TeleSéries
Preview: Damages – And I am through with you
11/02/2008, 10:00. Pedro Beck
Preview
30 Rock, Californication, Criminal Minds, Damages, Dead Like Me, Deadwood, Dirty Sexy Money, John from Cincinnati, Medium, My Name is Earl, The O.C., The Shield, The Sopranos, The West Wing, Will & Grace
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Enquanto a series finale de Família Soprano dava seu último suspiro no dia 10 de junho, uma lacuna abria-se na TV a cabo norte-americana. Dava-se alí o início de uma curta corrida pelo próximo grande hit da era de ouro da televisão.
Em um insignificante espaço de tempo, muitas séries tentaram seu lugar ao sol, algumas até com certa arrogância, como quem diria: “Sou favorita mesmo”. Era o caso de John from Cincinnati, criada por David Milch (Deadwood) e que não passou de dez míseros episódios, sendo cancelada por baixa audiência.
No dia 24 de julho do mesmo ano, pouco mais de um mês após o comentado desfeixo de Sopranos, o canal a cabo FX estreava sem muito burbirinho a série Damages, criação de Daniel Zelman, Glenn Kessler e Todd A. Kessler, este último, com bagagem de peso no curriculum: fez parte da equipe dos roteiristas de Sopranos.
Não faz muito tempo, diversos atores de Hollywood menosprezavam veemente scripts de pilotos para séries de televisão que chegavam às suas mãos. Fosse TV aberta ou a cabo. Ninguém queria se sentir preso a um personagem e ter sua carreira ameaçada caso tal personagem o marcasse o suficiente para que fosse lembrado por muitos anos como “o ator que fazia o fulano”. Pobre Duchovny.
O mercado evoluiu, a era digital se expande a cada piscar de olhos, os downloads cresceram, torrents surgiram, a bandwidth cresce todos os dias, os roteiristas de cinema migraram para a televisão, o cinema norte-americano enfraqueceu, os grandes atores mudaram de idéia. De repente, fazer televisão, principalmente cabo, se tornou uma boa alternativa perante os bons e escassos papeis que surgem no cinema atualmente.
Como a demanda de séries a cabo costuma não ultrapassar 13 episódios por temporada (diferente da TV aberta que gira em torno de 22 episódios), protagonizar séries de canais como HBO, Showtime, FX, entre outros, se tornou lugar comum. Ao lado das vendas de DVDs, a indústria televisiva cresce significa e diariamente (que digam os roteiristas!), e a chamada era de ouro da televisão norte-americana, enfim, explodiu.
Hugh Laurie (House), Mandy Patinkin (Dead Like Me; ex-Criminal Minds), Alec Baldwin (30 Rock), Forest Whitaker (The Shield), Joe Mantegna (Criminal Minds), Jason Lee (My Name Is Earl), Donald Sutherland (Dirty Sexy Money), James Woods (Shark), Patricia Arquette (Medium) e David Duchovny (Californication) são alguns exemplos de atores que renegaram a televisão por anos, apenas para se curvarem perante a mesma algum tempo depois.
Outro grande exemplo é a premiada e renomada atriz Glenn Close (do filme Coisas Que Você Pode Dizer Só de Olhar Para Ela) que após uma participação de um episódio nas premiadas séries Will & Grace e The West Wing – 2002 e 2004, respectivamente -, fez juras públicas de ódio à televisão, prometendo jamais voltar.
Close não só voltou, mas decidiu ficar. Em 2005 a atriz foi convidada pelo canal a cabo FX para participar do (melhor) drama policial (da história da televisão) The Shield, vencedora de Emmys e Globos de Ouro de melhor série, e que mostra o dia a dia de um policial corrupto (Michael Chiklis) que chefia uma tropa de choque nas ruas de Los Angeles. A atriz interpretaria a capitã do distrito policial, Monica Rawling. Close aceitou e participou de toda a quarta temporada – 13 episódios.
The Shield viria a ser renovada para uma quinta temporada (atualmente a série está em hiatus com seis temporadas exibidas), mas Close resolveu pular do barco e abandonou a série para fazer não mais que dois ou três papéis secundários em filmes de Hollywood.
