As primeiras impressões de ‘Lili, a Ex’, a nova comédia do GNT


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Em 1990, a Fox consolidou sua imagem de canal jovem da TV americana com a estreia da série Parker Lewis Can’t Lose. A comédia teen se sustentou por três anos no ar com uma audiência pequena, mas que agradava a Fox justamente por ter bons índices de audiência entre um público de 18 a 34 anos.

Parker Lewis tinha como mérito dialogar muito bem com os jovens americanos – parecia uma versão televisiva de Curtindo a Vida Adoidado (Ferris Bueller’s Day Off) mas ia ainda além, mostrando as aventuras grupo de garotos na escola com muita criatividade. Parker Lewis abusava dos efeitos sonoros, das trucagens de câmeras, de enquadramentos inesperados, da edição de videoclipe e da metalinguagem pra atrair a atenção e também fazer rir. Nos EUA, ganhou status cult e virou influência estética para muitos shows – como Ally Mcbeal e Scrubs.

Lili, a Ex, nova série do canal GNT, esteticamente tem muito em comum com Parker Lewis Can’t Lose. Ela vai ainda além – fazendo uso de câmeras modernas portáteis, Lili enche os olhos do telespectador com movimentos de câmera perfeitos. A comédia da O2 Filmes, com direção geral de Luis Pinheiro, é até aqui o mais sofisticado piloto já exibido pelo GNT e também o mais jovem e moderno.

Esta boa qualidade de imagens acaba caindo como uma luva no texto baseado nas histórias em quadrinhos do Caco Galhardo. Tirinhas de jornal são difíceis de adaptar para TV. O humor é o da gag: um ou dois diálogos, uma conclusão. Às vezes nem graça tem, a tirinha apenas te faz esboçar um sorriso. Adaptar para o audiovisual não é mole: a Globo tentou sem sucesso há alguns anos emplacar uma versão televisiva de Aline, da Adão Iturrusgarai; no Rio Grande do Sul, a RBS TV também não se deu lá muito bem com As Aventuras da Família Brasil, de Luis Fernando Verissimo; o problema vem la do início dos anos 90, quando a TV Pirata arriscou uma versão do Casal Neuras, de Glauco Mattoso.

Lili, a Ex supera este problemas com um texto que se apropria das gags dos quadrinhos, mas se esforça para ir além delas. E pra fazer isto não se prende às câmeras e recursos de edição. Ainda há mais um trunfo: a atuação incrível de Maria Casadevall, linda e louca na medida certa no papel da protagonista da série, uma garota obcecada pelo ex-marido – a ponto de se mudar para o apartamento ao lado do dele.

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O único problema de Lili, a Ex é que a série, como todas as produções nacionais do GNT, parece imaginada para um horizonte curto. Falta nos projetos do canal aquela malícia da TV norte-americana de construir personagens e storylines que gostaríamos de acompanhar por toda a vida. Lili é bacana o suficiente para decidirmos acompanhá-la atormentando Reginaldo pelas 13 semanas da primeira temporada. Com sorte, até seguiremos ela em uma eventual segunda temporada. Mas, e depois? Esta proposta renderá muitas histórias mais?

Lili, a Ex é a melhor comédia já produzida pelo GNT. Mas ainda não será por esta pela qual você irá se apaixonar.

* * *

Lili, a Ex estreou no Brasil no dia 24 de setembro, no GNT. Os episódios inéditos vão ao ar nas noites de quarta-feira, às 22h30. Para assinantes dos canais Globosat, o primeiro episódio pode ser assistido no site Globosat Play.

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  1. Raphael Pinheiro - 29/09/2014

    Caramba, eu adorava Parker Lewis! Passava na Record, nos anos 90. Tentei acompanhar novamente quando o Sony Spin estava retransmitindo a série – dessa vez com o som original – e fiquei pasmo em como mudam as percepções. Não só pelo visual datado, que já era esperado. Mas como na época eu via o Parker como um cara mais velho e extremamente cool – hoje tenho 32 anos e ele parece um pirralho pra mim, hehehe. Mas o sentimento de nostalgia permaneceu lá. Minha esposa assistiu comigo alguns episódios e, sem ter conhecido na época, perguntou como eu gostava daquele lixo, hahahahaha

    Pelas promos já dava pra ver que Lili a Ex foi feita com bastante atenção por alguém que entende dessa linguagem pop. E a Maria Casadevall tá imersa no papel, o que torna tudo melhor.

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