03/05/2009, 09:00. Simone Miletic
Reviews
CSI, House

Série: CSI
Episódios: 19 Down e One To Go
Temporada: 9ª
Número do Episódio: 191 (9×09) e 192 (9×10)
Data de Exibição nos EUA: 11/12/2008 e 15/1/2009
Data de Exibição no Brasil: 30/3 e 6/4/2009
Emissora no Brasil: AXN

Em 19 Down vimos pela penúltima vez William Petersen nos créditos iniciais de CSI. E a primeira parte do episódio duplo de despedida de Gil Grissom foi simplesmente magistral.

O episódio não foi nada do que eu esperava. Antes mesmo dos créditos Grissom já tinha comunicado sua saída, de maneira simples, de maneira direta. Foi interessante, mas completamente inesperado, mesmo considerando todos os episódios em que sua frustração veio sendo trabalhada.

O crime a ser investigado foi muito bem escolhido: um corpo encontrado no pântano leva a equipe a um assassino em série já encarcerado há muitos anos. Primeiro Grissom e Brass imaginam que o corpo encontrado seja da primeira vítima do assassino, nunca encontrada. Mas a investigação demonstra que esta é uma vítima mais recente. Um cúmplice? Um assassino copiador?

Outra bela jogada: usar o assassinato para voltarmos ao caso não resolvido do episódio Leave Out All The Rest, graças a coincidência entre as pegadas encontradas nos dois crimes.

Grissom participando ativamente da investigação nos deu um revival necessário para uma despedida adequada e dar uma “história” ao novo personagem Dr. Raymond Langston – um ex-médico patologista que abandona sua profissão por não identificar que um amigo havia se transformado em um anjo da morte – o tornou mais simpático, tornou mais plausível a sua entrada para a equipe.

Ao longo do episódio, cada personagem tem a oportunidade de se despedir de Grissom e, de uma forma ou outra, dizer que sentirá a partida do amigo. A reação que me deixou mais encantada foi a do legista David, mas as reações do Dr. Robins e de Brass foram as mais sinceras, eles perdem ali um companheiro de longa viagem. Obrigada Dr. Robins por nunca se aposentar!

E colocaram Langston ligando diretamente para Grissom quando ele recebe a ligação do assassino. Ali você cria um vínculo. Não sei ao certo se é por isso, por este vínculo, que eu gostei tanto do novo personagem, mas achei uma ótima sacada.

E mais uma boa jogada foi colocar nas palavras do assassino o fato de que encontrar o primeiro corpo, a primeira vítima, oferecendo um fechamento para sua família. Apenas o início de uma nova história, novas descobertas, e mais algum tempo de Gil Grissom.

Mais alguém aí desconfiou do moço que estava na palestra de Langston, um de olhos claros e cabelos meio despenteados que perguntou sobre como ele dominava as vítimas femininas?

* * *

É como se fosse o último grande jogo do Grissom. Eu quero ganhar por ele. – Nick

Se podemos considerar algo de positivo neste episódio – ou nestes se considerarmos a primeira parte – é o fato que Grissom pôde se despedir dignamente de cada um de seus colegas. E cada despedida foi individualizada, cada despedida foi especial.

Talvez isso tenha sido mais sentido neste episódio e, por isso, seu ritmo não foi tão empolgante quanto do primeiro. Ou talvez tenha sido o contrário, o ritmo das descobertas neste episódio foi tão rápido, que não desceu “tão redondo”.

Foi só eu que gostei bem mais da primeira parte do que da segunda? Fomos somente eu e a Ivonete que adivinhamos o culpado e, talvez por isso, tenha perdido um pouco da empolgação pela história?

Não estou dizendo que esta segunda parte foi ruim ou algo do tipo, ela valeu pelas despedidas, ela valeu pelo fechamento das pontas, ela valeu pelo Grissom.

A despedida de Nick foi a mais longa e a mais interessante. Nick agradecendo ao seu professor, que disse que ele foi seu melhor aluno. Depois os dois trabalhando sobre as fotos a fim de identificar o lugar, considerando a Lua e as montanhas, em mais uma aula, em que desta vez eles compartilharam algo.

Como eu tinha falado antes, gostei de terem dado um passado ao Langston e achei interessante como ele formou uma ligação com a investigação, a forma como ele ainda se surpreendeu com as mentiras e como Grissom lhe respondeu sobre só as evidências valerem – todos pensaram em House nesta hora, não é?

Se gostei de Grissom ter ido ao encontro de Sarah? Sim e não. Vocês sabem que não sou a maior defensora do casal, mas foi legal. Foi legal a maneira como o reencontro aconteceu, Grissom realmente feliz no meio daquele monte de bichos da floresta e Sara com a sua barraquinha.

Mas o que importa realmente é que ele teve um final feliz, e ele realmente merecia isso.

Textos publicados originalmente no weblog Só Seriados de TV (aqui) e (aqui).