TeleSéries
Review: Fringe – The Cure
28/04/2009, 13:01. Paulo Serpa Antunes
Opinião, Reviews
24, Fringe, The X Files
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Série: Fringe
Episódio: The Cure
Temporada: 1ª
Número do Episódio: 6
Data de Exibição nos EUA: 21/10/2008
Data de Exibição no Brasil: 21/4/2009
Emissora no Brasil: Warner
Há algumas semanas fiz alguns questionamentos, observando que Fringe tinha algumas características típicas de um procedural drama. O que na verdade eu queria demonstrar era que Fringe tinha uma fórmula. Claro, uma série que é toda baseada em uma “grande conspiração” nunca será um procedural, já que a história teoricamente deve avançar. O que se nota é que Fringe tem a ambição de pegar o melhor dos dois mundos – desenvolver uma mitologia rica de um drama serializado, que a transforme numa série de culto, mas sem abrir mão do formato serializado, que permite que novos telespectadores consigam assistir ao seriado, e que outros continuem, mesmo perdendo um ou outro episódio.
Mas a verdade é que a minha teoria do formulismo de Fringe parece que também estava errada. Felizmente. Porque a mitologia da série é muito rica para prender os roteiristas num formato rígido de roteiro.
E de duas semanas pra cá Fringe começou a mudar. E as storylines estão ficando mais parecidas com o que eu imaginava para a série: o seriado tem mais ação, a solução tem um clímax, o desenvolvimento das histórias melhorou e a ciência marginal não é mais o fator determinante da solução dos casos. Fringe está com mais cara de thriller de ação.
Por isto, esta review vai abordar quatro características típicas de seriados de ação: o informante, o chefe, o vilão e a protagonista.
O Informante: Numa série policial a solução do caso passa pelo uso de um método – seja através de prática forense, do perfil psicológico, da condução da entrevista, da capacidade de observação e dedução de um detetive… Numa série de ação isto tudo é pura enrolação, já que o objetivo é colocar o herói em ação. E a tática mais simples e fácil para colocar o herói diante de seu objetivo o mais brevemente possível é colocar em cena um informante, alguém que lhe dê o caminho para alcançar seu objetivo.
Arquivo X marcou época justamente por colocar em cena alguns personagens recorrentes misteriosos e interessantes com a missão de fazer a série fluir, suprindo Fox Mulder de informação. Fringe ainda precisa crescer neste aspecto. Até o momento nós vimos Broyles suprindo Olivia de informação ao longo de uma investigação (o que eu acho meio bobo, ma vá lá), tivemos o fantasminha do John Scott e, claro, Nina Sharp.
Neste episódio é Nina Sharp que dá a Peter a informação que permite localizar o laboratório secreto (da companhia farmacêutica que estava transformando portadores de uma fictícia doença chamada Bellini em bombas radiotivas).
Nina é um dos grandes personagens da série mas, nós acreditamos, ela é também a vilã da série. O recurso dela suprir o FBI com informação não pode ser usado a toda hora – até porque em algum momento a Massive Dynamic se tornará suspeita de alguma coisa.
O Chefe: O Chefe nos thrillers de ação é um personagem curioso. Ele pode ser o facilitador em alguns momentos e em outras um obstáculo a mais para o herói superar. Arquivo X não teria a mesma graça sem Walter Skinner. E os dias de 24 Horas seriam bem mais curtos se não tivesse um chefe para azucrinar Jack Bauer (o que perdeu a graça é que 24 Horas se tornou muito esquemática, e o chefe sempre acaba se ferrando).
Broyles tem sido uma decepção de chefe em Fringe. O que é um desapontamento duplo, porque não só o personagem não disse a que veio, como tínhamos grandes expectativas com relação Lance Reddick – afinal o cara era o Matthew Abaddon de Lost!
Em Fringe, até o momento, Broyles tem sido subaproveitado. Ele tem funcionado como um informante (a Olivia chega com uma pista, ele abre a gaveta e dá a informação que confirma o que ela disse) e também é ele que faz o briefing da missão para ela – o que é meio bizarro, porque ele está em todos os locais do crime, mas não arregaça as mangas para trabalhar e pouco interage com os Bishop. Não deveria ser o contrário – a Olivia vai lá, verifica a cena do crime e avisa que este é um caso ligado ao “padrão”?
