TeleSéries
Review: Battlestar Galactica – Dirty Hands
23/06/2007, 10:51. Lucas Leal
Reviews
Battlestar Galactica
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Série: Battlestar Galactica
Episódio: Dirty Hands
Temporada: 3ª
Número do Episódio: 54
Data de Exibição nos EUA: 25/2/2007
Data de Exibição no Brasil: 16/6/2007
Emissora no Brasil: TNT
Graças aos Deuses mais um final de semana, faltando apenas quatro episódios para acabar a temporada, temos mais um episódio voltado aos problemas de relacionamento entre os humanos.
Não há muitas cenas isoladas para destacar deste episódio, a importância aqui foi o episódio como um todo. Muitos odiaram esse episódio e o acham um ‘desperdício’, já pra mim desperdício é um episódio maravilhoso como esse não ter sido assistido e apreciado por um número maior de pessoas.
O episódio trata dos problemas sociais da estagnação das relações de trabalho, tal qual na vida real. Na frota, quem é trabalhador de serviços básicos dificilmente consegue progredir, idem seus familiares, já quem é de um cargo privilegiado acaba vendo os seus filhos ‘herdarem’ suas posições, criando um mecanismo cruel de hierarquia e estagnação.
Tudo isso explode com o livro de Baltar contrabandeado de sua cela pelo seu advogado para a frota. Especialmente na nave de refino de combustível, que trabalhava em condições desumanas, como destacou Xeno Fenner líder da nave:
Pessoas que trabalharam 18 horas por dia durante os últimos 6 meses.
Assim, um problema no refino do combustível resulta em um acidente com uma das naves, que se choca com a Colonial One. E, obviamente, a partir deste momento eles passam a ser ouvidos. Fenner cita a obra de Baltar perante Roslin, e acaba preso.
Neste momento é levantada a outra questão relevante do episódio, até que ponto os direitos civis podem sobrepujar as necessidades da frota, até que ponto as reivindicações de Fenner devem ser ouvidas sem um prejuízo da frota como um todo, afinal se faltar combustível a frota se tornará uma presa fácil para os cylons.
Com a prisão de Fenner, Adama convoca Tyrol para ir até a nave de refino de combustível e resolver os problemas ali existentes. O chief aceita, afinal já havia trabalhado com Fenner no sindicato em Nova Caprica.
Importante destacar também o livro de Baltar, “Meus Triunfos, Meus Erros”, no qual ele alerta para as relações de trabalho, os cargos ‘herdados’ e outros problemas já apontados, mas os propósitos dele obviamente não são os mais nobres. Baltar não queria auxiliar essas pessoas, abrir os seus olhos para o problema, Baltar queria uma guerra civil desviando o foco das acusações que pesam sobre ele para um outro problema, e parece que conseguiu.
Com a chegada de Tyrol, os trabalhadores do refino de combustível somem com uma peça imprescindível para a realização do trabalho. E usam Tyrol como porta voz para falar dos seus problemas com Adama e Roslin, mas nenhum dos dois parece disposto a ouvir. Roslin manda prender o líder do protesto, Cabbot.
Galen fica com a consciência pesada e visita Cabbot e Fenner na detenção. Cabbot está psicótico, ele passou um período na mão dos cylons em Nova Caprica e reviver a experiência de detenção acaba com ele. Ao invés de se solidarizar, Tyrol usa disso para convencer Fenner a lhe dizer a localização das peças escondidas. Ele acaba por contar e Tyrol manda que libertem os dois.
Tyrol retorna a nave para ligar as máquinas e resolver tudo, mas ao se dar conta da quantidade de crianças trabalhando abordo da nave, ele resolve então levantar a questão com Roslin. Mais uma vez a presidente não escuta, diz que não é o sistema ideal, mas que é a única forma de se sobreviver e que essas crianças estão aprendendo o trabalho de seus pais, e dando continuidade ao trabalho.
