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Looking – Looking for $220/hour e Looking for the Future
20/02/2014, 21:05. Matheus Odorisi
Reviews
Looking
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Já brincaram com os amigos de “quem é você em Looking”? Acho que a maioria dos telespectadores da série da HBO já fez isso, e já devem ter percebido que, diferentemente de outras séries como Girls ou Sex and The City (só pra citar produções famosas da mesma emissora), os personagens de Looking não são tão marcados e exagerados em suas características. Talvez pela escolha da abordagem naturalista dos realizadores, ou da estreia recente, descobrir quem é você em Looking é um pouco mais difícil do que se classificar como uma Hanna ou Carrie.
Por ser o personagem mais explorado e até agora o mais carismático, é mais fácil nos identificarmos com Patrick. Nesses três primeiros episódios vimos que o designer de games é uma pessoa que além de estar procurando, está tentando. Mesmo passando sinais trocados é impossível não dar um crédito pro cara, e impossível também não torcer para que ele se dê bem em algum episódio.
Mas na verdade, mais do que truques do acaso, o que joga contra Patrick é ele mesmo. Esse parece ser o ponto de Looking for $220/hour.
O episódio começa com Patrick e seu chefe Kevin trabalhando sozinhos em um domingo no escritório, enquanto a Folson Fair Street, famosa feira americana de contracultura sadomasoquista, rola nos arredores. O contexto dos dois estarem sozinhos no escritório em cima de uma feira de temática sexual, somada à premissa do interesse declarado de Patrick, é muito favorável para um flerte. E é exatamente isso que acontece em algumas da cenas mais sexies de Looking (e olha que até agora já tivemos uma cena de sexo casual de Dom e um início de ménage). Mas nesse episódio, a sensualidade é vestida, e está nas linhas soltinhas do diálogo e nos closes generosos. Kevin provoca Patrick o tempo todo, partindo sempre para o assunto sexual, tomando a feira de pretexto. Patrick se deixa levar, entre o seu desconforto que parece projetadamente fofo e sua vontade de parecer mais ousado. O chefe parece deixar claro em vários momentos que não está contente com alguns aspectos de seu relacionamento. Sugere que seria mais feliz com alguém que entendesse seu trabalho – olhando para Patrick que trabalha no mesmíssimo setor que ele -, reclama que não pode comer fritura em casa e ainda esquece de buscar o namorado no aeroporto – uma deixa de que o dia de trabalho que mais parece um date estava muito interessante para que ele pensasse em outras coisas.
Enquanto Patrick tem uma reunião de trabalho que parece date, Dom chama Lynn, o florista que conheceu na sauna, para um date que na verdade é uma reunião de trabalho. O garçom quer dicas para abrir seu negócio, e quando torna claro sua intenção, Lynn pergunta “ah, então isso aqui não é um date?”. Não, Lynn, não é, porque Dom ainda vai demorar alguns episódios pra entender que ao invés de buscar novinhos no Grindr, deveria investir em você.
Quando Kevin sai pra buscar seu namorado, Patrick acaba descendo pra feira. Não vemos muito a Folson Fair no episódio, mas vemos Patrick se mostrar incomodado em usar um colete de couro e nenhuma camisa por baixo. Os momentos em que ele tenta fechar a todo custo o colete é a metáfora perfeita de seu personagem: quer se mostrar ousado, mas não supera a própria insegurança. Seria bem mais fácil ele não usar o colete, ou usar uma camisa por baixo para se sentir confortável, mas frente às provocações dos amigos, ele não quer se sentir o certinho – mas no fundo ele é.
Quando Kevin volta pro escritório, retoma o flerte com Patrick e é nesse momento que o protagonista acerta, acho que pela primeira vez na série. Ao convidá-lo pra pedir comida, Kevin deixa ainda mais claro que o real motivo de estar ali não é o trabalho. Podendo escolher continuar com o joguinho com alguém que claramente não está disponível e é de difícil acesso, Patrick decide ir embora e voltar pros seus amigos. A decisão o leva a encontrar Richie em uma boate, e impulsionado pela mesma retidão que o fez cortar o flerte de Kevin, se aproxima do latino e pede desculpas.
As desculpas dão certo, e é isso que vemos em Looking for the Future, episódio que acompanha um date inteiro de Patrick e Richie. Quem já assistiu ao filme Weekend, do Andrew Haigh, percebeu que o episódio segue a mesma fórmula: mostra um date, e nada mais. Se formos resumir a trama, seria: Patrick e Richie andam, conversam e fazem sexo. A monotonia em relação à ação não quer dizer que o episódio seja ruim. Na verdade, Looking for the Future é um dos melhores episódios da série até agora.
O que é interessante notarmos em Looking é que a série ganha muito pela identificação que causa em quem assiste, principalmente nos fãs gays da série. Grande parte do motivo desse triunfo deve-se ao fato da produção ter gays escrevendo sobre gays e gays interpretando gays. Recentemente, Jared Letto, que fez uma incrível interpretação de um transexual no filme Clube de Compras Dallas, foi perguntado por uma moça, em um evento, sobre o fato de ele ser hétero interpretando um transsex não mostra que ainda somos preconceituosos. A moça não foi compreendida, e ainda chamada de preconceituosa pelo ator e por sites que noticiaram o ocorrido. O que nem Jared nem a maioria dos sites notou é que a moça tem razão. É claro que personagens gays não devem ser somente interpretados por gays, mas quando pensamos que a maioria desses papéis ainda são dados a atores héteros nos mostra, no mínimo, que ainda há uma grande falta de atores assumidos, o que indica, de quebra, que ainda há muito preconceito no meio.
Fazendo um paralelo mais radical, é como pensarmos nos menestréis da década de 20, atores brancos que pintavam a face para interpretar negros. Dessa maneira, é inegável a importância de uma produção cuja temática seja gay ser assumida. Politicamente falando, é um avanço na representação do homossexual, e em termos do produto em si, o torna mais real. Looking for the Future é um episódio que através da sensibilidade dos closes nas cenas de sexo, e nos detalhes como o banho após o ato e a discussão do “ativo/ passivo” nos traz uma realidade muito fácil de se identificar. Os caras sabem de quem estão falando, sabem a diferença do sexo gay para o hétero, e sem intenções de romantizar, criaram uma das cenas mais delicadas de sexo da HBO, mesmo com certa nudez.
Um date comum, realista – e que mesmo assim causou inveja na maioria que assistiu -, tomou todo o episódio e nos fez pensar que por agora Patrick pode parar de procurar. Podem trazer Dom a Augustín de volta (e Doris claro), mas que nunca levem embora a direção cuidadosa de Andrew Haigh.
PS.: Eu não esperava pela referência de Friends. Talvez de Sex and the City, ou Queer as Folk, mas Friends?
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Eu juro que não entendo as pessoas que dizem que a série é monótona, não traz história, é cliché, não mostra a verdade e só pensa em sexo. Juro. Será que assistem a mesma série que eu?
Mostra menos sexo do que a maioria das séries da HBO!