TeleSéries
Entre mortos e feridos, a arte do recomeço em Grey’s Anatomy
25/05/2015, 22:30. Gabi Guimarães
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“It’s a beautiful day to save lives.” – Derek Sheperd
Quando a décima primeira temporada de Grey’s Anatomy estreou em meados de setembro, não sabíamos muito bem o que esperar e a maioria de nós já não tinha lá muitas expectativas. Depois de uma década no ar como uma das séries mais populares da televisão americana – amada e odiada em igual medida, é verdade – nada mais natural do que um certo desgaste. Mas, diante de temporadas bastante irregulares, arcos repetitivos e com personagens outrora importantes relegados ao esquecimento, era evidente que Shonda Rhimes e sua competente equipe de roteiristas tinham diante de si um enorme desafio. De muitas maneiras, este décimo primeiro ano seria “tudo ou nada”, o ponto da virada, a temporada mais decisiva. Afinal, existe vida sem Cristina Yang?
Encarando de peito aberto o peso desta ausência esmagadora – além do ceticismo (e um tiquinho de má vontade também) de grande parte de seus fãs –, Grey’s Anatomy conseguiu provar, semana após semana, que sim, existe vida pós-Yang, e ela não é nem de longe tão horrível quanto imaginávamos. Fazendo um mea culpa, o roteiro foi, aos poucos, aparando as arestas aqui e ali, eliminando impiedosamente alguns de seus ciclos viciosos, descartando plots e personagens que não funcionaram, e investindo em mudanças certeiras que deram novo impulso e proposito à série. Além disso, ao atribuir um viés mais feminista, por assim dizer, a esta temporada, o roteiro proporcionou o crescimento e amadurecimento de (quase) todas as suas personagens femininas. Meredith, Amelia, Callie, Arizona, Kepner, Bailey, Nicole Herman, e a recém-chegada Maggie, todas tiveram seus momentos de destaque ao longo desta jornada de 24 episódios.
A introdução da Dra. Maggie Pierce tenha sido talvez, a mudança mais difícil de engolir. Afinal de contas, como não lembrar da Lexie? (um minuto de silêncio pela ‘Little Grey’, por favor.) O plot da irmã perdida se repetiu – desta vez com uma filha de Ellis e Richard – e, ao menos no início, foi difícil não revirar os olhos toda vez que Kelly McCreary entrava em cena. Por pouco tempo.
E, enquanto Calzona FINALMENTE virou um passado distante, vimos uma enorme evolução em Arizona. Em meio a um turbilhão de emoções e conflitos internos pelo término de seu casamento, ela floresceu, e parece ter deixado para trás de uma vez por todas a esposa traidora e pessoa amarga que nos fez odiá-la desde seu infame acidente. Na minha opinião, o grande responsável por esta mudança foi o maravilhoso arco com a Dra. Herman – em uma participação especialíssima de Geena Davis. Através dos olhos de Nicole, Arizona humanizou-se e reencontrou seu propósito.
Aliás, podemos dizer que este processo de humanização foi recíproco e traçou, não sem uma boa dose de ironia, um belo paralelo entre mestra e discípula. E como foi catártica a transformação da Dra. Herman! A certeza da iminência da morte tende a nos conferir certa ousadia e, quase como uma extensão dela, um desprezo ao conformismo e ao medo. Com Nicole, não foi diferente. A cada episódio, à medida que acompanhávamos sua rotina e sua corrida contra o tempo, éramos presenteados com uma nova faceta da personagem, uma nova camada de sua verdadeira personalidade; de médica austera, porém brilhante, à mulher que flertava despretensiosamente com Owen, contrabandeava sofás dentro do hospital e se tornava, além de mentora, amiga de sua pupila. Mas, ao vencer aquele duelo desleal contra a morte, Nicole inadvertidamente ensinou uma preciosa lição de vida à Arizona. Nicole perdeu a visão (e a condição de cirurgiã), mas não se deixou abalar nem por um segundo: ao contrário de Arizona, foi capaz de enxergar com clareza um novo mundo cheio de possibilidades e descobertas. Herman foi tudo o que Arizona não conseguiu ser diante das adversidades da vida, e a ironia não lhe passou despercebida. A passagem de Nicole pelo Grey Sloan Memorial pode ter sido breve, mas foi também inesquecível: ao transformar Arizona em uma profissional ainda mais brilhante, resgatou também parte de sua humanidade perdida naquele acidente de avião.
Outro desdobramento maravilhoso deste arco foi o crescimento de Amelia, que enfim ganhou o espaço que merecia na série. Eternamente coadjuvante do irmão bem-sucedido, a “outra Dra. Sheperd” andava apagadinha, meio ofuscada em meio a tantos dramas alheios. Derek, claro, não ajudou em nada, diminuindo-a e desautorizando-a sempre que possível e, inclusive, elaborando um ou outro esquema para roubar seu cargo e voltar a ser chefe da neurocirurgia.
Amy – como era carinhosamente chamada por Derek – era muito mais querida e admirada por aqueles que também acompanharam suas tragédias pessoais em Private Practice. Quem assistiu o spin-off de Grey’s jamais esquece: o vício implacável, o noivo morto por uma overdose enquanto ela dormia tranquila a seu lado, e a breve vida de seu bebê anencéfalo. Trazê-las para a sua nova realidade em Seattle foi fundamental não só para que ela pudesse cativar e criar enorme empatia com um público que ainda não a conhecia, mas também porque estas tragédias são parte essencial de quem ela é, da pessoa em que se transformou, e contam a que ela veio.
A exemplo do que aconteceu com Arizona e a própria Herman, a cirurgia pioneira também serviu para humanizá-la, mas ainda foi além: revelando-se vulnerável ao sentir o peso de sua responsabilidade, Amelia distanciou-se de seu irmão arrogante. Ao se mostrar humana, e portanto, passível de falhas, foi humilde e encontrou o equilíbrio necessário na linha tênue entre a autoconfiança e a prepotência. Quando tudo parecia dar errado naquela sala de operações e uma decisão precisava ser tomada, torci para não recorrerem à Derek, justamente porque aquela era a hora da virada para Amelia. Era como se todo o seu sucesso profissional dependesse do desfecho daquela cirurgia. E, assim como Herman, Amy também enxergou o lado positivo do resultado alcançado, ensinando uma inconformada Stephanie a fazer o mesmo: o tumor – aquele “bebê” gordo e ousado – havia sido derrotado, afinal.
Como se não bastasse tudo isso, Amelia ainda conseguiu tirar Owen de seu ostracismo. Desde a partida de Cristina, Owen andava meio perdido, meio apagado, sem muita importância, e o momento era crucial para o personagem. Assim como Meredith, ele também precisava provar para si mesmo – e para todos nós – que existe vida sem Yang. E Amelia foi fundamental neste processo. Não foi difícil começar a shippar o casal, já que ambos tem muito em comum, e torço para que Amelia perceba o quanto Owen lhe faz bem, e está sempre presente nos seus momentos mais difíceis.
Caterina Scorsone é uma grande atriz, e eu fico muito feliz de vê-la como regular em Grey’s Anatomy. Amelia ainda tem muito potencial inexplorado, e, com a morte inesperada de Derek – já chegaremos lá, prometo! –, o roteiro premiou-a com cenas maravilhosas, carregadas de emoção, e ela nunca decepcionou. Se, como reza a lenda, Grey’s ainda tem vida longa, estejam certos disso: o futuro da série passa pelas talentosas mãos de Caterina e sua Amelia.
A vida também não foi nada gentil com Kepner e Avery nesta temporada. O arco do bebê do casal, acometido por uma doença grave e fatal, partiu até mesmo o mais peludo dos corações… E, mais uma vez, o roteiro foi certeiro ao substituir o chatíssimo conflito religioso interno que costumava atormentar a personagem por uma reação absolutamente comovente, autêntica, e o mais importante: livre de culpa. A tristeza e o luto pelo filho ainda nem nascido foram trabalhados com extremo bom gosto e na medida certa, sem as histerias ou exageros típicos da personagem de Sarah Drew até aqui. O sofrimento trouxe profundas transformações para ela, e, embora eu veja razão e respeite a decisão de Avery, gostei demais de ver esta nova April: independente, determinada, dona das rédeas de sua própria vida. Não lembra em nada a menininha ingênua e assustada que conhecemos há algumas temporadas, e isso é sensacional.
“He’s very dreamy, but he’s not the sun. You are.” – Yang
Quem diria que aquelas últimas palavras de Cristina Yang seriam tão… proféticas? De muitas maneiras, o décimo primeiro ano de Grey’s Anatomy foi sobre a redescoberta de Meredith. Pouco a pouco, ela aprendeu que existe vida sem Cristina e Derek, e que sim, ela é capaz de viver perfeitamente bem sem eles.
“Dark and twisty” Meredith foi deixada para trás de uma vez por todas, num passado distante, para se transformar, enfim, na melhor versão de si mesma. Madura, serena, segura, Meredith desabrochou em uma boa profissional, mãe e esposa, e desta vez não esmoreceu diante de sua própria luz. Afinal, ela é o sol.
E então… BOOM!
McDreamy está morto.
E foi uma morte quase anunciada. Os indícios estavam ali, para quem quisesse ver. Episódio após episódio, o roteiro se esforçou em nos mostrar claros sinais de desgaste do personagem. McDreamy saiu de cena para dar lugar àquele Derek arrogante, egoísta e chato, perdendo função ao ponto de se tornar um personagem avulso, aleatório, e… dispensável. A chegada de Amelia era um prenúncio. O casamento com Meredith não ia bem e foi relegado à segundo plano, especialmente quando Derek escolheu ir para Washington, afinal. Lá, quase caiu em tentação, e percebeu seu grande amor por Meredith, Zola e Bailey. E, como num passe de mágica, lá estava McDreamy novamente, voltando para casa e para os braços de sua esposa, cheio de novos planos e sonhos que nunca seriam realizados.
Mas nós estávamos em negação, não estávamos?
Foi como levar uma facada nas costas ou um belo soco na boca do estômago: cruel e desnecessário. E eu faço parte daquela gigantesca parcela do fandom que odiou cada segundo de How to Save a Life. Um roteiro porco, cheio de buracos e inconsistências, uma saída preguiçosa, e um personagem muito querido nos dando um melancólico adeus da maneira mais escrota possível. E mesmo assim, não deixei de me emocionar (e me odiei um pouquinho por isso). O neurocirurgião invencível, portador de um inabalável complexo de Deus, teve morte cerebral. Como não admirar – e desprezar – essa ironia cruel? Derek estava ali, indefeso, nas mãos de uma equipe médica absurdamente incompetente, consciente de sua morte iminente. Narrou-a, quase sereno, como o herói que havia salvado a vida de quatro pessoas apenas momentos antes.
“Derek. It’s okay. You go. We’ll be fine.” – Meredith.
A despedida foi devastadora.
“… if I lay here
if I just lay here
would you lie with me
and just forget the world?”
“Chasing Cars”, Snow Patrol.
Reza a lenda que coisas ruins acontecem com boas pessoas, e a própria Ellen Pompeo se apressou a dizer que “hey, tragédias acontecem na vida real”, mas… Todas elas precisam mesmo acontecer com a MESMA pessoa?
Em dez anos, Meredith Grey perdeu pai, mãe, irmã, madrasta, e viu seus melhores amigos, um a um, partirem: O’Malley morreu, Izzie sumiu, Yang foi embora. Quase morreu afogada, quase explodiu pelos ares e sobreviveu a um acidente de avião. Pois a showrunner-que-não-deve-ser-nomeada, não satisfeita, achou uma boa ideia acrescentar a este impressionante currículo também o status de viúva.
Shonda Rhimes conseguiu um feito que acredito ser inédito: banalizar a morte. E o fez, vale lembrar, em uma série essencialmente médica. Um ator quer sair do elenco? Vai morrer. Brigou com alguém? Vai morrer. Falou o que não devia? Vai morrer. Chegou atrasado? Vai morrer. E às vezes vai morrer também por razão nenhuma, só porque sim, porque ela pode. Shonda Rhimes pertence à Criminal Minds, mas cá estamos, presos a ela nesta grande insanidade chamada Grey-Sloan Memorial Hospital, onde a morte deixou de ser impactante já há alguns defuntos.
Para mim, a lição que ficou foi: não existe felicidade possível para Meredith. Ela está condenada à uma vida cheia de tragédias, lágrimas, traumas, e a ameaça constante do fantasma do Alzheimer de sua mãe. Diante das circunstâncias, fiquei desesperançosa quanto ao futuro dela – e da série. Por um momento ou dois, estava certa de que veríamos Meredith regredir e voltar a ser “dark and twisty”, sofrimento este que eu não seria capaz de testemunhar mais uma vez (e certamente não a última).
Eu não poderia estar mais errada. Ainda bem.
“I can see him in her.” – Meredith
E Meredith me surpreendeu. Depois de mais uma rasteira da vida, She’s Leaving Home acalentou um pouquinho nossos corações despedaçados ao nos mostrar que ela já não é mais aquela pessoa confusa, imatura e insegura que aprendemos a amar, apesar de tudo. Em meio à flashbacks que a comparavam com sua mãe fria e cruel, ela estava disposta a juntar todos os caquinhos de seu coração partido, sobretudo porque ela já não está mais sozinha. Zola, Bailey e agora a pequena Ellis precisam dela, especialmente agora, na ausência de Derek. Sim, eu também revirei os olhos e achei até ofensiva a escolha do nome da menina, mas foram a frieza e a rispidez daquela mãe que prepararam Meredith para o pior que a vida tem a oferecer. Assim, meio às avessas, Ellis Grey ensinou Meredith a não desistir jamais. Como bem sabemos, de medíocre ela não tem nada.
Um ano depois (ou quase isso), vimos Meredith voltar à Seattle, retornar ao hospital e retomar a sua vida. O que mais ela poderia fazer? Em uma cena belíssima e cheia de simbolismo, Mer se depara com o jaleco solitário de Derek ainda ali, no vestiário, pega sua touca e vai para a sala de cirurgia salvar mais uma vida. Vida que segue.
O lapso temporal, aliás, foi uma decisão muito acertada do roteiro, já que evitou episódios e mais episódios de um interminável luto. Todos tiveram seus momentos, tiveram que lidar com a ausência permanente de Derek – e a temporária de Meredith –, e todos evoluíram, seguiram em frente… em um único episódio. E, em uma temporada em que Torres foi bastante ofuscada, foi ela quem mais me emocionou ao relembrar do colega e amigo morto.
Ao terminar de assistir a season finale, com lágrimas nos olhos, tive que dar o braço a torcer: Shonda sabe exatamente o que está fazendo e para onde pretende levar a série. Esta reta final foi uma ode à superação, à resignação, e à certeza de que, não importa o quão difícil a vida seja, o sol vai nascer de novo amanhã.
