TeleSéries
Looking – Looking for Uncut e Looking at your Browser History
04/02/2014, 09:00. Matheus Odorisi
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Looking
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O segundo episódio de uma série estreante é sempre decisivo. Depois da euforia do piloto, é no seguinte que conhecemos o seu verdadeiro ritmo (já que pilotos tem acontecimentos geralmente mais acelerados), confirmamos as características dos personagens e da direção. No caso de Looking for Uncut, nenhuma surpresa: continuamos com os diálogos soltinhos, a preferência do diretor de arte por verde e Patrick continua com os piores dates do mundo.
No episódio dirigido por Andrew Haigh, Augustín faz a mudança anunciada no episódio anterior, com a ajuda de Patrick e Dom, o que rende um ótimo momento para nos aprofundarmos mais em cada um dos personagens. Há uma clara relação de oposição entre Patrick e Augustín. Amigos de longa data, enquanto o loiro se coloca como mais conservador quando se trata de sexo, o latino o confronta com um pensamento muito liberal. Isso nos faz pensar até que ponto Paddy realmente tem esses tipo de pensamento, ou só o faz para parecer fofo, porque eu consegui ouvir da minha casa vários “ooowns” no momento em que – com uma entonação que faz muito vídeo de gato no Youtube parecer programa de venda de joia – diz que sexo e intimidade são intrínsecos. Ele sabe que pareceu a pessoa mais fofa do mundo falando isso, certo?
Quando Augustín revela sobre sua experiência a três, Paddy fica surpreso, enquanto o amigo discorre sobre a impossibilidade da monogamia. Que atire o primeiro DVD de Sex and the City quem nunca teve esse tipo de conversa com amigos, ou mesmo que nunca pensou sobre.
Já que o tema da conversa é sexo, os amigos perguntam para Patrick se ele já pegou Richie, seu pretendente que conhecemos no piloto. Ele diz que não, já que só se encontraram na boate em que Richie é hostess e que não daria pra fazer nada lá. É claro que Augustín pergunta se o banheiro do lugar não foi uma opção para Patrick, e claro que a resposta dele é não. Patrick vai fazer pegação no mato, mas banheirão já é demais. O próximo tópico é o hipotético prepúcio de Richie. Segundo Augustín, latinos não são circuncidados e, no debate sobre a nacionalidade de Richie, os amigos beiram o racismo ao chamar o cara de cholo. É uma abordagem interessante para a série que, pelo o que vemos até agora, pretende tratar os rapazes gays como rapazes comuns. Piadas que poderiam ser racistas, o que nem foi o caso, também podem surgir em conversas gays, assim como em qualquer tipo de conversa. O humor nem sempre correto dos personagens mostra que o objetivo aqui é mostrar pessoas, não exemplos. Em um dos momentos, Augustín diz: “eu não posso ser racista, eu sou latino”, quando poderíamos esperar por “eu não posso ser racista, eu sou gay”.
Isso nos leva para um ponto polêmico quando se trata de uma série com personagens gays: as pessoas acharem que precisa ser panfletário. Muitos dos comentários negativos em relação a Looking giram em torno do fato dos personagens falarem muito sobre sexo, ou fazerem muito sexo, ou irem a locais em que o sexo é o objetivo. Ora, grande parte da vida adulta é dedicada ao sexo, e não haveria porquê fugir disso ao se retratar personagens homossexuais. Uma ótima qualidade de Andrew Heigh, parte considerável na realização da série, é mostrar os personagens de uma maneira quase documental, soltinha, e bem real. Não é intenção dele, e parece não ser a de Looking, mostrar algum modelo a se seguir, mas sim apresentar personagens que vivem seu próprio estilo de vida e defendem suas próprias visões. Isso quer dizer que veremos gente fumando, bebendo, usando drogas, fazendo sexo, trabalhando, traindo, sendo traído, pegando o metrô (aliás acho ótimo o interesse de Heigh pelo momento do transporte público).
Enquanto Patrick planeja seu encontro com Richie, vemos Dom confrontando Ethan, seu ex, o que levou oito mil dólares dele e que foi um babaca. Na conversa, Ethan se desculpa com Dom, não dá muita oportunidade do cara falar e ainda o faz, mesmo que involuntariamente, pagar pela sua comida que inclui um refresh da Starbucks (que em Looking é sinônimo de frescura mesmo). Dom sai mal do encontro e vai procurar consolo em uma transa de Grindr. O parceiro instantâneo chega no apartamento falando muito, enquanto Dom só quer finalizar seu objetivo sexual. Enquanto a encomenda canta no chuveiro, após o ato, Dom conversa com Doris com uma impessoalidade total sobre o garoto, o que contrasta com o fato dele estar tomando banho em seu apartamento, sinal de intimidade.
Dom não se dá por satisfeito, não em relação ao sexo, mas em relação ao encontro com Ethan. O garçom volta a encontrar o ex e, dessa vez, pede seu dinheiro de volta. Ethan é completamente babaca quanto a isso, o que faz com que Dom perca a cabeça e o chame de drogado na frente dos clientes. A reação nervosa diz muito sobre o tipo de abordagem de Looking: ao invés de muita articulação, temos respostas imediatas, dinâmicas e cruas.
