TeleSéries
Analisando a primeira semana de Sessão de Terapia
09/10/2012, 13:55. Simone Miletic
Opinião
Sessão de Terapia
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Eu não assisti Be Tipul, a versão original de Sessão de Terapia. Também não assisti a In Treatment, a aclamada versão americana da HBO – na época eu não tinha o canal e o formato de um episódio por semana era desencorajador para quem já tinha uma agenda cheia de outras séries.
A agenda continua impossivelmente cheia, mas resolvi dar uma chance a produção nacional bastante elogiada antes de sua estréia. E, se falarmos somente de produção, ela realmente merece elogios: o formato de 30 minutos sem comerciais, o cenário acolhedor, a fotografia caprichada nos entregam um produto de qualidade comprovada.
Só que eu quase desanimei logo no primeiro episódio: a história de Júlia, anestesista que se “apaixona por seu terapeuta”, não me desceu. Sinceramente não acho que, como alguns disseram, Maria Fernanda Candido estivesse excelente, na verdade ela não conseguiu me vender seu sofrimento, sua confusão. O roteiro recheado de frases e palavras de impacto me parecia querer se mostrar moderninho, mas ao invés de chocar soou forçado, a agressividade na postura e na voz não estavam de acordo com o discurso. Quase desisti da empreitada.
Apesar de tanta decepção tentei novamente na terça. Consegui sentir certa melhoria, mas também não consegui empatia com Breno, um atirador de elite que acaba por matar um menino por acidente ao matar um traficante. Sérgio Guizé padeceu do mesmo mal de Maria Fernanda ao soar forçado demais.
O que mudou foi uma presença mais acertada de Theo, o terapeuta de Zécarlos Machado. Se no primeiro episódio ele praticamente desaparece sob o ataque de Júlia, aqui ele começa a mostrar a que veio, contrapondo os ataques do paciente de forma mais contundente.
Na quarta o seriado sofre uma virada: Theo encontra seu tom ao atender Nina (Bianca Müller), uma garota que sofreu um acidente de bicicleta, mas que pode esconder tendências suicidas. E o que cada paciente esconde e como Theo tenta baixar as barreiras que estes levantam é justamente o que leva a esta virada.
O Theo que parece assustado no primeiro episódio deixa de existir e não deve ser à toa que este seja o primeiro episódio em que a vida pessoal do terapeuta é mostrada, primeiro pelo aparecimento de seu filho caçula, depois pela citação de outra filha.
Na quinta-feira temos o meu episódio favorito quando Theo recebe um casal que discute a possibilidade de um aborto quando deveria estar avaliando melhor os problemas reais de seu casamento. Não sei vocês, mas eu tenho um bom tempo de divã e sempre considerei que os problemas descobertos assim, aqueles que negamos existir ou que simplesmente não conseguimos enxergar são os que realmente precisamos resolver.
E as mudanças em Theo também continuam: aqui ele já se mostra mais impaciente, mais seguro do que pensa ao mesmo tempo em que tenta não tornar a sessão de terapia em um confronto.
Finalmente, depois da explosão ocorrida na sessão com João e Ana – João o enerva a tal ponto que o terapeuta chega a dizer com todas as letras que o casal deve abortar – Theo procura por ajuda e recorre a sua antiga supervisora, Dora. E, assim como com Nina ou Ana, percebemos que o problema que nos faz buscar a terapia nem sempre é o que nos leva a terapia de verdade.
Theo fala sobre sua falta de paciência ou sobre o que pensa de seus pacientes na maior parte do tempo, mas Dora, com quem ele já teve uma briga no passado, conduz para que ele revele que sua vida pessoal pode ser o real problema – um casamento não tão feliz, para ser mais exata.
Ao final da semana conclui que Sessão de Terapia teve mais acertos que erros, que podem ser inclusive atribuídos a uma certa falta de ritmo para alguns personagens e resolvi insistir mais uma semana completa. Sim, nada impede que eu acompanhe apenas no dia em que os pacientes já me ganharam, mas fiquei curiosa para saber se as rotas de Júlia e Breno podem ser ajustadas – caso os episódios tenham sido filmados na ordem em que estão sendo exibidos isso pode explicar o ganho de ritmo ao longo da semana, a relação criada por diretor e personagem principal.
Mais que isso fiquei curiosa pelo que poderá acontecer com Theo, como ele irá lidar com a difícil descoberta de que seu casamento possa estar bem pior do que ele consegue colocar em palavras, como ele irá lidar com os reflexos de sua vida que vê nas histórias de seus pacientes.
* * *
Resenha publicada originalmente no weblog Só Seriados de TV.
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Simone, sabe que aconteceu o mesmo comigo? eu não gostei dos pacientes da segunda e da terça, pra mim o negocio foi engrenar a partir de quarta-feira mesmo. Vou continuar vendo, achei interessante, porque também nunca vi nenhuma das versões anteriores, pelo mesmo motivo que o seu.