Mas aqui Broyles finalmente dá uma de chefe, censurando Olivia por assediar o farmacêutico David Esterbrook – aliás, a coisa toda dela querer abordar ele, só para ver se ele é culpado, foi meio ridícula.
O Vilão: E todo thriller de ação precisa de uns bons vilões. E, claro, de preferência uns que vão e voltem.
Fringe está devendo neste sentido, mostrando um cientistas loucos sem motivação, ou com motivação trouxa. Este episódio é um exemplo clássico disto: qual é o dono rico de umacompanhia farmacêutica sujaria suas próprias mãos, supervisionando uma pesquisa ilegal? Por que uma companhia farmacêutica iria investir em armamentos?
O ator escalado, Chris Eigeman, o chato Jason Stiles de Gilmore Girls, também foi uma má escolha.
A Protagonista: The Cure é um episódio importante pro desenvolvimento da Olivia. E, infelizmente, a Anna Me Estorva não deu conta do recado (pra mim esta foi sua pior atuação na série, justamente no episódio que lhe permitia entregar uma performance sólida). Um protagonista de seriado policial não precisa ter motivo para virar agente da lei, até é legal que tenha, mas isto não é obrigatório. Agora, em um seriado de ação, é sempre bom que o protagonista tenha um background, algo que aumente sua motivação para sua missão. Fox Mulder teve a irmã abduzida, Sydney Bristow foi recrutada desde criança para ser espiã e por aí segue o barco.
Pois Olivia revela aqui, para Peter, sua motivação – o padrasto, que abusava de sua mãe, e que ela atingiu com dois tiros quando criança. É uma história interessante, que acho que a Me Estorva não soube contar com a raiva adequada.
No fim em diálogo com Broyles, Olivia define seu perfil profissional:
Entendo que pense que agi emocionalmente. E, tirando o fato de que homens sempre dizem isto sobre as mulheres com que trabalham, serei direta. Eu sou emotiva. Eu trago isto para o trabalho. É o que me motiva. Isto me ajuda a entrar na mente das vítimas, ver o que elas vêm, mesmo que eu não queira. Mesmo que isto me apavore. E acho que isto me torna uma agente melhor. Se você tem problemas com isto, me desculpe. Você pode me demitir, mas espero que não o faça.
Ok, me agrada ver uma heroína assim. Mas me deixa o puto o fato de que se esta é a característica marcante da personagem, como pôde demorar seis semanas para Fringe nos mostrar isto? Porque, tirando o fato dela ter tido um caso com um colega de trabalho e ter o hábito de querer resolver sozinha algumas coisas, não vi absolutamente nada na série que mostrasse que ela é passional, muito menos que se identifica com as vítimas.
Estou sendo implicante?
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Está sim, mas amo seus comentários assim mesmo.
Ótimo review, Paulo, excelente mesmo!!
E você não é implicante não, adoro Fringe mas acho que falta muito carisma na personagem principal. Longe de querer comparar com Sydney Bristow mas a Olivia tinha que ter um algo a mais, qualquer coisa que fizesse com que nos importássemos mais com ela, coisa que a saudosa Sydney tinha de sobra!
Está. Mas seus argumentos, além de bem conduzidos, são pertinentes. Aliás, dos rewiews que eu leio aqui no Teleséries, o de Fringe é o único que possui uma visão duramente crítica, salientando mais os defeitos do que os acertos, o que faz parecer que as demais séries são resenhadas por seus fãs, que não enchergam falhas de roteiro, atuação, construção de personagens etc.
Por tudo isso, sempre leio os rewiews de Fringe, pois não sou tão exigente quando assisto a série, que aliás melhora bastante após um começo morno, e assim, passo a encarar de modo mais completo o seu desempenho.
Olha, eu adoro Fringe, mas a série tem seus defeitos. O principal deles é a falta de carisma da protagonista. E o outro é que embora eu ame o Walter e o Peter, depois de um tempo cansa ver a dinâmica entre os três e os casos ser basicamente a mesma.
Mas o que mais me causa indignação é que o Walter faz tudo! Quero dizer, não tem equipe de perícia, legista ou qualquer outra coisa. Tudo vai direto para o laboratório do Walter e eu não concordo muito com isso.
