TeleSéries
The Cleaner – a série certa na hora errada?
21/12/2008, 10:30. Paulo Serpa Antunes
Opinião
Cane, The Cleaner
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Você já tiveram a sensação de estar assistindo a uma série que simplesmente está fora de época? Um programa que parece estar muito a frente do seu tempo? Ou que parece muito atrasado, acabou de estrear mas parece arcaico, ultrapassado? Eu tenho esta sensação seguidamente.
Geralmente acontece com séries canceladas – um sentimento de que se estes shows fossem ao ar em outro momento teriam tido mais sorte. Mas desta vez eu tive esta sensação numa circunstância diferente, em uma série que está firme e forte, rumando para uma nova temporada. Esta série é The Cleaner.
Desde o primeiro episódio, The Cleaner me pareceu incrivelmente familiar. Porque a fórmula é familiar. Ela tem um quê de procedural drama, mostrando um eclético grupo de pessoas em missões semanais – no caso investigar e criar a situação propícia para relizar intervenções em pessoas que sofrem de algum tipo de vício. Mas, a esta fórmula, se soma uma outra, familiar a quem assiste dramas paranormais – temos aqui um protagonista com uma missão divina, não muito diferente da paranormal Melinda Gordon, de Joan of Arcadia, de Tess e dos demais anjos de Um Toque de um Anjo, ou d’O Homem que Veio do Céu. A diferença é que este homem aqui não tem poderes e não é nada virtuoso. Viciado em recuperação, William Banks é simplesmente humano. Ou pior, já que tem ainda mais problemas do que as pessoas comuns.
Destas séries de mid-season, pra mim The Cleaner foi a melhor surpresa. Porque é uma aposta do A&E americano, um canal sem tradição em seriados e que gosta de investir em uns realitys questionáveis. Porque é uma série do Jonathan Prince, que errou a mão feio no ano passado com Cane.
A surpresa é que a fórmula de The Cleaner é ao mesmo tempo tradicional e elaborada, mas funciona. A série funciona como procedural drama, funciona como série dramática ao abordar o problema das drogas, e funciona também como drama familiar – a dinâmica dos Banks, a crise no casamento, o impacto nos filhos (o garoto rebelde, a menina extremamente certinha, ambos frutos do mesmo meio ambiente nocivo). O elenco não é dos melhores, mas tem suas estrelas. Amy Price-Francis, a esposa Melissa, é um achado. The Cleaner ainda dá espaço para bons atores convidados brilharem – Gil Bellows arrebentou no piloto, Annabeth Gish no terceiro episódio, Jeff Fahey na semana seguinte…
Benjamin Bratt está bem, tem a intensidade que o roteiro exige. Quer dizer, talvez o roteiro poderia ser melhor, talvez outro ator construísse um personagem ainda melhor, e a questão é que a série não é perfeita, mas é boa.
Então por que eu tenho a impressão de que The Cleaner parece fora do seu tempo? Porque apesar de William Banks ser um personagem tridimensional e humano, ele destoa de todos os protagonistas de TV americana na atualidade. A fase é de anti-heróis, especialmente na programação da TV paga. Os olhos de todos estão voltados para Dexter Morgan, Don Draper, Hank Moody, gangues de motoqueiros, prostitutas, vampiros.
E, afinal, quem hoje em dia ainda fala com Deus?
* * *
Os dois últimos episódios da temporada de The Cleaner vão ao ar neste domingo (21/12) no A&E, à partir das 20h. A partir do dia 4 de janeiro de 2009, domingo, o canal reprisa a série desde seu primeiro episódio.
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Assisti os primeiros episódios das série. E posso dizer que senti a mesma coisa, a série tem algo de destoa, algo errado, mas mesmo assim ela tem atrativos. Quais não me fizeram seguir em frente com ela.
Essa é uma série que algumas pessoas vão adorar, outra odiar. Como foi dito na postagem, todo mundo está afim dos anti-herois no momento.
Muda ae: Melinda Gordon é de GHOST WHISPERER!
🙂
Hordak,
Está certo! O que eu fiz foi listar várias série ou personagens – Ghost, Joan, Touched, etc.
Sempre vejo o pessoal reclamando das legendas do A&E, por isso nem tentei acompanhar a série.
