facilmente servirá coma sua Emmy Tape. Brilhante!

E apesar de algumas inconsistências, ainda por causa do começo de temporada fraco, One Last Time veio pra mostrar que a série ainda é capaz de encontrar o balanço entre a razão, as tramas bem elaboradas, e os momentos de pura emoção.

O episódio começa com nosso casal de protagonistas novamente representados paralelamente, assim como no episódio Tower of David: ambos acamados, mas em circunstâncias completamente diferentes. Carrie está de volta ao hospital – e, de certa, forma prisioneira da CIA – se recuperando do tiro bem colocado de Quinn. Enquanto isso, Brody luta com os sintomas torturantes da abstinência, depois de meses nos quais sua única companhia fora a heroína.

E, aparentemente, Saul sempre soube onde Brody esteve, já que para seu plano funcionar, a participação do ruivo se torna fundamental. As cartas estão todas em cima da mesa e Saul revela os detalhes do seu plano na íntegra: enviar Brody para o Irã, onde ele vai se reunir com o chefe da guarda revolucionária iraniana e assassiná-lo . Javadi, então, irá tomar seu lugar, se tornando dessa forma um dos homens mais poderosos e influentes do país. Assim os dois países poderão fazer o impensável: negociar a paz, ao invés de atacar um ao outro. Apesar de parecer emocionante, é difícil de acreditar que o plano utópico de Saul irá funcionar. Além da missão de Brody parecer (ser) suicida, algo soa muito errado ao se pensar em dar tanto poder a alguém como Javadi.

Como já dito, Brody é fundamental para o plano, mas o problema maior é que ele não quer ser envolvido mais nisso. Aliás, ele não quer ser envolvido em mais nada. E Damian Lewis simplesmente brilhou ao fazer todo mundo acreditar que Brody está apenas destruído (o ator parece até ter perdido peso). Durante vários momentos Brody pediu para ser morto, e nem mesmo Carrie, a princípio, teve algum efeito sobre ele. Pudemos ver – encenada perfeitamente por Lewis – a morte em vida do personagem, durante alguns minutos do episódio.

A primeira cena de Carrie e Brody, o reencontro, foi uma das minhas cenas favoritas do episódio. Mesmo estando a menos de um metro de distância um do outro, Carrie e Brody não podiam parecer mais distantes. Mas o mais interessante dessa cena, na verdade, foi que a questão de Brody não ser inocente foi finalmente trazida ao seriado. Tudo bem, ele não foi o autor do ataque a Langley. Mas Brody definitivamente não é inocente, como ele e o público preferem esquecer. Tom Walker e Abu Nazir foram trazidos, mesmo que brevemente, no discurso de Carrie sobre todas as coisas pelas quais Brody é responsável, todas as mortes que ele causou ou pelas coisas que impediu que acontecessem. Todos nós somos forçados, pela própria série, a rever nossos conceitos, e o que ficou claro é que Nicholas Brody está longe de ser inocente.

E Carrie sabe como manipular (sim, gente, ela manipulou) Brody de volta a ativa, ela sabe que a família (Dana, novamente) dele é seu ponto fraco. Carrie sabe o valor das informações que tem e contar a Brody que Dana mudou de nome e saiu de casa foi o suficiente pra fazer seu pai querer fazer a “coisa certa”. Isso gerou a melhor cena do episódio, entre Dana e Brody (sim, gente, Dana). Antes de seguir com sua missão, ele faz uma exigência: ver Dana e tentar se explicar com sua filha. Achei interessante essa cena, porque ela demonstrou perfeitamente a relação de Brody com sua família, uma relação na qual não existe reciprocidade. Sério, o que ele acreditava que fosse acontecer? Que tudo seria como antes (a série já mostrou que a relação dele com a família nunca foi a melhor, na única cena que foi aproveitável do plot com o namoradinho nessa temporada, na qual ela conta o adeus antes de seu pai ir pra guerra)? A necessidade de Brody de se desculpar foi egoísta, já que a vontade de ser um pai a essa altura só tem benefícios a ele mesmo. Os últimos dois episódios (Gerontion e A Red Wheelbarrow) foram ótimos, mas, quase sem dúvidas, essa cena foi a melhor escrita e bem atuada da temporada.