Galen levanta a questão da perversidade do sistema. Essas crianças sempre trabalharam como mecânicos, porque seus pais eram mecânicos e ser mecânicos será a única coisa que eles terão aprendido e saberão fazer. Roslin então se da conta do problema, e resolve procurar entre as outras pessoas da frota pessoas aptas a fazer o trabalho de refino e fazer um sorteio entre elas para assumir a função.
Quero destacar aqui a importância do tema, pois vemos diariamente este problema nas nossas vidas, o rico cada vez mais rico e o pobre cada vez mais pobre, as chances de alguém quebrar essas barreiras vindo debaixo são cada vez menores, tanto que quando acontece acaba por se tornar tema de filme, talvez para mostrar a todos ‘olha é possível’ e dar munição a quem diz ‘só é pobre quem quer’ e ‘pobre é preguiçoso’ e etc. Mas sabemos que todos os que quebraram essas barreiras são exceções e que aliado ao esforço, inerente a grande maioria da população carente, eles tiveram sorte e principalmente oportunidade.
Voltando ao episódio, acontecem problemas com os sorteios propostos por Roslin. Um jovem é taxado como fazendeiro, quando de fato só exerceu essa função durante uma semana antes do ataque dos cylons. E agora, pelo resto da vida, ele será fazendeiro. Neste momento Chief acaba por encontrar o livro de Baltar e o lê.
Tyrol resolve confrontar Baltar sobre as questões do livro e aqui quero destacar a atuação do James Callis, que durante toda a série é digna de destaque, mas em alguns episódios como este ele se supera. Tyrol diz que as questões levantadas no livro não existem na frota, Baltar se irrita, obviamente se elas não existissem Tyrol não estaria ali para conversar com ele. E mais uma vez nos vemos diante da questão direito civis versus necessidades da frota e da estagnação da hierarquia, como diz Baltar:
Você honestamente acredita que a frota será comandada um dia por alguém cujo sobrenome não seja Adama.
Qualquer semelhança com ‘Bush pai e Bush filho’ não é mera coincidência.
Abro mais um parênteses para destacar que a meu ver o discurso revolucionário de Baltar é radical ao extremo, mas que as alegações dele e os problemas levantados são pertinentes.
Mas toda mudança só ocorre devido a algum acontecimento, e eis que ocorre. Tyrol visita a nave aonde finalmente tudo retornou a ordem com os novos trabalhadores. Mas um problema no maquinário faz com que Chief tenha que tentar consertá-lo. Ele não consegue e aparece Danny, o ‘fazendeiro’ que havia sido enviado para nave por Tyrol. O jovem rapaz acaba arrumando o problema, porém sofre um dano severo a seu braço. Diante disso, a mudança se opera e Tyrol desliga o equipamento de refino:
Esta fábrica está desligada. Nós estamos em greve.
Destaco que os militares não têm direito a greve, ir contra uma ordem de um superior pode acarretar pena de morte. Salvo Tyrol e os mecânicos, os outros envolvidos são civis, com direito garantido de greve. Mas será que nas condições que eles se encontram nos confins do universo essa garantia de greve deve valer?
Tyrol é preso, ele exige uma conversa com Roslin, Adama encara a greve como um motim, o que acarreta em pena de morte, Adama joga duro e manda que executem Cally como amotinada. Tyrol pergunta se Adama está insano, Adama como sempre responde com um discurso maravilhoso. Edward J. Olmos da um show como sempre. Ele levanta as questões de que as ordens devem ser executadas sem hesitação ou:
Se houver hesitação, e que a obediência seja opcional às vezes, então essa frota irá morrer.
Assim Galen resolve terminar a greve. Às vezes achamos que só nessas situações radicais que conseguiremos ser ouvidos, mas Adama da uma lição em Tyrol, ele diz:
Pensei ter entendido que tinha algo para discutir com a presidente.