Com um caso emocionante como pano de fundo, pudemos constatar a transformação sofrida por cada um dos personagens nessa jornada. Amelia, enfim, conseguiu encontrar paz na morte de Derek ao ouvir aquela mensagem (obrigada, Mer). Ele estava feliz, e fazia planos para o futuro em um lindo dia a bordo daquele ferry-boat. Uma vida incompleta, deixada pela metade talvez, mas ainda assim, uma vida feliz. Amelia não poderia ter feito nada para salvar o irmão, e terá de conviver com o fato de que não teve a chance de lhe dizer adeus, mas ela não poderia ressentir Meredith para sempre. Elas precisam uma da outra. No fim das contas, uma amizade sólida parece ter surgido ali: Meredith, Amelia e Maggie – as três “irmãs”, alicerces para a sobrevivência de Grey’s Anatomy daqui pra frente. Mágoas superadas, Mer constatou o óbvio:
“You should always come talk to me… because whatever it is, chances are I’ve seen worse, and I’m qualified to tell you how you’ll survive.” – Meredith
Afinal, como todo cirurgião sabe bem, tudo o que está quebrado pode ser consertado; o que está ferido pode ser curado. O sol vai nascer amanhã. E ninguém sabe disso melhor que Meredith.
Foi uma bela temporada.
Vamos dançar?
PS: por um décimo segundo ano com mais Bailey, Callie e Karev, por favor!
** In loving memory of Derek Christopher Shepherd (1966-2015)**
Entre campanhas e brigas de bastidores, um balanço da temporada de ‘The Good Wife’
17/05/2015, 12:50. Gabi Guimarães
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Reza a lenda que “a mágica acontece quando você sai da sua zona de conforto”. Robert e Michelle King parecem ter levado este ditado às últimas consequências na já épica quinta temporada de The Good Wife. Mas, após uma temporada perfeita, a pergunta que não queria calar era: como seguir adiante? É possível que a série apresente uma temporada tão ou mais espetacular do que a sua antecessora? As expectativas eram altas, e a missão, difícil e desafiadora. Mas, ao fim destes 22 episódios – que, aliás, passaram com uma velocidade assustadora –, podemos respirar aliviados.
Em que pese o descontentamento de grande parte do fandom da série com o arco político e a candidatura de Alicia à promotoria, devo confessar que não faço parte deste grupo. Na minha opinião, The Good Wife nos presenteou com mais uma temporada primorosa, provando de uma vez por todas que a ousadia e a coragem de seus roteiros vieram para ficar. Será?
Se, por um lado, a quinta temporada usou a morte de Will para jogar tudo o que nos era familiar para o alto e, assim, reinventar-se de maneira brilhante, por outro, a ousadia a que me refiro aqui na sexta temporada diz respeito à evolução de Alicia, que por deliciosos episódios durante sua campanha política, teve sua imagem de “boa esposa” cuidadosamente desconstruída. Cansada de ser coadjuvante na ascensão política de Peter, Alicia, ainda que inicialmente hesitante, agarrou com unhas e dentes a oportunidade de ocupar o cargo que um dia foi de seu marido.
Ela, então, foi à luta. E imersa nela, acabou inadvertidamente vendendo sua alma para um diabo. Ou vários. A despeito de seus valores, princípios e boas intenções, “Santa Alicia” aprendeu com quantos aliados se vence uma eleição, ainda que entre eles estejam um porco homofóbico (porém milionário), Lemond Bishop, Colin Sweeney, entre outras figuras de caráter duvidoso. Navegando em águas turbulentas e até então desconhecidas, Alicia fez o que pode, como pode, fazendo concessões morais e conexões suspeitas a torto e a direito. Sua vitória foi esperada, festejada e… efêmera. Em (mais) uma reviravolta digna de House of Cards, Alicia se viu mais uma vez como o dano colateral da falta de escrúpulos alheia. Cortesia do Partido Democrata, que “jamais esquecerá seu sacrifício”.
Acuada por seu próprio escândalo político, e acusada de cometer o mesmo crime de seu marido.
Esta manobra do roteiro foi tão maravilhosa quanto cruel, e ainda serviu para nos mostrar uma nova faceta do relacionamento de Alicia e Peter: quando tudo estava perdido, a cumplicidade entre “marido e mulher” salvou o dia. O abraço e o choro compulsivo e frustrado de Alicia ao final de Winning Ugly foi uma das minhas cenas favoritas de toda a temporada.
Mas, até chegarmos a este ponto decisivo da tortuosa jornada da boa esposa, passamos por alguns episódios memoráveis. The Good Wife e sua maravilhosa mania de trazer ao roteiro escândalos e controvérsias da vida real que pululam em manchetes de jornais mundo afora. Em The Debate (6×12), Chicago se transformou na pequena Ferguson, Missouri, e a história de Michael Brown – ou, neste caso, Colin Willis – estava novamente diante de nossos olhos. Em Undisclosed Recipients (6×17), o vazamento dos e-mails do escritório nos remeteu imediatamente ao escândalo da Sony Pictures – e rendeu momentos suculentos e diálogos épicos. Já em Loser’s Edit (6×18), o roteiro novamente buscou inspiração na realidade, e foi a vez de vermos Diane Lockhart – Christine Baranski maravilhosa! – brilhar em um caso que expôs a homofobia, a intolerância e a imensa hipocrisia do Partido Republicano de R.D. Os legisladores do estado da Indiana poderiam aprender uma lição ou duas com Diane sobre liberdade religiosa e intolerância, não é mesmo? Aliás, as interações entre R.D. e Diane são sempre deliciosas, seja numa discussão passional sobre o porte de armas no meio de muita neve durante um dia casual de caça, seja num julgamento hipotético sobre o preconceito e a intolerância.
Mas o título de episódio favorito desta temporada (e um dos favoritos de toda a série) vai mesmo para Mind’s Eye (6×14). Nele, os roteiristas nos presentearam com um passeio delicioso pela mente de Alicia. Viajamos para dentro da cabeça da nossa protagonista e passamos o dia ali, vendo seus pensamentos tomarem forma e ouvindo tudo aquilo que ela não disse. Will, Peter, Jon, Finn, Grace, Zach e até mesmo Kalinda – quem diria! – passaram diante de nossos olhos enquanto Alicia refletia, ansiosa, sobre seu próprio sentimento de culpa. Apesar de seus conflitos internos, ela formou alianças muito perigosas, e sabia disso. O preço foi alto.
Depois da renúncia, fiquei receosa sobre os rumos que a série tomaria. Alicia poderia voltar para a Florrick, Agos & Lockhart? Certamente. Mas essa seria a decisão mais acertada criativamente? Não. E por um motivo bem simples: ao longo desta sexta temporada, vimos o escritório que Alicia e Cary lutaram tanto para estabelecer virar uma espécie de filial da falecida Lockhart & Gardner. David Lee está aí e não me deixa mentir. O mal-entendido criado pela possível volta de Alicia foi apenas mais um dos sintomas daquele clima de desconfiança já tão corriqueiro desde a virada de mesa da temporada passada. Mas um retorno agora seria o mesmo que voltar à estaca zero, jogar no lixo toda a ousadia que tanto amamos acompanhar. No fim das contas, é um antigo cliente que traz à tona o idealismo há muito deixado para trás pela nossa protagonista, mostrando a ela um possível caminho – um meio-termo, talvez.
E enquanto Finn recuou (e parece ter dado um adeus definitivo à série), Canning – of all people! –, perguntou: “Wanna partner?”, em um cliffhanger que foi tão inesperado e chocante quanto… Déjà vu? Impossível não lembrar da season finale da quarta temporada, quando era Cary quem estava do outro lado da porta, na mesmíssima situação. Sim, o arco se repete e, de uma forma ou de outra, Alicia terá de recomeçar pela terceira vez, agora com um desafeto. Será? Ou Canning só está fazendo isso para dar uma chance à sua esposa recém-demitida da Agos & Lockhart (Lockhart & Agos? Já não parece certo colocar o Florrick ali na frente…)?
Enquanto isso, a outra grande expectativa desta temporada – the elephant in the room – dizia respeito à despedida de Archie Panjabi, que vinha sendo cuidadosamente arquitetada pelo roteiro desde o início da temporada.
No fim das contas, vimos ambos os arcos de Kalinda se entrelaçarem para selar o destino desta personagem que um dia foi a mais subversiva e intrigante da série, mas que há tempos andava apagada e irreconhecível. Matamos a charada meses antes da finale, já que era bastante óbvio que ela não sairia impune de seu envolvimento com Lemond Bishop e da falsificação daquela evidência crucial para a exoneração de Cary. Entregar o traficante mais poderoso de Chicago numa bandeja para evitar que Diane e o próprio Cary sofressem as consequências era, àquela altura, a única saída. Sua despedida foi triste, amarga e definitiva, porém necessária.
Diante da promessa de uma cena derradeira entre Kalinda e Alicia, foi sofrível ver esta finale tão aguardada ser absurdamente ofuscada pelos bastidores da série. A mim, pouco importa o motivo da briga/picuinha/estranhamento/insira-aqui-o-substantivo-de-sua-preferência que supostamente aconteceu entre Julianna Margulies e Archie Panjabi. Mas, enquanto fã e espectadora da série, fiquei decepcionada ao perceber que os rumores eram reais: Julianna e Archie, de fato, não contracenaram no adeus entre Alicia e Kalinda. Foi uma despedida simples, bonita e despida de qualquer pieguice ou sentimentalismo numa mesa de bar, que encerrou uma era na narrativa de The Good Wife. A cena certamente cumpriu o seu papel, mas…. Nós merecíamos mais…
De qualquer forma, adeus Kalinda.
Mas agora… O que esperar da série em seu sétimo ano?
Peter candidato à Presidência da República, com o propósito de se tornar… vice. What? Não espero que o Senhor Governador se curve à desaprovação de Alicia, até porque, campanhas políticas são sempre muito bem-vindas em The Good Wife, senão por outro motivo, pelo menos para manter sempre relevante aquela criatura fascinante que atende pelo nome de Eli Gold. É justamente aí que o personagem de Alan Cumming brilha mais, e eu espero muitos momentos crocantes e deliciosos do personagem na próxima temporada. O que isso significará para a carreira de Peter? Só o tempo dirá. Mas…. Alguém realmente se importa com sua ascensão política? (e já que estamos falando de Eli, alguém pelamordeDeus traz a Marissa de volta? Por favorzinho?)
Outro ponto importante: a ausência de Kalinda será sentida, é claro, mas queria muito saber: por onde diabos anda Robyn? Li por aí que a atriz Jess Weixler anda fazendo testes e mais testes para novos pilotos da próxima fall season, mas não gostaria que Robyn simplesmente desaparecesse, ainda mais agora que ela poderia tornar o vazio deixado por Kalinda um pouco menos dolorido.
Também acho que não seria pedir muito um pouquinho de consistência quando o assunto são os interesses amorosos de Alicia. Seja com Will, Jon ou Finn, Alicia parece estar sempre gravitando perigosamente em torno de algum colega de trabalho. E com a exceção do nosso saudoso Mr. Gardner, nenhum deles pareceu ter merecido qualquer desenvolvimento… Jon e Finn apareceram como promessas para acalentar o coração solitário de Alicia, mas foram, na melhor das hipóteses… insossos. Além do mais, não vejo com maus olhos vê-la sozinha. Por que não?
Quanto ao recomeço de Alicia… não sei bem o que esperar. Uma parceria inusitada com Canning a esta altura do campeonato parece loucura, mas se aprendemos algo nestas duas temporadas é que, em The Good Wife, não existe zona de conforto capaz de estagnar estes personagens. Ainda que o roteiro tenha freado meio que bruscamente nesta reta final, diante da enorme capacidade do roteiro de contornar todos os percalços que lhe atiraram pelo caminho até aqui (e não foram poucos!), só nos resta confiar (quase) cegamente no futuro planejado por Robert e Michelle King.
Desta vez, a pergunta que não quer calar é: será a sétima temporada a última da série?
Até setembro!
Parenthood – We Made It Through the Night
28/01/2015, 14:08. Gabi Guimarães
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Série: Parenthood
Episódio: We Made It Through the Night
Número do Episódio: 6×12
Exibição nos EUA: 22/01/2015
Nota do Epidsódio: 10
Ah, Parenthood… Por que tão perfeita?
Não adianta mais ficarmos em negação: Parenthood está chegando ao fim. O ato derradeiro desta família que aprendemos a amar e admirar será exibido nos Estados Unidos nesta quinta-feira, dia 29, e, a esta altura, é seguro dizer que a série deixou mesmo o melhor para o fim. Esqueçam a temporada um tantinho irregular, que sofreu aqui e ali com aquele “rodízio de personagens” e apresentou alguns episódios um pouco deslocados – e desfalcados, pois os roteiristas reservaram o melhor para esta reta final, que até agora tem sido maravilhosa.
We Made It Through the Night foi um daqueles episódios que vamos lembrar por muitos e muitos anos; absolutamente inesquecível. Do roteiro cuidadoso, às atuações perfeitas, passando por uma trilha sonora primorosa, o penúltimo episódio da família Braverman teve um pouquinho de tudo: caos, brigas, reconciliações, uma difícil decisão, um casamento refeito, outro que está por vir, um dueto inesperado entre mãe e filha, e… um nascimento. Fins, começos, recomeços… Um ciclo que chega ao fim e dá lugar a outro. Uma vida que está chegando ao fim, enquanto outra se inicia.
Fui reduzida a uma poça de lágrimas no chão ALGUMAS vezes durante este episódio – eu não estou sozinha, tenho certeza –, e é justamente aí que reside o maior triunfo de Parenthood: a emoção genuína que seu roteiro impecável evoca. É impossível acompanhar a jornada dos Braverman sem nos emocionarmos, sem nos identificarmos com suas alegrias, tristezas, qualidades, defeitos e com sua humanidade… Cada um deles, afinal, é exatamente isso: demasiadamente humano.
“Is it war if you fight it?
Is it love when you don’t?
There is more when you let go of the fear that you can’t
As we burn in the fire slowly learning to breathe
Just keep calm in the falling
Always looking for an underneath”
“Benediction” (Luke Sital-Singh)
Zeek toma a decisão mais difícil de sua vida, e opta por não passar por uma nova e arriscada cirurgia cardíaca. Ele sabe que o fim está próximo, consegue sentir sua saúde se degradando a cada dia, a cada minuto, e preferiu viver os dias e momentos que lhe restam dignamente, da melhor maneira possível: com aqueles que ama. Absolutamente todas as cenas em que ele apareceu me deixaram com os olhos marejados… Quase conseguimos sentir a sua partida.
“Você está comigo?” – Zeek
“Eu sempre estou com você.” – Camille
As cenas entre marido e mulher foram belíssimas, melancólicas, e capazes de retratar o amor incondicional do casal. Camille está com Zeek, e isso nunca vai mudar. Ela apoiou a decisão dele apesar de sua própria dor, de seu próprio desespero, talvez por saber que, no fundo, era a coisa certa a se fazer. O declínio da saúde de Zeek já é palpável, e o jantar com os “seis originais” demonstrou o cansaço e a angústia do patriarca. Aquele olhar trocado com Camille em meio ao caos na mesa de jantar disse mais do que mil palavras. E foi um soco na boca do estômago de Adam, Sarah, Julia e Crosby.
E o que dizer da cena com Sarah? Talvez, para começar, que estou muito feliz e satisfeita com o destaque que a personagem vem ganhando nesta reta final da série, após passar a temporada toda apagada, ofuscada pelo plot aleatório e totalmente dispensável de Hank e sua família. Que Lauren Graham é uma atriz extraordinária todo mundo já está careca de saber, mas sua performance neste episódio beirou o absurdo, e foi provavelmente uma das mais comoventes de sua carreira. Que brisa de ar fresco é ver Sarah florescer diante dos nossos olhos! Impossível não compartilhar suas lágrimas. A vida nem sempre foi generosa com ela, e este final tem sido uma verdadeira montanha-russa emocional…
“Mal posso esperar para te levar ao altar […] Eu tenho tanto orgulho de você.” – Zeek
“Obrigada, pai.” – Sarah
… Mas os testemunhos de Zeek e Amber à filha e à mãe em que Sarah se transformou falam por si só. O pedido encarecido à Hank para que o casamento fosse em breve e ali mesmo, para que Zeek pudesse estar presente foi demais para o meu coraçãozinho.