“Vejo você no outro lado” foram as últimas palavras de Carrie para Brody. E a sensação que ficou (ou que eu fiquei) desde o começo da temporada é que a série tenta se acostumar sem Brody. Com três episódios para o final da temporada, não se pode saber com certeza se Brody voltará ou morrerá como um herói. Mas espero que esses episódios finais mantenham a qualidade dos últimos, para que possamos ter um ótimo final de temporada.

– Gostei de como a história do amante-espião da Mira se resolveu.

– Carrie falando a Lockhart que não estava entendendo nada sob efeito dos analgésicos.

Homeland – Gerontion e A Red Wheelbarrow

Data/Hora 24/11/2013, 19:00. Autor
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O nome do episódio Gerontion refere-se a um poema de TS Eliot de mesmo nome, que é um  monólogo de um homem idoso que descreve a Europa após a Primeira Guerra Mundial. O poema foi escrito em uma época em que novas formas e sistemas de governo ditas como superiores foram surgindo para substituir as antigas – e, consequentemente, suas falhas. O homem aparenta ser dotado de enorme sabedoria, mas essa sabedoria – construída com o passar dos anos, em uma época diferente – pode ser aplicada ainda em um mundo novo em constante mudança?

O escritor Chip Johannessen pintou Saul como o narrador sem nome de Eliot. A sua casa, como diz Eliot, é uma casa deteriorada. Sua esposa está dormindo com outro homem, a sua agência está em ruínas, e sua influência sobre a direção tem uma data de validade que rapidamente se aproxima. O homem ainda se agarra aos seus velhos ideais e táticas. Um dia, Saul e Javadi foram idealistas, apenas esperando a oportunidade certa para fazer no mundo a tão sonhada mudança. Enquanto vemos as ruínas dos ideais de Javadi, Saul permanece dotado de esperança e paciência, esperando que um dia ele possa aplicar tudo o que ele conhece como sabedoria, para que seus ideais se tornem então realidade.

Mas o grande momento do episódio, sem dúvida, é ver como Saul diz a Lockhart e Dar Adal sobre seu plano, e como ele e Carrie orquestraram essa trama toda para atrair e capturar Javadi, transformando-o em um “aliado”. Lockhart lembra Saul que as táticas da guerra fria não funcionam mais, e simplesmente não se pode transformar inimigos em aliados (e o Brody?). Mas Saul se agarra, mais uma vez, firmemente a sua esperança de que pode haver uma mudança de maré. Se Javadi é preso, ele simplesmente pode ser substituído por outra pessoa, e o, então, ciclo continuará. É um risco que Saul está disposto a correr em nome da segurança nacional. Ou, mais apropriadamente, em nome da paz. É óbvio que ele ainda é o jovem idealista com a cabeça cheia de esperança e sonhos de paz.

E agora, tão perto de seu objetivo e depois de ter dado aquele soco em Javadi, parece que o Saul que conhecemos nas temporadas passadas realmente retornou. Mas depois de tudo o que foi feito as coisas podem realmente retornarem ao ponto de partida?

E é com esse mesmo questionamento que podemos agora falar sobre Quinn. O garoto de ouro da CIA está claramente abalado desde que acidentalmente matou uma criança em uma missão. Agora ele não parece estar mais certo de que os caminhos escolhidos pela CIA valem realmente a pena a serem seguidos na sua busca para o “bem maior”. Tenho que admitir que Quinn era o último personagem que eu imaginei que estaria no centro moral do seriado, mas é interessante ver também o que a série está construindo para ele.

homelanda- a red wheelbarrow

Em A Red Wheelbarrow Carrie e Quinn criam um plano para capturar o suspeito responsável pelo ataque a Langley, já que Javadi afirma para Carrie, em Gerontion, que Brody não é o responsável. Enquanto isso, Saul move silenciosamente para a fase 2 de seu plano com Javadi. E Fara luta para lidar com o estresse de trabalhar com a CIA.

