Review: Law & Order: Special Victims Unit – Retro


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Law & Order: Special Victims Unit - RetroSérie: Law & Order: Special Victims Unit
Episódio: Retro
Temporada: 10ª
Número do Episódio: 207 (10×05)
Data de Exibição nos EUA: 28/10/2008
Data de Exibição no Brasil: 9/12/2008
Emissora no Brasil: Universal

Senhoras e senhores, bem vindos a mais um episódio sensacional e icônico de SVU! E digo mais: esse é o melhor episódio da temporada até o momento. Calma! Não atirem as pedras ainda. Swing sempre terá um apelo maior devido ao forte teor emocional, ao grande desenvolvimento das personagens e pelo desempenho estelar de Ellen Burstyn. No entanto, em termos de trama, Retro superou quaisquer expectativas e merece, sim, a medalha de ouro por enquanto. Um belo décimo ano, não? Que temporada!

Tudo tem início quando um bebê, em estado crítico de saúde, é entregue ao corpo de bombeiros por um taxista em pânico. Levada às pressas ao hospital, a criança é diagnosticada como soropositiva e apresenta gritantes sinais de negligência. Assim, as investigações conduzem os detetives a um grupo de pacientes portadores de HIV vítimas de um médico megalomaníaco equivocado com pose de vanguardista. O doutor faz parte de uma corrente de “cientistas” contestadora da medicina atual ao alegar que o retrovírus não é o agente causador da AIDS e que os coquetéis farmacêuticos usados em seu tratamento, na verdade, apenas agridem a saúde dos usuários. Cabe à SVU localizar e alertar estas pessoas que – movidas por sentimentos como temor à morte, negação, ingenuidade e desespero – se tornaram cobaias dos métodos alternativos do doutor Gideon Hutton.

Muita polêmica, ciência, psicologia, Direito e reflexão à vista: tudo que faz de SVU uma das melhores séries policiais da história. Ah, e é claro, a aguardada estréia da promotora Greyleck no tribunal.

O tema da vez foi tão instigante e complexo que tivemos dois julgamentos em pouco mais de um mês dentro da cronologia da série. O direito de se ter controle sobre a administração da própria vida versus o bem estar da comunidade sempre renderam excelentes discussões nesses dez anos, seja na área criminal, coorporativa, familiar ou médica. Aqui, vítimas desta doença fatal encontraram alguém de renome que entrou em suas vidas desconstruindo conceitos e enchendo-lhes de falsas esperanças em favor de uma cruzada pessoal.

O Dr. Hutton concorda que apesar dos grandes avanços da ciência, ela ainda é inútil e imprudente no que se refere ao tratamento da AIDS. Tanto por prescrever coquetéis de drogas “venenosos” (referindo-se aos fortes efeitos colaterais dessas substâncias) quanto pelo fato comprovado cientificamente de que uma parcela dos portadores do HIV não demonstra quaisquer sintomas ou debilitações em seu sistema imunológico. Para ele, a verdadeira causa das mortes destas pessoas está relacionada aos seus péssimos hábitos alimentares, físicos e sexuais – ou seja – tudo aquilo que põe em risco qualquer ser humano. Assim, a homeopatia e o check up eventual tomam o lugar dos retrovirais, associados a uma alimentação balanceada para a manutenção do sistema imunológico. Traçando uma comparação, seria como um diabético que pode ter uma vida normal.

Em um ‘momento humor negro’, o Dr. Hutton informa que o bebê estava bem e seguindo o programa. Ele até o medicou e indicou iogurte, e disse que continuaria a fornecer o tratamento adequado. Olivia então retruca:

Isso seria o quê? Pudim?

Na tentativa de punir o médico por cada paciente seu que veio a falecer pelo descaso, corpos começam a ser exumados, ex-pacientes localizados e o poder de fogo da mídia usado contra ele. A legista Melinda Warner (que obteve grande destaque no processo) foi a encarregada de desmistificar seus métodos e encontrar furos nas teorias de Dr. Hutton durante o julgamento. O episódio foi bastante direto, claro e didático (eu me senti parte do júri naquele tribunal).