“Você é a minha heroína.” – Amber
E no momento em que Amber mais precisou, lá estava Sarah mais uma vez. Depois daquela cena tão linda, ao som de Joni Mitchell, vimos apenas as duas, naquele quarto de hospital, esperando a chegada do mais novo Braverman (e vocês também repararam na diferença no tratamento com Hank? Foi maravilhoso!).
“Yesterday a child came out to wonder
Caught a dragonfly inside a jar
Fearful when the sky was full of thunder
And tearful at the falling of a star…”
“The Circle Game” – Joni Mitchell
O episódio também contou com todas aquelas cenas caóticas, que reúnem a família toda (ou grande parte dela), onde todos falam (ou gritam) ao-mesmo-tempo-e-agora e que já são marca registrada da série desde o seu início. Além da cena na mesa de jantar, a briga entre Kristina e Jasmine foi um bom exemplo disso. No fim das contas, Jasmine pode ter tido a melhor das intenções ao falar com Adam e tentar proteger sua família, mas ela não tinha razão. E Crosby foi o primeiro a perceber isso. Sentindo-se traído e humilhado, ele sabia que o destino da Luncheonette estava selado. Sem Adam e Crosby, ela não existe. Simples assim. Foi triste ver as coisas terminarem assim, mas era chegada a hora. O que será deles agora? Teremos tempo para descobrir?
Mas nada disso pareceu importar muito, especialmente quando vimos aquela que provavelmente foi a cena de despedida da Chambers Academy – ao som de Ave Maria, vale dizer. A sutileza daquela troca de olhares, aquele pedido de desculpas sussurrado por Kristina, a aula de dança de Jasmine ao fundo… Nenhum texto ou pedido profuso de desculpas seria tão perfeito. (and goodbye, Dylan!)
Ao fim do episódio, a homenagem mais bonita que Zeek poderia receber no fim de sua vida. A sua reação quando Amber o apresentou a seu bisneto Zeek me deixa com lágrimas nos olhos só de lembrar. Para coroar um episódio impecável. Para coroar e celebrar a vida deste pai, avô e bisavô que vai fazer muita falta, seja lá quando ou como ele se for. Para enriquecer a história desta família linda que amamos tanto.
Seja muito bem-vindo, Zeek Braverman. <3
“Every age has its turn
Every branch of the tree has to learn
Learn to groe, find its way
Make the best of this short-lived stay
Take this seed, take this spade
Take this dream of a better day
Take your time, build a home
Build a place where we all can belong…”
“Every Age” – José Gonzalez
PS: Max e suas estatísticas sobre a taxa de desemprego dos portadores da Síndrome de Asperger, Adam e seu pupilo fazendo aquele suflê do zero ficaram um pouquinho deslocadas neste episódio, ou foi só impressão minha? As cenas entre ele e os pais, entretanto, nunca falham em me emocionar. Adam e Kristina são a melhor definição de “amor incondicional”.
PS2: Enquanto isso, nem tudo são flores entre Joel e Julia, mas… É tão bom vê-los tentando! #TeamJoeliaForever
Parenthood – Let’s Go Home
24/01/2015, 16:17. Gabi Guimarães
Reviews
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Série: Parenthood
Episódio: Let’s Go Home
Número do Episódio: 6×11
Exibição nos EUA: 15/01/2015
Nota do Episódio: 9.5
Depois da tempestade, a bonança.
Após um episódio tão tenso e dramático como o da semana anterior, Parenthood nos presenteou com um episódio calmo, tranquilo, mas nem por isso menos melancólico e nostálgico. Aliás, nostalgia é a palavra que melhor descreve não só este episódio, como toda esta sexta temporada.
Passado o risco imediato da morte de Zeek, coube aos Braverman juntar os caquinhos do caos emocional que restou em Let’s Go Home. E a nostalgia que mencionei ali em cima se fez presente em todos os seus quarenta e dois minutos, seja pela descoberta das fotos antigas da família, seja pelo paradeiro da bola de beisebol, seja pela aparição da casa que foi o lar dos Braverman durante a maior parte da série – e da vida.
O destaque do episódio, na minha opinião, foi Sarah e a decisão importante que pairava sobre a sua cabeça. ENFIM, minhas preces parecem ter sido ouvidas pelos roteiristas da série, e a personagem da maravilhosa Lauren Graham ganhou a devida importância. A cena com Julia, onde ambas ponderam os prós e os contras deste possível matrimônio foi muito bacana e mostra a união das irmãs, mas foi a cena com Camille que me emocionou do começo ao fim.
“Você o ama?” – Camille
“Sim.” – Sarah
“Ele te faz feliz?” – Camille
“Sim.” – Sarah
“Então, do que mais você precisa?” – Camille
Com todas aquelas fotos lindas e cheias de significado como pano de fundo, o resultado não poderia mesmo ser diferente. Para Sarah, lembranças de um passado bastante sofrido, cheio de más decisões e arrependimentos. Para Camille, lembranças de momentos difíceis e das brigas vividas com sua filha mais velha. No fim das contas, nada disso importa mais. Sarah voltou para casa, reconstruiu sua vida e sua relação com seus filhos, pais e irmãos, e nada me deixaria mais orgulhosa do que vê-la feliz nesta series finale. Sim, tenho lá minhas dúvidas de que este final feliz inclua um casamento com Hank, of all people – ou com qualquer outro homem, na verdade –, mas estou aguardando ansiosamente pelo desfecho desta personagem tão falha e tão linda que aprendemos a amar.
Hank tem se esforçado bastante para conquistar o seu lugar na família, e achei bonitinho demais ele se voluntariar para montar o berço do bebê de Amber (aliás, também adorei o comentário dela sobre Seth…). Nunca fui fã do personagem de Ray Romano, e sei que não estou sozinha, mas sua felicidade ao receber o “sim” de Sarah foi tão genuína que, mais uma vez, ele conseguiu amolecer o meu coração gelado. No fim das contas, a dois episódios da series finale, ao que parece, todo aquele plot com Sandy e Ruby só serviu mesmo para preencher tempo de tela, e não terá qualquer continuidade. Se isso não é motivo para comemorar, eu não sei de mais nada! 🙂
Outra cena que me derreteu foi o acerto de contas entre Zeek e Drew. Como não amar essa duplinha linda, minha gente? Não dá.
“Quando acontecer, eu posso quase te garantir que estarei brabo com alguém, pode até ser com você!” – Zeek
A reconciliação entre Joel e Julia já é fato consumado, e foi lindo ver os dois, ainda um pouco desconfortáveis na presença um do outro, tentando resgatar seu enorme amor adormecido. Aquela cena na pista de patinação me deixou chorosa, ainda mais depois de ver a felicidade nos olhinhos incrédulos de Syd e Victor. Não poderia ser diferente. Jamais. So. Many. Feelings. <3 #TeamJoelia
E se, por um lado, casamentos eram feitos e refeitos, por outro, o drama da Luncheonette ainda era bastante real, e seu futuro, incerto. Enquanto Camille conversava com Sarah, coube à Zeek a tarefa de aconselhar Adam. Amo as cenas entre os dois, porque elas nunca falham em ser belas e cheias de significado, ainda mais agora. Foi uma brisa de ar fresco ver Zeek dizer para seu primogênito que ele pode, sim, se colocar em primeiro lugar de vez em quando. Crosby já é um homem, saberá dar a volta por cima… Certo?
Jasmine, mais uma vez, me deixou orgulhosa. A conversa entre ela e Adam foi sensata, direta, e mostrou que ambos só queriam mesmo tomar a melhor decisão para suas famílias. Não sei se Adam acertou em sua escolha, mas, conhecendo-o como o conhecemos, sabíamos que era exatamente isso o que ele faria. Ver aquele abraço apertado e a felicidade de Crosby valeram a pena, apesar da cautela de Kristina. O que vai acontecer daqui pra frente? Temo que não teremos tempo suficiente para descobrir, e isso me deixa triste.
Ao fim do episódio, aquela participação especialíssima: a casa que foi o lar dos Braverman por toda uma vida. E, com ela, a realização de que o ciclo realmente se completou. Outra família mora ali agora, e está construindo suas próprias memórias e lembranças naquele lugar tão especial. A decisão de Zeek de deixar sua preciosa bola de beisebol ali, para que aquelas crianças um dia a encontrem e a tratem como um tesouro perdido fez, mais uma vez, meu coração bater mais forte. É… O fim está bem próximo. Para Zeek, para os Braverman, e para todos nós.
Apenas dois episódios nos separam da series finale, e o meu coração já está apertadinho, pequenininho. E vocês? Prontos para a despedida?
PS: As cenas entre Hank e Max sempre estiveram entre as minhas favoritas. Eles entendem e respeitam um ao outro como ninguém, é incrível! Quem não riu com esse diálogo?
“Her voice is part of the silence.” – Hank
“I prefer the actual silence.” – Max
PS2: Eu poderia tentar dizer alguma coisa sobre Adam, Nora e aquela tea party, mas eu não consigo construir uma frase digna desta fofurice. FEELS. <3
The Good Wife – The Debate
21/01/2015, 14:17. Gabi Guimarães
Reviews
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Série: The Good Wife
Episódio: The Debate
Número do Episódio: 6×12
Exibição nos EUA: 11/01/2015
Nota do Episódio: 10
Mais um episódio de The Good Wife, e, assim, quase sem nos darmos conta, ultrapassamos a metade da temporada. E não restam dúvidas: The Debate, episódio que antecedeu um longo hiato para a série, veio enriquecer ainda mais esta temporada, já marcada por tantos episódios extraordinários.
Alicia x Prady.
É chegada a hora do tão esperado debate entre os candidatos à Promotoria. Mas, ao invés de nos entregar um episódio linear, que apenas cumprisse o papel de nos entregar um debate político tradicional, The Good Wife foi além, nos surpreendendo mais uma vez ao inserir neste contexto assuntos controversos – e ainda doloridos – da recente história americana. Junte à isso uma cozinha de hotel repleta de funcionários cheios de opinião (e dúvidas), e você tem, talvez, a medida do sucesso deste episódio.
Já estamos carecas de saber que Alicia tende a ficar dispersa e um pouco perdida quando sente cerceada a sua liberdade de argumentar e se expressar como bem entender. Por isso mesmo, esta tem sido uma jornada dura para ela (e não menos para Eli e Johnny). Os momentos em que a boa esposa cresceu e mostrou a que veio nos debates – tanto no oficial quanto no informal – foram justamente aqueles em que ela se sentiu livre para discutir com paixão, com conhecimento de causa.
E ela foi brilhante em ambos! A realidade de seu casamento com Peter já é assunto batido para ela. Mas vê-la defendendo de maneira tão clara e eloquente a sua privacidade e a de seus filhos, ao mesmo tempo em que apontou que nada do que ela dissesse sobre o assunto poderia ou deveria afetar o seu desempenho como promotora não só me deixou orgulhosa como também foi fundamental para virar o jogo para ela.
Já diante de uma pequena plateia de funcionários do hotel, Alicia deu um show capaz de deixar a equipe de Prady de cabelos em pé. Ao apontar toda a poesia presente no discurso de seu oponente, Alicia mostrou ser a candidata mais apta a assumir o cargo a que concorre. Todo aquele discurso sobre igualdade, sobre erradicar o racismo, de fato é poético e belo, porém utópico. Alicia é muito mais capaz porque entende que consertar tudo o que há de errado no mundo ou mesmo na sociedade em que vive não é função do promotor.
“Eu não estou tentando refazer o mundo. Eu não acho que consiga mudar as pessoas. O que eu acho que consigo fazer é mudar a Promotoria.” – Alicia.
E, mais ainda, ela foi brilhante porque não se escusou de falar sobre Lemond Bishop e seus clientes notoriamente criminosos. Como advogada de defesa, Alicia representou o que de pior a sociedade local tem a oferecer. Saberia, portanto, colocá-los na cadeia como Prady jamais conseguiria. Além disso, por experiência própria – profissional e pessoal, vale dizer –, ela sabe o que existe de mais fétido na Promotoria.
Por que alguém ainda votaria em Prady? É a pergunta que não quer calar.
Enquanto isso, Peter e Eli estavam em polvorosa justamente tentando lidar com a causa da interrupção do debate entre Alicia e Prady. Por alguns minutos, vimos Chicago se transformar na pequena Ferguson, Missouri, em um caso assustadoramente semelhante ao de Michael Brown. E é por isso que esta série é grandiosa: ela não tem medo de cutucar a ferida, e o faz com uma competência ímpar.
O que ocorre nos bastidores do poder quando uma morte estúpida como esta vem à tona? Eli com sua “nova” assistente negra representou com perfeição esta equação sombria. Abraços na viúva aqui, um discurso apaziguador ali, e a tentativa de conter aquela tal de “rebelião racial” que jamais aconteceu de fato. Tudo isso na presença de dois pastores, pai e filho, em posições fundamentalmente opostas naquele caos.
O júri, por sua vez, não levou mais do que dez minutos para deliberar e inocentar os policiais que tiraram a vida de Cole Willis por motivo algum. Ainda muito próximo da realidade, talvez? Ainda muito dolorido? Com certeza. Mas o fato de os roteiristas terem acertado exatamente qual seria o desfecho desta história tão trágica – que foi escrita e gravada ANTES do veredito de Ferguson, como bem apontado no início do episódio – deixa a todos nós um pouco perplexos e desesperançosos, não?
Ramona, naquele cenário, não passou de um detalhe com péssimo timing. Será que Peter realmente partiu seu coração? Qual o teor daquela conversa misteriosa na limusine? Eu ainda acho que esta história está longe de terminar.
A Florrick, Agos & Lockhart também passou por momentos de tensão, com a perda de Neil Gross e de sua Chumhum, maiores clientes do escritório. Fiquei surpresa com a atitude de Cary e Diane de optarem por trazer David Lee (e sua cretinice) para salvar o dia, principalmente porque, antes de mais nada, isto representa mais uma involução para aquele que deveria ser um “novo escritório”. O nome mudou, é verdade, mas as transformações pararam por aí. O escritório é essencialmente o mesmo. Então de que adiantou dar o grito de liberdade? Está cada vez mais difícil para a Florrick, Agos & Lockhart se desvencilhar dos velhos vícios e hábitos da Lockhart & Gardner…
O drama da Chumhum se desenvolveu longe dos olhos – e ouvidos – de Alicia, e a decisão de trazer David Lee de volta foi tomada com muita naturalidade sem o seu conhecimento. Alicia é sócia e não foi tratada como tal, talvez com uma parcela de sua própria culpa. Não sei se aquela acusação sobre o machismo que ela ousou dizer em voz alta é, de fato, justa, ainda mais quando se trata de Diane. Mas ouvir aquela pergunta foi bastante ofensivo à boa esposa e aos seus tremendos esforços para sair vitoriosa nas eleições. Verdade é que Alicia precisa decidir qual rumo deseja dar à sua carreira: advogada ou promotora? A escolha não é fácil, mas ambos estão rapidamente se transformando em âmbitos mutuamente exclusivos de sua vida. De longe, Alicia observava Cary e Diane, ciente de sua delicada situação. E agora, boa esposa?
