TeleSéries
As primeiras impressões de ‘O Negócio’
20/08/2013, 11:02. Paulo Serpa Antunes
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Descolados, Mandrake, O Negócio, Sessão de Terapia
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Destes 11 anos de TeleSéries vi vários canais de TV por assinatura investirem em produções nacionais de ficção. Alguns foram bem (a maioria não tão bem). Mas mesmo aqueles programas que surpreenderam, eles acabaram bem sucedidos apenas parcialmente.
A minha percepção é de que estas séries nacionais não conseguiram transcender os limites da tela de canal. As séries não repercutem. Elas não viram tema de discussão nas redes sociais. Não se fala delas nas conversas de bar e no papo de bebedouro. Elas até ganham lá uma meia página no dia da estreia nos suplementos culturais dos jornais ou nas revistas semanais, mas depois nunca mais ganham a atenção da imprensa.
Acho que isto acontece um pouco porque não existia uma massa de assinantes de TV paga grande o bastante pra reverberar este tipo de conteúdo. Mas hoje já somos 17 milhões de famílias assinantes de Net, Sky e cia. Sem contar os Netgatos. Já deveria ser diferente.
Acho que o primeiro seriado nacional de TV paga a romper um pouco esta barreira foi Sessão de Terapia da GNT. O que é particularmente triste: além do texto ser estrangeiro, a série tem formato de telenovela.
A HBO, apesar de investir constantemente no gênero, parece que tem obtido resultados cada vez mais tímidos. O grande sucesso ainda é Mandrake, a primeira aposta, lá de 2005. Talvez por ter um ator Global (Marcos Palmeira), ou por apostar num texto consagrado (Rubem Fonseca) ou simplesmente por ter ousado num programa de episódios fechados – quando a maioria das produções latinas acabam caindo no formato do drama serializado.
Falta uma grande ideia para estas séries brasileiras que estão cada vez mais aparecendo na TV. Mas falta também marketing. Falta investimento dos canais na promoção ou canalizar este investimento para que os shows repercutam mais.
Blogueiros que normalmente são convidados a promover séries estrangeiras raramente recebem DVDs de para divulgação de alguma série nacional (aliás, as séries da HBO sequer são lançadas me DVD, o que impede que o programa se perpetue). Não conheço também nenhum jornalista que tenha sido convidado pra visitar um set de gravação ou tenha recebido um convite pra uma exclusiva com a Natália Klein ou a Denise Fraga ou a Fernanda Young.
Mas eis que temos uma série sobre marketing. E marketing de sexo! Agora tudo vai mudar.
O Negócio, a nova série da HBO, produzida pela Mixer (que tem no portfólio a infantil Julie e os Fantasmas e a adolescente Descolados), é direta no ponto: aborda o universo da prostituição de luxo, apresentando um grupo de mulheres que se unem para propor uma nova forma de monetizar, dispensando os cafetões. Rafaela Mandelli e Juliana Schalch são as protagonistas (ainda há uma terceira atriz, Michelle Batista, que não aparece no primeiro episódio, o que comprova a minha tese que roteirista brasileiro não sabe escrever piloto), e são lindas, atraentes e talentosas – com texto bem ensaiado, na maior parte do tempo elas soam naturais.
Com um tema provocador desses, um elenco pouco conhecido, mas promissor, e finalmente uma forte divulgação por parte da HBO – amplamente promovida em promos provocativos, com eventos de lançamento na imprensa e um press kit bacana -, parece que O Negócio tem tudo para deslanchar. Agora vai?
Parece que não. O Negócio não faz feio na primeira visualização, mas também não prende, nem diz a que veio.
O roteiro nos coloca na posição de quem está dentro do negócio (prostituição) e descobre um novo olhar sobre ele (o marketing). É um plot curioso, porque o natural seria o contrário – acredito que os telespectadores da HBO tenham mais curiosidade pela prostituição do que pelo marketing! Mas é uma escolha e só ao longo das semanas será possível ver se ela rende ou não.
