TeleSéries
Review: Studio 60 on the Sunset Strip – Nevada Day – Parte 1
25/09/2007, 09:00.
Laura Gomes
Reviews
Studio 60 on the Sunset Strip
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Série: Studio 60 on the Sunset Strip
Episódio: Nevada Day – Parte 1
Temporada: 1ª
Número do Episódio: 7
Data de Exibição nos EUA: 6/11/2007
Data de Exibição no Brasil: 29/8/2007
Emissora no Brasil: Warner
Antes de mais nada gostaria de justificar o atraso para enviar esta resenha. Sofri um pequeno acidente que me deixou imobilizada por algum tempo e impedida de ficar sentada diante do computador. Somente agora começo a retomar as minhas atividades.
Anteriormente havia dito que, apesar de não ser exatamente o foco da série, o público, a audiência também merecem atenção de Sorkin em Studio 60. De acordo com ele, esse público, ou públicos, não é/são mais os mesmos e isso vem provocando muitas mudanças na Indústria Cultural. Uma delas é a maior segmentação acompanhada de um aumento geral da autoridade do consumidor, o poder que ele dispõe hoje para julgar ou mesmo vetar algo que não lhe agrade, dessa forma, tornando-o mais imprevisível. Além disso, existe um dado importante e pouco considerado internamente nos EUA, que é o fato de a Indústria Cultural norte-americana passar a ter uma dependência econômica maior em relação ao público externo. A conseqüência disso tudo é que, cada vez mais, essa Indústria precisa levar em conta os interesses e gostos desses públicos externos diferentes, caso os EUA desejem continuar a vender seus produtos (filmes e programas de TV) para fora e continuarem a exercer através deles sua influência no mundo.
Dito isto, este episódio e o seguinte ilustram um pouco esse grande dilema: como permanecer fiel ou atender às demandas de grupos e segmentos norte-americanos autóctones, muitos deles xenófobos e intolerantes, e ao mesmo tempo manter uma liderança mundial em termos culturais? Mais uma vez, o que surpreende é a capacidade de síntese de Sorkin em tratar um tema desta natureza, complexo e arriscado para um programa de televisão, sem cair em nenhum tipo de pregação política. Bastou apenas mostrar o que se passa. Mais ainda, é espantoso como que em uma única cena ele foi capaz de apresentar toda a extensão do conflito político e geopolítico que está em jogo nos EUA de hoje.
Nesse sentido, e levando-se em conta tratar-se de um episódio com continuidade, tomei a liberdade de nesta resenha concentrar-me exclusivamente na cena inicial. Acho importante descrevê-la e analisá-la minuciosamente, porque a sua composição e marcação não são gratuitas. É uma aula de política e sociologia. Ela foi pensada milimetricamente e constitui o pano de fundo de toda a narrativa que se segue. Esta estratégia de investir mais na estrutura narrativa, isto é, investir muito mais na composição das personagens, no modo como e de onde elas falam e agem, é o que mais chama atenção nesta série e nestes dois episódios em particular.
Assim sendo, o episódio se inicia dentro da delegacia de uma cidadezinha do interior, Pahrump, que fica localizada no Estado de Nevada, a 95 quilômetros de Las Vegas. Apesar de estar em Nevada, Pahrump possui o que se chama de “semi-incorporated town status”, ou seja, ela é uma comunidade independente, autônoma, com governo próprio, que não faz parte de nenhuma corporação municipal ou estadual. Para quem quiser saber mais sobre este lugar, vale a pena ler o verbete da Wikipedia, especialmente o item sobre demografia. Tudo isso para dizer que Pahrump é um mundo a parte, com suas próprias regras e modo de vida.
No interior da delegacia vemos um grupo de pessoas. De um lado temos o “pessoal de Hollywood”, representado pelos atores Tom Jetter e Simon Stiles, o produtor de Studio 60, Danny Tripp, o chairman, Jack Rudolph e um advogado da NBS. Do lado de Pahrump, temos um policial e o Juiz, sua autoridade suprema. No meio disso tudo, temos um empresário chinês de Macau e sua jovem filha que estuda música (viola) na famosa escola Julliard em New York. Mais uma vez chamo atenção para o fato de que esses detalhes não são de forma alguma gratuitos.
