Elementary – One Way to Get Off

Data/Hora 19/11/2012, 10:32. Autor
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Coloquemos assim: se existe alguma palavra que não define Elementary essa palavra é justamente “Elementar”. A série não tem nada de simples, clara ou compreensível. A história é uma grande mistura de pontos altos e baixos, de boas sacadas versus soluções para conflitos que eu mesma colocaria em um desses trabalhos de Roteiro Audiovisual da faculdade de Comunicação. Quer dizer… Prossigamos.

One Way to Get Off começou diferente, sem Sherlock Holmes (Jonny Lee Miller) tomando seu tranquilo café quando, de repente, recebe uma mensagem de alerta do Capitão Gregson (Aidan Quinn). O sétimo capítulo do seriado teve um início um pouco mais macabro, como um filme de terror mesmo. Um homem com uma máscara horrível – dessas brancas e de plástico, no melhor estilo Pânico – atira na cabeça de duas vítimas, que tinham um travesseiro amarrado ao rosto, que ficou cheio de sangue. (Tudo bem que parecia que uma criança tinha derrubado, na roupa de cama, suco de groselha da pior qualidade…)

Só então, o personagem de Aidan Quinn interrompeu o café da manhã do detetive, que, de pacífico, já não tinha nada. Holmes estava em pé de guerra com a Watson, desde que ela descobriu o nome de sua ex-amada Irene. E como a gente está falando de Holmes, o ser humano mais peculiar da face da terra, “pé de guerra” significa ficar calado, ignorar o outro.

Eu ainda sei o que você fez no verão… De 1999!

Mas havia um detalhe no episódio de hoje que devia ser considerado: o assassinato seguia as mesmas regras de uma série de crimes ocorridos em 1999. E se restava alguma duvida quanto a isso, Sherlock foi até o closet da vítima e confirmou: o assassino, assim como antes, havia levado apenas um sapato de marca (e não o par) embora. “Pessoas perdem os sapatos a todo instante”, argumentou o Capitão. Sherlock Holmes, sabiamente, retrucou “Não sapatos que custam mil dólares”. Touché.

Essa é a segunda vez que um crime do passado está ligado a acontecimentos atuais (teve o episódio do serial killer de crianças), isso em menos de dez episódios. Haja criatividade! (Sim, estou usando a ironia do detetive). Também fico impressionada com a quantidade de informações que Holmes, “britaníssimo”, tem sobre fatos ocorridos na Big Apple há taaanto tempo. Mas voltemos ao crime.

O Capitão Gregson tentava, com todas as forças, fazer com que todos acreditassem que o caso de agora nada tinha a ver com aquele ocorrido na década de 90. O motivo, esse sim, era elementar: ele colocou o assassino na cadeia, na época. Assim sendo, o culpado não poderia ter cometido os crimes de agora. A não ser que o homem preso fosse inocente… O que culminaria em: um dos maiores casos solucionados pelo Capitão, que alavancou sua carreira, tinha sido concluído de maneira errada!

Holmes convenceu o policial de que deviam fazer uma visita ao homem preso, que uma vez havia confirmado ser o autor dos crimes. Só que, dez anos mais tarde, ele mudou de opinião e acusava o Capitão de ter plantado uma evidência – uma caneca com suas impressões digitais – na cena do crime no passado. Holmes percebe que o policial coça a garganta e hesita. Mau sinal. Depois, o criminoso diz que seu álibi,  a amante, jamais confirmaria que tinha estado com ele na noite de 1999 em que os assassinatos ocorreram, já que ela era casada. A dupla vai atrás da mulher e o filho dela informa que ela tinha morrido de leucemia.

Depois, Holmes revisa um vídeo da polícia e percebe que a caneca encontrada na cena do crime era exatamente aquela que o Capitão oferecera ao criminoso na noite em que realizou o interrogatório. Com tantas evidências, somos forçados a duvidar do policial.

E, comparado aos outros episódios, esse sétimo foi o melhor no quesito “imprevisibilidade”. Pela primeira vez, não dava para adivinhar quem falava a verdade: o homem preso era inocente todos esses anos? Teria o Capitão plantado uma evidência para alavancar a própria carreira?