E sobre Kim Greyleck e seu desempenho? Gostaram da moça em ação? Comparações são inevitáveis e o tempo todo eu me pegava pensando coisas como “ela não tem o semblante forte da Cabot ou a agressividade da Casey”, mas confesso que no decorrer do episódio Michaela McManus me convenceu. Ela pode ter começado um pouco deslocada ou fora de ritmo, mas a intensidade da voz, a postura e aquele olhar fixo que sempre acompanham os argumentos chave do caso afloraram no rosto dela e foi possível sentir que ela tinha entrado no personagem. E convenhamos que, sem sombra de dúvida, a atriz foi submetida pela produção a exaustivos testes de câmera para poder estar ali. Até hoje eles não erraram a mão. Só mais uma coisa: querem apostar quanto que daqui a alguns episódios ela estará loira platinada? É impressão minha ou cabelo dela era, de fato, mais castanho? Titio Dick Wolf tem uma queda por madeixas douradas. Enfim…

Julgamento pegando fogo e uma das pacientes do doutor é chamada para depor. HIV positivo, contaminada por uma transfusão de sangue há cinco anos, ela diz que sua vida melhorou depois que abriu mão dos coquetéis nauseantes. Numa bonita cena, Greyleck começa a apontar diversas pessoas trazidas ao tribunal, que tiveram suas vidas salvas pelos medicamentos. Kim então começa a pressionar a testemunha cada vez mais até que a moça sucumbe a um ataque convulsivo, fruto de sua saúde há muito tempo fragilizada pela interrupção do tratamento convencional. Recesso. No hospital e à beira da morte, a mulher confessa que resolveu se apoiar na esperança dada por Hutton.

Por que eu não deveria acreditar? Ele é um médico!

Uma pena que ela morre antes de fornecer o nome de alguns conhecidos que também eram atendidos por ele.

Law & Order: Special Victims Unit - RetroQuando a tempestade parece ter dado lugar à calmaria, o histórico da paciente mostra que na verdade ela foi contaminada há 15 anos. Seu filho, de 13, provavelmente seria soropositivo. Familiarizado com a negação de sua mãe por tantos anos e temendo o preconceito, o garoto se recusa a fazer o teste. Mandado judicial nele! E aqui a questão cidadão versus Estado vem à tona mais uma vez.

Declarado capaz de responder por si próprio, o garoto ganha a causa. Por se tratar de um menino genioso, Stabler resolve combater seu escudo com o choque da realidade e o apresenta a um paciente com câncer cerebral que enfrentou sua família, sua religião e o medo da cirurgia. Tudo em prol da vida.

Num final emocionante, o garoto descobre que é soropositivo e, numa cena dura, esta criança se atrreroriza em face à possíbilidade de uma morte prematura, deixando Elliot – e todos nós – arrasados.

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  1. Célia Regina - 11/12/2008

    O episódio retrata uma realidade bastante polêmica de forma educativa. Excelente resultado. A resposta da mãe foi simples e verdadeira: Ele é médico! Quantas pessoas não confiam cegamente num médico pelo simples fato de ele ser médico?
    Tenho um problema de saúde grave e respeito muito o trabalho do meu médico. Nossa relação se baseia numa confiança mútua. Mas, o mais importante é o diálogo. Todo o tratamento é discutido.
    Quando a relação médico-paciente é impositiva, seja qual for a especialidade, o paciente sempre corre o risco de ser vítima da vaidade do seu médico. E não faltam médicos vaidosos nesse mundo!
    Voltando a falar de L$W: SVU, esta série é, sem sombra de dúvida, a mais bem escrita da atualidade. Dick Wolf sempre diz que o sucesso da série está nos roteiros, alguém discorda? Eu não.

  2. Flávia - 11/12/2008

    Eu adoro SVU, amo Olivia, Elliot e Munch e adorei o episódio. Mas, em certos momentos, ele teve de forma bem forte o que considero o maior defeito da série: os policiais falando em jogral, para explicar didaticamente ao telespectador o que estava acontecendo e a opinião deles sobre o assunto. Esse didatismo exagerado incomoda um pouco; o jogral incomoda muito…

  3. Renata Simone Braga - 11/12/2008

    Gostei deste episódio, mas eu não diria que é um dos melhores até agora. Deixo aqui uma sugestão para você Ângelo: que tal um review sobre os 10 melhores espisódios, dessas dez temporadas(que pode ser a última), sei que será uma tarefa muito difícil(eu não o faria), mas acho que você consegue. O que você acha?

  4. Glica - 11/12/2008

    Gostei do episódio, em certos momentos me emocionei bastante. Episódio que fez todos refletirem sobre a questão da AIDS, a forma como é transmitida e seu tratamento. Infelizmente conheço pessoas que acreditam que o HIV é um vírus que foi criado em laboratório e que não é o responsável pela transmissão da AIDS. É muito triste constatar que pessoas são iludidas e persuadidas a abandonar o tratamento. E o que é pior, gestantes que abandonam o tratamento durante a gravidez têm muito mais chance de transmitir o HIV ao recém-nascido, como foi mostrado no programa. Esta temporada de SVU têm se sido de uma ótima qualidade. Gostei também do review.