Como no ano passado, The Good Wife entrou em hiato e, para nosso sofrimento, retorna apenas no dia 1º de março.
Até lá, pessoal!
PS: E o que dizer do climão com Elfman? Não acredito que Alicia sinta algo por ele – aquele beijo poderia ser dado em qualquer um que aparecesse em sua frente naquele momento! –, mas não sei se o contrário seria verdadeiro. O constrangimento de Johnny era quase palpável!
PS2: Adorei ver Grace no debate apoiando a mãe incondicionalmente. <3
Parenthood – How Did We Get Here?
18/01/2015, 09:00. Gabi Guimarães
Reviews
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Série: Parenthood
Episódio: How Did We Get Here?
Número do Episódio: 6×10 [100º episódio]
Exibição nos EUA: 08/01/2015
Nota do Episódio: 10
Parenthood em sua melhor forma.
Quando olho para trás e penso no início da jornada da família Braverman, não consigo acreditar que seis anos já se passaram… Como o próprio título do maravilhoso episódio desta semana parece sugerir, a pergunta que não quer calar é: como chegamos até aqui? Difícil acreditar, mas How Did We Get Here? foi nada menos do que o centésimo episódio desta série que nos faz sorrir e chorar (quase na mesma medida) como nenhuma outra. E, para celebrar este marco importante em grande estilo, nada melhor do que um episódio irretocável… Cortesia da família Braverman à nós, seus fãs, nesta dolorida e melancólica reta final. E foi um lindo presente, não? Que episódio, gente! Que episódio…
Também é difícil acreditar que estamos a singelos três episódios do ato derradeiro da família Braverman. A tarefa de dizer adeus à todos estes personagens humanos, perfeitamente imperfeitos, não é nada fácil, claro, mas o episódio desta semana deixou a nossa missão ainda mais difícil e… triste.
Qual será o destino de Zeek? A cada semana, posso sentir de maneira quase palpável o nosso maior receio se concretizando: o nosso querido patriarca, ao que parece, perderá a batalha contra a doença cardíaca que o atormenta. Verdade é que o roteiro vem preparando o terreno para a partida de Zeek desde o fim da temporada passada, mas isto não significa que a coisa toda doa menos…
Apresentando uma temporada um tanto irregular até agora, com um irritante rodízio de personagens e plots completamente aleatórios (Hank, estou olhando para você!), acho que é seguro dizer que Parenthood guardou mesmo o melhor para o final. Poupou suas estrelas maiores para que agora, nesta reta final, não faltasse ninguém – e não faltou. Não é coincidência alguma que TODOS os personagens tiveram sua importância e tempo de tela neste que, na minha opinião, foi o melhor episódio da temporada (pelo menos por enquanto).
“Foi horrível, Adam! Eu não sei se ele vai ficar bem. Eu não sei se ele vai sair dessa.” – Camille
Enquanto Zeek sofre uma série de ataques cardíacos que agravam ainda mais seu delicado estado de saúde, vimos confessá-lo à Camille que ele não deseja envolver seus filhos na decisão mais importante de sua vida. Quando o momento chegar, a decisão pertencerá apenas aos dois, marido e mulher. E gente… O que dizer da atuação de Bonnie Bedelia? Apenas, talvez, que o episódio foi todinho dela. Choramos e sentimos todo o sofrimento de Camille na pele, de coração partido, como se fôssemos nós mesmos, de alguma forma, membros da família.
Vimos Adam e Kristina, Joel e Julia, Crosby e Jasmine, Sarah e Hank, Amber e Drew às voltas naquela fria sala de espera, cheios de incertezas… Nenhum plot foi esquecido ou mesmo relegado à segundo plano, e isso apenas enriqueceu o episódio como um todo. Nem mesmo Hank foi capaz de me irritar desta vez, e isso é fato quase inédito.
Quando até mesmo o arco do personagem mais dispensável e insosso da série dá certo, você sabe que está diante de um bom episódio. O arco de Hank com Drew funcionou maravilhosamente bem, com padrasto e enteado tentando se entender em meio àquele caos emocional. E Hank está tentando. Loucamente. Desesperadamente. Tentando conectar-se com a família de Sarah. Com seus enteados. Sendo prestativo num momento delicado e difícil. Buscando Drew na faculdade. Pela primeira vez (ou segunda, vai?), consegui enxergá-lo como uma pessoa amável.
Sim, o pedido de casamento aconteceu num momento completamente inapropriado, mas foi impossível não sentir um mínimo de empatia por ele. Não neste episódio. Sarah está distante, receosa – com toda a razão! –, mas sabem o que eu não entendo? Essa incoerência toda do personagem de Ray Romano, e que nenhuma síndrome é capaz de justificar. Não faz muito tempo, tivemos um episódio quase totalmente centrado em Hank, Sandy e sua insuportável filha Ruby que nos levou a acreditar que não existiria um final feliz para o casal. Sarah havia facilmente sido relegada à coadjuvante de sua própria história, completamente esquecida por aquele que, talvez, deveria colocá-la sempre em primeiro lugar – ou pelo menos não tratá-la com tanta falta de consideração. A própria atitude dela, ao sair de casa sem ao menos acordar Hank para avisá-lo sobre o que aconteceu, mostra que Sarah entendeu o recado e se distanciou da situação… e de seu amado. Quem pode culpá-la? No fundo, ainda não acredito que exista um final feliz possível para estes dois…
“Eu te amo, vovô.” – Drew
“Eu também te amo, Drew.” – Zeek
E quem não se emocionou com o desespero de Drew, achando que a última lembrança que teria do avô seria a daquela briga? Vê-lo partir decepcionado com ele é algo que Drew jamais poderia suportar. As cenas com Hank – ainda que com um certo tom cômico, com toda aquela história dos “losers que a minha mãe traz para casa” – mostraram que seus nervos estavam à flor da pele, e chorei mesmo, de soluçar, ao vê-lo abraçar Zeek naquele quarto de hospital.
E o que dizer de Joel, o “cunhado perfeito”? (confesso, eu ri muito com a comparação de Hank!)
Não dá para discordar. Joel está fazendo absolutamente tudo para reconquistar o amor e a confiança de Julia. Como, na verdade, acho que Julia nunca deixou de amá-lo, a tarefa mais árdua para ele tem sido se provar digno de sua confiança. Fica a minha – a nossa – enorme torcida para que a reconciliação aconteça logo, para acabar com todo este sofrimento. Ao contrário de Hank e Sarah, acredito – e muito! – num final feliz para a família Braverman-Graham.
O ponto negativo do episódio, por outro lado, ficou por conta do arco da Luncheonette. Eis que um roubo, no meio da madrugada, providenciou a saída perfeita para Adam, Crosby, e seus incontáveis problemas financeiros. Saída um tanto apressada e preguiçosa, é verdade, mas, a esta altura, o roteiro não pode se dar ao luxo de perder tempo. Missão cumprida? Ainda não. Adam quer se livrar do problema que a Luncheonette se transformou, Crosby não. E eu sempre amo como Jasmine o conhece tão bem e o incentiva a seguir seus sonhos; ela sabe melhor do que ninguém que ele não seria feliz de outra forma. Alguém arrisca um palpite sobre como essa história vai terminar? A única certeza que eu tenho é a de que Amber ficará do lado de Crosby… Certo?
Mas o que tornou este episódio ainda mais especial foi o seu final. Aquele final. Depois de toda aquela tensão, nervosismo e apreensão sobre o estado de saúde de Zeek, uma brisa de ar fresco. Um momento de alívio temporário. O chá-de-bebê de Amber.
Tudo meio improvisado, meio arranjado de última hora, ali na cantina do hospital mesmo, mas… Quanta emoção, quanto carinho, quanto amor! O momento mais tocante do episódio, e que me fez chorar muito com os conselhos que cada uma das mulheres da família Braverman deram à Amber sobre a maternidade. Pedacinhos preciosos de sabedoria para uma mamãe tão jovem e de primeira viagem – e uma viagem solitária, diga-se de passagem –, além da certeza de que, independente de qualquer coisa, ela não está sozinha, nunca estará. Mamãe e bebê de sorte. Mal posso esperar para conhecê-lo, baby Braverman!
Faltam três episódios… (ou dois, se contarmos o que foi exibido ontem nos EUA. Review em breve, prometo!)
Vocês estão preparados para a despedida? Eu, definitivamente, não estou.
The Good Wife – Hail Mary
11/01/2015, 09:42. Gabi Guimarães
Reviews
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Série: The Good Wife
Episódio: Hail Mary
Número do Episódio: 6×11
Exibição nos EUA: 04/01/2015
Nota do Episódio: 10
Eletrizante. Emocionante. Impecável.
Eu seria capaz de passar o dia todo enumerando todas as qualidades de Hail Mary, The Good Wife, e da família King. Pois a série veterana da CBS – que, a esta altura do campeonato, não precisa provar mais nada a ninguém – entra o ano de 2015 chutando bundas e sambando lindamente nas nossas caras.
Depois de assistir ao episódio, ainda meio estarrecida, fiquei algum tempo pensando comigo mesma: “Como diabos escrever uma review sobre um episódio desses?”. Eis aqui a minha patética tentativa.
Quando a série se despediu de 2014 com o excelente The Trial (e aqui vem o meu sincero pedido de desculpas pela falha imperdoável de não conseguir resenhá-lo), fomos deixados com a impressão de que a ousadia – ou burrice, como preferir – de Kalinda custaria a Cary alguns preciosos anos de liberdade. Ameaçar Lemond Bishop foi de uma estupidez incrível, e só aumentou o meu ressentimento em relação àquela personagem que um dia amamos e que já foi tão essencial, mas que definitivamente não existe mais. Cary estava sem saída. Mal sabíamos o que estava por vir.
Mas os fins justificam os meios… Certo? Testemunhamos, meio incrédulos, o ato desesperado de Kalinda: ao alterar a “metadata” do e-mail do investigador americano, fabricando uma evidência que exoneraria Cary de uma vez por todas, a investigadora meteu os pés pelas mãos. Eis o arco derradeiro da personagem de Archie Panjabi, sem sombra de dúvidas. Confesso que, ainda que esperasse um plot twist capaz de salvar Cary, fiquei surpresa com a atitude da Ms. Sharma. O fato de que a prova exculpatória definitiva – e genuína – cruzou o caminho de Kalinda no último minuto possível só tornou o roteiro ainda mais brilhante.
“Sr. Agos, por favor, aceite minhas desculpas, em nome deste tribunal, pela acusação escandalosa e excessiva que sofreu. Essas palavras não compensarão seus últimos seis meses, nenhuma palavra jamais compensará, mas elas são tudo o que eu tenho, então as usarei agora. O caso está encerrado com prejuízo. […] Está livre, Sr. Agos, com nossas desculpas.” – Juiz Richard Cuesta.
Depois de um pedido formal de desculpas que não pode ser descrito de outra maneira a não ser ÉPICO, foi difícil segurar a emoção. As reações de Diane, Cary, Alicia, e até mesmo de Kalinda foram comoventes, e vieram para coroar um episódio turbulento e dramático, pontuado, por um lado, pelo “treinamento” de Cary para seu encarceramento iminente – e que rendeu momentos tão cômicos quanto trágicos (“você tem que transar!”, really?) –, e, por outro, da preparação de Alicia para o debate com Prady.
Este último rendeu momentos deliciosamente suculentos, primeiro com um “Prady wannabe” emaconhado, depois com um Polmar afiado, e, por fim, com Alicia sambando na cara de Peter. E como não amar a fina ironia do discurso politicamente correto da boa esposa ao pedir que não a confundam com seu marido notoriamente corrupto apenas momentos depois de ela lhe pedir um enorme favor em benefício de Cary? Santa Alicia, Santa Alicia…
(e, por favor, não esqueçamos de Marissa, a body woman mais sensacional de todos os tempos!)
Além disso, este foi o arco perfeito para isolar Alicia do caso de Cary, ainda mais considerando que o juiz Cuesta não gosta nada dela, como Diane bem apontou (e Eli agradeceu). Depois da manobra de Peter – um tanto falha, é verdade –, e das possíveis desastrosas consequências do ato de Kalinda, aguardemos os próximos episódios… Ansiosamente.
Não acredito que a coisa toda explodirá com tanta rapidez, ainda mais porque sabemos que Archie Panjabi fica até a season finale, mas, mais uma vez, temo pela liberdade de Cary. Será o depoimento de Ruiz capaz de manter o veredito, apesar de todos os pesares? Cuesta não será leniente, essa é uma certeza.
Hoje, quando eu penso que nem faz tanto tempo assim que todos nós temíamos pelo futuro de The Good Wife após a repercussão da saída de Josh Charles, dou risada. Como fomos bobos em não confiar cegamente nesta equipe brilhante de roteiristas, meu Deus! A série soube, como poucas, renascer das cinzas, reinventando-se sem medo quantas vezes for necessário. Depois de um episódio como esse, visualizo Robert e Michelle King gritando aos quatro ventos, para quem quiser ouvir: “and that’s how it’s done!” (Scott Buck e Sara Colleton, estou olhando para vocês! Dexter, anyone?). Hail Mary veio para engrandecer ainda mais esta que, sem dúvidas, é uma das melhores séries da atualidade. Bravo!
(E uma merecida menção honrosa à atuação de Matt Czuchry por todo este penoso arco de Cary, por favor! Em meio à um elenco estelar, repleto de Juliannas, Alans, Christines e Archies, o talento de Matt poderia ser facilmente ofuscado. Not anymore.)
PS: Mais alguém aí achou que o Cary ia fugir quando ele saiu apressado de seu apartamento depois de ver todo aquele dinheiro em sua conta? Fiquei apreensiva, confesso. Mas ei… Lembremos que “a Espanha tem acordo de extradição com os Estados Unidos”!
PS2: Apenas porque sim…
Parenthood – Lean In
28/11/2014, 09:00. Gabi Guimarães
Reviews
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Série: Parenthood
Episódio: Lean In
Número do Episódio: 6×09
Exibição nos EUA: 20/11/2014
Nota do Episódio: 9.5
Bem-vinda de volta à Parenthood, Sarah!
Aliás, a própria série merece um sonoro “welcome back!” depois do episódio desastroso da semana passada.
Sim, infelizmente Hank e suas insuportáveis (e desnecessárias) agregadas continuaram a dar o ar da graça, como – inexplicavelmente – tem sido de praxe nesta temporada. Desta vez, entretanto, minhas preces foram ouvidas, e o arco de Hank, Ruby e Sandy foi aquilo que jamais deveria ter deixado de ser: coadjuvante. A peça na escola de Ruby e todo o drama ridículo que se seguiu foi o pano de fundo perfeito para não só trazer o saudoso Mr. Cyr de volta – em participação especialíssima de Jason Ritter –, mas também para deixar Lauren Graham brilhar. Até que enfim. A esta altura do campeonato, já estava perdendo as esperanças, confesso.
E como não poderia deixar de ser, o encontro com Mark foi emocionante. Amber vai ser mamãe, Mr. Cyr será papai, a vida parece estar acontecendo com todos ao seu redor, mas Sarah… Ah, Sarah… Será que você realmente continua no mesmo lugar? Acho que não. Dizer que Sarah não evoluiu desde que a conhecemos lá na longínqua primeira temporada é ignorar boa parte da jornada que acompanhamos até aqui. A linda relação que construiu com Amber e Drew ao longo destes seis anos é prova incontestável desta evolução, que exigiu dela enorme paciência e dedicação. A vida pode não ter sido lá muito gentil com Sarah Braverman, mas ela bem que soube transformar alguns limões azedos que apareceram em seu caminho em uma bela limonada.