E alguém na produção de Homeland deve gostar muito de poesia já que, assim como episódio anterior, A Red Wheelbarrow também dá nome a um poema, só que dessa vez de autoria de William Carlos Williams, onde se lê:

tanta coisa depende
de um

carrinho de mão
vermelho

esmaltado de água de
chuva

ao lado das galinhas
brancas

O poema é escrito em formato intencional que obriga o leitor a contemplar que aquilo que parece tão descuidadamente colocado é, talvez, como deveria ser, tudo tem um propósito, tudo está no seu devido lugar. E assim, o público de Homeland também continua se perguntando quais os motivos dos acontecimentos dos primeiros episódios. Será que houve algum propósito?

Apesar de essa temporada ter mostrado mais atenção ao drama que aos detalhes que tornam as tramas inteligentes, as manobras utilizadas nesse episódio fizeram dele episódio um daqueles bons e velhos, dos quais sentimos saudades. Me mantive cética por algum tempo durante o episódio, principalmente quando Saul se recusa a elaborar sobre a Fase 2 de seu plano. Mas esse episódio se tornou um lembrete sensacional do seriado em seu primeiro ano, praticamente sem falhas.

Quinn e Carrie  elaboram um plano muito inteligente pra poder capturar o verdadeiro suspeito ao atentado a Langley usando Bennett e Franklin –  finalmente usando o personagem de F. Murray Abraham apareceu mais. E a  gravidez de Carrie foi abordada seriamente pela primeira vez. Eu não tenho certeza se ainda concordo com a ideia de que um bebê ajudaria em alguma coisa (na verdade não concordo), mas dado que esse plot renovou minha confiança em Homeland, vou esperar por mais episódios para rever meu juízo.

E apesar de ter sido fantástico ver Saul indo recrutar o mal cheiroso Brody na Venezuela. A melhor coisa foi ver que Carrie Mathison simplesmente não dá a mínima. Para conseguir capturar o responsável pelas mortes na CIA, e como consequência alcançar seu objetivo de inocentar Brody, ela ignora Dar Adal quando este dá ordens para Quinn matá-la pra não comprometer a missão e muito menos quando Quinn afirma que vai atirar. Tudo isso enquanto ela está grávida de 13 semanas. Talvez Carrie não precisasse estar grávida. Talvez vocês estejam começando a entender os meus pensamentos sobre isso (como se eu pudesse ser menos clara sobre o assunto).

Mas independentemente disso, essa é uma sequencia incrivelmente intensa. Passando ao momento que a intuição de Carrie lhe diz algo sobre Saul não está certo; Franklin no banheiro de o hotel, derramando ácido sobre o terrorista Langley (Saudades Breaking Bad).; e culminando com Saul aparecendo na Venezuela para ver nosso velho amigo Nicholas Brody.

Depois de um começo de temporada envolto de tormentas, finalmente me sinto realmente motivada para assistir Homeland. Não gosto nem de dizer isso, com medo de estragar tudo. Mas, bem vindo de volta, Homeland, sentimos muito a sua falta. Sei que este já é o episódio 8, e é difícil ignorar os problemas do começo da temporada, mas parece que você finalmente vai voltar para casa.

– Peço desculpas pelo atraso nas reviews. Meu Vira-Tempo estragou essa semana passada, mas já me indicaram um ótimo lugar na Travessa Diagonal para consertarem.

– Será que Saul sempre soube do paradeiro de Brody?

– Quinn está rapidamente tomando um lugar no hall de personagens preferidos. Me corta o coração ver ele olhando para Carrie daquele jeito.