Em seu date, Patrick claramente tenta embebedar Richie e chegar aos finalmentes (alguém ainda usa essa expressão?). Richie quer ir para outo lugar após o bar, e Patrick logo se apronta a oferecer a sua casa, mas ainda não. O cara leva Paddy para uma boate onde toca Cazwell, e a questão do banheirão soa como desafio para o loiro. Patrick diz que apesar do que os amigos pensam sobre, ele faria sexo no banheiro. Finalmente, consegue levar Richie para a cama e, quando tira sua roupa, fica desapontado em ver que o cara é circuncidado (Patrick, em um momento Hanna de Girls, havia pesquisado na internet sobre pênis circuncidados). A decepção é notada por Richie, e Patrick só piora, tornando evidente a objetificação do amante latino. O hostess pede desculpas, diz que vai embora e que não está procurando a mesma coisa que Patrick. Bom, ao menos Patrick sabe o que ele mesmo está procurando?
No terceiro episódio, Looking at your Browser History, confirmamos que Patrick tem sérios problemas em dar e perceber sinais. O cara vai a uma festa em um navio para o lançamento de um jogo de seu estúdio com tema naval. Em uma roda, é apresentado a algumas pessoas e revela seu descontentamento com o fato do jogo não disponibilizar personagens femininos, os quais afirma serem os seus preferidos. Ao ser questionado, diz que mulheres são outsiders nos games, assim como os gays são na vida. Se fosse outro seriado, talvez a explicação fosse mais detalhada, mas como já percebemos, Looking aposta mais na identificação do que na argumentação. Certamente, muitos gays que escolhiam a Kitana ao invés do Scorpion, ou a Chun Li ao invés do Ryu, se reconheceram na afirmação de Patrick. O designer bebe demais na festa (o que não é novidade) e coloca sua mira no britânico Kevin. Ao segui-lo, o vê jogando videogame sentado em um torpedo e se junta a ele. Dando em cima de um jeito Patrick de fazer – reclamando do torpedo frio ao sentar e tentando descaradamente perguntar se o cara é gay, mas jurando que está sendo discreto – descobre que sim, Kevin é gay, mas que ele tem namorado. Descobre também que ele é seu novo chefe.
Aconselhado por Owen, seu colega de trabalho, Patrick vai se desculpar com Kevin. O chefe diz estar tudo bem, mas que está mesmo preocupado com o desempenho profissional do funcionário. Kevin viu o histórico de navegação de Patrick e, numa das cenas mais embaraçosas do personagem (vamos fazer um ranking, qualquer dia?), lê sites como Ok Cupid e Manhunt. Pronto, para Kevin, Patrick é um solteiro desesperado que dá em cima de chefes sentados em torpedos e que entra em site de pegação no trabalho.
Continuando a explorar os personagens no trabalho, Dom conta para Doris, em uma estranha aula aeróbica na qual ele é o único homem, que vai abrir um restaurante português. Porém, ao procurar apoio de uma chefe amiga, vê que as coisas não serão fáceis.
Augustín revela também seu descontentamento com o trabalho, não só para seu namorado como para a própria chefe. A artista o questiona sobre a sua própria produção e o demite. Augustín vai comer, porque comer é o que nos resta em um dia ruim, e lá flerta com um loiro que parece um integrante do Kings of Leon. O hispter descobre que o loiro é michê, que se orgulha de seu trabalho e talento, e inclusive pega o cartão dele. Veremos o loiro novamente na série, claro ou com certeza?
Descobrimos que a relação de Patrick e Augustín é realmente forte. Ao invés de ir pra nova casa, o artista demitido vai pro seu antigo apartamento se consolar com o ex roommate. Lá, fumam maconha, pedem comida e Augustín diz que sentiu inveja do orgulho com o qual o michê que conheceu fala de seu trabalho. Reclama que estava preso trabalhando com a antiga chefe, o que para um criativo nunca é bom. É legal ver que a série talvez explore o mercado de trabalho de São Francisco, que atualmente é inspirador para qualquer criativo, com muitas startups bombando e coletivos que atraem todo tipo de gente, desde designers a músicos, que trabalham juntos em projetos em um sistema bem longe do ortodoxo esquema escritório oito horas por dia.
Patrick trabalha em casa enquanto vê o Facebook de Richie. Dom vai relaxar da maneira que parece ser usual: procurando sexo. Dessa vez, o cenário é uma sauna, e é claro que teríamos uma sauna em algum momento em Looking. Dom socializa com um florista um pouco mais velho, que diz que no tempo dele as pessoas conversavam mais. Corroborando a sua teoria, Dom troca algumas frases com ele, mas vai atrás de um pretendente mais novo que se insinuava pra ele. A situação diz mais do que precisaríamos explicar, certo? Veremos o florista novamente, claro ou com certeza?
Looking mostrou nos episódios seguintes ao piloto que é uma série crua, beirando naturalista, com pouca edição, iluminação quase que natural e com diálogos não muito articulados, tudo para ajudar a contar uma história que pretende, antes de ser panfletária, soar casual. Não sei você, mas essas pretensões me agradam mais do que se fosse o contrário.
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