Assim Tyrol se reúne pela última vez com Roslin para resolver os problemas trabalhistas. Chief aponta que o sorteio de Roslin não funcionou, pois selecionar as pessoas pelo seu local de origem e habilidades não resolve nada, pois perpetuam uma hierarquia. Então Tyrol propõem que alguns trabalhos ‘sujos’ que não exigem muito conhecimento possam ser feitos por qualquer pessoa, como os da Colonial One, a nave presidencial, e Roslin aceita. Tyrol pede também que as pessoas com trabalho pesado tenham mais tempo de recreação e descanso, fazendo rodízio entre os trabalhadores e com um programa de treinamento. Roslin diz que o programa de treinamento terá que ficar para o futuro próximo, pois a frota precisa destes trabalhadores de agora para seguir adiante. Mas Roslin destaca a necessidade de um sindicato para defender o direito dos trabalhadores. Tyrol diz que esse sindicato morreu em Nova Caprica, mas Roslin demonstra a necessidade dele existir ou a sociedade se tornará mais polarizada e:
Não precisaremos dos cylons, nós mesmos iremos nos destruir.
Em suma será que vale a pena preservar a frota, sendo que não vale a pena viver nela?
E o episódio encerra com Seelix, que havia tido seu pedido para se tornar piloto rejeitado diante da necessidade de mecânicos, indo para o treinamento de vipers para se tornar piloto, mostrando que as coisas podem mudar mesmo nos confins do universo.
Curiosidades do episódio:
• Cena extra: Tyrol organiza a lista de sorteio, puxa o nome das crianças atribuídas à nave de refino esperando que elas tenham uma vida melhor, Cally destaca que não existe ninguém da Colonial One na lista e recita trechos do livro de Baltar. Tyrol chega à conclusão de que alguém mais ‘firme’ como Tigh podia dirigir a refinaria que teria mais resultados, Cally segue encorajando o marido a lutar pelos trabalhadores.
• O sotaque de Aerelon se aproxima do sotaque de Yorkshire (norte da Inglaterra) se assemelhando também com o sotaque da classe trabalhadora inglesa.
• 41,400 sobreviventes, dois a mais que no último episódio.
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O problema deste episódio foi o timing. Foi um tiro no pé exibí-lo uma semana após o episódio onde Tyrol e a Cally quase morrem. O episódio ficou perdido, desconectado da linha de tempo lógica da série, sem senso de continuidade. Como pode o Adama mandar matar a mulher pela qual moveu mundos para salvar há algumas semanas? E sequer citar isto? É um erro grande demais pra um seriado como Galactica.
Outra coisa estranha é a greve na refinaria ser extendida ao mecânicos. Repare que não há nenhuma referência no episódio de que “a frota parou”.
Entendo o desejo da série de abordar grandes temas, mas nesta temporada isto esta sendo feito de forma ligeira e em desperídicio da continuidade.
Foi só eu que achei ou o livro de Baltar é uma referência ao Mein Kampf, de Adolf Hitler?
Valeu pelo review Lucas e boa sorte nos estudos, pra mim não foi um episodio a altura da serie, que deu uma acalmada ultimamente, é como a brisa antes da tempestade, não acredito que só falta 4 episodios para o fim, mas isso não quer dizer que tenha sido ruim, gostei muito da discussão trabalhista e os direitos civis.
Essa questão dos serviços que não podem ser paralizados tem tudo haver com nosso país no momento, é só ver o caos aereo em que estamos, uma vergonha nacional e como é que fica, os controladores não tem direitos? tem que aceitar tudo de boca fechado e se conformar? é um caso semelhante a serie e por isso que gosto tanto de BSG, lavanta questões bem humanas, alias isso é mérito da ficção cientifica não é mesmo? debater sobre os problemas do homem em outro ambiente e época.
Gostei da tua observação Lucas quanto a questão de que só não é vencedor que não quer, essa é uma das afirmações mais absurdas que ja ouvi, como se 1% da população fossem dignos de estarem no topo e os 99% um bando de preguiçosos.