The Cleaner não é tão original assim ao reviver o bom moço agora. Temos aí The Mentalist, Eli Stone, Life e até o Sam Tyler versão EUA.
Tudo é uma questão de ser o Good Guy/Bad Guy. É só escolher o seu.
Se os bad guys estão liderando pode ser uma questão de roteiro, talvez melhor trabalhado, ou de elenco, ou do canal que a série passa ou até do pessoal que a assiste.
São muitas as variáveis envolvidas, por isso não acredito que a preferência por bad guys seja uma coisa do momento.
Silvia,
Não disse que a série é original por ter um bom moço de protagonista. Mas eu observo que os personagens de sucesso de crítica não o são. Olha os indicados a melhor ator no Golden Globe, quem são?
E dos teus exemplos, The Mentalist e Life tem protagonistas de índole boa, mas completamente excêntricos e irreais. Ambos são personagens que sofreram demais, mas curiosamente a série não nos mostra como foi a jornada deles até ali. Eles já aparecem para nós de pé, recuperados dos seus traumas, ainda que em busca de vingança e paz. Em The Cleaner a jornada é mais sofrida.
The Cleaner foi uma boa opção no domingo (depois da presepada com Sopranos), mas não sei se agüentaria a concorrência em outros horários.
O roteiro podia ser um pouco melhor? Acredito que sim. Mas gostei do que vi. Achei legal a abordagem de mostrar o quanto as pessoas são capazes de fazer mal a si próprias e arrastam os outros juntos.
A tal da missão divina, eu entendi como metáfora, afinal ele cobra pelas intervenções. Aquelas conversas com Deus me pareceram mais auto-análise e auto-justificação do que espera pela intervenção divina, já que ele não crê, mas precisa de um motivo pra continuar fazendo um trabalho tão desgastante.
Achei a série boa e se os exeutivos da TV paga me permitirem, creio que verei a segunda temporada.
Eu gosto de séries que tratam de assuntos transgressores, que até há uma década não caberiam na TV. Mas acho que hoje em dia, essas séries ocupam quase que totalmente o espaço da TV, e sendo deixadas de lado séries que tratam de virtudes, religiosidade, e temas “do bem”.
Eu gosto de ambos os tipos de séries, mas acho que a TV deveria investir mais nesse nicho que hoje é tão pouco explorado. Que eu me lembre, além das citadas acima, ainda tem Saving Grace e Friday night lights (que, embora não tenha como tema principal a religião, não a encara como algo pejorativo, da maneira que as outras séries o fazem).
Gangues de motoqueiros… Por que as pessoas não comentam Sons of Anarchy? Ainda vou entender o desprezo dos blogs brasileiros pela série, que é muito boa!
Paulo,
nem vi The Cleaner ainda. Então tô fazendo só suposições. Tu dizes que o cara é + sofrido, talvez mais verdadeiro, quando a série retrata sua jornada. Será que não é “isso” (talvez a maior qualidade da série) o fator que justamente não a deixa evoluir??? Ou que é porque a gente já viu isso antes??? Não sei. Só tô te botando uma pilha.
O que realmente quero dizer é que ninguém sabe como e porquê algumas séries atingem o sucesso. Meu outro ponto é que nem tudo é tão original assim. São variações do mesmo. Mas em algum momento certas séries atingem um grande público. Mesmo apresentando seus defeitinhos.
Espero que The Cleaner tenha uma sobrevida maior. Pois eu nem dei chance à série justamente por não ter visto nenhum comentário tão favorável assim.
Agora essa tua sensação de deja-vú e pena por uma série não sair do chão, eu já tive várias vêzes.
A série é tããoo ruim que eu não perco um episódio…
Longa vida a essa série tãão ruim.
Sou dependente químico, apenas hoje tive contato com a série. Assisti o episódio e vi as chamadas para a 2ª temporada. Para as pessoas que apreciam a obra por observar detalhes técnicos de sua elaboração, ela pode até ser atraente por algum ingredientes.
Porém, para quem consegue se identificar pessoalmente com a série, pois vive essa dificuldade, a série tem uma sugestão de intervenção muito interessante.
Vale a pena acompanhar.