Homeland – Still Positive

Data/Hora 08/11/2013, 09:00. Autor
Categorias Reviews


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Paciência, talvez, é o sentimento que pode melhor ser relacionado à terceira temporada de Homeland. A série (que não quer ter opinião formada sobre tudo – foi péssima, mas eu vou deixar) sofreu uma metamorfose completa. E como já dito em uma review anterior, a única certeza que ainda assistimos o tão renomado seriado da Showtime são os personagens que (praticamente) continuam os mesmos. E Still Positive retrata bem o quanto a série mudou.

Por toda a temporada, que já está na metade, esperei pacienciosa por um episódio que pudesse fazer as inconsistências parecem bobagens – assim como na segunda temporada. Porém, a sensação que algo (ou tudo) estava fora do lugar sempre se faz presente ao assistir aos episódios. Portanto, como um teste, tentei assistir Homeland com novos olhos. É hora de parar de tentar enxergar a série com o mesmo nível de inteligência que havia na primeira temporada e simplesmente reinvestir apenas no drama e na história. Porque assistir seriados sempre no ponto de vista crítico é fantástico, mas perigoso, particularmente se você perder um pouco a fé na capacidade das tramas elaboradas que o seriado um dia foi capaz de criar. Olhar Homeland de uma maneira diferente permitiu uma breve reconexão com a série. Mesmo que ainda seja um pouco decepcionante, porque um dia fora tão genial.

E mais uma vez Nicholas Brody não está presente. O menor tempo em tela do personagem seria compreensível tendo em vista sua atual situação. Mas precisava ser tão pouco assim? A falta do ruivo é perigosa, a série parece em vários momentos perdida por não ter um dos pilares de sua edificação sendo parte atuante dos plots da temporada. Contudo, a falta de um gerou oportunidade para outro personagem ganhar mais destaque, e vemos Saul Berenson crescendo cada vez mais como a contraparte de Carrie Mathison. Fico imaginando se essa “substituição” é necessária apenas para o desenvolvimento do personagem de Mandy Patinkin, ou se o caso mesmo é de substituição permanente. O ator está lidando bem com a nova posição de seu personagem. E em Still Positive, Saul enfrenta um daqueles dias nos quais pensamos “Por que eu acordei hoje mesmo?” (só que multiplicado por questões de “segurança nacional”). E Patinkin, com a ajuda da direção consistente de Glatter, representa muito bem os estágios que Saul enfrentou no episódio, suprimindo sua raiva. Descobrir que sua mulher tem outro? Tudo bem. Sua agente é obrigada a mudar na última hora o plano? Certo. Mesmo assim o plano dá errado e duas mulheres inocentes acabam morrendo? É hora de se manter calmo e seguir o protocolo. Mas quando Javadi está à sua frente, toda a raiva explode e Saul o derruba com um soco.

Homeland - Still Positive 2

O nome do episódio, Still Positive, vem de uma cena na qual vemos Carrie fazer um teste de gravidez e guardar em uma gaveta junto com muitos outros. Pois é, piá, Carrie está grávida. E a impressão que se tem é que essa decisão foi tomada pelos escritores em um momento de desespero. Fazer isso com Carrie não faz sentido e ainda tira também (mais) o sentido do período que ela ficou internada na ala psiquiátrica. Mas tudo bem, não há como mentir que uma Carrie grávida proporcionaria umas cenas interessantes – como a cena com neto de Javadi.

Revelações sobre outros personagens a parte, esse episódio foi a representação do dia ruim de Saul, todos os acontecimentos afetando o eterno Inigo Montoya. Principalmente em relação à Javadi, particularmente a sequência aterrorizante e brutal onde ele invade a casa de seu filho, matando sua nora e sua ex-esposa da pior maneira possível. Acredito que nada tão violento tenha sido encenado no seriado antes, tudo para deixar claro para os telespectadores que Javadi é pior que o monstro – e que estava sendo montado nos últimos episódios.

