Nashville – I’ll Keep Climbing

Data/Hora 23/01/2014, 21:21. Autor
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Adeus, Peggy.

E é assim, sem muitas delongas, que Nashville faz sua estreia em 2014, em um episódio quase perfeito. Sem qualquer rodeio ou mistério, já no primeiro minuto de I’ll Keep Climbing ficamos sabendo – com grande alívio, há que se dizer – que a personagem que deixa a série, afinal, é a insossa esposa de Teddy.

Devo dizer que não engoli nem por um segundo toda aquela história de que o atirador, na verdade, tinha Teddy como alvo, pois culpa o prefeito pelo seu desemprego crônico. E mais do que isso: que ele teria sido encontrado morto pela polícia de Nashville em um aparente suicídio. Teddy – que pode até ser um completo babaca, mas não é ingênuo – também desconfiou desta versão tão simplista e sem sentido dos fatos, e está certo de que existe algo muito maior por trás desta tragédia. Sua certeza de que algo está errado é tanta que ele decide manter distância até mesmo de Maddie e Daphne, por uma questão de segurança. Continuo apostando em Lamar, afinal, o ex-poderoso chefão de Nashville ainda pensa que foi seu genro quem o denunciou para a polícia e, portanto, responsabiliza-o pela sua derrocada.

Desnecessário dizer que Peggy já foi tarde e não vai fazer nenhuma falta à série. E, apesar de seus tremendos esforços, voz embargada e choro desesperado, Teddy não conseguiu me comover por uma simples razão: eu nunca acreditei no amor que ele dizia sentir pela esposa. Todo aquele arco da falsa gravidez e do aborto simplesmente não funcionou, não mostrou a que veio, e ficou completamente solto, aleatório, quando considerado dentro do contexto da série. Fico satisfeita ao ver que os roteiristas perceberam esta falha e optaram por matar uma personagem que era inútil, no fim das contas. Peggy, talvez, terá maior utilidade para Nashville em sua morte do que quando estava viva e planejando seu próximo golpe. Tudo depende de como este novo arco que se inicia será desenvolvido daqui pra frente.

Mas nada disso importa diante do enorme alívio que eu senti ao ver que Will está vivo. Apesar de todo o asco que sente de si mesmo, o cantor não teve a coragem – ou a enorme covardia – de tirar a própria vida. Ao invés disso, ele foge para as montanhas, literalmente. Na minha opinião, o destaque do episódio foram as cenas do cowboy com seu amigo Gunnar. Enfim, um pedido de ajuda. Enfim, alguém pode dizer para ele que tudo vai ficar bem, que as coisas vão melhorar. It’s ok to be gay.

“Estamos no século XXI. Não tem problema ser o que você quiser. Você é muito bom para desistir. Especialmente da sua vida.” – Gunnar

A jornada para a autoaceitação de Will será longa e cheia de obstáculos, mas eu fico feliz que os roteiristas tenham escolhido este caminho para o personagem, pois ele abriu um leque enorme de possibilidades para a sua história. Emocionalmente instável e ainda muito abalado, Will insiste em continuar se reprimindo; prefere fingir ser o que não é a encarar a realidade e o julgamento das pessoas – especialmente quando a fama faz parte desta equação. Mas o primeiro passo foi dado, e pela primeira vez posso dizer que estou ansiosa para ver onde este arco o levará. Diferente de antes, pelo menos agora ele sabe que tem um verdadeiro amigo em Gunnar. (Confesso que fiquei um pouco surpresa, já que depois da investida de Will no amigo ainda na primeira temporada, não imaginava que Gunnar estaria tão disposto a estender a mão a ele de maneira tão aberta e honesta. Good for him.)

KC_Nashville

Falando em Gunnar, isso me traz ao plot que menos me agradou em todo o episódio. Não, a culpa não foi dele (muito pelo contrário), mas… Quem aguenta Scarlett? Já comentei isso na review passada, mas, diante de suas atitudes, é impossível não tocar na mesma tecla novamente: a personagem se transformou em uma pessoa egoísta, fraca, amarga, e que adora se fazer de vítima.

Diante daquela que foi provavelmente a oportunidade de sua vida até agora, Scarlett preferiu deixar seu profissionalismo de lado para dar lugar ao seu eterno mimimi (porque isso não tem outro nome). Coitadinha, sempre vítima das circunstâncias, preferiu olhar Kelly Clarkson (em sua minúscula participação) nos olhos e ter a cara de pau de dizer que ela e Gunnar não tinham mais condições de trabalhar juntos a encarar uns dias reclusa com seu ex para compor algumas músicas inéditas para a queridinha da América. Como assim? A cena foi patética e me deixou com ainda mais raiva da personagem. Scarlett está se transformando na personagem mais contraditória e incoerente da série com uma velocidade assombrosa. Não gosto nem um pouco do que estou vendo, e temo pelo futuro da personagem, que rapidamente está se tornando um peso e nada mais em Nashville.