Além disso, temos uma música que nos coloca imediatamente em uma outra sintonia. Lembram-se de Thelma & Louise? Paris, Texas de Win Wenders? Pois é, temos o som de uma guitarra com uma estrutura melódica muito bonita, mas não menos perturbadora. Ela tem um papel importante neste episódio porque sinaliza todo tempo que estamos no coração dos EUA e isso não apenas em termos espaciais, mas, sobretudo em termos mentais e culturais. As figuras do policial e do Juiz, não desmentem nossas impressões com suas respectivas aparências e padrões de linguagem.
Sobre o “pessoal de Hollywood”, creio não haver nenhum mistério sobre o que eles podem significar nesta cena. Ali estão as personagens que melhor representam um lado da América que nós, o resto do mundo, aprendemos a admirar: são os atores, as celebridades, os diretores e produtores de cinema e televisão. Todos eles remetendo à principal atividade que tornou toda essa região dos EUA conhecida e importante no mundo inteiro, seja do ponto de vista econômico, cultural, mas também político, além de responsável pela sua mais importante Indústria: a indústria do entretenimento, o show business. Ali está talvez a América mais cosmopolita, mais aberta, talvez menos intolerante ou voltada para si própria e interessada no mundo, nem que seja para vender os seus produtos.
Já do lado de Pahrump, temos inicialmente apenas um policial, xerife. O juiz está sendo aguardado e é o último personagem da cena a chegar. Um outro detalhe que merece a nossa atenção. Mas o mais interessante é que somos introduzidos ao mundo de Pahrump através de uma pergunta feita pela mocinha chinesa que curiosamente traz à baila os bordéis legalizados da região. Respondendo à pergunta, o xerife informa orgulhosamente a ela que toda a infra-estrutura da cidade deve-se a esses bordéis. Isso nos remete imediatamente também à Las Vegas, cuja infra-estrutura depende totalmente do jogo e de toda a indústria do entretenimento ali instalada em função do jogo. Moral da história: não fossem as atividades de prostituição e jogo, aquela região desértica continuaria inóspita e selvagem, além de economicamente inviável.
Por último chegamos ao empresário chinês e sua filha que só são devidamente introduzidos e apresentados um pouco mais adiante em um flash back. Ambos fazem parte das relações de interesse e negócios que o presidente da NBS mantém em Macau, representando assim o outro lado do mundo ainda não conquistado pelos norte-americanos, especialmente pela mídia norte-americana. De fato, a China representa para os executivos da NBS a última fronteira a ser conquistada, sobretudo em termos de mercado, em função de sua demografia e economia poderosas. Ou seja, pai e filha remetem a uma sociedade de bilhões de consumidores que em pouco tempo estará pronta para reduzir a superioridade norte-americana às suas devidas proporções.
A questão é que poucos norte-americanos parecem saber disso, do quão real e iminente é esta possibilidade, enquanto a grande maioria parece ignorá-la respaldada por uma visão autóctone, provinciana, arrogante e pouco interessada quanto ao que se passa no resto do mundo. A esta altura o telespectador já tem uma pergunta em mente, pois me parece que este foi o objetivo de Sorkin, muito provavelmente ao conceber a série: qual dessas Américas sobreviverá? O que Hollywood (Califórnia) e a Escola Julliard (New York, Leste) podem fazer diante do crescimento e do aumento de poder da América de Pahrump? E por que Pahrump triunfou?
Não tenho dúvidas de que Pahrump é uma metáfora desta América trazida à baila pela era Bush. Pahrump parece representar bem essa mistura explosiva de individualismo exacerbado, provincianismo e um profundo senso de oportunismo econômico, tão característico de grupos libertários e religiosos fundamentalistas norte-americanos. Para quem não sabe, Las Vegas, a Sin City, foi criada pelos mórmons e até hoje são eles que dão as cartas nela, possuindo o seu controle político e não exatamente os empresários donos de cassinos e do show business.