Quanto a questão Bush pai/filho, isso pelo jeito é normal lá nos EUA, haja vista os Kennedys e os Clinton, que podem voltar ao governo em breve, não é privilégio dos Bush, sem falar nos ACMS e familia Sarney…
Mais uma vez destaco que o episódio conseguiu debater o tema sem ser alegorico ou te conduzir
a uma opinião, evidente que os roteiristas demonstram qual seria a solução para eles, mas
isso não nos impede em nenhum momento de pensar o contrário, eles não forçam a nos pensar
igual. Apesar do meu texto ser um pouco mais alegorico que o episódio tentei fazer o mesmo
e deixar cada um pensar por si, apesar de deixar bem claro o meu posicionamento no texto,
não impedi ninguém de pensar diferente, pois a necessidade de debate existe e ninguem e
dono da verdade 😉
E quando digo que a audiencia foi baixa, e que isso foi um desperdicio, foi mesmo, pois
no mesmo horario do programa estava sendo exibido o Oscar.
Antunes “Foi só eu que achei ou o livro de Baltar é uma referência ao Mein Kampf, de Adolf Hitler?”
de fato é sim!eu ia comentar isso mas acabei deixando passar ve se alguém comentava hehehe 😉
sobre a continuidade ocorreram muitos problemas de mudanças de roteiro (depois daquele episódio do racismo) portanto alguns episódios ficaram ‘soltos’ mesmo, mas não acho que isso tenha sido ruim, como por exemplo o Adama mandar matar a Cally depois de tudo que ele fez pra salvar ela acabou somente sendo um plus pra demonstrar o quanto ele acha necessario que se obedeça a hierarquia e as ordens…
é Darth tem total relação com os controladores, por sinal o chefe da força aerea ontem mesmo falou em ‘motim’ o episódio veio num bom momento para se refletir sobre o direito dos controladores e o direito das pessoas de ir e vir
é quanto o ‘pedigree’ para governar vale lembrar tb do Collor, que era um desconhecido, mas que seu bisavo (ou avo não me recordo) já havia sido ministro da fazenda, enfim essa abordagem da série tb foi bem interessante e foi uma forma de criticar isso tb! e bem lembrado do clã dos ACMS e dos Sarneys Darth 😉
ps ah e valeu Darth, realmente meus estudos tão apertando aqui e não deu pra fazer o review antes!peço desculpas a todos!e como já havia dito no outro tópico o Paulo Fiaes vai fazer a review dessa semana devido ao meu problema com estudos
e desde já quero deixar aqui o meu mto obrigado ao Fiaes registrado 😉
Muito bom descobrir vocês por aqui! Não sabia com quem conversar sobre BSG…
Na verdade acho que não vou poder falar muito por aqui, pois o que quero é falar do último epi deste sábado (hoje)…tô passada…triste…não entendo, pensei que ela ficaria até o final…Putz, ela é tão boa atriz!!! Uma química incrível com o Lee!
Fora que pensei que ainda tivessem muita mais histórias para desenvolver com ela…
Escrevam, por favor!
Bem, é isso.
Hahahahahah, Meia, vc fez com que eu lembrasse de mim. Hoje eu reassisti o episódio da Starbuck e….chorei, chorei, chorei…(e isso pq estava reassistindo) então peguei no sono…e acordei com a sensação de que tinha perdido alguém muito importante…e então entrei aqui e vi o review do episódio da semana passada (é o da semana passada? Como eu não vejo há 3 semanas…)
Nunca vi a Starbuck tão ‘Starbuck’ quanto neste episódio. Ela estava fantástica!!! Amei cada segundo.
Mas, finalmente chegando ao episódio discutido aqui:
Eu comecei a ler Mein Kampf (e estava amando, por sinal), mas não consegui terminar pq era da biblioteca e mil e uma coisas aconteceram (inclusive eu mudar de cidade). De fato o livro do Baltar me lembrou do Hitler.