  5. Célia Regina - 11/12/2008

    Como assim última temporada? Viajou?

  6. Mônica A. - 11/12/2008

    Concordo com você, Ângelo. Esse é o melhor episódio de SVU da temporada até agora.

    Episódios com crianças sempre me emocionam. Infelizmente a AIDS não escolhe vítimas e as crianças também não são poupadas. E infelizmente também, existem médicos e leigos que (ainda) acreditam que a AIDS é uma doença criada em laboratórios e que só homosexuais e viciados em drogas devem temê-la. Como essas pessoas se enganam.

    Gostei da estréia da Greyleck no tribunal. A moça mostrou que é competente.

    Ótimo episódio, ótimo review.

  7. Cyncam - 11/12/2008

    Foi só eu quem arrepiou quando a presidiária recebeu a “dupla” má notícia – sua nenê tem aids, foi vc quem passou- os olhos dela perderam o brilho e deu para ouvir a alma dela estilhaçando na frente daqueles dois “inimigos policiais” para quem ela não deveria demonstrar fraqueza. Linda direção!
    A promotora é muito estúpidamente linda para convencer no papel.As vezes acho que ela é um andróide extraviado de alguma série de ficção científica. Acho que deveriam enfeia-la como fizeram com a Alisson em Médium, para parecer mais humana.

  8. Ana Maria - 11/12/2008

    Acho que SVU voltou aos bons tempos. Episódio maravilhoso enfocando um tema comum mas que tem
    as nuances e os desdobramentos que só o texto refinado e inteligente da série sabe explorar.Achei brilhante a participação da nova promotora. Essa promete. Ela parece ser bem mais enfática e determinada que a Alex Cabot e a Novak.
    E interessante. Todas as promotoras de SVU tem olhos claros. Acho que é para fazer contra ponto com a morenice da Olívia.

  9. Renata Simone Braga - 11/12/2008

    Até gostei dessa promotora, mas a Novak na minha opinião fez falta.

  10. Amanda - 11/12/2008

    Gente por favor, qual o nome do ator que fez o advogado da mãe aidética? alguém sabe?

  11. Lenon Fernandes - 11/12/2008

    Eu gostei de Greyleck no tribunal, e só pra dizer que ela ficou loira na última série que participou (One Tree Hill)

  12. Ângelo Romão - 11/12/2008

    Que bom que a Greyleck agradou. E de cara. Lembro da enorme resistência com a Casey na época. Também a Cabot foi a primeira, né? Não foi fácil dar adeus. A questão é que todas as promotoras nos conquistam mais cedo ou mais tarde e é sempre difícil vê-las indo embora. E o mais legal é que os produtores não tentam achar uma cópia da anterior, trazendo sempre uma nova personalidade para a série.

    Célia Regina (1), ótimo comentário! (5)Ah, e há chances, sim, de este ser o último ano. Depende da renovação contratual dos atores e do criador, Dick Wolf, não optar por uma troca de elenco.

    Flávia (2), esse didatismo é uma forma de abranger o maior número possível de telespectadores, seja qual for seu ‘nível’ de compreensão. TV (principalmente a aberta)funciona assim.

    Renata (3),
    eu já pensei muito em fazer um Top comentado com os melhores episódios. Estou sempre reassistindo a série (viva os DVDs! – minha 4ª Temporada acabou de chegar), e isso ajudaria essa possível lista a ser mais justa e coerente. A idéia é ótima. No entanto, a temporada atual está tão boa que seria um crime nos precipitarmos. Mas quem sabe se daqui pro final deste décimo ano (ou da série) uma listinha não aparece por aqui?

    Amanda (10), não sei te responder a menos que faça uma pesquisa, mas esse ator já é um advogado veterano na série. Alías, a esmagadora maioria dos advogados são cativos da série. Adoro o ‘realismo’ e fidelidade do universo de SVU nesse sentido.

    Abraço para todos.

  13. francisco koller - 11/12/2008

    Quando os atores coadjuvantes tem uma chance de brilharem, o seriado cresce muito. Neste caso, o episódio foi conduzido pela dra. Warner e a promotora Greylek. Os policiais ficaram em segundo plano e a discussão girou em torno da ética e da ciência. Para mim, o melhor trabalho foi dos roteiristas e do diretor.