Veja bem, a crise criativa de Hollywood tem afetado principalmente as atrizes, que nos últimos anos encontram dificuldades em achar bons papeis. Mas dentro das atrizes, quem mais sofreu, foram as veteranas, cada vez mais deixadas de lado como relíquias em um museu.
No começo de 2007, o FX novamente procurou por Glenn Close. Desta vez, não para participar, mas protagonizar uma produção original do canal, a série Damages. Roteiro do piloto lido, reza a lenda que a atriz não só aceitou, mas empolgou-se com o projeto.
Antes de tentar definir Damages, encaixar a série em algum rótulo ou gênero, é preciso ter certeza, saber do que se está falando. A princípio, se poderia dizer que é uma série de tribunais e advogados como tantas outras, mas logo queimaria sua língua, afinal, em 13 episódios ao longo da primeira temporada, não houve mais de uma cena sequer em um tribunal. Poderia arriscar classificá-la como mais um drama, mas Damages vai além.
Talvez a melhor alcunha para a série seja “thriller-jurídico”, ou seja, série de drama com muito suspense que aborda o cotidiano de uma firma de advocacia. Damages segue a vida turbulenta de Patty Hewes (Close), uma litigante temida, odiada e admirada de Nova York e sua nova protegida, Ellen Parsons (Rose Byrne). Mal sabem as duas que após Patty escolher Ellen como sua nova associada em sua firma Hewes & Associates, suas vidas nunca mais seriam as mesmas.
Ellen, recém-noiva de seu namorado David Connor (Noah Bean), fica extasiada com a oportunidade de trabalhar para Patty e seu associado e braço direito Tom Shayes (Tate Donovan, ex-The O.C., em brilhante desempenho). Mas logo se da conta de que o preço do sucesso pode ser muito maior do que estaria disposta a pagar.
Atualmente, o foco de atenção da “Hewes & Associates” é um processo contra o bilionário Arthur Frobisher (magistralmente interpretado pelo veterano Ted Danson), que é acusado de ter sugerido a cerca de cinco mil de seus funcionários que comprassem ações de sua empresa um dia antes da mesma vir a falência sob o conhecimento de Frobisher, enquanto o mesmo vendia todas suas ações lucrando milhões de dólares e deixando cinco mil famílias sem um tostão.
O grande lucky charm da série, que a difere de outros dramas atualmente no ar, é a clássica estratégia dos roteiristas de jogar um mistério maior, um que se resolverá ao longo da temporada e não de alguns episódios. No caso, o piloto da série abre com a própria Ellen Parsons saindo ensangüentada de um elevador e correndo apavorada pelas ruas vestindo apenas um sobretudo.
Em um flashback, vê-se Ellen sendo atacada por um sujeito em um apartamento. Logo depois Ellen está em seu apartamento e vemos seu noivo morto, jogado na banheira. Ellen agora está presa, acusada de assassinato, acusada de matar seu próprio noivo. Sua chefe, Patty Hewes, está desaparecida e ninguém consegue encontrá-la, e todas as evidência na cena do crime, apontam para Ellen.
Estes eventos correspondem ao tempo presente. E a série volta então, em todos os episódios, ao passado, para mostrar o que aconteceu nos últimos seis meses de vida de Ellen Parsons, ou seja, mostrar passo a passo os eventos que levariam o seu encarceramento. Conforme os episódios vão ao ar, estes seis meses vão diminuindo, e quanto mais respostas se desvelam, mais perguntas surgem. Os roteiros de Damages são amarrados a um nível que a série não poderia mais ser chamada de entretenimento, tamanha angustia e aflição que seus acontecimentos transmitem.
A primeira temporada terminou no dia 23 de outubro de 2007, após 13 episódios e seu futuro era incerto devido a baixa audiência – fator normal se tratando de uma série nova em um canal a cabo. Porém, superando as expectativas e alegrando a mídia especializada que caiu de amores por Glenn Close e companhia, o FX renovou a série não para uma, mas duas temporadas, garantindo a exibição da mesma até o ano de 2009.
Damages, indicada a quatro Golden Globes 2008 e vencedora na categoria Melhor Atriz, não deve ser encarada como um passatempo, mas como postulante a grande “cable-hit” da TV estadunidense. É televisão de pessoas inteligentes, para pessoas inteligentes.