Ao saber que Mark retornaria para um episódio – e um episódio apenas, não sabia muito bem o que esperar de sua participação, já que seu relacionamento com Sarah já foi muito bem resolvido e encerrado no passado. Mas eis que Mr. Cyr retorna para obrigar Sarah a pensar naquele insistente “e se?” que toma conta de nossas vidas aqui e ali, sempre em momentos cruciais. “E se eu tivesse escolhido Mark?”. Difícil dizer, não?
“Eu fico feliz de ter te conhecido.” – Sarah
Hank, por mais “indiferente” que seja – por falta de uma palavra melhor –, sabe que Sarah o escolheu. E este encontro inesperado com Mark o fez colocar a mão na consciência por um segundo.
“Você está feliz, certo? […] Este é o lugar que você gostaria de estar?” – Hank
Inadvertidamente, Hank fez a pergunta que todos nós gostaríamos de fazer à Sarah. O problema é que foi muito, muito difícil acreditar na sua resposta. Ou aceitá-la. Talvez por ter enfrentado tantos obstáculos na vida, Sarah esteja acostumada a ser relegada à coadjuvante de sua própria história. Mas não acredito neste seu conformismo nem por um segundo. Sarah não está feliz. E foi justamente Mark, também meio que sem querer, quem a ajudou a perceber isso. E agora, Sarah? Ainda há esperança – e tempo – para você?
De qualquer forma, foi uma delícia tê-la de volta. Volte sempre, will ya’?
Enquanto isso, o drama de Max, Dylan e a “escala fluída de afeição” não deu trégua na Chambers Academy. E, se como pais, aos meus olhos Adam e Kristina são irrepreensíveis, tenho que ser justa e dizer que, como gestores de uma escola tão peculiar, eles erraram feio.
Por mais ausentes que os pais de Dylan possam parecer – como Adam fez questão de gritar diante da escola inteira (!) –, eles tinham toda a razão ao dizer que Kristina foi omissa e até mesmo conivente quando o problema de comportamento partiu de seu próprio filho. A menina estava visivelmente constrangida com o assédio de Max, e pediu em mais de uma oportunidade para trocar de parceiro durante as aulas… E foi repetidamente ignorada. Kristina claramente deixou seu coração de mãe falar mais alto e deixou a desejar como diretora da escola; erro de principiante que quase custou à Dylan aquilo que lhe era mais precioso. Mas sabem o que eu mais amo neste casal? A humildade. A constatação de que não existe nada de errado com a vulnerabilidade, e que, de fato, ser vulnerável pode ser maravilhoso – mesmo quando existe a possibilidade de se falhar miseravelmente no processo.
“Eu sei que esta é a escola certa para você. […] Nós vamos consertar isso.” – Kristina
Adam e Kristina, então, conversam com Max mais uma vez. Desta vez, deixam claro para ele que, às vezes, essa tal “escala de afeto” simplesmente não é variável, e que isto é mesmo muito confuso. Adam ainda teve a enorme sensibilidade de usar como exemplo o fato de Max não gostar de ser tocado ou abraçado. Aprender a prestar atenção no feedback que está recebendo das pessoas ao seu redor o ajudará a descobrir quais são os limites de cada uma delas. Lição devidamente aprendida.
A cena onde Adam e Kristina pedem desculpas aos pais de Dylan por terem errado de maneira tão grosseira e, mais que isso, por terem ignorado os pedidos de ajuda da menina, foi muito bonita. Mas ver Max pedir desculpas sinceras para Dylan pelo que ele a fez passar foi de uma lindeza indescritível. De fato, só não foi melhor do que a reação dela:
“Te vejo na escola amanhã, Asperger!” – Dylan
A hora da verdade enfim chegou para Joel e Julia.
E Joel está disposto a reconquistar o seu amor, custe o que custar. Levar Julia ao restaurante de seu primeiro encontro e colocar seu coração em uma posição tão vulnerável foi só a pontinha do iceberg para ele. Sim, ele errou ao ir embora. Joel sabe disso, e se envergonha da atitude que tomou. Ele tem que conviver todos os dias com o fato de que foi ELE quem desistiu de seu casamento. Demorou, é verdade, mas agora ele sabe que não será capaz de conviver com as consequências de seu ato impensado.
Julia está relutante em perdoá-lo, e com toda a razão. Mas é a sua eterna reticência em assinar de uma vez por todas os papéis do divórcio que a deixam em maus lençóis com Chris. Até ele já percebeu que Julia padece de uma incerteza tremenda quando o assunto é Joel e seu casamento em ruínas. Assim como Joel recorreu à Zeek, Julia correu para os braços de sua mãe em busca da decisão mais acertada.
Julia nunca desistiu de lutar, é verdade, e sua mágoa pela recíproca não ter sido verdadeira em Joel é legítima. Além disso, ela levou muito tempo para ficar bem sem Joel em sua vida… Por que agora ele teria o direito de mudar de ideia e bagunçar tudo mais uma vez? Pois é… Todos os argumentos de Julia são válidos. Mas…
“Eu te amo tanto, eu nunca deixei de te amar.” – Joel
Não sei vocês, mas eu sou #TeamJoeliaForever… O que restará após aquele beijo apaixonado? Mal posso esperar.
E aqui chegamos àquela parte de todo santo episódio que nos deixa com o coração apertadinho, um pouco mais pesado, um pouco mais triste… Quando eu ia dizer novamente que sim, ainda sinto aquele melancólico tom de despedida toda vez que Zeek dá o ar da graça em nossas telinhas, os roteiristas de Parenthood resolveram se despedir de 2014 com um cliffhanger cruel…
“Eu te escolhi, porque eu confiava em você. Você me decepcionou.” – Zeek
Todo aquele arco com Drew fez meu coração sangrar… A busca incansável pelo vilarejo francês que Zeek visitou quando tinha seus vinte e poucos anos, as lembranças de sua juventude já distante, e a possibilidade de viajar com Camille uma última vez foram o prenúncio para o que estava por vir. O medo estampado na cara de Zeek ao sussurrar o nome de sua esposa para pedir socorro me fez tremer… e temer pelo pior. Algo está errado. O coração de Zeek parece estar falhando justo agora… a quatro singelos episódios da derradeira series finale. E agora?
À você, que acompanhou as minhas reviews até aqui, fica registrado o meu muito obrigada! Parenthood entrou em hiatus e retorna apenas no dia 8 de janeiro para os seus quatro episódios finais. Estarei aqui, firme e forte, para acompanhar o ato final da família Braverman. Aguenta, coração! Espero vocês… e até 2015! <3
Parenthood – Aaron Brownstein Must Be Stopped
21/11/2014, 10:29. Gabi Guimarães
Reviews
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Série: Parenthood
Episódio: Aaron Brownstein Must Be Stopped
Número do Episódio: 6×08
Exibição nos EUA: 13/11/2014
Nota do Episódio: 7
“WTF, Parenthood?”. Essas foram exatamente as minhas palavras depois de assistir Aaron Brownstein Must Be Stopped. Em tempos de temporada reduzida, mal posso acreditar que os roteiristas desperdiçaram sagrados e preciosos momentos de Braverman time com… Hank. Seriously?
É com dor no coração que digo que, na minha humilde opinião, este foi o pior episódio da série. E não estou sozinha: basta uma rápida visita à fan page de Parenthood no facebook, e você encontrará centenas de comentários raivosos e cheios de insatisfação. Tamanho fiasco não tardou em refletir em seus números: com 3,61 milhões de telespectadores e apenas 1,0 na demo, Aaron Brownstein Must Be Stopped registrou a pior audiência da história da série.
E aí eu pergunto: WHY, GOD, WHY? Por que os roteiristas acharam que seria uma boa ideia trazer um episódio filler como este já na reta final desta Farewell Season? E não só isso: um episódio filler muito, muito ruim, e que em quase nada lembrou a série pela qual nos apaixonamos há seis anos? Isso não faz o menor sentido! Além disso, com este “rodízio de personagens” (que já mencionei em outras reviews) em virtude do acordo feito entre a NBC e o elenco – onde os atores renovaram seus contratos para apenas 9 dos 13 episódios –, ficou bastante difícil entender como diabos a produção da série alega não ter dinheiro suficiente para arcar com os salários de um elenco talentoso e afiado que está ali desde o episódio piloto, mas não hesitou em trazer um ator como Ray Romano (com direito à ex-mulher e filha) para tomar um tempo de tela absolutamente desnecessário e que poderia estar sendo muito melhor utilizado para concluir com mais calma os arcos de cada membro da família Braverman, a quem aprendemos a amar incondicionalmente ao longo dos anos. O resultado? Mais uma vez, tivemos um episódio sem Peter Krause, Lauren Graham, Erika Christensen, Sam Jaeger e Craig T. Nelson, para mencionar alguns…
E que balde de água fria todos nós levamos, hein? Depois daquele cliffhanger devastador de These Are The Times We Live In, fiquei ali, diante da tv, incrédula ao perceber que Julia e Joel sequer apareceriam no episódio. Nada. Nothing. Niente. Nem uma mençãozinha sequer. COMO ASSIM, Parenthood? Quanta crueldade.
E, se ainda existia alguma dúvida de que Lauren Graham foi relegada à coadjuvante da própria história, este episódio foi uma prova irrefutável disso, e é algo de que venho reclamando já há um bom tempo. Boa parte do episódio girou em torno de Hank, sua sofrível ex-mulher Sandy e sua insuportável filha Ruby. Nada de Sarah. Nada. Nothing. Niente. Em que planeta faz sentido Hank ter uma storyline completa, com começo, meio e fim (e espero que este chegue bem rápido!), e Sarah não?
“Pai, a mamãe acha que eu sou idiota e que eu não posso passar uma noite sozinha.” – Ruby
Nossa Ruby, que bom que suas atitudes provaram que sua mãe estava errada, não é mesmo? Acho que passei o episódio inteiro com a mesma cara que a filha de Hank fez na foto que abre esta review. À esta altura do campeonato, todos nós já entendemos que Hank e Sandy se reconciliarão e desaparecerão de Parenthood caminhando juntos com sua filhinha regenerada em direção ao pôr-do-sol e para além do horizonte, enquanto Sarah ficará para trás – mais uma vez – para remendar os cacos de seu coração partido. Zzzzzz…
Alguém aí acreditou por um segundo que Ruby estava dizendo a verdade? E Hank, meu querido… COMO ASSIM você abaixou o banco do carro para que sua filha irresponsável não o visse espionando a festinha que ela nem deveria ter dado? Medo de perder o amor da menina? Really? Pelo menos – com muito custo, é verdade –, ele conseguiu se agarrar ao mínimo de dignidade que lhe restou, e acabou com a festa antes de Sandy chegar.
Quando se trata de Hank, juro que tenho me esforçado para entender que ele, assim como Max, também sofre da Síndrome de Asperger. É como se um fosse a versão adulta do outro; como se um complementasse e validasse a existência do outro, e eu realmente acho o esforço do roteiro bastante louvável neste sentido. O problema é que, na maior parte das vezes, ao contrário do que acontece com Max, nós não conseguimos sentir qualquer empatia pelo personagem de Ray Romano. Enquanto o menino conta com toda a nossa paciência e torcida, Hank não tem carisma algum e, por isso mesmo, falha miseravelmente em nos comover.
“Sim, sim. Eu disse que te amo só para te manipular, ok? Porque eu não te amo. Nem um pouco. Eu te odeio.” – Ruby
Como não amar a bipolaridade dessa menina, minha gente? Num dia, ela fala horrores como este para Hank (e sim, minha querida, você manipulou o seu pai direitinho!); no dia seguinte, vai jogar pôquer com ele como se nada tivesse acontecido, brincando, inclusive, com o fato de seu pai ser bom no jogo justamente por não ser capaz de expressar seus sentimentos (ok, confesso: eu ri). Assim como seu pai, Ruby não tem qualquer carisma e não nos conquistou.
No mais, o que posso dizer? Que espero que Hank e companhia sejam atropelados por um trem ou coisa parecida e sumam de vez desta série que, definitivamente, não lhes pertence? Muita maldade da minha parte?
Enquanto acompanhávamos o desenrolar de todo aquele drama aleatório na família de Hank, Crosby também estava em apuros. E poxa… Sinto em dizer que, desta vez, o roteiro também não funcionou para ele.
Entendo que ele esteja ansioso e apreensivo com o futuro da Luncheonette e de sua família, mas a postura infantil e imatura que ele assumiu desde o início desta temporada está começando a ficar um tanto quanto irritante. Ainda bem que temos Jasmine para equilibrar um pouquinho as coisas, já que ela traz à Crosby a serenidade e tranquilidade que tanto lhe fazem falta neste momento. Que mal poderia haver em Jasmine trabalhar fora – ainda que em um “subemprego” – para ajudar nas despesas da família, ao menos até as coisas se estabilizarem? Também entendo que a intromissão de Renée é chata, inconveniente, e que lhe deixe com um gosto amargo de derrota, mas… Crosby precisa parar de agir como um moleque. Quando seus sobrinhos são mais pé-no-chão e tem mais maturidade que você, Crosby, está na hora de rever os seus comportamentos e conceitos.
Gostei muito de ver Amber, agora já bem barrigudinha – e linda! – tomar as rédeas da situação na ausência de Adam ao tentar encontrar uma alternativa realista para tirar a Luncheonette do buraco (e uma dica, Crosby: ela não envolve dançar Ramones num estúdio vazio). Pena que o tiro saiu pela culatra, e eles sequer tiveram a chance de ouvir a tal banda. Maconha, Crosby? Really? Salvo pelo gongo, às custas do bebê de Amber. Ainda bem que tudo não passou de um susto, porque eu acho que não aguentaria vê-la perdendo seu filho ou coisa parecida.
Drew, por outro lado, continua em sua incansável busca pela carreira mais lucrativa. Mas… vocês lembram da infelicidade e insatisfação que eu mencionei na última review? Pois bem, acho que nem precisaremos esperar muito para vê-lo chegar ao fundo deste poço chamado frustração. Irritado, impaciente e infeliz com sua falta de habilidade – e compatibilidade – para o curso que escolheu, ficou fácil perceber que, se ele insistir neste caminho, seu futuro não será a realização de um sonho, mas de uma obrigação.
Fico feliz que Amber já tenha percebido a responsabilidade que Drew sente em suas costas, e fico orgulhosa de vê-la colocar os pingos nos is. Não é justo que seu irmão caçula carregue todo este peso sozinho; a responsabilidade não é dele. Espero que logo, logo Drew perceba o mal que está fazendo a si mesmo – ainda que cheio de boas intenções. E… Onde está Sarah para aconselhar seu filho caçula? É destas cenas que eu sinto mais falta…
E eis que em um episódio tão falho, surge uma luz no fim do túnel: Max Burkholder e Monica Potter roubaram a cena e brilharam, como sempre.
No fim das contas, era Kristina quem tinha razão: Dylan não gosta mesmo de Max. Pelo menos não da maneira como ele sonhava. E como foi duro assistir àquelas cenas, meu Deus!