  14. João da Silva - 11/12/2008

    Excelente trabalho da bela Michaela McManus (e também da atriz que faz a Dra. Warner).

    Foi o melhor episódio da temporada, sem dúvida.

  15. Ana Maria - 12/12/2008

    Francisco,
    No review anterior eu contestei sua preferência em relação ao Belzer como astro principal de SVU.Mas com relação ao seu comentário atual eu concordo plenamente. Os atores coadjuvantes em SVU são tão bons que quando se dá oportunidade aos mesmos eles brilham intensamente e a série só ganha em qualidade. Mas toda série ou filme sempre tem seus astros principais e em SVU não poderia ser diferente.É por isso que quase sempre se destacam os trabalhos do Cris e da Mariska. Por sinal Mariska recebeu mais uma indicação , desta feita para o Globo de Ouro, merecidamente.

  16. Goncalves - 13/12/2008

    O episódio para mim foi horrível, pois só mostra a filosofia comum atualmente nos EUA que quem discorda é criminoso. Primeiro vou deixar claro: não concordo em nada com o médico do episódio, tenho certeza que HIV causa AIDS. Porém do ponto vista jurídico o caso é absurdo pois para cometer um crime é preciso a chamada “mens rea” (mente culpada) ou seja a consciência que você está cometendo um erro e discordar nunca é um erro.

    Mas pior ainda é a questão científica. Em ciência, discordar NUNCA pode ser um crime. A discordância, mesmo nos casos mais absurdos é fundamental para o avanço da ciência. Para ilustrar lembro o caso do médico Barry Marshall que no começo da década de 1980 desenvolveu uma teoria para tratar uma doença comum que matava muitos. Ele dizia que séculos de conhecimento científico estavam errados e só quem lucrava com isso eram as empresas farmacêuticas que tinham entre seus cinco maiores lucros o gerado pelo tratamento desta doença. Quase todos os cientistas diziam que a teoria era absurda, os métodos de Marshall errados e era completamente impossível ser verdade. Marshall foi ridicularizado e caluniado. Em quem você acreditaria: nos melhores do mundo e quase todos os seus colegas ou num cara de uma quase desconhecida cidade australiana, sem muitos recursos para pesquisas nem títulos acadêmicos impressionantes?

    Só que Marshall estava certo, terminou provando isso e ganhou o Nobel de Medicina em 2005 pela descoberta da H. pylori e seu papel de causa da grande maioria dos casos de úlcera. A indústria farmacêutica perdeu bilhões de dolares por ano, mas milhões de vidas foram salvas. Assim é a ciência.

  17. Ângelo Romão - 15/12/2008

    Gonçalves,

    o fato de o médico discordar não foi considerado crime. Ele foi julgado por fazer de seus pacientes cobaias e por matá-los nesse processo – no caso por negligência. Ele mesmo assinava os atestados de óbito e declarava a morte por fatores que não correspondiam com a verdade.

    Já no caso desse Marshall, me corrija se eu estiver errado. Pelo que me lembro, ele ingeriu uma solução contendo a H. Pylori e se tratou com os antibiótico que ele estava desenvolvendo. Não houve vidas em risco no processo.

  18. Ana Maria - 15/12/2008

    É por isso que gosto cada vez mais de SVU.Os temas são polêmicos e dão margem a controvérsias.Com relação ao comentário anterior concordo plenamewnte com o Ângelo. Discordar não é crime mas negligenciar um paciente a ponto e colocar sua vida em risco pode ser considerado crime, sim. A pesquisa científica e práticas alternativas são fatos que ocorrem no campo da medicina costumeiramente. Mas o médico não pode em nenhum momento esquecer que sua função precípua
    é curar e salvar vidas.As pesquisas, os experimentos na medicina demandam longo tempo para se ter resultados concretos e seguros, e a vida humana nem sempre pode esperar sob pena de esvair-se. No episódio de 3ª feira última faltou a ação rápida de um médico que poderia, usando os medicamentos que hoje são largamente utilizados e de comprovada eficiência,ter salvo várias vidas. Esse comportamento me parece passível de punição.

  19. Paula - 16/12/2008

    Adorei esse episódio. Polêmico e comovente. E a Tamara bem que estava merecendo um destaque maior na trama.

  20. silvia fernandes - 22/12/2008

    amei o episódio e ainda não estou muito convencida com a Kim Greyleck, mas o q mais está me aborrecendo é a possibilidade do fim da série, ai isso ta me deixando ouca pois por mais q eu procure não encontro outra q chegue perto dessa…..amo o fin, olivia, eliot enfim todos…e torço pra q realmente a série continue

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