Lembro que quando assisti esse episódio, várias semanas atrás, eu tinha pensado que era um episódio prá lá de estranho. E ao mesmo tempo que eu me irritava um pouco com algumas coisas (não tinha gostado do Chief como sindicalista no início da temporada, não gostei agora), eu via o quanto BSG é diferente. Eu achei fantástico essa aproximação que a série faz dos não oficiais, coisa que nenhuma outra sci-fi nos traz. Aos que discutiram os spoilers comigo na época, devem lembrar os comentários feitos.
O Adama mandar executar a Cally (pena que não morreu. Eita garotinha! Se safa de todas!) me deixou de olhos esbugalhados. Jamais imaginei que ele faria uma coisa dessas, ainda mais depois do episódio passado. Mas ele tinha razão, aquilo era motim e as medidas (ainda mais em tempos de guerra) precisam ser drásticas.
Fico feliz que tenham conseguido chegar a alguma conclusão no final do episódio, pq eu fiquei o tempo todo pensando o que raios eu teria feito no lugar da Roslin e não conseguia chegar a lugar algum. Em tempos de guerra (e eu digo guerra mesmo, dessas que acontecem dentro do seu território, e não com tropas sendo enviadas apenas para outros lugares), tudo mudo na administração de um país. Direitos civis vão para o espaço em nome da sobrevivência da nação. Mas até onde as medidas podem ser executadas sem destruir essa mesma nação que se tenta salvar?
Eu me sentia com a corda no pescoço enquanto assistia esse episódio e eu amo Battlestar Galactica por isso.
É bem verdade que a série adentrou muito mais os assuntos internos nessa temporada do que a guerra que se trava no espaço, mas isso não é ruim, muito pelo contrário. É maravilhoso saber o que acontece com o povo enquanto os pilotos estão lá fora tentando salvá-los. E como todos lidam com a situação. E melhor ainda, BSG tem seu nucleo principal que é sempre explorado, mas eles também desenvolvem belissimamente os personagens de apoio (não há nenhum ‘red shirt’ em BSG), e tudo, mas tudo mesmo que acontece na série tem alguma importância no futuro, mesmo que seja algum acontecimento fora do nucleo principal.
BSG não é reconhecida o suficiente….essa série é fenomenal!
E eu continuo de luto com o episódio dessa semana….mesmo (e talvez por isso mesmo) já tendo assistido a temporada até o final.
Numa sociedade militarizada, sobrevivente de um genocídio, como aquela mostrada na série é simplesmente impossível ver um simples “chefe” – o equivalente a um sargento ou sub-tenente na hierarquia militar – confrontar um superior hierárquico, ainda mais, os lideres, civil e militar, da frota(a Presidente e o Almirante), e ao mesmo momento, o que deixa o argumento do episódio bem desconectado da realidade, SALVO A BRASILEIRA, PORQUE AQUI ESTA SITUAÇÃO TEM ACONTECIDO COM FREQUENCIA NOS AEROPORTOS.
Daí eu tenho a minha teoria, talvez a intenção dos roteiristas de mostrar as dificuldades dos trabalhadores tenha se tornado, mesmo que involuntariamente, um pano de fundo de outra estória mais verossímil, qual seja, o confronto entre a antiga elite representada pelo almirante e a nova elite surgida neste “território novo” a frota, representada pelo chefe dos mecanicos, que sem dúvida alguma tem uma importância enorme, afinal de contas 100% dos habitantes de referido lugar dependem de máquinas para viver, e o local é apresentado como velho, caindo aos pedaços, necessitando de constante manutenção.
