TeleSéries
Preview: Studio 60 on the Sunset Strip
17/07/2007, 14:19. Thiago Sampaio
Preview
Studio 60 on the Sunset Strip
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Você é daqueles que ignoram séries canceladas? Desista pela idéia. Pelo menos por Studio 60 on the Sunset Strip. O primetime americano virou um campo de batalha cruel; entre centenas de pilotos assistidos pelos executivos, apenas uma quantidade irrisória consegue uma encomeda de mais episódios. Depois disso, têm que encontrar rápido a sua audiência ou então são cancelados. E Studio 60 foi cancelado. Não há argumentos contra isso: Studio 60 falhou sim na audiência. Mas isso não quer dizer muito coisa. Num mundo perfeito, os melhores shows teriam a audiência na casa dos 30 milhões. Infelizmente, não estamos num mundo perfeito.
Mundo perfeito que Studio 60 on the Sunset Strip tentava recriar já em seu episódio piloto. Sua premissa são os bastidores de um humorístico ao vivo, exibido pelo fictício canal NBS (comparações com o Saturday Night Live, exibido pela NBC nos EUA, não são meras coinciêndias). Um dos trunfos do programa é (ou era, infelizmente) poder usufruir de nomes importantes pra fazerem participações especiais, já que seriam convidados do show. No piloto temos uma muito, mas muito confortável, Felicity Huffman, de Desperate Housewives. Pelo progarama passaram ainda Sting, Masi Oka (de Heroes), Lauren Graham (de Gilmore Girls), John Goodman…
E todo este feeling de “show ao vivo” é brilhantemente passado pelo diretor Thomas Schlamme (no currículo, episódios ao vivo de ER, The West Wing e piloto de Invasion) enquanto a câmera passeia pelo imenso set de filmagem, onde tudo começa. Faltando poucos minutos pro programa ir ao ar, um representante do canal proíbe que Wes Mendell (Judd Hirsh, Taxi), produtor executivo de Studio 60, leve ao ar um quadro contendo uma paródia “pesada” direcionada à grupos religiosos. O argumento do representante é que o quadro poderia ofender esses grupos, que dominam o FCC (Comissão Federal de Comunicações) e faria a NBS ter que lidar com processos e boicotes (após o mamilo de Janet Jackson, a Comissão ficou beata).
Contra sua vontade, Wes troca o Cristões Malucos pelo Homem de Visão Periférica. Batalha perdida, a transmissão ao vivo é iniciada: dois atores representam George W. Bush e Dick Cheney num quadro bastante sem graça. Visivelmente abatido e incomododado, Mendel se levanta da cadeira e pede que os atores parem com a interpretação para depois orientá-los a saírem do palco, pois a coisa ficaria feia. Temos então uma das cenas mais brilhantes já vistas num seriado americano: e tudo no roteiro. Olhando pra câmera, o velho Wes se descontrola. Pede aos telespectadores que troquem de canal e, como nunca visto antes num seriado, critica ferrenhamente a atual indústria da televisão, com seus shows ofensivos e de gostos duvidosos. O diretor Cal (Timothy Busfield, The West Wing) demora longos 53 segundos pra tirar o desabafo do ar… e acaba deixando escapar um grande palavrão de Wes Mendel direcionado ao FCC.
É a coisa certa a se fazer no começo de um seriado (ou filme) nos primeiros minutos, afinal algum clímax tem que acontecer. Nenhum avião caiu. Ninguém foi baleado. Não houve explosão. Tudo o que temos são diálogos que não desafiam nossa inteligência. E isso tudo é culpa de Aaron Sorkin.
Sorkin é um gênio. Criador de The West Wing, levou pra casa quatro Emmys consecutivos de Melhor Drama com o seriado que mostrava os bastidores da Casa Branca. Provavelmente, nenhum seriado sofreu tanto preconceito quanto The West Wing. Institivamente, tomava-se esta série como uma “propaganda nojenta do American Way of Life” e a “perfeição da política americana”. Eu estava entre estes preconceituosos e me arrependo de acompanhar a série apenas em sua sétima e última temporada.