Há alguns dias, li uma review sobre este episódio, publicada em um blog americano, que argumentava por parágrafos e mais parágrafos o quanto Adam e Kristina foram péssimos pais ao ensinarem a Max que o amor é uma “escala fluida de afeição que varia de um a cinco”. Que eles jamais deveriam incentivá-lo a repetir um comportamento que beira a obsessão, e que o constrangimento de que Dylan foi vítima é culpa deles. Não concordo com esta opinião nem por um segundo.
Considero Adam e Kristina pais absolutamente fantásticos; perfeitamente imperfeitos. Os desafios que criar um filho como Max apresenta parecem vir de uma fonte inesgotável, e nenhum dos dois jamais esmoreceu em seu amor incondicional. Ambos sempre deram o seu melhor na criação de seus três filhos, para que eles pudessem crescer e se tornar a melhor versão de si mesmos. Eles não tem todas as respostas. E quem é que as tem? A vulnerabilidade de Adam e Kristina torna-os humanos… E não há mal nenhum nisso. Falhar é algo inerente à vida. E, diante do primeiro amor de Max, eles apenas fizeram o que achavam que era certo.
E, meu Deus, que ator espetacular é Max Burkholder! Ao longo destes seis anos em que acompanhamos a série, eu nunca cansei de me surpreender com a sua atuação pontual e impecável. Na primeira metade desta temporada de despedida, vimos Max (Braverman, desta vez!) florescer e descobrir sentimentos antes desconhecidos. Apaixonar-se pela primeira vez provocou um tsunami de emoções em sua vida tão metódica e monocórdia. Acrescentar novos tons à sua existência talvez tenha sido confuso demais para ele, que, como sempre, tentou racionalizar seus sentimentos como se eles fossem uma equação matemática.
A recusa de Dylan era algo para o qual o menino Braverman não estava preparado, e aquela cena onde ele exige saber por que ela não o ama da mesma maneira foi avassaladora. A humilhação pela rejeição pública e seu coração partido foram suficientes para partir também o meu em um milhão de pedacinhos e me fazer chorar copiosamente por algum tempo.
“O que você fez foi maravilhoso.” – Kristina
“Mas eu não me sinto maravilhoso.” – Max
E o que dizer da atuação de Monica Potter? Tê-la em cena é ter a certeza de que fortes emoções estão por vir. Como não se debulhar em lágrimas ao ouvir seu discurso emocionado para Max e seu coração partido? Ela tem orgulho de seu filho, e, assim como Adam, ela também acredita que um dia ele poderá amar e ser amado. Quem pode culpá-la por isto?
E, para ser justa, você percebe o quanto uma série é extraordinária quando ela apresenta um episódio medíocre, mas ainda assim é capaz de te fazer chorar como um bebê.
Faltam 5 episódios para a Series Finale. O ato final da família Braverman será gravado ainda nesta semana. A foto que Sam Jaeger postou em seu twitter já me deixou com um nó na garganta. Eu não estou preparada para a despedida, e vocês?
Até a semana que vem!
The Good Wife – Old Spice, Message Discipline e Red Zone
19/11/2014, 19:38. Gabi Guimarães
Reviews
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Série: The Good Wife
Episódios: Old Spice / Message Discipline / Red Zone
Números dos Episódios: 6×06 / 6×07 / 6×08
Exibição nos EUA: 26/10, 02/11 e 09/11/2014
Hora de ficar em dia com as reviews de The Good Wife… Ou quase isso. Preparados?
Pois bem, mais três episódios se passaram, e a certeza que ficou é que estamos diante de mais uma temporada fantástica desta série que já nos acompanha há seis anos.
E como não começar pela volta de Diane e Alicia à Lockhart & Gardner? A maneira como David Lee e Louis Canning foram despejados dali foi nada menos do que sensacional e me fez gargalhar, mas foi apenas a cereja no bolo. Não faz tanto tempo assim que Alicia saiu daquele mesmo escritório escorraçada por seguranças como um cão sarnento. Em questão de poucos minutos, passou de nova sócia à persona non grata. E o que dizer de Mrs. Lockhart? Sozinha e acuada após a morte de Will, se viu forçada a ir embora do escritório que ela mesma ajudou a criar. Ah, Will… Sempre ele. Há algumas reviews, eu mencionei que a saída de Diane da LG basicamente selava o fim do ciclo do personagem de Josh Charles. Engano meu. Will continua presente na série, aqui e ali, geralmente nos momentos mais cruciais (e emocionais). Lembremos que foi justamente quando Castro mencionou a sua morte que Alicia se viu compelida a concorrer à Promotoria. Agora, Alicia voltou para “casa”, para o lugar que a acolheu quando ela mais precisou. Mas, muito mais do que isso, agora ela é a ocupante do escritório que um dia foi de Will Gardner. A cena foi muito emocionante e me deixou cheia de lágrimas nos olhos. Será que um dia conseguiremos superar esta perda cruel?
“Minha presença física e eu estaremos em meu escritório, se vocês precisarem de mim.” – Howard Lyman
Este “retorno às origens” só não foi lá muito generoso com Cary. Com razão, ele não se sente à vontade em voltar justamente para onde fez questão de sair. Mas sejamos honestos: com a saída de Josh Charles, Robert e Michelle King foram obrigados a dar uma nova guinada nos rumos da série. O arco Lockhart & Gardner x Florrick & Agos ainda poderia render embates épicos e ótimos momentos para The Good Wife, mas sofreu um baque enorme com a partida de um dos personagens mais fundamentais para o seu bom andamento. Alicia, então, foi à luta pela Promotoria. Cary, por sua vez, ganhou destaque sob a forma de uma bela dor de cabeça com a sua prisão e iminente julgamento. Ninguém foi relegado a coadjuvante da própria história. E isso é maravilhoso.
Acusado de favorecer Bishop na época em que trabalhava para a Promotoria, Cary está, mais do que nunca, correndo o grande risco de passar uma década ou duas na cadeia. O sumiço da cocaína a caminho do laboratório, aquela gravação comprometedora que supostamente o incrimina, e sua própria atitude furiosa e frustrada complementam esta complicada equação, cujo resultado, até agora, não parece muito promissor. Quem pode culpá-lo?
Mais assustadora, entretanto, foi a constatação de que Castro não tem interesse nenhum na resolução do caso ou mesmo em levar Lemond Bishop a julgamento. Pelo menos não quando o caminho que o leve até lá não passe obrigatoriamente por Cary. O jovem advogado é apenas um dano colateral nesta estratégia suja de campanha. Pior para Trey Wagner. Eu não ficaria surpresa se logo descobríssemos um envolvimento de Castro naquele trágico “acidente” de carro.
Ainda bem que Polmar não só matou a charada, como também pediu demissão e contou (quase) tudo para Alicia. Inclusive, eu estou bastante satisfeita com a participação de Matthew Goode na série até aqui, e estou começando a gostar da aproximação de seu Finn com Alicia – e digo isto não necessariamente como um par romântico, mas sinto que o personagem tem sido uma ótima válvula de escape para ela. As cenas dos dois sempre são delicadas e divertidas, e nos proporcionam alguns daqueles raros momentos de leveza de Alicia que tanto adoramos ver.
Mas, apesar da ajudinha indireta de Polmar, Cary ainda não consegue ver uma luz no fim do túnel. E quem diria que sua agente de condicional (e o juiz) concluiriam que a má influência desta história toda é… Kalinda?
Há tempos que a personagem já não é mais a mesma – estamos cansados de saber, à esta altura do campeonato –, mas sempre que o roteiro fez um esforço para dar à ela algum sentimento ou emoção genuína, a coisa desandou e foi impiedosamente por água abaixo. Kalinda não é e nunca foi dotada de um compasso moral. Perceber que Cary ainda não se deu conta disso, e está magoado e triste com a sua distância e frieza é frustrante e um pouco desesperador, diante das circunstâncias. Mas sério mesmo que Kalinda decidiu se importar justo com Lana, justo agora, ainda mais quando isso significa enfrentar ninguém menos que Lemond Bishop?
(E um pequeno adendo: foi uma brisa de ar fresco ver dois episódios INTEIROS sem que Kalinda usasse seus dotes sexuais para seduzir e manipular qualquer coisa que ande e respire e conseguir exatamente o que quer. Pena que durou tão pouco.)
Advogados são péssimas testemunhas, e Cary não demorou em corroborar esta teoria. Perdido em sua própria raiva e indignação, ele passa uma imagem arrogante, e, com isso, nega ao júri uma chance de enxergar a injustiça de que está sendo vítima. Isto, claro, até o conselho sensato de Alicia mudar a sua perspectiva e o seu comportamento. Há quinze dias de seu julgamento, ainda há esperança. Certo?
Não se depender de Ramona, a nova assistente jurídica de Peter (e que, coincidentemente – ou não? –, é a mãe de ninguém menos que Lauren, a inesquecível estagiária avessa à calcinhas). Irônico pensar que a participação dela nos remete quase que imediatamente à Alicia que conhecemos na primeira temporada. Dona-de-casa e mãe em tempo integral por longos anos, Ramona, assim como Alicia, busca retornar ao mercado de trabalho. Mas… Por que Peter insistiu tanto em trazê-la para sua equipe de governo? Conhecendo o Sr. Governador como o conhecemos, sabemos que ele não dá ponto sem nó. Ramona, para o seu próprio bem, já conseguiu mostrar serviço ao conseguir evitar que Peter depusesse no caso de Cary. Sorte de uns, azar de outros… Aguardemos as cenas dos próximos capítulos!
Enquanto isso, a campanha de Alicia vai (quase) bem, mas não está isenta de dramas e conflitos pessoais.
“Eles merecem conhecer aquela que nós queremos que eles pensem que você é.” – Elfman
Adorei como a questão religiosa foi abordada em Old Spice, mais uma vez trazendo Grace para esclarecer os questionamentos de sua mãe sobre a fé e os princípios cristãos. Ficou muito claro que Alicia não está – e nunca esteve – em conflito com sua convicção religiosa, ela simplesmente é o que é: ateísta; o que a incomoda, entretanto, é ter que fingir ser alguém que não é em nome da política.
E nesta mesma política, cujas regras não fazem o menor sentido e tendem a mudar com a mesma constância que a direção do vento, tudo se resume às aparências. Como Eli e Elfman não cansam de dizer, a imprensa não tem qualquer interesse em histórias autênticas, especialmente quando as histórias fabricadas que a alimentam tem um apelo comercial muito maior.
Foi difícil assistir àquela entrevista com o pastor, porque sabíamos que aquela insinuação de que Grace teve algum impacto na fé de Alicia não era verdadeira. E a ironia maior é que a própria menina não vê problema algum nisso, e talvez por esta razão tenha se sentido tão desconfortável quando o seu grupo de reza teceu elogios rasgados ao seu “trabalho bem feito”. Mas não foi só isso: a entrevista também foi especialmente difícil por trazer à tona a morte de Will, e o desconforto de Alicia ao falar sobre o assunto publicamente me deixou com um nó na garganta. No fim das contas, a mensagem foi dada e a moral da história foi: “estou aberta à religião, sou toda ouvidos”. Será suficiente?
Mas nada poderia ter nos preparado para aquela cena ÉPICA entre Alicia e Frank Prady. David Hyde Pierce – o eterno Dr. Niles Crane, de Frasier – já chegou em Chicago chutando bundas e mostrando a que veio sem qualquer cerimônia. Foi um alívio ver, enfim, um candidato à altura de Alicia entrando na acirrada disputa – especialmente agora que Castro retirou sua candidatura. Ele só não contava com a coragem de Alicia de enfrentá-lo, também sem qualquer cerimônia, da maneira como ela o fez. Palmas para ela. A Sra. Florrick, talvez para seu próprio desgosto, está aprendendo rápido como jogar este joguinho macabro de regras maleáveis – o que é ótimo. Eli tem razão quando diz que Alicia precisa passar por cima desta ideia equivocada de que é superior – e, sendo esposa de Peter, nem haveria como ser diferente. Fato é que a fatídica entrevista para Prady foi mesmo uma estratégia de campanha, e eu confesso: adorei o “vazamento” daquele texto anti-Israel, que culminou no primeiro duro golpe de uma campanha que sequer havia sido anunciada. (Aliás, como não amar esta série, minha gente? Introduzir uma questão que é sempre tão controversa nesta briga de cachorros loucos não poderia ser mais atual… e genial.)
“Você é tão hipócrita. Você já sabe há dias que vai concorrer, mas me fez correr como uma idiota atrás do seu apoio. […] Não aja como se estivesse tentando mudar o sistema. Você É o sistema. […] Precisa de mais alguma coisa, Sr. Prady?” – Alicia
#EPIC
Mas nem só de campanha eleitoral e liberdade condicional vive a Florrick, Agos & Lockhart. A advogada inata que existe dentro de Alicia não relegou seus clientes e seus litígios à segundo plano. Muito pelo contrário. Nestes três episódios, tivemos um caso de espionagem econômica e um caso de estupro (ou sessenta), além das inestimáveis participações de Elsbeth Tascioni (RAINHA!), Louis Canning (odeio amá-lo, ou amo odiá-lo? Não consigo decidir), e Owen.
O irmão de Alicia, inclusive, foi o responsável por trazer mais um assunto atual e polêmico para o universo da série. Red Zone, o oitavo episódio desta temporada, nos presenteou com o caso de uma aluna de Owen que foi estuprada por um colega dentro da universidade onde estuda. Como se não bastasse passar por uma espécie de julgamento às avessas dentro de um bizarro “tribunal universitário”, a menina, como sempre, sofreu as consequências de uma cultura porca, retrógrada e machista de culpar a vítima. Pior do que isso: neste tribunal grotesco, era permitida apenas a presença – silenciosa – de um advogado (!). Coerência manda lembranças. Muito pertinente e condizente com a realidade de milhares de jovens mulheres mundo afora. Acontece lá, acontece aqui, acontece em todo lugar com uma frequência e naturalidade devastadoras.
O estuprador acabou expulso da universidade por motivos escusos e que nada tinham a ver com o abuso sexual si, mas o caso pelo menos deu visibilidade à campanha de Alicia (e trouxe de volta Louis Canning, sua cadeira de rodas, máscara de oxigênio e rins deteriorados, o que é sempre um bônus). A pesquisa entre seus possíveis eleitores, que tanto a assombrou durante o episódio, sofreu uma reviravolta a seu favor, e, de arrogante e egoísta, Alicia passou a (quase) santa. Again.
Pouco ou nada adiantou a sua atitude altruísta de esfregar panelas e servir refeições aos pobres. O que o eleitorado de Cook County quer mesmo é a imagem imaculada de Alicia. Eli não poderia ter dito melhor:
“Pare de agir como se isso fosse sobre você se tornar uma pessoa melhor. É sobre você parecer uma pessoa melhor! É isto o que os eleitores respeitam: as aparências.” – Eli
Para terminar, algumas considerações:
“Hey, I just met you
and this is crazy
but here’s my number
so call me maybe…” – Carly Rae Jepsen
“Essa música que eu ouvi no radio, Call Me Maybe. Eu adoro ela. É popular? […] Não consigo tirá-la da minha cabeça!” – TASCIONI, Elsbeth.