Esta liderança emergente do chefe entre os sem importancia da frota (trabalhadores e militares de baixas patentes) é visível, e está baseada no mau estado das máquinas que ele conhece e sabe consertar. Assim, na medida que os velhos caciques, representantes da antiga ordem, tratam um soldado amotinado (a pior coisa que pode acontecer entre militares) com uma deferencia simplesmente descabida, inclusive fazendo concessões inimagináveis ao mesmo, como a chefia de um sindicato fica evidente que o personagem pertence a elite.
Aqui eu deixo claro que o termo elite é utilizado para se referir àquele personagem detentor efetivo de parcela do poder político na sociedade, e não como pessoa mais afortunada (definição encontrada na cartilha do PT)
Por outro lado, vemos o almirante delegando ao filho uma importante missão, qual seja, o resgate da antiga lei e sua adequação a nova realidade. Quer prova mais evidente de que o episório retrata a elite utilizando mecanismos de acomodação.
Assim, segundo a minha tese particular, que pode e merece ser refutada por outros mais entendidos, é de concluir que o episódio serviu apenas para mostrar os mecanismos utilizados pela elite para para acomodar novos personagens em sua estrutura, perpetuando assim, com esta estratégia, o domínio social e político préexistente.
Este é o mundo nosso de cada dia…
As elites (aqueles de detém algum poder, um quê a mais que a maioria comum) gritando seus direitos em plena crise…
Que mandem a Roslin trabalhar nas Refinarias UM dia por semana, ou até mesmo por mês, e ela tb vira sindicalista. Mas, tem que se coisa constante, permanente! Até chegarem na “Terra”.
CLARO, há alguns daqueles que muito NECESSITAM dos vôos da TAM, ou da GOL, nos horários. MAS, controlador de vôo também é gente, são cidadãos ANTES de militares. Nos hospitais fazem greve, os policiais fazem greve, as escolas e universidades páram… Sim, são militares, todavia, paralização dos controladores dificultam mais que as categorias mencionadas?
Pois é, BSG não é igualzim a isso…, MUITA gente morre por liberdade e por seus direitos, ou os direitos de TODOS são garantidos, ou que toda “frota” páre mesmo!
a maioria das sociedades encaram os da “classe trabalhadora” como preguiçosa e folgada mesmo, como só quem fosse advogado, médico ou qualquer coisa q o valha fossem vencedores e dignos de viver na sociedade moderna, mas tb esquecem q são extremamente necessários… ou vc acha q os EUA principalmente não entraria em colapso sem esses trabalhores, muitas vezes estrangeiros ilegais, que perseguem mas no fundo q sabem q não podem ficar sem? sito o caso do Japão que “importa” tantos trabalhadores pq quem vive lá não quer mais fazer esses serviços, é claro q todos tem o direito de melhorar de vida, mas não gosto do desprezo com que esses trabalhadores são tratados, desculpe se viajei na maionese, mas achei a questão interessante.
Olha estou adorando todas as temporadas não vejo BSG só como uma série de ficção ela consegue discutir todos os temas importantes na sociedade,e pensar que BSG não consegue fazer sucesso como Lost e Herois juro não entendo !!!
Gente o que foi isso no episódio de hoje???? chorei demais pelo amor dos Deuses me digam que ela não morreu !!!!rsrsr…
Pessoal,
Para variar, nosso Almirante deu mais um show, ele é um líder no sentido maior da palavra! A cena em que Roslin ordena p/ q/ os soldados revistem Baltar também foi impagável!
Acho que o final do episódio também serviu p/ q/ refletíssemos um pouco sobre como deve ser a relação entre trabalhadores e empresas. Gente, temos que mudar nossa forma de agir e pensar, senão como é q/ as coisas vão melhorar? O bem comum é que tem q/ prevalecer e o diálogo deve ser sempre constante, pois só assim contribuiremos para a formação e o fortalecimento de uma sociedade justa e perfeita.