Com um bom roteiro escrito por Alexander Cary e Barbara Hall, e uma direção agradável de Lesli Linka Glatter, Still Positive foi um episódio em que foi possível se entregar à narrativa durante alguns momentos. O episódio foi (quase) capaz de misturar todas as storylines pessoais e as de espião. Até mesmo a storyline de Dana deu uma melhorada agora que as desventuras em série do casal apaixonado parece ter acabado de vez. Ainda assim, o episódio trouxe mais uma história que foi capaz de me tirar do transe de “ver a série com novos olhos”, e criar mais uma preocupação que se soma a outras que se tornaram recorrentes desde o início dessa temporada. Mas também é preciso dizer que esse episódio foi o primeiro que se desenrolou razoavelmente bem esse ano. E em outro “porém”, ainda não me atrevo a apostar quanto ao futuro da série, seja ele bom ou ruim. Pelo menos, depois desse último episódio, ela parece apontar para um caminho que me parece um pouco mais interessante de assistir.

Homeland – Game on e The Yoga Plan

Data/Hora 01/11/2013, 21:01. Autor
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3 outra vez, talvez o único merecido.

Sou uma fã inegável de plot twists, mas enfim, quem não é? O elemento da surpresa é, e sempre vai, ser uma das armas mais úteis dentro do arsenal de um escritor. A revelação chocante que pode inverter todo seu conhecimento sobre a história até o presente momento. Brincando com as informações, enganando o público e até mesmo transformando algo normal em uma storyline incrível. Clube da Luta, Star Wars e o Sexto Sentido são exemplos preferidos da capacidade e os efeitos incríveis que o plot twist pode proporcionar para histórias. Homeland teve seu próprio twist (mais um) que pode dar à série um novo ar. Ainda, devido aos acontecimentos dos episódios anteriores, o gosto que permanece em nossa boca é agridoce.

E os cinco minutos finais do quarto episódio da terceira temporada de Homeland certamente me surpreenderam. Aprendemos que Carrie e Saul vêm trabalhando juntos nos bastidores para poder capturar a organização iraniana por trás dos ataques à CIA. Mas eu diria que, após uma inspeção um pouco mais profunda (não muito), a grande revelação trouxe à série muito mais perguntas que respostas. Pois bem, o plano finalmente funcionou, mas o caminho para a revelação foi mal pavimentado. A equipe de roteiristas teve um episódio inteiro (ou três, na verdade) para guiar até a cena final de Game on. Muito tempo foi gasto em plots desnecessários (Dana e seu Teenage Dream), e ainda, ao reexaminar os acontecimentos deste episódio (e os anteriores) à luz do novo conhecimento, grande parte do que foi visto até agora nesta temporada se torna duvidoso.

Que Claire Danes é uma grande atriz, todos sabemos. Mas e Carrie? Será que tudo o que foi visto nos últimos episódios foi realmente apenas um ato? Carrie e Saul sozinhos, ele tentando se desculpar por tê-la traído, enquanto Carrie, usando o resto de suas forças formou um xingamento a Saul antes de subirem os créditos no final do 2º episódio da temporada. O crescente desequilíbrio emocional de Carrie em momentos em que ela se encontrava sozinha (vide a cabeça no espelho do banheiro). A constante humilhação pública que ela infligia a si mesma, com a enorme ajuda de Dar Adal e do próprio Saul.

Alex Gansa revelou que a dupla, Carrie e Saul, criou tal plano poucos dias após o ataque terrorista à CIA. Então Saul já tinha conhecimento da autoria dos ataques, e de Javadi. Por que então envolver a agente novata Fara em seu jogo?

Praticamente, as últimas cinco horas do seriado perderam grande parte do seu sentido. O twist foi lançado de maneira descuidada, e foi um pouco difícil de engolir. Claro, o ardil foi fascinante, mas o sentimento de frustração estava presente ao assistir. Dito isso, essa reviravolta talvez seja o que o seriado precisa, diante do clamor dos fãs pela volta da qualidade da primeira temporada.