Eu nunca, nunca, NUNCA MAIS vou ouvir Call Me Maybe sem lembrar de Elsbeth RAINHA Tascioni. E eu nunca, nunca, NUNCA ri tanto nessa minha vida de seriadora, acreditem! É justo dizer que eu levei pelo menos duas horas para conseguir terminar de assistir este episódio, porque assisti esta cena em looping por um tempo considerável! Me julguem, mas… Confessem: vocês fizeram o mesmo, não fizeram? hahaha
As participações de Carrie Preston em The Good Wife são sempre sinônimo de episódios geniais. Neste caso, o “genial” foi o resultado de uma equação disfuncional composta por: espionagem econômica + Elsbeth + Josh Perotti + “in my opinion” + Call Me Maybe. Qual a probabilidade de um arco desses dar errado? #EPIC²
Depois de uma noite de sexo selvagem em sua mesa de trabalho ao som de Carly Rae Jepsen (e não, eu não acredito que acabei de escrever isso), não poderíamos esperar muito mais, certo? ERRADO. Muito, muito errado. Quando pensávamos – nós e Josh – que nada mais poderia acontecer, Elsbeth sambou coletivamente em nossas caras perplexas, e destruiu o caso de seu amante ao consentir a gravação da conversa que o implicava na destruição de provas cruciais para o julgamento.
Ah, Elsbeth… Volte logo, por favor. Não sabemos mais viver sem você, SUA LINDA!
Se você leu até aqui, o meu muito obrigada! Estamos quase em dia com as reviews, meus queridos… Stay tuned.
PS: Por onde diabos anda Robin? Com a saída iminente de Archie Punjabi da série, esperava uma participação mais expressiva daquela que certamente será a sua sucessora. Estou sentindo a sua falta…
PS2: Nossas preces foram ouvidas, e Marissa, a filha baphônica de Eli, está de volta. E com ela, toda a sua deliciosa cretinice. Cheia de opiniões e completamente maluca, não poderia existir uma personal assistant mais perfeita para Alicia, e eu mal posso esperar para ver o que o futuro lhe reserva.
“Todos falam sobre Deus como se ele fosse um tiozão qualquer, que vive escondido no sótão.” – GOLD, Marissa.
I rest my case.
Parenthood – Too Big To Fail e These Are The Times We Live In
16/11/2014, 20:28. Gabi Guimarães
Reviews
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Série: Parenthood
Episódios: Too Big To Fail e These Are The Times We Live In
Número dos Episódios: 6×06 e 6×07
Exibição nos EUA: 30/10 e 06/11/2014
Nota dos Episódios: 9
Três meses depois…
Para corroborar aquele sentimento de estarmos correndo contra o tempo que descrevi na review anterior, eis que o sexto episódio de Parenthood nos reservou uma surpresa: um avanço de três meses na storyline desta temporada de despedida. E… Eu curti. Principalmente porque todos os arcos que estavam sendo desenvolvidos até então tiveram sua merecida continuidade.
E, depois de todo o meu desabafo sobre o fato de Lauren Graham e sua Sarah Braverman terem se transformado em meras coadjuvantes de sua própria história, preciso começar falando do alívio que senti ao ver ALGUMA evolução neste arco, até então monótono e absolutamente desinteressante. Não só vimos o desenrolar da história de Hank, mas também ganhamos de presente algumas daquelas cenas deliciosas entre Sarah e Amber de que tanto eu senti falta e reclamei na última review. Mas nem tudo são flores, claro (em se tratando de Hank e companhia, é pedir demais!). Acho justo dizer que, nestes dois episódios, este plot funcionou muito bem e falhou miseravelmente na mesma medida. Isso faz algum sentido? Deixem-me (tentar) explicar um pouco melhor.
Ruby continua insuportável, com seus draminhas adolescentes do tipo “eu-odeio-minha-mãe-ninguém-me-entende-quero-mudar-de-escola-poque-odeio-o-Jake” (esqueci alguma coisa?), mas pelo menos conseguimos ver uma luz láááá no fim do túnel para ela. Enfim, vejo que a menina retornou para Parenthood – e para a vida de seu confuso pai – para nos proporcionar o perfeito contraponto para Amber.
“Eu era muito pior que você na sua idade. Então, ainda há esperança.” – Amber
Ao vê-la zelosamente cuidando de uma Ruby fujona e bêbada, e talvez pela primeira vez sendo a metade responsável desta equação, como não lembrar da Amber que conhecemos nas primeiras temporadas? A transformação da filha mais velha de Sarah é palpável. Daquela rebelde (quase) sem causa que tinha um relacionamento medíocre com a mãe, vimos Amber se transformar em uma bela mulher, corajosa, guerreira, madura e responsável, e que está prestes a encarar o maior desafio de sua vida ao se tornar mãe solteira (como sua própria mãe um dia também foi, vale dizer. A história se repete).
Vê-la reconhecer que seu bom relacionamento com Sarah exigiu muita paciência, tempo e dedicação de ambas é uma prova irrefutável deste amadurecimento. Mas, mais do que isso, Amber foi capaz de fazer com que Ruby desse valor às tentativas atrapalhadas, porém bem-intencionadas, de seu pai. Às vezes pode até não parecer, mas Hank está mesmo dando o seu melhor, apesar de tudo.
“O seu pai está tentanto. O meu sequer tentou.” – Amber
E eu estou tão acostumada com aquela faceta insuportável de Ruby, que achei até um pouco cômica aquela cena da menina toda boazinha, completamente transformada, arrependida, pedindo desculpas, dizendo que ama o pai e tratando Sarah com algum respeito e consideração pela primeira vez na vida. Claro que, como Sarah previu, esta “pequena vitória” não durou muito tempo, e, no episódio seguinte, Ruby voltou ao normal. *sigh*
Mas, na minha opinião, as coisas começaram a dar errado quando percebi onde este arco Hank/Ruby/Sandy parece estar nos levando. Odiei absolutamente tudo, justamente por (mais uma vez!) ver Lauren Graham relegada a segundo plano em sua própria storyline. A ex-mulher de Hank é sofrível, arrogante, e eu realmente desejei poder dizer um ou dois palavrões para ela naquela cena ridícula, onde ela diz para Sarah que elas tem “estilos diferentes de educar”. E Hank, meu querido, COMO ASSIM você simplesmente abre a porta e vai embora? Seria cômico se não fosse trágico (ou o contrário, como preferirem).
A última cena, com direito à uma família feliz tomando frozen yogurt de mandioca (é isso mesmo, tradução? Yew!), deixando uma Sarah perplexa e triste para trás (!!!), me deu ânsia de vômito. A confissão de Hank para a ex-mulher sobre seu diagnóstico de Asperger parece ter amolecido o coração da megera, que passou a entender melhor o comportamento errático e distante do ex-marido. Seria uma cena emocionante… se eu me importasse. Espero que o roteiro traga Mr. Cyr de volta (já sabemos que Jason Ritter participará do nono episódio), e que ele faça Sarah feliz para sempre. Or something. Hell, ressuscitem Luke Danes e tragam ele correndo lá de Stars Hollow (onde obviamente vive feliz com a Lorelai e seus 5 filhos) para fazer Sarah feliz para sempre. Porque do jeito que está, não dá. Nope.
Fiquei feliz apenas de ver que o roteiro, enfim, retomou a amizade e a ligação entre Hank e Max. Aquela cena dos dois, completamente surtados, andando em círculos pela sala, tentando se acalmar e “vomitando” tudo que os incomodava ao-mesmo-tempo-e-agora foi maravilhosa.
“Você vai ser a pior mãe do mundo.” – Max
Pior para Amber, que se desesperou com Max e Nora, e acabou perdendo completamente o controle da situação (que, para ser honesta, já era bastante caótica com o comportamento de Max). Pelo menos, a sinceridade bruta do menino nos proporcionou aquela cena que há tempos eu vinha sentindo falta: Sarah e Amber sendo… Sarah e Amber. Mãe e filha dividindo as dores e as delícias da vida. “Você não vai passar por tudo isso sozinha, Amber.” É muito amor, gente. Mais cenas como essa, por favor. <3
“Eu também faço parte disso.” – Amber
Amber também passou por uma saia justa quando o assunto é o seu emprego na Luncheonette. Crosby e Adam não foram honestos com ela sobre a situação da gravadora, e agora que ela está grávida, certamente não terá a possibilidade de conseguir outro emprego. Fiquei um pouco surpresa com a frieza de Adam (justo ele!) ao dizer que o único motivo de não tê-la demitido é porque ela faz parte da família.
Foi só quando Adam se abriu com Kristina sobre os problemas que a Luncheonette vem enfrentando que pudemos perceber o quanto ele se sente sobrecarregado. O mais velho dos irmãos Braverman está compreensivelmente cansado de ser o porto-seguro de todos, mas sua esposa foi pontual em assegurar que ele jamais seria capaz de abandonar o barco. Ajudar as pessoas faz parte de quem ele é, e é um dos motivos por que Kristina – e todos nós – o ama tanto.
“Eu não tenho um plano B […] Eu só sei que não vou desistir enquanto você não receber o aumento que merece. Somos uma família, e nós vamos cuidar de você.” – Adam
Crosby também se vê obrigado a abrir o jogo sobre a situação da Luncheonette para Jasmine. Foi bacana vê-lo admitir que durante este tempo todo, ele estava apenas em pânico, se escondendo do mundo (enquanto jogava candy crush). Bacana ouvi-lo falar em voz alta – e sóbrio – que, se ele perder a gravadora, não terá uma fonte de renda e poderá perder o teto onde seus filhos vivem. Nada mais assustador, certo?
Errado. E Jasmine tem toda a razão. Muito mais assustador que a possibilidade de perder tudo foi ter ficado no escuro este tempo todo, sem entender porque, de repente, seu marido passou a se comportar com um moleque assustado.
“Você é o meu marido, pelo resto da minha vida. Você é tudo de que precisamos.” – Jasmine
Vai dar tudo certo, Crosby, fique tranquilo. Será?
Ao menos Jabbar teve uma festa surpresa de aniversário maravilhosa.
Você gostaria de passar a noite aqui? […] Ela gosta de mim um 2,5, então não existe a possibilidade de termos uma relação sexual.” – Max
Enquanto isso, Dylan parece estar bastante à vontade na casa de Max. Aliás, que delícia acompanhar um Max apaixonado! Ri demais, mais uma vez, com a sua sinceridade brutal. Para desespero de Kristina, Dylan parece gostar mais dela, Adam e Nora, e da ideia de ter uma família – no sentido mais tradicional da palavra, do que de Max. Ao que parece, seus pais não poderiam se importar menos com ela. A preocupação de Kristina é compreensível, claro. Mas… Seria este o caso?
Adoro como ela e Adam tem opiniões tão diferentes sobre o assunto. Eu prefiro ser otimista, como Adam, e espero que Dylan realmente goste de Max. Como ele, também preciso acreditar que Max pode amar e ser amado. Enquanto isso, que mal poderia existir em assistir To Kill a Mockingbird em boa companhia? A ternura e o toque de humor que ela tem trazido para a série nesta reta final são, definitivamente, adições bem-vindas e que tem funcionado muito bem.
“Você acha que eu já sou um 3? Ela disse que eu tenho olhos bonitos.” – Max
Drew… Na review passada, falei sobre a enorme evolução do filho caçula de Sarah, e esta semana não tem como ser diferente. De menino insosso, apagado, completamente ofuscado pela irmã rebelde e seus dramas, Drew cresceu, amadureceu, e tomou as rédeas da própria história, transformando-se ele também, em protagonista na família Braverman.
Gostei muito de vê-lo buscando pelos conselhos do tio Adam, que sempre foi sua figura paterna, no momento de decidir por uma carreira. E agora? Escolher uma profissão que lhe garanta retorno financeiro, ou optar por seguir seus sonhos? Adam e Crosby provavelmente o confundiram mais do que qualquer outra coisa (e juro: quis dar um tabefe ou dois na cara de Crosby por agir de maneira tão idiota em um momento tão delicado!). Mais uma vez, concordo com Adam: Drew deveria aproveitar a oportunidade extraordinária de estudar em uma universidade como Berkeley para explorar todas as possibilidades, experimentar todas as áreas de estudo que tiver vontade, para só então tomar uma decisão tão séria e definitiva como esta. Mas Drew sente o peso da responsabilidade de ser “o homem da casa”, e sabe que Sarah não poderá ajudá-lo a pagar seus empréstimos estudantis quando se formar. Sabe também que Amber precisará de sua ajuda ao enfrentar o desafio de ser mãe solteira.
“Esta é a minha vida, e eu não posso mudá-la. Esta é a realidade.” – Drew
E quem pode culpá-lo por ser prático? A realidade pode ser injusta, mas é o que é. Um pouco de praticidade cai bem e demonstra o quanto ele amadureceu. Seus esforços são admiráveis, mas eu odiaria ver toda esta racionalidade transformada em insatisfação e infelicidade.
Mas este não é o único foco da vida de Drew. Seu relacionamento com Natalie parece estar indo muito bem, e eu devo confessar que estou adorando as suas pequenas, porém significativas participações – e eu admito: torcia por Amy no início. Natalie, porém, parece ser o perfeito contraponto para ele, e não hesitou a dar uma bronca no namorado quando ele estava sendo um perfeito babaca com seu avô. No fim das contas, a tradição de atirar em latas de milho parece estar a salvo.
Falando em Zeek, o tom de despedida continua presente em absolutamente TODAS as suas cenas, e me deixa com lágrimas nos olhos toda santa vez que ele aparece. Com Drew não foi diferente. Mas foi sua cena com Joel que me deixou em prantos. A teimosia de Zeek veio bem a calhar neste momento, não? Desistir, para ele, não é uma opção. Ora Joel, se você ama Julia, por que diabos não luta até o fim para reconquistar o seu amor?
Quando Sarah Watson, roteirista de Parenthood, publicou em seu twitter que chorou publicamente em uma Starbucks ao escrever esta cena, sabia que These Are The Times We Live In seria um episódio de fortes emoções. E, de fato, eu estava soluçando já antes dos primeiros acordes de Forever Young anunciarem a abertura do episódio…
Os papéis do divórcio estão prontos. A divisão de bens foi feita. A guarda das crianças foi definida. Joel quer que Julia e seus filhos continuem morando na casa que foi um lar para eles a vida inteira, onde ele e Julia construíram uma família. Mas… E todas aquelas lembranças, sonhos e memórias?
A cena do elevador foi devastadora. Existe esperança para o nosso casal favorito?
Eu espero que sim – e acho que as lágrimas de ambos confirmam a minha teoria.
Pelo bem de Joel, Julia, Syd, Victor – e de todos nós. Eu ainda acredito num final feliz, e vocês?
Estamos quase em dia com as reviews, gente! Que alívio!
PS: Não tô sabendo lidar com a fofurice da pequena Nora.
Parenthood – The Waiting Room, A Potpourri of Freaks e The Scale of Affection is Fluid
10/11/2014, 10:17. Gabi Guimarães
Reviews
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Série: Parenthood
Episódios: The Waiting Room / A Potpourri of Freaks / The Scale of Affection is Fluid
Número dos Episódios: 6×03 / 6×04 / 6×05
Exibição nos EUA: 09, 16 e 23/10/2014
Nota dos Episódios: 9
Bom, devo começar esta review tripla com um pedido sincero de desculpas pelo sumiço e pelo atraso. A vida e suas reponsabilidades andaram tão corridas que não me permitiram sequer assistir Parenthood até este fim de semana. Cinco episódios já se passaram desde a última review, mas, para que esta aqui não fique muito extensa, decidi dividi-los em duas resenhas. Espero estar em dia até o episódio da semana que vem (me desejem sorte!). Sem mais delongas, vamos aos episódios?