De resto, adorei seu review e sou apaixonada pela série.
Quando a Warner anunciava o início da série, havia uma música nos comerciais. Pensava que seria a música tema da série, mas nunca mais a ouvi.
Alguém saberia informar nome da música e quem canta? e onde posso encontrá-la
ET.: realmente a protagonista é um pouco fraca. Lembra a Denise Crosby na 1ª temporada de Star Trek Next Generation. Mas torço para que ela se recupere.
É mesmo, essa música é demais… tb gostaria de saber o nome dela…
E sobre o walter fazer tudo… bom, ele faz tudo hoje e, pelo visto, fazia tudo no passado também, pois tudo quanto é caso faz ele se lembrar de algum experimento secreto e confidencial que ele fazia… Arquivo X dá de 10 a 0 nesse ponto. Tá meio forçado, sempre a mesma fórmula, tudo passando pelo Walter, tudo fruto de alguma experiência do Walter… espero que melhore.
Descobri que a cigANNA Igor Torv fez uma série há tempos na qual ela dava uns pegas em outra mulher. Deve ser mais interessante.
E cada dia ela se parece mais com a Steffi Graff.
O review está nota 10, mas a série no máximo merece um 7 por enquanto.
O desenrolar da trama está mostrando que Fringe é uma série bem normal que não tenta inovar nem um pouquinho e portanto não merecia aquela mega-campanha de divulgação feita pela FOX.
É um erro comparar a Olivia com a Sydney Bristow. A protagonista de Alias era o tipo de personagem que lutava com os inimigos, enquanto que a Olivia é o tipo de pessoa que usa somente a inteligência (e a arma) para resolver os problemas. São claramente tipos diferentes de personagem.
Também gosto mais de review que mostram os podres da série e Fringe me deixa Fulo com as suas fírulas. Pra saber se uma arma biológica funciona, precisa esfregar na cara do FBI?! Arrogância, burrice, ou preguiça dos roteiristas, esse negócio de fazer testes em público, escancarando a organização “padrão” da bem uma idéia dos problemas que a série enfrenta.
Eu não gostei muito daquela revelação da Olivia…achei meio forçado, tipo, “veja, sou humana, também sofro, não sou uma terminator!” e convenhamos, com 9 anos mandar bala no papai?!!!!! rsssss ô loco meu, até que ela é bem comportadinha, pois ainda achou ruim errar, caspita!
No meu caso é dificil analisar essa série porque sempre me vem a comparação com Arquivo X e isso não é justo, mas fazer o que?
Cheguei tarde, mas como ainda ninguém respondeu, espero que o Dimas e o Maurício leiam: a música, coincidência ou não, é uma cover da banda inglesa The Cure e se chama “A Forest”, mas não consegui descobrir esse grupo que canta. Espero que ajude e abraços!
Oi, Andrea!!
Puxa, ajudou, sim!! Pesquisei na net o nome da música que vc falou (associando ela com Fringe claro) e apareceu o nome de um grupo: Ror Shak. Se alguém mais puder confirmar isso (uso discada, então tudo é complicado aqui, hehehe).
Olá! Sou nova por aqui. Gosto muito do Review do Paulo e do comentário de todos. Confesso que não assisti Arquivo X e por isso não tenho como comparar as duas séries. Mas seguem alguns pontos: 1.Acho que existe uma implicância um pouco exagerada; 2.Concordo que a escolha da protagonista poderia ter sido muito melhor; 3.Acho que a série melhorou ao longo dos capítulos e está trazendo detalhes importantes para a coluna central da história (Ah! já estou no capítulo 18, pois não consigo acompanhar semanalmente e tbém sou ansiosa)revelando que a Olivia não é uma simples agente e que o Walter tem conexão com praticamente tudo o que acontece por ter “muita culpa no cartório” … Paulo você poderia escrever reviews dos capítulos lá de fora, caso tenha assistido? Por favor!?
Resposta do Editor: Bianca, estou assistindo pela Warner. Se você esperar 12 semanas eu chego lá! Rerere.
Dois tiros no padastro, se safou (menor com 9 anos), cresceu e entrou pro FBI??? Isso é crível pra vocês???