A série também não perde tempo em fazer julgamentos morais. O que é uma faca de dois gumes. Quando os dramas adultos estouraram na TV, nos anos 2000, ainda existia esta preocupação – as dificuldades financeiras que levam Nancy a se tornar traficante em Weeds; o código de honra que leva Dexter a se tornar um assassino de assassinos e por aí vai. Aqui as mulheres querem é ganhar dinheiro. Com isto se tem um show direto, mas com uma premissa superficial.
Outra curiosidade sobre O Negócio é que, apesar da temática, não temos nenhuma cena de nudez no primeiro episódio. Sério, nada. Achei curioso, porque isto justamente foge do padrão HBO. (E a série foi ao ar justamente no mesmo dia que o Alexander Skarsgård tomou banho de sol peladão em True Blood). Não acho que uma série adulta precise de nudez, longe disto. E entendi rapidamente porque não teve. Assistindo ao piloto me dei por conta do “negócio” arriscado que é esta série: ela quer ser um drama adulto da HBO, mas basta uma escorregadinha pra virar um soft porn do Cinemax ou do Multishow.
Em resumo, pra ficar na linguagem da série: a HBO acertou em 3 dos 4 Ps. A praça é a melhor, o preço é justo, a promoção foi ótima. Mas O Negócio ficou devendo no produto.
* * *
O Negócio estreou neste domingo, 18 de agosto na HBO. Os episódio inéditos irão ao ar nas noites de domingo, às 21h. O episódio piloto pode ser assistido gratuitamente pela internet, na página www.hbomax.tv/o-negocio.
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Paulo, as cenas de sexo não foram tão timidas apesar de não apresentarem nudez; foi de abaixar o som da tv
Assim, comparando com a finale de True Blood – em especial a cena do Jason fazendo sexo oral na vampira.
Tô desconfiado que nenhuma das 3 vai aparecer nua na série? Será que estou errado?
sim, está: http://i.imgur.com/VQODti2.jpg
Machisiticamente espero que sim.
Eu estava curioso com essa série justamente por causa das propagandas. Porém, eu achei que seria algo na linha The Secret Diary of a Call Girl e estava enganado.
Ao contrário de você, eu não achei tão natural os diálogos. Achei um pouco forçado.
E apesar de não ter nudez exagerada, eu achei que tiveram bastante cenas e algumas de ficar vermelho caso alguém apareça na sala.
E realmente a terceira atriz principal não aparecer no piloto foi lamentável.
Porém, contudo, entretanto e todavia, o saldo e positivo. A HBO se arriscando nas produções e conteúdos nacionais.
Rafael, acho que fui generoso no “na maior parte do tempo elas soam naturais”. Achei curioso, porque em alguns momentos funcionava em outros não. O pior diálogo de todos foi o irmão da Luna pedindo pra Karin mostrar os seios!
Eu realmente queria gostar da serie. Porem, o roteiro me pareceu muito fraco, com situacoes fracas para momentos importantes da trama. Por
exemplo como a ideia do marketing surge na cabeça da protagonista. Nao é possivel que o plotdo seriado surge da conversa dela na mesa da lanchonete conversando com um personagem avulso que so aparece uma vez na serie.
As atuacoes tbm estao bem abaixo da media, tudo muito decoradinho e
menos interpretado. Porem a parte tecnica deve ser elogiada.
em grande estilo
Paulo só pegando carona no comecinho do texto eu concordo com vc porém vou te falar um pouco do que eu acho, as produções brasileiras são totalmente desvalorizadas por nós, já assistimos com um pé atrás achando que não será tão boa assim ou que pode até ser boa mas em determinado momento irá falhar e verdade não vira conversa bar, de redes sociais…Mas também como vira se nem os próprios sites especializados de séries aqui do Brasil comentam sobre a série, não conheço esse site aqui no Brasil que faça a Review dos episódios da temporada ou que pelo menos faça um balanco da temporada quando a mesma terminar então acho difícil.
Entendo que é muita série para se falar, para resenhar mas acho que falta um pouco de valorização nossa em geral! Claro que também os canais não ajudam nenhum pouco, por exemplo quando a temporada termina não se sabe se a série vai continuar, se foi renovada, cancelada…Não saem box.
