21/08/2009, 15:06. Jorge Monteiro
Opinião, Reviews
Ídolos

Esta semana aconteceu a estreia de Ídolos 2009. A espera foi longa, uma vez a que a Rede Record vem anunciando o programa desde a campanha institucional do final do ano passado. Como esta é a segunda rodada realizada pela emissora, melhoras significativas na produção eram esperadas. Vimos algumas diferenças sutis. Por exemplo, a desenvoltura de Rodrigo Faro e os próprios textos criados para o mesmo não deixaram nada a desejar.

Outra mudança, que não sei se durará por toda esta fase, foi a redução de situações constrangedoras com os candidatos. As que foram ao ar eram até engraçadas, uma vez que todas essas situações me deixavam apenas com vergonha alheia e nada mais.

As audições desta temporada começaram em Fortaleza, Ceará, durando um programa e meio. O início das audições de São Paulo completou os dois programas semanais. O curioso foi a escassez de talentos encontrados no nordeste. Esta audição teve o menor número de inscritos comparando-a as outras cidades.

Decepção maior foi com os jurados do programa. Luiz Calainho, Paula Lima (muito melhor com seu novo visual) e Marco Camargo se mostraram estagnados, sem trazer qualquer evolução ao seu papel. Destaque (negativo) para Luiz Calainho que se mostrou ainda menos adequado à função. Causava irritação vê-lo elogiar um candidato e votar não. Isso me pareceu intencional, a fim de proporcionar tensão ao candidato e, consequentemente, ao público. Irritação maior foi a briga entre os mesmos. Para quem não assistiu, ela se deu pelo fato de que, todo candidato que tocava um instrumento, era orientado por Calainho a cantar uma música com e outra sem o instrumento. Além de acarretar tempo, a opção é inválida, pois prejudica os outros competidores e quebra o formato. As audições nessa fase devem ser realizadas sem acompanhamento exatamente para expor o candidato, com isso teremos uma idéia de que, com acompanhamento, ele se sairá muito melhor. Marco Camargo está, sem dúvida, mais ácido e não hesita em falar “nãos” categóricos ou críticas mais arrasadoras.

Neste tipo de programa (realities) a medida em que as temporadas vão acontecendo, os produtores tendem a querer gerar certa polêmica. Isso é muito claro se compararmos a “evolução” de exemplos como Big Brother ou os americanos American Idol e America’s Next Top Model. A partir da sua segunda temporada, é sempre colocado um elemento surpresa, um competidor que tem qualquer particularidade polêmica. Vale homossexual, bissexual, morador de rua, possuir cicatrizes, tatuagens ou qualquer deformação pelo corpo, ex-presidiário. Tem que ter algo pra causar. Neste reality não seria diferente e traz nesta temporada um candidato transexual, uma candidata, na verdade, que nasceu homem e agora atende pelo nome de Lívia Mendonça. Mas até mesmo esta exploração foi sutil e a orientação sexual da jovem foi explorada após sua audição de unânime aprovação. Algo que, se não fosse dito, teria passado despercebido pelo espectador que ficou encantado com sua voz.

Na parte cômica do programa, o destaque vai para Luiz Fernando Ricetto. O mesmo alegou ter participado e passado para a próxima fase do processo de seleção do American Idol, quando morava com a família nos Estados Unidos no começo deste ano, mas desistiu de seguir no reality show. Só se Simon Cowell estivesse surdo para passá-lo.

Com um crescimento de 35% em relação a estreia da temporada anterior, foi estranho ver Paula Lima pedir aos candidatos que voltem ano que vem. As notícias que rondam os bastidores apontam esta temporada de Ídolos como a última da emissora. Com o aumento de audiência, a conversa pode mudar.