Tudo isso está implícito na resposta do policial à mocinha chinesa sobre o detalhe da economia de Pahrump. Mas é com a chegada do Juiz que vemos de fato o que é Pahrump e, por extensão, o que poderá vir a ser a América no final das contas. O recurso de mostrá-lo chegando aos poucos, ao som daquela música, primeiramente o seu carro, depois as suas botas empoeiradas, as pernas e somente por último, a sua figura corpulenta, desfigurada, desajeitada, de chapéu e óculos amarelos compondo uma imagem ao mesmo tempo bizarra e intimidadora, com destaque para a voz e o sotaque, é cheia de citações e implicações políticas. Não menos o diálogo que se segue:
Juiz (entrando):
São pessoas de Hollywood?
Policial:
Sim, Juiz.
Juiz (abrindo a porta da sua sala):
Sou Robert Bebe, Juiz da corte de Pahrump. Qual de vocês está tendo um dia ruim que está prestes a piorar?
Advogado da NBS:
Juiz, David Langenthal, sou um procurador da NBS e fui chamado para comparecer em nome de Tom Jeter. Você pode voltar a pescar imediatamente se outorgar o meu documento. E o Sr. Jeter voltar para Los Angeles para sua transmissão ao vivo essa noite;
Talvez, em outros tempos, esse tom arrogante, displicente e obviamente estúpido do advogado não fosse apenas uma forma compreensível, mas também aceitável de alguém de Hollywood dirigir-se a alguém de Pahrump, além do que, ele refletia uma hierarquia social, econômica e política existente de fato. A questão é que o advogado não se dá conta de que esta atitude não faz mais sentido – donde a importância da cena – porque justamente houve uma mudança radical na América, não apenas em termos políticos, mas também econômicos e sociais.
O fato é que Hollywood não tem mais esse poder e toda a cena foi construída para mostrar exatamente isso. O poder não está mais nas grandes regiões metropolitanas, muitas delas decadentes, nas fortunas das celebridades californianas e muito menos no leste cosmopolita e alvo do terrorismo internacional. Ele parece estar nas mãos de figuras aparentemente simplórias semelhantes ao xerife Boone e ao Juiz Bebe. Pessoas que vivem em comunidades relativamente isoladas como Pahrump. É o que Sorkin quis nos mostrar e muito provavelmente esse foi o motivo pelo qual a série foi cancelada. Minhas convicções estão baseadas no desenrolar da cena quando o diálogo entre o advogado da NBS, Jack Rudolph e o Juiz Bebe atinge o seu ápice:
Juiz Bebe (diante da fala do advogado):
Hum… Não.
Advogado da NBS (constrangido):
Se isso agrada a corte…
Juiz Bebe (desafiando):
Isso parece uma corte para você, Matlock?
Advogado da NBS (constrangido e surpreso):
Juiz?
Juiz Bebe:
Não estou ouvindo requerimentos no momento, e se você falar novamente sem que eu pergunte, vou falar para o Delegado Boone atirar nos seus tornozelos – Quem são os japas?
Jack Rudolph (irônico):
Eles são chineses, senhor.
Juiz Bebe (desafiador):
Quem é você?
Jack Rodolph (constrangido):
Eu sou Jack Rudolph, o chairman da NBS.
Juiz Bebe (desafiador):
Que é isso?
Jack Rudolph (surpreso):
Desculpa?
Juiz Bebe (mantendo o desafio):
O que é NBS?
Jack Rudolph (absolutamente sem saber o que dizer):
É uma emissora de televisão. É a National Brodcasting System. É uma corporação…
Juiz Bebe (dirigindo-se a Boone):
Eles levaram a sério… Você viu? Vocês são idiotas, sabiam disso? Eu sou um Juiz. Acham que eu saio chamando pessoas de Japas e mandando delegados darem tiros? Acham que eu sou um tipo de retardado republicano que não sabe da NBS? Eu tenho uma televisão e sei como funciona. Eu também conheço a lei, Conselheiro. E eu não sou impressionável facilmente, então enfie os seus documentos na bunda. Tem apenas uma pessoa na sala que eu quero ouvir e é o pastor algemado. Com que diabos você veio parar no escritório do meu xerife?
