Person of Interest – 4C


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Um pouco óbvio. Um pouco exagerado. Um pouco inverossímel. Assim foi 4C. Mas nada que os dois minutos finais não tenham compensado de sobra.

Podem me chamar de piegas, mas o encontro de Finch e Reese, no final do episódio, valeu os quarenta minutos de idas e vindas e alguns exageros do episódio todo. Afinal, era a volta de Reese, e eu sou capaz até de perdoar o estilo meio 007 que lhe deram, a improvável aterrissagem do avião e a estrutura do episódio, um pouco vídeo game. De qualquer forma, eu – e tenho certeza que mais pessoas também (essas que são fãs incondicionais) – amo essa faceta heróica de gente comum marcada na pele a fogo e brasa, em momentos críticos, quando tudo depende de um ato de desprendimento e fé. Não é isso que a fantasia deve ser? Uma forma de sublimar a realidade?  Se for isso (e eu acredito que sim) Person of Interest faz direitinho a lição de casa.

A Máquina foi buscar Reese e não demorou muito. Entre salvar a vida de Owen Mattheus e perceber que os passageiros do avião eram as pessoas em perigo, ele descobriu seu propósito: ajudar as pessoas.

Ele pode, então, despertar de seu torpor autoimposto e superar a raiva gerada pela realidade da impotência diante de determinadas situações. C´est la vie! Finch sabe disso, e, ao programar a Máquina, quis limitar aquilo que ela poderia informar; quis conservar em mãos humanas a decisão final sobre como agir em determinada situação e com determinada pessoa; quis preservar, para bem ou para mal, aquilo que pode ser nossa maior qualidade ou maior maldição: livre arbítrio. Por isso eles não sabem tudo. Por isso têm que decidir. E, no final, é isto que faz valer a pena. Possibilidades.

E, assim, resgatado pela Máquina e reconciliado com Finch, o episódio termina com os dois andando pelas ruas de Roma em busca de um terno novo. Muito mais que simbólico!

Mas 4C, valeu ainda por um momento único. Um desses momentos raros em que somos contemplados com um show de interpretação. Aquele momento em que, se nada mais se salva, em um filme ou uma série, já vale pelo tempo todo da história. Existem algumas cenas no cinema ou na TV, que valem pela interpretação do ator, quando, no silêncio de um olhar, ele revela mais do que mil palavras de um diálogo poderiam expressar. Lembro-me de Dustin Hoffman em O Júri, quando, em uma das sequências finais ele olha para os personagens de Rachel Weiss e John Cusack e, com um simples piscar de olhos, revela que compreende tudo o que os dois fizeram. Ele se torna cúmplice. Sem palavras. Sem gestos. Um olhar e um movimento imperceptível de cabeça. Coisa de gênio!

A expressão de Michael Emerson, no encontro com Reese, ao final do episódio, carregada em um movimento quase que imperceptível do olhar, foi um desses momentos imprescindíveis, somente possíveis a grandes atores. Um olhar de desvelamento que tudo contém: alívio, esperança, contentamento …

Em uns poucos segundos, Emerson conseguiu criar um desses fragmentos para ficar na mitologia da série.

Um momento para nos lembrarmos quando Reese, Shaw, Fusco, Bear e o próprio Finch já não estiverem mais conosco.

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  1. biancavani - 18/01/2014

    Que lindo isso que você disse da interpretação do Michel! Lindo e verdadeiro.

  2. Regina Monteiro - 18/01/2014

    Eu simplesmente amo atores que falam com os olhos. É de uma intensidade desconcertante!

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