Watson, detetive nas horas vagas

Enquanto Holmes tentava resolver o caso, a Dra. Watson também fazia algumas investigações longe dali. Sobre a vida do detetive! Ela foi até a clínica de reabilitação onde Sherlock passou os seis primeiros meses na América. Ninguém tinha nada a falar sobre ele, a não ser criticar. Eis que a médica avista um jardineiro – cujo nome a funcionária do lugar sequer sabia – e ela percebeu que ele era um amigo em potencial de Sherlock.

Watson se revela tão boa detetive quanto seu “paciente genioso” e é incrível quando podemos testemunhá-la desvendar algo sozinha! É como se ela representasse o lado “normal” da sociedade, sem toda aquele genialidade característica ao detetive e, por isso mesmo, nós nos identificamos com ela. Então, sempre que ela consegue resolver algo sem ajuda de Sherlock, é como se fosse uma vitória de nós mesmos.

Ela estava certa. O jardineiro e o detetive eram amigos. O jardineiro – permita-me dizer o nome do cidadão, coisa ignorada por ali, Edson – entregou à personagem algumas correspondências que Holmes “esqueceu” no lugar. Cartas de… Irene!

De volta ao lar que divide com o detetive, Holmes pediu para que ele e Watson deixassem as diferenças de lado e trabalhassem juntos no caso. O detetive, que agora acredita que o homem na cadeia é inocente, trabalha em um novo suspeito: um jovem que havia passado os dez últimos anos na prisão e há três semanas estava solto, justamente quando os casos (re)começaram.


Ele vai até o quarto de hotel “chechelento” do rapaz, que tem suco de laranja espalhado por todo o chão e um carpete solto. A arma do crime está ali. Fim da história, que, nesse momento, já parecia mais longa que o comum. Embora, pela primeira vez, tínhamos um caso emocionalmente mais denso, em que, de um lado, estava o passado de Holmes e, de outro, a dúvida se Capitão era culpado ou não, as coisas se desenrolavam (sono)lentamente nesse episódio. E não era fim de história.

Nesse meio tempo, outro assassinato que seguia os mesmos padrões – pessoas amarradas a um travesseiro e um sapato de grife perdido – aconteceu e, dessa vez, havia uma terceira vítima, não só o casal. O Capitão conta que o assassino atirou no elemento a alguns metros de distância, já que não contava com a presença da terceira vítima ali.

Holmes volta para a delegacia e invade a sala de interrogatório – só para não perder o costume – e acerta uma laranja no rosto do novo suspeito. Sim, ele agrediu o acusado com uma fruta. Nesse momento, até precisei pausar o vídeo para rir. Em seguida, ele simplesmente concluiu: o jovem é inocente. Nada que deixasse o homem mais calmo, indignado com a agressão sofrida. O acusado era cego de um dos olhos, por isso o suco derramado no chão e objetos sempre posicionados à esquerda de seu apartamento. Assim sendo, ele jamais atiraria em alguém que estivesse a metros de distância.

Nos últimos sete minutos do capítulo, os roteiristas precisavam desenrolar a história, algo que não tinham feito até ali. O homem que o Capitão colocou na cadeia, o primeiro acusado, entrou na prisão analfabeto e, agora, citava escritores famosos em suas entrevistas. Ele aprendeu a ler durante o trabalho voluntário na livraria da cadeia. Quem trabalhava lá? O filho da amante dele… Que, obviamente, era filho dele também. O rapaz havia descoberto a verdade ao ler o diário da mãe – originalzzZZz -, tinha cometido os novos assassinatos e plantado a arma no apartamento do rapaz-cego-de-um-olho para incriminá-lo e tirar o pai de trás das grades.

A caneca? Sim, foi plantada, mas não pelo Capitão. A parceria de trabalho dele na época havia feito isso. Integridade reafirmada ao simpático policial grisalho.

Watson também entregou as cartas de Irene para Holmes e disse que não as leu, embora sentisse vontade. O detetive triturou os bilhetes num liquidificador – nesse momento, pensei que ele iria colocar fogo nos envelopes. Mas isso seria normal demais para Sherlock.

Depois, no final, sem que Watson esperasse – e nem a gente, enquanto espectador -, ele revela: Irene morreu e ele não conseguiu lidar com isso. Se ele vai continuar a contar essa história nos próximos episódios, é impossível saber. Holmes só faz confissões quando tem vontade – o que é quase nunca.

