Girls – Only Child

Data/Hora 04/02/2014, 19:59. Autor
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É possível que haja algum texto meu defendendo a segunda temporada de Girls como a melhor. Como não estamos nem na metade da terceira, ainda mantenho minha opinião. Algo que justifica essa minha opinião é a construção tão perfeita da personagem de Hanna, que foi destrinchada nos episódios do ano passado, nos permitindo olhar bem fundo para a personagem principal. Sabemos que Hanna é boa escritora, e entendemos seu modo de pensar e de trabalhar graças a segunda temporada. A protagonista de Girls cria situações que julga serem relevantes para a sua escrita, fazendo de si mesma sua cobaia, e com isso justifica ações como fazer sexo com um estranho em sua casa e usar cocaína em uma festa. Tudo vale a pena a fim de criar novas experiências e emoções, que são transformadas em páginas de seu livro.

Se na segunda temporada descobrimos que Hanna realmente tem a alma de escritora, na terceira estamos entendendo o motivo pelo qual ela não faz sucesso. É inegável, nesses cinco primeiros episódios, que o egoísmo da personagem às vezes supera o seu talento. Hanna parece só pensar em si mesma e viver em um mundo que ela mesmo criou, considerando as únicas experiências importantes aquelas que ela provoca em si mesma, em um tipo de egoísmo documental. O que falta em Hanna é empatia, pois ela acha tudo que foge ao seu controle desinteressante. Esse egoísmo faz com que o talento dela seja puramente autobiográfico e, dessa forma, limitado.

Em Only Child, Hanna vai com Adam ao funeral de David, e como vimos no episódio anterior, a morte de seu editor ainda não parece significar nada para ela. Numa situação que poderia ser altamente produtiva para um escritor – um enterro com personagens como um hipster ninfeto e uma viúva que aceitava o marido que “era gay de vez em quando” -, Hanna só se preocupa com a publicação de seu livro. A situação social torna injustificável seu egoísmo artístico, e aqui ela soa apenas como uma babaca.

Em outro momento do episódio, Hanna tenta mediar uma conversa entre Adam e sua irmã, Caroline. Nesse momento, ela claramente está criando uma situação sobre a qual quer escrever. Quando inicia a conversa, pede que Caroline diga que a ama, e depois pede o mesmo para Adam, que responde “por que temos todos que dizer que amamos você?”. Durante o debate, Marnie liga para Hanna para contar que adotou um gatinho na rua que ela precisa ver, e a escritora ignora dizendo que está ocupada. Qualquer um pode ver que Marnie é uma pessoa em crise a ponto de explodir, e Hanna, supostamente sua melhor amiga, ignora a situação, talvez por pensar que Marnie não é um personagem interessante. Ou simplesmente por não prestar atenção mesmo.

A falta de empatia de Hanna a limita como artista. A única pessoa que ela quer alcançar parece ser ela mesma, seu único tema, seu único personagem. Quando Caroline sai do seu controle, na conversa em que Hanna conta não poder mais publicar o livro por conta de ter vendido os direitos para a editora em que David trabalhava, Hanna a expulsa do apartamento. Diz que “no começo a achava engraçada, mas agora ela é irritante”. Na briga, antes de ir embora, Caroline diz que Hanna nunca terá sucesso por conta de não entender o sofrimento das outras pessoas. É esse exatamente o ponto, gritado por uma personagem que tem claros problemas psicológicos, mas que foi a única até agora a conseguir falar a verdade para Hanna.

PS1.: Veremos Caroline outra vez? Espero que sim!

PS2.: Soshanna está voltando ao normal, é isso mesmo?

PS3.: Alguém por favor dê um toque na Marnie, que na busca de atenção se humilha mais em cada episódio.

PS4 (desculpem).: A entrevista da Hanna com a nova editora não foi a cena mais engraçada da temporada até agora? Sou só eu ou essa temporada está mais Judd Apatow do que Lena Dunhan?

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