Mal Jeter começa a se apresentar, o Juiz o interrompe bruscamente dizendo que sabe quem ele e Simon são e começa a criticar Studio 60. Pede mais uma vez para Jeter relatar o que aconteceu para ser preso. O advogado ainda tenta interferir e novamente é calado pelo Juiz. Bebe inicia a leitura das ocorrências e acusações que pesam sobre Tom Jeter. Diante da acusação específica sobre porte de droga, Simon intervém em socorro do amigo para explicar que a maconha era dele, pois Jeter estava usando a sua jaqueta. De modo inusitado, o Juiz o interrompe e manda Simon ficar calado. Ora, diante dessa situação imprevisível e da reversão total de expectativas, Danny Tripp movido pela sua intuição de roteirista ordena então que Tom Jeter passe a contar a sua história.
Embora saiba que o episódio não se esgota nesta única cena, meu objetivo ao destacá-la foi mostrar o quanto ela é emblemática em termos das mudanças políticas que aconteceram nos EUA e que afetam sobremaneira a sua Indústria Cultural. Mudanças que atingem a todos, a nós e aos próprios norte-americanos de várias regiões. Além disso, como pudemos assistir, ela mostra através do discurso do Juiz Bebe que o “pessoal de Pahrump” também não pode ser tratado como sendo exatamente um bando de “retardados republicanos” ou mesmo de ignorantes pura e simplesmente. Um recado contundente para aqueles que assim consideram a era Bush. Segundo Sorkin, toda a discussão sobre os caminhos que a política norte-americana está tomando não deve ser levada somente pela ótica da desqualificação de sua direita radical. Não é apenas ela que é responsável pelo que vem acontecendo. Talvez ela seja já um efeito de Pahrump. Há uma série de fatores em jogo para os quais a América de Pahrump pode ser apontada como a principal responsável. Por último, resta um desafio: a América de Pahrum saberá lidar com os chineses e com os desafios que eles representam? Isolada, voltada para si própria, estará a América de Pahrump preparada para lidar com a complexidade crescente do resto do mundo?
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Laura… você consegue me deixar sem palavras, os seus reviews são tão bons que tenho medo de falar bobagens mas… como você consegue perceber tanta coisa num episódio? você assiste só uma vez ou repete até perceber todos os detalhes? incrivel…
Realmente, este review é um marco. Coloca os reviews do TeleSéries em um outro nível.
E Laura, quer saber? Tenho minhas dúvidas que Aaron Sorkin tenha planejado este episódio desta forma como você colocou, pelo menos conscientemente. Porque, se o fez, a solução que ele usa na parte 2 do episódio acaba estragando parte desta metáfora. Ou não – em The West Wing ele fazia muito isto de usar o patriotismo como elo de ligação entre todas as pessoas. Para nós brasileiros este argumento do patriotismo é uma merda… Bom, mas vou esperar pelo review da parte 2.
Mas a tua review mais uma vez responde uma outra pergunta interna minha. Porque em The West Wing o debate ético e político tinha corpo tão presente e aqui em Studio 60 ele parece tão secundário, até mesmo subliminar? Talvez porque Sorkin temia que a série ficasse chata e pedante, ou porque se fosse assim a série não passaria de meia dúzia de episódios. Acho que é alguma coisa por aí.
Este cara tem imediatamente que largar a NBC e ir desenvolver para a HBO.
Sabe Laura,
um dia eu consigo ser inteligente como vc.
eu ficava lendo sua review e a unica coisa que vinha em minha cabeça era:
“porque studio 60 não foi pra TV a cabo?”
sabe, acho que aquele ep. que a personagem de Amanada Peet contrata o roteirista que tinha uma oferta da HBO é uma resposta de Sorkin para está ainda na NBC.
alguém fez falsas promessas a ele.