Sorkin gerenciava com brilhantismo The West Wing e escreveu 86 episódios dos 157 produzidos. Pra os que não estão familiarizados com seus textos, vagamente (vagamente!) ele poderia ser comparado os de Gilmore Girls; um mundo onde todos são prolixos, falam pelos cotovelos e são rasteiros nas piadas – mas de uma maneira mais séria e intelectual por assim dizer.
Quando Studio 60 foi escolhida pra virar seriado no início da temporada passada, não causou nenhuma surpresa pois era uma “série de Aaron Sorkin”. Mas mesmo com todas estas premiações e brilhantismo nas costas, Sorkin acabou sendo – justamente – ofuscado por Matthew Perry em seu primeiro trabalho após uma década interpretando Chandler Bing em Friends.
Perry interpreta à si mesmo, por assim dizer, e está bastante confortável no papel de Matt Albie. Sorkin criou o personagem pensando em Matthew: ambos têm o mesmo nome, humor sarcástico e uma pequena queda por analgésicos: Perry após um acidente, Albie após uma cirurgia. Só vemos o ex-Friends pela primeira vez lá pra metade do episódio piloto. Poder revê-lo foi uma das mais gratas surpresas nesta temporada e, deste momento em diante, o seriado parece ganhar mais vida, mais força.
Matt Albie é um ex integrante do Studio 60, assim como seu colega Danny Tripp (Bradley Whitford, The West Wing). Ambos estão em uma premiação, conversando numa roda de amigos e mostram o maior entrosamento do mundo; tanto Albie e Tripp quando Perry e Whitford. Impressionante o entrosamento dos dois. Fica óbvio que a dupla de protagonistas são a persona de Sorkin, dentro do seriado: os condutores do show. Após o desabafo impensado de Wes Mendell, a NBS ativa o sinal de alerta e medidas de emergência são tomadas. Uma delas é convidar a dupla Albie e Tripp pra retornarem ao show, no lugar de Mendell.
Cerca de dois anos atrás, a dupla fora demitida do show por Jack Rudolph (Steven Weber, Wings) e isto se torna um empecilho. Ainda na NBS, o difícil Rudolph é quem demite sumariamente Mendell e está perdido sobre o futuro do Studio 60: quem gerencia a grande mudança é a lindíssima Jordan McDeere (Amanda Peet, Jack and Jill). Ela está vivendo suas conturbadas primeiras horas como diretora da transmição da NBS e vive o dilema de provar que, apesar de mulher, pode garantir um bom trabalho nesta função de liderança num mundo machista.
Com um pouco de conversa e até um pouco de chantagem, Danny e Matt concordam em produzir o show. Matt ainda revê Harriet Hayes (Sarah Paulson, Jack & Jill), sua ex, graças a um desentendimento por causa do hino americano. A química entre os dois promete, como podemos ver após o tapa recebido.
Resumindo, sem entregar muito, é o que temos: uma série muito bem escrita por Aaron Sorkin com um elenco estrelado e encabeçado por Matthew Perry. O que diabos deu errado então? Olha, Studio 60 on the Sunset Strip infelizmente não foi perfeito. Após um brilhante piloto, teve alguns episódios de baixa. A fórmula estava um pouco confusa e sua narrativa soava como “prepotente” pra alguns – como quando toda a equipe de redatores é demitida e apenas Albie passa a escrever o show… o que sinaliza um pouco do narcisismo de Sorkin.
Nos EUA, o restante da temporada foi exibido no mês passado. Alguns episódios foram muito bons, outros foram monotónos… e sendo um seriado da NBC, eles tiveram que enfrentar a má fase do canal e levar surras homéricas de CSI:Miami, programa abençoado que até em reprise registra 16 milhões. Studio 60 fora cancelado após registrar uma média de sete milhões. Inferior se levarmos em conta seu investimento, é verdade. Mas a série prometia: com um pouco mais de tempo, poderia alcançar seu lugar entre as grandes.