Outra coisa que eu não entendo em Scarlett é a sua atitude de “mulher traída” em relação à Gunnar e Zoey. Enquanto o novo casal claramente seguiu em frente, apesar da amizade arruinada, Scarlett se recusa a fazer o mesmo, não perdoa e nem esquece o que houve. Até quando, meu Deus? Isso só deixa claro que a cantora ainda sente algo pelo ex, o que não faz sentido nenhum se considerarmos que foi ela quem terminou com Gunnar, não é mesmo? Ainda na review passada, comentei o quanto insistir em um remember entre Scarlett e Avery era um tremendo erro, na minha humilde opinião, e os roteiristas parecem ter ouvido as minhas preces. Scarlett apenas disse o óbvio: ela e Avery estava juntos apenas porque era confortável. E, assim, jogou o rapaz praticamente nos braços de Juliette.

A relação entre os dois está bastante estranha, cheia de dedos e de momentos embaraçosos desde que Juliette abriu seu coração para Avery apenas para se deparar com uma Scarlett seminua em seu apartamento e ter seu coração partido mais uma vez. O término dos dois nos dá um fiozinho de esperança de ver este novo casal florescer diante de nossos olhos. Ele traz à tona o que Juliette tem de melhor, e será no mínimo interessante ver como os dois funcionarão, enfim, como um casal.

Layla

Mas este não é o único drama na vida de Juliette. Imersa numa tremenda ressaca moral, a cantora ainda sofre as consequências de seu affair com Charlie e sua recém-conquistada fama de “destruidora de lares”.

“Deus não existe.” – Juliette

Todos nós sabemos que não foi bem isso o que Juliette disse. Layla também sabe, e foi desconcertante vê-la posando de boa moça na frente das câmeras e salvando o dia (ou tentanto). O problema agora é que Juliette ficou “devendo uma” à novata. Nas mãos de sua arqui-inimiga, quem duvida que isso ainda vai lhe render uma boa dor de cabeça? Péssima ideia, Jules. Não faço ideia do que vem a seguir, mas sei que vai ser doloroso assistir. Fico apenas ansiosa para ver a derrocada de Layla, e espero em um futuro não muito distante vê-la caindo nas mesmíssimas armadilhas da fama que hoje condenam Juliette.

E Rayna? Como dona de sua própria gravadora, ela não se mostrou tão talentosa ou mesmo segura de suas decisões. Liam retornou para sacodir um pouquinho as coisas e mandar às favas a tal “pesquisa de mercado” feita por Fordham que não sai da cabeça da cantora. O que está em jogo para ela não é apenas o sucesso de seu novo álbum. Rayna arriscou tudo em nome de sua liberdade artística, e agora está receosa sobre seus próximos passos profissionais. No fim das contas – e a contragosto de Liam – teremos um novo single para o álbum: Rayna decidiu ouvir a voz da razão. Mas… Isso será suficiente para garantir o sucesso de sua nova empreitada?

Por outro lado, Luke Wheeler e sua participação mínima – pelo telefone! – me fazem ter a certeza absoluta de que este romance realmente esfriou, como suspeitei na última review. E Liam não fez a menor questão de esconder seu desgosto pelo relacionamento dos dois. Seria esta uma oportunidade para uma reaproximação entre eles? Ou talvez – e apenas talvez – entre Rayna e Deacon?

Nosso guitarrista favorito também não ficou longe do drama. Pressionado pela gravadora que pretende lançar sua carreira solo, Deacon não reage bem. Briga com Megan, surta, vai à loja de bebidas, tudo porque não consegue compor boas canções de um lugar que não seja a dor, a decepção e a frustração. Ser feliz definitivamente é uma novidade para ele, e, a princípio, ele não consegue lidar com isso. Deacon precisa, de uma vez por todas, aprender a fazer sua vida funcionar também nos momentos bons, de amor e realização. E quem mais poderia ajudá-lo nessa nova fase além da doce Maddie? O fim de “I’ll Keep Climbing” nos presenteia com mais um número musical entre pai e filha, que é sempre lindo e funciona tão bem. Não sei o que o futuro reserva à você, Deacon, mas vai ser um prazer acompanhar a sua jornada.

Maddie_Deacon

A má notícia para os fãs de Nashville é que a série estreou em 2014 com uma sensível queda, registrando a pior audiência de sua história, com apenas 5,10 milhões de telespectadores e marcando 1.3 na demo. Isto, infelizmente, torna a sua situação cada vez mais complicada quando o assunto é renovação. Resta-nos apenas torcer!

Até a semana que vem!

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  1. Gabi Assmann - 24/01/2014

    Gabi, concordo quase 100% contigo, mas não consigo não gostar da Scarlett. Eu acho ela fofa e também não sei se aceitaria de boa minha melhor amiga namorando meu ex, por mais que eu tivesse terminado, rs
    E ai, não sei pq Nashville tem essa audiência tão baixa 🙁

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