Em outra época, tamanha a qualidade da produção, direção, roteiros, fotografia, cast, diríamos que a série mais parece um filme. Atualmente, Damages mais parece o que há de melhor no cabo norte-americano. Parece Damages.
* * *
Damages estréia nesta terça-feira, 12 de fevereiro, às 21h no canal AXN.
Uma primeira versão deste texto foi publicada originalmente no weblog Só se fala em outra coisa
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Legal Pedro…
Mas The Shield não é o melhor drama policial da história… Não mesmo…
Pedro,
Eu já tinha lido várias críticas sobre Damages, mas nenhum texto foi tão completo e me empolgou tanto quanto o seu. Vou assitir.
Definitivamente me deixou ansioso pra assistir a série. Da nova leva “hype” só falta eu assistir Damages e Mad Men. E pelo que tenho lido parecem ser duas séries espetaculares.
The Shield é o melhor drama policial de todos os tempos. The Wire vem em segundo lugar.
Eu não aguento aquela violência despropositada de The Shield
Adorei a série desde o piloto. Fiquei com medo de ser “paparicada” de mais, mas não é. É muito bem armada, com muitas reviravoltas e ótimas performances. Meu mais novo ídolo é Ted Danson, que não sabe ao certo se continua na série. Tomara.
E por falar em “televisão inteligente” assistam “In Treatment”. Não é para iniciados.
Provavelmente o novo HIT da tv americana.
Sabe quando a tv brasileira fará algo parecido …
Eu já ia assistir essa série por causa de todo o hype e basicamente pq não vejo mais nada nesse horário mas depois de ler esse preview eu fiquei realmente empolgada!
Adorei o texto, como eu adoro todos os que o Beck escreve.
E, bom, só pra aproveitar esse post:
VOLTA BECK!!!!!!!!!!!!!!!!!
Osório Coelho escreveu às 11/02/2008 às 02:12 pm
The Shield é o melhor drama policial de todos os tempos. The Wire vem em segundo lugar.
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[2]
Ótimo comentário.
Concordo com tudo que foi dito, Damages é sem dúvida uma das melhores séries já criadas. Terminei a primeira temporada a pouco tempo e nunca fiquei tão surpresa e entusiasmada com uma season finale como a de Damages. Estou revendo porque sempre algo a mais nos surpreende.
Na minha opinião, desde os anos “Aaron” de The West Wing nenhuma série foi tão impecável.
Olha o Beck de volta ao Teleséries, em doses homeopáticas, mas vai voltando.
Ótimo texto, mostra bem o que é a série e a palavra angustiante descreve bem a sensação que se tem ao assistir os episódios dela.
Eu sou um cara que assistia e gostava de Becker e achei o Ted Danson fantástico aqui.
uau que texto hein!!!
realmente do nível que a série merece!
parabéns
The Shield é, sim, o melhor drama policial da história. Os demais não lhe chegam aos pés. Glenn Close o tornou melhor. Vai demorar a ser superado.
Adorei a série e concordo com o comentário do Lucas: o texto faz jus.
Consegui somente assistir à metade do episódio piloto e adorei a série! O texto realmente exprime toda a angústia e dubilidade da personagem de Close.
The Shield devia se chamar “the shit”. Violência desproposital e sem sentido.
o que é dubilidade ..?
cumprimentos..
fatima borges
Lindsay Lohan crotch shot
Estou adorando a série Damages com a Glenn Close ela é uma ótima atriz e trabalha muito bem.
Espero que ela ganhe o Emmy 2008 pois fez e faz por merecer.
Damages é excelente, a melhor série dos canais a cabo tanto aqui como nos EUA
Acho que a Rose Byrne que faz ellen excelente atriz e bonita e ainda tem muito futuro no cinema e tv, e o que dizer da veterana Glenn close ela está impecável e ganhou o Emmy desde ano merecidamente. E pelo menos Rose Byrne foi indicada ao globo de ouro, mas ganhou um prêmio da AFI australiana, alias a atriz é australiana, apesar de nao ter nenhum sotaque
Adoro damages e terá mais duas temporadas
Sucesso ao Fx e a Damages e Rose Byrne e Glenn Close