Quanto mais eu reflito sobre o arco de Dana Brody, mais eu imagino o quanto a série teria sido melhor se fosse contada pelo ponto de vista de Jéssica e não do de Dana, como vimos até agora. Apesar de fazer algum sentido dar um pouco mais de atenção a Dana (visto que a tentativa de suicídio foi dela), muito menos foi visto sobre o resto da família. Em raros momentos o público é agraciado com a presença de Jéssica e Chris, podendo ter alguma ideia de como eles foram afetados com tudo o que aconteceu. Não posso deixar de imaginar que essa história de Dana e Leo poderia ter sido muito melhor aproveitada (e apreciada) no ponto de vista do resto dos membros da família Brody. Tenho a certeza que Morena Baccarin traria à série um “sabor” a mais com sua ótima atuação (as nomeações ao Emmy não deixam negar).Talvez seja por isso que a storyline “vamos encontrar Dana” (não, por favor) tenha sido mais agradável. The Yoga Plan foi capaz de proporcionar algo que era pouco provável de acontecer: O elo, mesmo que breve, das duas histórias da temporada, no momento que Jéssica bateu na porta de Carrie procurando por ajuda para encontrar Dana.

Por mais que grande parte The Yoga Plan tenha em seu centro Dana Brody, o episódio fez seu melhor para solidificar a imagem de uma espiã incrivelmente inteligente, quase de heroína para Carrie Mathison. Aparentemente, apesar de ter sido um plano, todo o distúrbio emocional enfrentado pela personagem foi real, Carrie sabia das consequências que ela sofreria e escolheu seguir com o plano mesmo assim. Ainda, nos minutos finais do episódio Carrie é levada pelos homens de Javadi, sem dúvida, na melhor cena da temporada. Quinn, que tentava proteger Carrie e o plano, tenta salvá-la, mas não a tempo.O relacionamento entre Carrie e Quinn é a coisa dessa temporada que não pareceu forçada em nenhum momento. É reconfortante ver como ela se desenvolve e se estabelece naturalmente.

The Yoga Play foi, em geral, um episódio agradável, mesmo com o foco em uma história que simplesmente não funcionou, nos momentos finais, ele encontra uma onda de emoção que eu espero que esteja presente em todos os episódios de agora em diante (pelo menos). O momento final do episódio fez as partes tediosas e sem sentido dos dois últimos episódios importarem pouco.

P.S.: Com mais um episódio sem a presença de Nicholas Brody, tenho a impressão que Homeland está tentando encontrar um caminho a seguir sem o personagem.

Homeland – Tower of David

Data/Hora 17/10/2013, 10:26. Autor
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Tower of David marcou o retorno ruivo – agora careca – Nicholas Brody. Depois de ser visto pela última vez na fronteira com o Canadá – após se tornar o homem mais procurado de todo mundo por  (talvez) ter explodido a bomba que matou mais de 200 pessoas no quartel da CIA em Langley, no final da temporada passada -, conhecemos seu destino final: Venezuela. E já em sua primeira cena, ele passa por uma cirurgia para a retirada de duas balas de seu abdômen, nas ruínas do que um dia parece ter sido um estacionamento. Essa condição sub-humana é a nova realidade (ou novamente) de Brody.

A maioria – mais da metade – do episódio mostrou o dono da cabeça que agora vale 10 milhões de dólares explorando seu novo território no “paraíso” conhecido como Tower of David, em Caracas. Uma construção inacabada, sem algumas paredes externas, criando quase que uma versão da prisão do Ninho Águia para Homeland. Brody tentou escapar, mas o resultado foi desastroso, e mais pessoas inocentes morreram.

Um episódio inteiramente centrado em Brody faria sentido, e até agradável devida à ausência de umas tramas desnecessárias (sim, estou falando de Dana). Porém, nem só de Brody o episódio viveu, e em torno da marca dos trinta e um minutos a ação mudou para Carrie e sua prisão, criando um paralelo poético entre o casal de protagonistas.