The Waiting Room, o terceiro episódio da temporada, certamente foi o mais emocionante até agora. Se, por um lado, era chegada a hora da tão temida cirurgia cardíaca de Zeek, por outro, Amber tinha a difícil missão de contar a Ryan sobre a sua gravidez. Confesso que passei o episódio todo meio apreensiva, com medo do que estava por vir.
Eu realmente não acreditava que Zeek morreria. Pelo menos não assim tão cedo na temporada. O roteiro foi preciso e não falhou em nos emocionar naquela reunião na véspera da cirurgia. A apreensão e angústia de cada um deles era quase palpável e estava à flor da pele. Adam, Sarah, Julia, Crosby, Amber e companhia não estão preparados para vislumbrar a vida sem Zeek. Mas quem roubou a cena, sem sombra de dúvidas, foi Camille. Assistir a aflição e o medo da personagem foi de cortar o coração. Depois de décadas de um casamento repleto de amor, a possibilidade de perder Zeek era dura demais. E a cena da despedida entre marido e mulher ali, logo antes da cirurgia, foi um tapa na cara.
Um tapa na cara porque eu não esperava ter a vulnerabilidade de Zeek esfregada na minha cara assim, de forma tão crua e direta. Não esperava vê-lo deixar aquela sua superfície durona de lado, para admitir que sim, ele estava com medo. Muito medo. Suas lágrimas no momento em que deu sua aliança para Camille também me levaram as lágrimas, porque elas pareciam dizer: “e se eu morrer?”.
Esperar, esperar, esperar… Acompanhar os Braverman na dura tarefa de esperar por notícias naquela sala de espera fria e impessoal também foi um soco na boca do estômago. Em momentos como esse, maior impotência não há.
A cirurgia, entretanto, foi bem-sucedida, e Zeek está no caminho para uma recuperação plena (com ou sem sua característica teimosia). Será? O alívio foi enorme, claro. Mas, considerando o andamento dos arcos desta temporada, ainda tenho minhas dúvidas de que Zeek terá mesmo o seu final feliz.
Enquanto isso, Amber foi para Wyoming com Drew para contar a Ryan sobre sua gravidez. E isso me incomodou um pouco. Sim, mais cedo ou mais tarde, ela precisaria enfrentar Ryan e contar a ele toda a verdade. Mas… Por que diabos ela escolheu fazer isso justamente no dia da cirurgia de seu amado avô? Enquanto a família toda estava lá, naquela sala de espera, aguardando ansiosamente por notícias, Amber e Drew estavam em uma road trip bastante peculiar. Conhecendo Amber como a conhecemos há seis temporadas, considerei isso um enorme “furo” do roteiro. Furo, porém, perdoável, se considerarmos que os roteiristas tem apenas 13 singelos – e insuficientes – episódios para dar aos Braverman o final digno que eles merecem (e que quase não tiveram). Natural que um episódio ou outro nos passe essa sensação de “pressa”, de estarmos correndo contra o tempo. Ficou estranho? Ficou. Em meio a um episódio tenso, o arco de Amber, embora seja um dos maiores e mais interessantes da temporada, pareceu um tanto deslocado. Bad timing… Mas, por outro lado, como se estivessem se justificando, os roteiristas tiveram o cuidado de nos presentear com aquela linda cena entre avô e neta logo nos primeiros minutos do episódio. Amber deu à Zeek uma foto de seu bisneto; aquele cuja mera existência foi capaz de fazê-lo mudar de ideia em relação à cirurgia. Nada mais emocionante e significativo.
E, em meio à esta montanha-russa emocional, está Ryan. E Ryan… Continua exatamente o mesmo. Que preguiça… Compreensível Amber ter ficado tão balançada, querendo dar uma nova chance ao pai de seu filho, especialmente diante de sua reação emocionada ao receber a notícia, mas este seria um erro enorme. No fim das contas, fiquei muito contente e satisfeita ao ver a maturidade de Amber – e de Drew! – ao reconhecer que Ryan não está preparado para criar um filho, e que, neste momento, o mais importante é que ela cuide de si mesma e de seu bebê.
Drew, vale dizer, vem me surpreendendo positivamente nestes últimos episódios com sua tremenda evolução. Vê-lo acompanhar a irmã em um momento tão delicado e ter a coragem de apontar a verdade como ela é (mesmo quando Amber não queria encará-la), comparando Ryan ao pai ausente que tanto lhes magoou, me fez ficar muito orgulhosa do caçula de Sarah.
Outro efeito colateral desta curta e derradeira temporada foi o, digamos, “rodízio” de personagens. Parenthood é uma série de produção bastante cara e, para tornar possível uma nova temporada, a NBC teve de suar a camisa para conseguir um acordo satisfatório com seu elenco estelar. Numa tentativa louvável de reduzir custos, nem todos os atores aparecerão em todos os treze episódios. Em The Waiting Room, foi a vez de Monica Potter se ausentar. E, meu Deus, que falta absurda Kristina fez! Não gostei. Mas, mais uma vez, o “furo” foi justificável. Nessas horas, tento me agarrar ao pensamento de que pelo menos ganhamos esta última temporada!
A Potpourri of Freaks, entretanto, veio justamente para nos dar uma das cenas mais bonitas desta temporada, e que certamente corrigiu a “falha” da ausência de Kristina naquela angustiante sala de espera.
A teimosia de Zeek em sua longa jornada para a recuperação tem sido mais difícil para Camille do que para ele, por assim dizer. Vemos a matriarca da família buscar os ombros compreensivos de Adam para desabafar seu maior receio: estaria mesmo Zeek desistindo de viver?
No fim das contas, era apenas de Kristina que ele precisava. Tendo vencido um câncer há duas temporadas, quem melhor do que ela para dar alguma perspectiva ao sogro? Sim, as pessoas são irritantes, a “torcida” alheia constante incomoda, e todos aqueles “nós vamos sair dessa” rapidamente se transformam em clichês insuportáveis. Mas… Quem é que precisa disso quando se tem diante de si uma Kristina cheia de lágrimas nos olhos, dizendo “muitas pessoas estão contando com você?”. Em um piscar de olhos, ela foi capaz de fazer o que Braverman nenhum conseguiu: tirar Zeek de seu ciclo vicioso de auto-piedade para dar uma volta ali pelo quarteirão. Um passo de cada vez.
Enquanto isso, o que dizer de Crosby? O arco do personagem nesta temporada está me assustando um pouquinho, confesso. O caçula dos irmãos Braverman sempre foi meio moleque, meio imaturo, é verdade, mas suas atitudes impulsivas vem me surpreendendo e representam uma involução tremenda para o personagem, nos remetendo ao Crosby que conhecemos na já longínqua primeira temporada. Com a debandada de Oliver Rome – em busca de uma carreira solo – para a concorrência, a Luncheonette está em sérios apuros. O fato de a gravadora de Adam e Crosby ter oferecido contrato de gravação apenas para a “Ashes of Rome” foi um erro grotesco de principiante. De Crosby, vale dizer. Adam nunca escondeu que estava fora de seu elemento ao ingressar na indústria da música e, portanto, não teria a expertise ou mesmo a experiência para saber como lidar com estas minúcias contratuais. Aquele acidente de moto no meio da cirurgia de Zeek me pareceu bastante aleatório, mas serviu para demonstrar o descontrole de Crosby e um pouquinho do que estava por vir.
Numa tentativa falida de remediar o irremediável, ele vai para aquele retiro nonsense apenas para descobrir que o estrago já está feito: Oliver escapou por entre seus dedos, e, com isso, a estabilidade da Luncheonette. Como uma criança assustada, Crosby se desespera diante do primeiro obstáculo. Para desespero de Jasmine, sai correndo de moto no meio da madrugada, rompe seu voto de silêncio para dar sua opinião à Oliver aos berros, bebe até cair na companhia do pai convalescente… Mas desconfio que todo este extravasamento não seja apenas em virtude dos problemas profissionais e financeiros. A maneira irresponsável e leviana como ele vem tratando o estado de saúde de Zeek, ao menos para mim, demonstra apenas o enorme medo de Crosby ao ser confrontado com a possibilidade da mudança. Perder o pai e a Luncheonette, tudo-ao-mesmo-tempo-e-agora pode ser muito mais do que ele poderia suportar.
Não saberia bem dizer a que este arco veio ou para onde ele pretende ir, mas The Scale Of Affection Is Fluid, o quinto episódio, pareceu corroborar a minha teoria. A cena entre Crosby e Zeek naquela mesa de bar teve um melancólico tom de despedida naquele discurso que parecia conter toda a sabedoria de um pai: “a vida passa rápido; aproveite cada momento”. “Espante o urso.”. Em outras palavras: a vida não é fácil. É preciso muita coragem para vivê-la, Crosby.
Zeek também fez questão de compartilhar um pouquinho de sua sabedoria e experiência de vida com Julia, em outra cena que pareceu um prenúncio para uma possível despedida.
“Vai ficar tudo bem, filha.” – Zeek
Amorosa, carinhosa e dona de um coração enorme, Julia nunca hesitou em colocar a felicidade de seus filhos em primeiro lugar. Não é justo agora que ela se sinta uma péssima mãe, e Zeek sabe disso. Sensacional vê-lo olhar nos olhos da filha e dizer que ela não deve se sentir tão especial por “destruir” a vida de Sydney e Victor. Afinal, pais estão aí para arruinar a vida de seus filhos, e, aparentemente, esta é uma regra da vida desde que o mundo é mundo.
Joel teve seu coração partido incontáveis vezes nestes três episódios, ao saber da existência de Chris, ao vê-lo numa reunião familiar tão à vontade com seus filhos, e ao se dar conta de que Sydney e Victor o adoram. E nossos corações se partiram com o dele, quando Julia afirmou categoricamente que eles deviam contar para as crianças de uma vez por todas que não voltariam a ficar juntos. O desejo de Julia de dar alguma clareza aos filhos em meio ao caos é louvável e só demonstra a mãe maravilhosa que ela é para Sydney e Victor. E como doeu ver a reação da menina àquela conversa tão sincera!
“Ah, querida… Eu e você somos tão parecidas! Eu sei que odeio a incerteza. Odeio sentir que não estou no controle. Desculpe. (…) Se você está com raiva de mim, tudo bem. Se você está braba com o papai, tudo bem. Nós não vamos a lugar nenhum.” – Julia.
Isso é amor incondicional, Syd.
“O que você faz quando gosta de uma garota?” – Max
A Potpourri of Freaks também nos apresentou a uma nova personagem: Dylan, a nova aluna da Chambers Academy. E, com a chegada da menina, ganhamos um novo e promissor arco para Max.
O roteiro de Parenthood sempre foi de uma delicadeza, bom senso e – por que não? – humor incríveis ao retratar a Síndrome de Asperger no personagem de Max. Sua vida e desafios sempre estiveram no centro deste drama familiar. Desta vez, não foi diferente: agora que Max é um adolescente, nada mais natural do que abordar o seu inevitável primeiro amor.
Logo de cara, adorei a menina excêntrica, de personalidade forte e cheia de opiniões. Mas foi quando encarou Kristina de igual para igual na sala da diretoria que ela conquistou meu coração.
“Eu achei que deveríamos celebrar as nossas diferenças. Eu acho que o verdadeiro problema é atribuir um estigma à palavra. É isso que a torna pejorativa.” – Dylan.
Como dizer que Dylan não tem razão? Kristina está ali, tentando encontrar um equilíbrio (inexistente) entre o seu papel de educadora e o de mãe. O dilema – vamos admitir – rendeu ótimos momentos cômicos entre ela e Adam. Todo o drama que se seguiu em The Scale of Affection is Fluid funcionou de maneira bastante orgânica, e foi ótimo ver Adam e Kristina discordando em como lidar com esta nova situação.
O título do episódio, inclusive, faz perfeita alusão à toda aquela elaborada explicação sobre a escala “variável” e “fluida” de afeto, que aparentemente vai “de 1 a 5”, e que foi nada menos do que sensacional. Também ri muito das explicações atrapalhadas de Zeek sobre a “libido dos Braverman” e de Crosby explicando o que são as “bases”, enquanto um Adam constrangido insistia em falar sobre “interesses comuns e qualidades”.
Max, inteligente, direto e dedicado, toma todos aqueles conselhos ao pé da letra e passa a observar e “estudar” Dylan nos mínimos detalhes, e a situação toda é, na mesma medida, tão absurdamente fofa e desconcertante que eu tenho que resistir à enorme vontade que tenho de dar um abraço nele. E em Kristina. E em Adam. Especialmente nele, que está se saindo tão bem em suas aulas de culinária, e que precisa desesperadamente acreditar que Max pode amar e ser amado neste grande caldeirão de gente estranha. Mal posso esperar para ver se Max conseguirá aumentar seu atual 2.5 nesta escala de afeto.
Mas nem tudo são flores… O arco de Hank, Sarah, Ruby e sua ex-mulher Sandy continua irritantemente monótono, insosso e nem remotamente interessante. A menina é mimada, grosseira, rebelde sem causa, deu uma de Wynona Ryder sob o olhar incrédulo da madrasta, e… ficou por isso mesmo. Que preguiça. Pelo menos vimos o banana do Hank, ENFIM, se posicionar a respeito de Sarah ao enfrentar sua ex-mulher.
Este arco me deixa bastante triste e frustrada, principalmente porque Lauren Graham é uma atriz extraordinária, de quem eu sou fã desde o dia em que a vi como a incrível Lorelai Gilmore no episódio piloto de Gilmore Girls (série do coração, para todo o sempre). Na minha humilde opinião, ela é uma das atrizes mais subestimadas de Hollywood, e eu fico triste ao ver seu enorme talento sendo “desperdiçado” em um arco sem graça justamente nesta temporada de despedida.
Hank só deixou de ser um personagem completamente aleatório e sem propósito na série na temporada passada, quando foi um ótimo mentor para Max. A identificação que ele sentiu quase que imediatamente com o menino e sua angústia ao realizar que, como ele, poderia ter a Síndrome de Asperger, foram onde ele mais brilhou, confirmando o auge do personagem. A reconciliação com Sarah, infelizmente, serviu para o roteiro abandonar de vez a ligação entre Max e Hank. Uma pena. Porque, para mim, nada mais ali funciona.
Minha esperança ainda é ver muitas cenas de Sarah com Amber e Drew. Apesar dos pesares e de todos os percalços, ela foi uma boa mãe. Prova disso é a enorme evolução de ambos. Ainda vejo uma luz no fim do túnel para a personagem de Lauren… Desde que longe de Hank.
Para terminar, confesso que fiquei com pena de Amber quando ela levou aquele pé na bunda de seu novo pretendente. Foi um tapa na cara e um choque de realidade dolorido, porém necessário para ela. A boa notícia é que Amber está realmente disposta a seguir sua vida sem Ryan, e isso não é pouco. Drew, mais uma vez mostrou o quanto cresceu e amadureceu, desempenhando seu papel de irmão responsável com desenvoltura e naturalidade e me deixando orgulhosa como uma mãe coruja. Mas Sarah bem que poderia se intrometer nesta equação de vez em quando, não? Isto anda fazendo uma falta gigantesca.
Bom gente, é isso. Deixo vocês com a promessa de que até a próxima quinta-feira estaremos com as reviews em dia! Se você foi persistente e leu até aqui, muito obrigada! E até breve.
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