Pelo menos fica o consolo de que conseguiu alcançar seu auge antes do cancelamento. Durou pouco tempo. Mas conseguiu alcançar seu auge. Não em audiência, pois não estamos em um mundo perfeito. Mas em qualidade..
* * *
Studio 60 on the Sunset Strip, quartas-feiras, 20h, na Warner Channel.
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eu vejo série cancelada, desde que tenha um final … eu gostei muito de Kidnepped, que teve um final digno … já Smith não teve mesmo destino …
Grande série.
Mas como ninguém nunca perdeu dinheiro apostando na imbecilidade da raça humana, ela não achou seu nicho e foi cancelada.
Perdeu-se a melhor série de TV aberta dos EUA do ano passado. Simples assim.
Assisti os dois primeiros SSSS e gostei muito. É bem realista e com uma auto-critica q a TV brasileira nem sonha em ver. Os diálogos são realmente impressionantes. A série muito bem dirigida também.
Mas acho dificil uma série com esse estilo fazer sucesso em uma grade fraca como a da NBC. Não dá pra esquecer q West Wing, mesmo sendo muito boa, fez mas sucesso qdo tinha O Aprendiz no seu auge como programa anterior. E como vc bem ressaltou Thiago, um drama sem tiros e explosões não tem vida facil na TV americana.
Talvez na HBO ou na Showtime tivesse um destino melhor. Mas independente do cancelamento, vale apena assistir.
Estou louca para assistir. Adoro Matthew Perry, Chandler era meu personagem favorito em Friends.
Todos que conheco e ja viram está série dizem que ela é muito boa.
Não costumo ver séries canceladas, mas quarta feira abrirei uma exceção.
Alguém pode me dizer se a série teve um final, pelo menos? Ou acabou sem mais nem menos?
Aaron Sorkin realmente só faz trabalhos brilhantes. “The West Wing” foi uma das melhores séries da atualidade na minha opinião. To muito curioso pra conferir “Studio 60…” (esperei e não baxei pra assistir na Warner).
Felizmente Bradley Whitford tem bastante chance de entrar para o elenco fixo de “Law & Order” (outra série predileta minha).
Bom, eu sou um grande adepto de séries canceladas! Qto menos episódios tiver, maior é a minha curiosidade. rsrsrs
Isto porque, em média, as séries canceladas mais rápido possuem qualidades que outras séries, de longa data não possuem, pois audiência e qualidade não caminham juntas na tv americana.
Por isto, vou assistir Studio 60, bem como Traveler e Nightmares.
Fiquei esperando a temporada inteira para este cancelamento. Mas, infelizmente, não poderei ver, pois 4ª feira é meu rodízio e no domingo, na reprise, é dia de Dexter.
Que dureza…
César, tem o site da Warner que disponibilizou o episódio inteiro para ser visto online, o link ta ali no canto esquerdo.
Ótimo texto, Thiago. O piloto provavelmente esta entre os melhores que já vi, se não o melhor. Vale muito a pena.
Eu,
Ela foi cancelada cedo e os episódios finais já são feitos pensando no fim.
Legal, Anderson. Vou conferir, sem dúvida! Obrigado!
Esse piloto ja vi duas vezes e nao me arrependo, alias, acho que vou dá mais uma conferida. Thiago, ótimo texto, eu realmente sou seu fã. abraços
“Ela foi cancelada cedo e os episódios finais já são feitos pensando no fim. ”
isso me animou a ver…odeio série com final aberto, isso que me deixa longe das ‘canceladas’ se me garantirem que tem FIM eu vejo!
=D
Thiago, grande texto. Muito bom.
Lucas, veja sim. No geral, compensa bastante.
Hoje é o grande dia!
ahhhhhhhhhhhhhh
eu num creio que perdi a estreia!!!
ALGUEM ME DIZ PELO AMOR DA GALINHA SECA QUE DIA VÃO PASSAR OS REPRISES DOS EPISODIOS INEDITOS????
~=/
Renan, Studio 60 passa nas quartas às 20h, e reprisa no dia seguinte (quinta) às 13h, e no domingo às 21h.
Claudio, valeu!!!
Um grande abraço!!!