Carrie está de volta aos seus medicamentos, lúcida – ou fingindo muito bem. A loira já é capaz de passar praticamente três minutos sem conjecturar suas teorias de conspiração de maneira desvairada. Outra mostra de lucidez seria a necessidade constantemente de citar Saul e a precisão de se desculpar com sua “figura paterna”. Ou ela realmente entendeu os motivos de Saul ao sacrificar um para salvar muitos, ou apenas engoliu seu orgulho para ser capaz de executar seu plano de escapada – sem sucesso, como Brody – para se ver livre de seu cárcere.

De qualquer maneira, a ex-agente Mathison vista nesse episódio refletiu a pessoa que tenta se manter na linha e seguir as regras, suprimindo seu pensamento independente, sua vontade própria. E isso gerou uma questão: essa imagem faz dela uma pessoa saudável? A princípio a resposta é positiva, mas a bipolaridade de Carrie sempre faz difícil tomar qualquer decisão definitiva sobre a personagem. A loira também se mostra obcecada com um visitante misterioso, que a menina nela acreditava se tratar de Saul. Porém, somos apresentados a um novo personagem, um advogado que diz representar um cliente que alega ser capaz de ser o passe para a liberdade de Carrie. Mas seu eu conspiratório e a filha leal e obediente se recusaram a trair sua pátria e, principalmente, seu “pai”, que é na verdade o homem responsável pelo inferno que está vivendo.

Mesmo sendo um episódio que não contribuiu em nada para a trama, tenho que dizer aqui que eu realmente teria gostado dele – visto que ele trouxe consigo alguns dos elementos que fizeram de Homeland uma das séries mais influentes da atualidade – se o momento da série fosse outro. A série ainda tem que se encontrar nessa terceira temporada, que está deixando muito a desejar.

Lembremos que as temporadas anteriores deixavam o público incerto quanto às motivações dos personagens, gerando inúmeros momentos de tirar o fôlego em praticamente todos os episódios, senão em todos. Mas a pergunta recorrente dessa temporada é: onde está a série que conhecemos? Os três episódios vistos até agora mostraram um rascunho do que a série já foi. Somente se pode garantir que ainda se trata daquela série da Showtime porque os personagens são os mesmos (ou quase, alguns mudaram demais).

Como uma amiga bem apontou, um quarto da temporada já foi ao ar e ainda não se sabe qual sua real trama. Porque a história não trata mais sobre terrorismo e segurança nacional. O único quadro que o seriado é capaz desenhar é sobre as consequências dos atos das duas primeiras temporadas. Uma storyline tão depressiva que chega a ser desconfortável: Carrie forçada a um tratamento que a deixa quase catatônica; Saul praticamente perdendo sua identidade e sendo “forçado” a trair a pessoa que é a imagem da filha que ele não teve; e, agora Brody – incapaz de enxergar uma luz no fim do túnel – se entregando às drogas. Os protagonistas atingiram um ponto que não parece ter volta, o problema é que a série também aparenta estar prestes a sucumbir.

Homeland – Uh… Oh… Ah…

Data/Hora 12/10/2013, 13:20. Autor
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Apenas em dois episódios, aparentemente a terceira temporada estará seguindo três caminhos principais. O primeiro é o da CIA, que agora é liderada pela testa franzida e relutância de Saul; o segundo é o das provações e tribulações de Carrie como o bode expiatório, se encaixando perfeitamente em tudo o que está acontecendo na CIA; e o último é o da família Brody. E quando eu digo família Brody, eu realmente quero dizer Dana.

Não tive qualquer problema com o atrito familiar de Dana e Jessica. Sinceramente, mães e filhas, especialmente quando estas atingem a adolescência, vão bater de frente. Além disso, o desejo obstinado de Dana de ser diferente da Momma Brody – a mulher que a criou sozinha, durante oito anos – lhe permitiu ser mais observadora e apegada a seu pai, criando alguns desenvolvimentos importantes e significativos em ambas as temporadas anteriores.