Este cara tem imediatamente que largar a NBC e ir desenvolver para a HBO.(2)
Teleséries, a HBO do mundo virtual.
Laura,
Imprimi esta tua review para poder aproveitar melhor quando ver o episódio. Aproveitar melhor tanto a cena como a review, que é um belo texto.
Gente muito obrigado pelos comentários. Não sou tão inteligente assim não, apenas um pouco mais velha que vocês. Paulo, eu também venho fazendo o tempo todo a pergunta de por que Studio 60 não foi para HBO? Tem duas possibilidades: ou realmente fizeram falsas promessas, ou ele próprio resolveu empunhar a bandeira missionária de pretender mudar a TV aberta. Vamos ver qual das duas possibilidades se confirmam.
Laura,
Discordo em pate da sua analise do episódio, ele nãp é uma critica assim tão escancarada a “america republicana” como você coloca. O Sorkin nunca foi maniqueista, isso se mostrava sempre em WW, por varias vezes ele colocava os democratas como sendo os vilões da história, por causa da sua arrogancia excessiva em acahar que sempre estavam certos.
E novamente é essa a mensagem que ele manda nesse episódio de Studio 60, ele critica muito mais a arrogancia da america liberal, em considerar que todos que não concordam com sua maneira de ver o mundo, como burros e atrasados.
Tanto que, o que realmente desencadeou toda a confusão, foi a midia, ao distorcer as palavras de uma personagem, e também um grupo de Gays que não foi capaz de aceitar o fato de alguem ter uma opinião negatiova sobre eles. Ora, ela esta errada em falar que Homosexulismo é um pecado? Ao meu ver sim!! Mas essa é a opinião dela, que ela tem o direito de ter e expressar. Como diria Voltaire “posso não concordar com uma palavra do que vocÊ diz, mas defenderei até a morte seu direito de dize-las”.
A américa liberal, não entende isso, são arrogantes, e se consideram tão intelectualmente superiores a america “republicana” quanto a segunda se considera moralmente superior aprimeira. O como o proprio Juiz fala sobre como a Harriet é constanetemente atacada em Hollywood por causa de suas crenças religiosas, ora, ao meu ver discriminar alguem por acreditar em Deus é tão ruim quanto discriminar por não acreditar.
Analisar esse episódio de uma perspectiva maniqueista de “liberais bons” e “conservadores maus” é incorrer em um erro grave, ao meu ver o Sorkin em Studio 60, pretende apenas demonstrar a existencia de duas americas, sem em nenhum momento fazer qualquer tipo de juizo de valor a respeito delas. Na verdade, acho que ele até mesmo pega mais pesado com a américa a qual pertence do que a outra.
UM exemplo claro disso é encontrado em um dialogo do proximo episódio entre Harriet e Matt:
“Harriet: Você sabe qual é o problema entre os dois dois lados?”
“Matt: Sim, o seu lado odeia o meu lado, por que acha que o meu lado cosidera o seu lado estupido.”
“Matt: E o meu lado odeia o seu lado, por que acha que vocês são estupidos”.
Rodrigo, concordo com vc.Acho q também percebi o episódio mais por esse lado.
As críticas do Sorkin nesse episódio de Studio 60 tb me pareceram mais a respeito dessa suposta América liberal e dessa hipocrisia q impera dos dois lados.
Realmente esse comentário do Matt q o Rodrigo citou é o melhor exemplo disso.
Bem, eu não quis dizer isso, que o episodio seja uma critica escancarada à América republicana. Ao contrário de vc, acho que Sorkin é um liberal sim e acaba no episódio oito fazendo justamente um elogio às instituições liberais norte-americanas. O que ele pretendeu dizer com Pahrump foi que existe muitas Américas e a pergunta é qual delas estará mais apta a enfrentar os dilemas norte-americanos internos, a enorme colcha de retalhos que eles são enquanto sociedade, e as externalidades que eles provocam no mundo.