Enfim, me identifiquei muito com a sua resenha, valeu!!
Oi Claudia, que achou da segunda semana? Eu fiz um texto lá pro meu blog e, mesmo achando que Breno melhorou um pouco, continuo preferindo os episódios de quarta em diante.
Não sei mais se o problema é meu – que me anglicanizei – ou se o problema é do Selton Mello. O problema é que vejo a série e acho o texto ruim, muito ruim. Não o texto em si, mas como ele sai da boca dos atores. Parece falso, parece decorado, não parece um diálogo normal. Ao contrário de ti, Simone, eu até gostei mais do trabalho da Maria Fernanda Cândido do que do Sérgio Guizé. Em momento algum acreditei em nada do que o Breno falou. Tudo o que ele falava eram feitos pessoais (ser o melhor atirador, quase morrer, etc) mas tudo o que ele falava não parecia vantagem, parecia mentira, sabe?
E olha que tudo que vi de In Treatment foi o primeiro episódio – se tivesse visto o Blair e a Mia atuado tenho certeza que teria gostado ainda menos de Sessão de Terapia.
Em resumo: a impressão que deu é que a série foi gravada em toque de caixa. Pra ficar bom teriam que ter ensaiado o dobro do tempo.
Acho que a questão está na tradução. Vi só o episódio da Maria Fernanda que acho uma atriz ruim, e a mulher falar “o cara URINANDO” (em vez de mijando, ou fazendo xixi) entre outros anglicismos como “desapontada” quando no Brasil se fala decepcionada, soa falso e parece legenda mal escrita. Achei ruim pra caramba.
Boa observação, Helena.
Concordo plenamente. Os anglicismos sao bobos, como os “horarios marcados” (i.e., appointments) ao inves de consultas, e a piada desajeitada (i.e., awkward) de que o paciente esta sempre errado (no primeiro “horario marcado” com o Breno), que em In Treatment vem da expressao “the customer is always right.” Os personagens nao parecem brasileiros. Fiquei realmente desapontado, peis eu estava excitado para assitir a serie com o bom e velho doutor… (see what I did there?)
Eu entendo o que você quer dizer Paulo, tenho tido muita dificuldade para elogiar atuações de atores brasileiros. Não suporte cinco minutos de novela, acho que empostam a voz, marcam o final de cada palavra, não soa natural. Mas tenho gostado do trabalho da menina que faz a Nina e do próprio Theo. Vou ver a versão americana depois deste.
Eu assistir a 1ª temporada toda da versão americana legendada e eu achei as cenas bastante natural, nem se compara com a versão brasileira, eu gostei muito da personagem Sofie que aqui no Brasil é nina, o ator que vive paul o terapeuta então faz uma atuação praticamente perfeita.. vale apena assistir. Aqui está o link que eu baixei a serie http://www.abcdownloads.net/2010/07/in-treatment.html#.UJwmpW_O1JI
Atores estrangeiros tendem a parecer melhores que os brasileiros pois você não tem o mesmo convívio de fala e linguagem que tem com o brasileiro. Então não percebe os deslizes, robotismos na fala, etc.
Além do que ficar se prendendo às outras versões pra mim parece burrice. Parte muito daquele ditado que diz que “a grama do vizinho sempre parece mais verde”. Entende?
Pois é Hariel, como você viu eu me questiono disto. Mas eu realmente, agora que se passaram algumas semanas, acho que Sessão de Terapia foi produzida meio a toque de caixa. Acho que com um pouquinho mais de tempo de gravação o resultado seria melhor.
E isto não é achar a grama do vizinho mais verde. A produção de séries na TV americana é feita em escala industrial. Aqui no Brasil ainda é artesanal. Obviamente há uma diferença visiível.
Comecei a ver a série e estava dando até uma chance, apesar de tudo soar decorado demais. Aí fiz a besteira (ou não) de ver a americana. Desculpem, mas não dá pra comparar o Gabriel Byrne com o Zecarlos e a Dianne Wiest com a Selma Egrey. Vale dizer que estou assistindo sem legendas, não só pq é simples de entender, mas também para perceber os detalhes de interpretação. Sendo o texto essencialmente o mesmo, o que muda são atores e direção. E nesses pontos o americano dá de dez. Tudo parece mais natural, mas não estou falando só de interpretação, não. É natural nas reações… pra quem quer tirar dúvidas: vejam o episódio em que o terapeuta aconselha o aborto. O nacional foi exageradíssimo…
Definitivamente, um show ( de horrores), praticamente as falas de Sessão Terapia são as mesmas de In Treatment, o fato de que quando se assistir In Treatment fica mais evidente que são muito, mais muito forçadas as atuações e falas dos personagens de Sessão Terapia, é só assistirem que chegarão nesta conclusão.
Faço minha as palavras do Paulo Serpa Antunes