A família Brody é vítima dos atos de seu patriarca. Como Dana bem apontou, eles sempre estarão à sombra da infâmia de Brody. Infelizmente sua trama é bem limitada.  E qualquer tentativa de atraí-los para a narrativa da CIA, e/ou dos terroristas, parecerá artificial e contorcida. Até que os escritores sejam capazes de misturar a trama dos Brody às outras – de preferência de maneira inteligente – somos obrigados a subsistir com um melodrama adolescente: Dana tentou se matar e está namorando um cara louco (e aprendiz de Dexter, impossível esperar qualquer coisa boa), e ela construiu toda a sua existência e felicidade em torno deste rapaz que acabou de conhecer. Alguém quer apostar que as fotos vazarão na Internet? Lembro-me bem (até porque ainda é recente) da capacidade de Homeland de permanecer imprevisível de Season Premiere a Season Finale. Se realmente for previsível a esse ponto, a subtrama de Homeland se mostra apenas como um peso morto para a série.

A parte da CIA, por sua vez, agradou. Saul encontrou sua nova analista e aprendiz, a jovem Fara Sherazi. É um tanto intrigante ver (historicamente falando) Saul, judeu, ser o primeiro a apontar o incômodo com hijab (lenço) que a novata usava. Claramente alegando ser um “insulto” à memória dos 200 colegas de trabalho que ela teria conhecido se eles não tivessem sido explodidos há dois meses. É surpreendentemente racista, mas de alguma forma realista, já que o mundo foi programado pelo medo quando as Torres Gêmeas caíram. Já usado em seriados como Castle e no terceiro filme do Homem de Ferro, talvez essa seja a maneira do seriado mostrar que enquanto se preocupa com o “inimigo óbvio”, a verdadeira ameaça pode ser compatriota.

Seja para eliminar um inimigo político ou desvendar plots terroristas, Peter Quinn é o primeiro nome vem à cabeça. Um personagem que teve origem duvidosa, mas a cada episódio mostra que realmente é alguém em quem se pode confiar. Essa semana o garoto de ouro da CIA teve papel fundamental ao questionar Saul e sua consciência sobre o que ele e a CIA estão fazendo para Carrie. E mesmo que Saul continue afirmando que tudo é para o bem de Carrie, nem Peter, nem os telespectadores, são capazes de acreditar nas palavras do novo chefe da CIA.

Falando em Carrie, ela cometeu alguns de seus erros esta semana, e está completamente fora de controle novamente. É perfeitamente compreensível que ela esteja abalada depois dos acontecimentos da temporada passada. E ainda mais após descobrir sua família está tomando o conselho de Saul sobre seus problemas, uma vez que ela não está tomando os remédios novamente. Essa sequência serviu como uma forma de mostrar quão frio e maquiavélico Saul pode ser. Não há nenhuma maneira de imaginar que ele não sabia que informar à família de Carrie sobre seus remédios causaria uma cena que proporcionou uma estadia mais longa.

Neste momento, o conflito central para terceira temporada reside em Carrie contra Saul. Isso nos leva à cena de Carrie e Saul na sala de TV, na qual Carrie reuniu cada grama de energia e consciência que lhe restava para soltar um “F*ck you, Saul”, dando ao episódio, em seus segundos finais, um novo ar. A mistura totalmente humana de raiva, traição e falta de esperança no rosto de Carrie torna muito mais doloroso de aceitar as razões de Saul para colocá-la no inferno que agora ela vivencia. Imaginar uma reconciliação é difícil.

É tempo também de jogar mais confetes em Claire Danes, que continua transmitindo perfeitamente as nuances de Carrie Mathison. Porém, se os produtores continuarem a apelar sempre a essa mesma artimanha, um dos grandes trunfos da série pode se tornar maçante.

Apesar de alguns pontos que podem propiciar uma boa trama para a temporada, esta ainda continua meio perdida. Ainda falta o fôlego das duas primeiras temporadas. E vale ressaltar que a trama é promissora, só resta esperar que Howard Gordon e Alex Gansa continuem dirigir a terceira temporada com a destreza  de suas antecessoras.

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P.S.: Onde está Brody?

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