Mudando de assunto, p/ quem ainda não viu, a Veja de hoje trás uma matéria sobre a “Família Soprano” e no embalo citou BSG. Tomei a liberdade de transcrever um trecho, como segue abaixo:
Na Trilha dos Pioneiros: Outras séries que, além de excelentes, renovam a dramaturgia televisiva.
Battlestar Galactica
Do que se trata: os cerca de 50.000 sobreviventes de um ataque à humanidade vagam pelo universo em busca de um porto seguro.
No que é diferente: mostra que uma ficção científica para a TV não precisa ser brega, nem ter “criaturas” e pode desenvolver drama de primeira categoria.
“O desfecho de Família Soprano, já exibido nos Estados Unidos, provocou uma enxurrada de artigos na grande imprensa americana, como se tratasse da cobertura de uma das débâcles presidenciais – e com o mesmo tom de partidarismo habitualmente dedicado a elas. Muitas pontas ficaram soltas, reclamaram os críticos; mostrar que elas nunca poderiam ser amarradas e que esses personagens não têm solução era justamente o propósito da série, argumentam seus defensores. Ambos os lados, porém, concordam que Família Soprano mudou a televisão – para muito melhor – ao sacudi-la com seu choque de realidade. Hoje, na TV aberta americana, não há em cena um herói que não seja em boa medida também um anti-herói, do agente federal Jack Bauer de 24 Horas às mulheres de Desperate Housewives. Na TV a cabo, onde não existem limites para o que é permissível, essa influência é ainda mais nítida. Nela, o sucesso de Família Soprano abriu terreno para outras criações comparáveis na excelência e no radicalismo. Deadwood e The Wire, por exemplo, também trazem protagonistas que, como Tony Soprano, vivem por meios repulsivos, mas suscitam a identificação do espectador com sua fragilidade, sua insegurança e seu medo. Em Battlestar Galactica, vagamente baseada numa série homônima (e ruim) dos anos 70, os 50.000 sobreviventes de um ataque que dizimou o restante da humanidade vagam pelo espaço, tentando recompor a civilização – e repetindo os erros desta, como se eles fossem um destino inexorável. Para onde se olhe hoje na televisão, enfim, lá estão as digitais de Tony Soprano. Assim como a sua angústia trágica de Hamlet do subúrbio.”
Que texto bom esse da Veja. Será que foi a Boscov que escreveu?
Juliano acho que vc acabou sendo radical demais, tal qual o Baltar, as mudanças feitas ali no final, ao aceitar a Roslin as propostas oferecidas pelo Chief vão mudar muito aas condições de trabalho, aonde se pensaria os representantes do governo fazendo faxina e outros trabalhos manuais???
mas no geral sua opinião até tem sentido sim, mas discordo se focarmos no caso especifico de BSG, que é uma sociedade guerriando e lutando para sobreviver, uma hierarquia ali no momento se faz necessária e não adiante inverter totalmente os valores da sociedade pois ali mais do que nunca eles dependem dos militares e da supressão de algumas liberdades individuais para sobreviver
mas se formos ver focados na realidade podemos sim notar isso que vc diz, como o ‘populismo’ que a gente se acostumou a observar no nosso pais…
“repetindo os erros desta, como se eles fossem um destino inexorável”
é o eterno retorno do mesmo…
realmente até quando iremos repedir os mesmos erros somente mudando a ‘roupagem’ com que eles se apresentam?
no mais o episódio dessa semana o review será feito pelo Paulo Fiaes como eu já anunciei mas eu dou as caras pra postar aqui nos comentários de forma breve o que eu achei do episódio e da morte da Kara
Juliano – sim, foi a Isabela Boscov quem escreveu o artigo da Veja, mas isso só foi um pequeno trecho.
Que episodio incrivel o de sabado, lágrimas rolaram kkkkk, to loco pra discutir com voces as teorias s/ a morte da Starbuck.
Eu acabei de ver o episódio de sábado passado e fiquei de cara. Esta série ao lado de Lost, Dexter e 24 horas são as melhores da atualidade