Moral da história

One Way to Get Off explorou mais os personagens principais da história e nos fez, inclusive, duvidar deles. O que é sempre interessante. Não gosto de comparar Elementary com a série britânica Sherlock, mas é inegável que os casos apresentados na história da BBC são mais complexos e inteligentes. Só que, pela primeira vez, me senti totalmente no escuro em Elementary, não conseguia, sequer, eleger meu suspeito principal diante do novo crime. Ainda assim, o episódio foi o mais “chatinho” até agora, sem ritmo. Se não fosse a confissão final do detetive, de que a ex-namorada estava morta, teria achado perda de tempo. Afinal, todo mundo é um pouco Sherlock Holmes: quer ação, um bom assassinato, cheio de códigos para decifrar enquanto degusta uma doce xícara de café. Não foi dessa vez, mas tem alguma coisa no carisma do personagem de Lee Miller que me convida para o próximo capítulo! Você vem comigo?

p.s.¹: boa notícia para quem gosta de Elementary, a série ganhou dois episódios a mais!

p.s.²: todo mundo sabe que o Dr. House é levemente inspirado em Sherlock Holmes. E se House tinha MMMbop, do Hanson, como ringtone do celular (assim como o meu! opss), Holmes escolheu a trilha sonora do filme Psicose para anunciar suas chamadas telefônicas. Apropriado, meu caro leitor!

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  1. thábatha hanna - 20/11/2012

    Amo tudo que diz respeito a sherlock, principalmente House e agora Elementary…concordo que esse último tá precisando de um pouco mais de gás, mas eu aposto nele. Elenco é sensacional! E se rolasse um romancinho entre ele e watson…srsrrs…paraíso! 😀

  2. Gabriela Pagano - 21/11/2012

    uehuahaushaue brigada pelo comentário, Thábatha! =]
    Pois é! É engraçado, porque, até agora, não teve nenhum indício de que os dois vão ter alguma coisa.. Mas eu a-m-a-r-i-a ver o Holmes se envolvendo com alguém (não sei se exatamente com a Watson), acho que ia ser mega divertido, ele todo apaixonado! Risadas garantidas =]

  3. thábatha hanna - 21/11/2012

    pela própria história da relação dos personagens originais isso não seria muito possível rolar…mas me parece que essa nova abordagem dos personagens nos daria essa brecha, não acha?? mesmo que não fosse um romance bem explícito, ao menos uns “esbarrões” entre os dois seria divino! realmente seria divertidíssimo vê-lo todo bobão por não saber agir ante um flerte, ainda mais se for com watson…amaria isso tbm.
    🙂

  4. Gabriela Pagano - 22/11/2012

    não tinha pensando nisso! um romance “implícito” entre os dois, com esse constrangimento (esbarrões, etc), seria muito engraçado! como você disse, o Sherlock não saberia como agir e iria com toda a ironia dele pra cima da Watson! hahaha e ela poderia arranjar um namorado (médico, partidão), pra deixar o Holmes mais enfurecido ainda! boa ideia, Thábatha, também gosto do casal! ^^ uheuahue

  5. thábatha - 22/11/2012

    😀

  6. Kika - 22/11/2012

    Apesar de gostar muito dos casos, o que mais me chama atenção no seriado é o relacionamento Holmes/Watson. Gosto do fato que estamos vendo como eles se conhecem e desenvolvem essa amizade. A química deles é ótima!
    E apesar de não haver envolvimento dos dois originalmente, confesso que iria adorar! Mas levando em consideração o Holmes, se isso acontecer, vai ser beeeeeeem lentamente.
    Ah, adorei a review!

  7. Gabriela Pagano - 22/11/2012

    A relação deles (amorosa ou não) é mesmo uma delícia de se assistir, né?? Eu tinha um pouco de medo dessa história de levarem o Sherlock Holmes para Nova Iorque, de “o” Watson virar “a” Watson, mas, no fim das contas, deu super certo! Reflete bem a paciência feminina diante das manias masculinas – e o Holmes tem muitas manias! E vice-versa. É bem engraçado! vamos ver como essa relação vai evoluir… Ainda mais agora que a Watson sabe a verdade sobre a Irene! =]
    E muito obrigada pelo elogio, Kika! =]]

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