Dito isso eis o que eu achei da série:
Desde quando ouvi falar da série, estava animado para assistir por conta do tema, achei muito ousado da HBO produzir uma série sobre prostituição e estava curioso para ver como eles iam abordar, Gostei muito da série confesso, achei o piloto fraco mas com uma premissa bacana. As personagens são simpáticas e carismáticas e fazem que vc queira acompanhar a história delas. Realmente foi uma falha terrível eles colocaram 3 personagens das quais só duas aparecem no piloto. Gostei muito da escolha das atrizes na minha opinião estão mandando bem, vale ressaltar que aqui no brasil os atores não são acostumados com o formato de séries, geralmente quando ganham um papel para uma novela tem meses para se preparar e entrar no personagens o que a gente sabe que com a série é assim tudo muito “rápido”.
Sobre a faca de dois gumes é isso o que achei muito interessante pois no momento ali apresentado não sabemos muito sobre as personagens apenas essa premissa superficial de que querem ganhar dinheiro cabe aos retoristas nos próximos episódios contar mais o que levou as personagens a serem o que são: Profissionais do Sexo.
Gostei muito também do sexy sem ser vulgar, o que geralmente as produções brasileiras abusam na minha opinião. Enfim para uma série brasileira, e um mercado “está começando” aqui na brasil a HBO está de parabéns, pois é a prática que leva a perfeição temos que ser otimista e ver o outro lado da coisa que é: essas produções como O Negócio é que vai fazer a nossa dramaturgia decolar, assim espero.
Gostei da série, vou continuar a ver e recomendo 😉
Enfim uma opinião mais coerente e a favor da cultura brasileira.
🙂
Excelente texto. De fato as séries brasileiras não conseguem causar grande repercussão, nem mesmo as series produzidas pela Rede Globo embora existam algumas excessões como A Grande Familia que está no ar a mais de 10 anos e Sai de Baixo que fez muito sucesso nos anos 90 e retornou esse ano com uma minitemporada pelo canal Viva.Mas são casos rarissimos de series brasileiras que alcançaram o verdadeiro sucesso popular.
Talvez seja pelo fato da cultura televisiva do brasileiro médio ser pautada pela telenovela e não pelo seriado.
Discordo do seu ponto de vista. Dentro dos 4P’s de Marketing, a série está muito bem posicionada.
Digo isso porque conseguiram mesclar um assunto que chama a atenção – o sexo, com um assunto pouco conhecido, que as pessoas não costumavam entender ou mesmo se importar – o marketing.
No oitavo período de Comunicação Social com habilitação em Publicidade e Propaganda, foi através desse seriado brasileiro – o que me deixa orgulhosa pela cultura nacional, que eu finalmente compreendi com exatidão o que é o marketing e como ele pode ser aplicado no cotidiano.
Claro, não serei hipócrita e dizer que eu não tinha a mínima noção sobre o assunto. Mas a série, com sua linguagem simples e objetiva, me fez ver com outros olhos o que passava despercebido. Na minha opinião, os criadores e a HBO estão de parabéns!
Concordo!
Nao tenho muito costume de assistir series, porem vendo a chamada resolvi trocar o telecine pela Hbo so para acompanhar.
Eu realmente estou gostando mto da serie. Estou achando muito interessante o texto que traz o sexo de uma forma diferente e não simplesmente mostrando a nudez e a pornografia. Cursei mkt e podem acreditar ha conceitos que vi na serie e nem sequer ouvi na faculdade.
Mas alem do mkt o que estou achando muito interessante é a revelação do universo do luxo por tras do paleto e da gravata.
Qto as criticas ao texto nao acredito que para entender seja necessario detalhar tanto. Esta sucinto o suficiente pra manter a trama empolgante.
Parabens aos realizadores e envolvidos.
Estou gostando da série, um amigo comentou sobre e fiquei empolgado para ver, mas após terminar a primeira temporada, estou bastante cansado do uso excessivo de clichês e de só se ver o lado “cor de rosa” da profissão. Na minha opinião a trilha sonora é fraca, não encaixa muito bem, ainda mais quando se usa várias vezes a mesma música mas em cenas muito distintas.
Outra ponto que achei fraco, é o namorado advogado da Karin, com aquela voz forçada de sedutor o tempo todo, numa boa, não convence.
Como ponto positivo, destaco as atrizes que estão realmente fazendo um bom papel.
Abs.