Review: House – Unfaithful

Data/Hora 06/04/2009, 08:30. Autor
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House - UnfaithfulSérie: House
Episódio: Unfaithful
Temporada:
Número do Episódio: 101 (5×15)
Data de Exibição nos EUA: 16/2/2009
Data de Exibição no Brasil: 19/3/2009
Emissora no Brasil: Universal

Eu tive sensações distintas ao assistir esse episódio. Enquanto ele tem todo um clima dos capítulos das primeiras temporadas, ele também possui bastante das coisas irritantes deste quinto ano. Então o Unfaithful não me pegou de primeira, mas foi crescendo gradativamente com o passar dos minutos. Terminando perfeitamente com a conversa do doutor com o ótimo paciente da semana e também com a cena final do House sozinho e desistindo de ir a festa do bebê da Cuddy. Eu não saberia como poderia terminar melhor.

Meu problema com o episódio

Eu poderia começar dizendo que o Taub me irritou com sua insistente perseguição ao paciente e sua teimosia. Mas o personagem é assim, meio chato e cabeça dura. Então eu pensei e relevei e até entendi tudo. Agora, simplesmente eu não agüento mais esse fourteen e nem me interessa essa briga deles. Nem o House e suas brincadeiras ajudaram. Tanto é que a primeira parte do episódio não é tão boa devido à grande participação deles. Quando se focou mais no paciente com o doutor, o negócio deslanchou. E a Thirteen já está tão enraizada no programa, que nem deu para torcer para ela ser demitida.

O joguinho do House com a Cuddy também não foi lá essas coisas, mas se esse fosse o problema…

House, Wilson, Cuddy e a cerimônia do bebê

A história começa com a Cuddy chamando o House para a cerimônia, que aos poucos se transforma em outro joguinho entre os dois. Uma das primeiras tentativas da chefe do hospital falha porque o doutor tem outros planos:

Fará algo na sexta?

Levarei uma adorável senhorita à filarmônica.

É assim que fala quando vai transar com uma prostituta?

Duas. Não posso criar uma harmônica com uma só.

Daí House encontra o Wilson, que está meio confuso com o jogo dos dois e aconselha o doutor. Isso acaba o convencendo que Cuddy não o queria na festa e por isso o convidou. Daí ele acaba aceitando o convite e ela o reforçando para mostrar que não era nada disso.

Agora o que me deixou intrigado, é foi isso que a Cuddy diz para o doutor:

House. Para o bem ou para o mal, você é parte de minha vida. Não é uma tática. É um convite sincero. Quero, honestamente, que você vá.

Não perderia por nada nesse mundo.

Daí ela aparece furiosa com o Wilson, porque tudo estava perfeito, já que o House não iria e agora vai. E no final ela fica toda triste porque ele não foi. O joguinho foi meio irritante mesmo e eu não entendi tão bem toda essa reação da Cuddy, mas Wilson tentou explicar para nós e seu amigo o que ela estava passando.

Criar uma criança sozinha é assustador. Ela só está fazendo o que você faz. O que todos fazem. Tentar evitar a dor.

A religião não é o ópio das massas. A religião é o placebo das massas. Se está dizendo que ela não é hipócrita…

Não estou. Estou tentando lhe dar uma razão racional para ver além da hipocrisia dela. Para que não se sinta um hipócrita por ir… Mesmo que exista uma verdade absoluta, não podemos saber tudo. Não pode condená-la por reconhecer isso.

Interessante é que essa última frase do Wilson fez o doutor ter o seu insight e descobrir o problema do paciente.

Agora, por que o final dessa história foi tão lindo? Tudo aconteceu porque acabou a falsidade e surgiu o medo. O que o Wilson fala fica mais latente no encontro da Cuddy e o doutor na saída do hospital. Fica uma coisa meio constrangedora, meio que eles se respeitando demais e ninguém dando o braço a torcer. O medo os domina e acabam ficando um de cada lado sentindo falta um do outro. E o quão bela foi aquela “conversa visual”, quando Wilson e a doutora trocam olhares e lamentam a ausência do House? Lindo.

House e o Padre x Deus x HIV

O paciente da semana é um padre descrente que enxerga em seu cargo, apenas como uma profissão qualquer. E como em 90% dos empregos, ele se sente frustrado, cansado e torturado ao final de mais um dia de trabalho. Mais eis que bem depois dele ter finalizado o dia, alguém bate a sua porta e é ninguém mais e ninguém mesmo que… Jesus! Em carne e osso e com as chagas. Ela acha que é uma brincadeira de alguém, mas eis que o messias começa a levitar. Pensando se tratar de uma alucinação, vai até o hospital. Mas será que era mesmo o filho de Deus? Por via das dúvidas, não posso deixar o que ele diz de fora do review:

Ninguém está rindo, Daniel.

Cameron está de volta!!! Foi pequena, mas muito boa a participação dela. House, sem uma explicação aparente, aparece no pronto socorro e entre dezenas de doentes, acaba escolhendo o padre descrente. Além disso, ele também é fã de uma bebida. O caso parecia simples e ninguém entendeu a escolha. O doutor mesmo só pegou por o paciente ser interessante. Mas mesmo assim, estranho por não apresentar nenhum desafio. Mas começam a tentar curá-lo.

Taub já tava com má vontade por ter que participar desse caso, daí ainda o padre falou que foi acusado de molestar um garoto. Daí o negócio desandou de vez. Má vontade se transformou em perseguição pessoal. Kutner escolheu não julgar o cara e ainda perguntou sobre sua fé e escutou do paciente:

É só um emprego agora. O conto de fadas terminou há muito tempo.

O pessoal estava pronto para liberá-lo, quando… O dedão do pé dele fica necrosado e cai. Tempos depois ele tem um ataque, que acaba não sendo um ataque. Tudo vai ficando cada vez mais confuso. Agora sim temos um mistério. House…

Então, o homem de Deus, que não acredita em Deus, teve um ataque cardíaco que não é um ataque cardíaco. Eu sei como pegar casos impressionantes ou o quê?

Mais uma para a galeria. Ele perde a visão do olho direito, mas após o exame, não há nada de errado com eles. O doutor acha que o problema está no baço e, novidade, acabam não encontrando problema algum. Apenas algumas bactérias. Porém, elas os levam a acreditar que ele tem Aids. Como o padre nunca fez nada para pegar a tal doença, resolve não fazer o teste para confirmar. Mas achei sua explicação para tal, bem plausível, dada a maneira como receberam a noticia do garoto que diz ter sido molestado por ele anos atrás.

Eis que a Aids não é realmente Aids. Antes, porém, Taub resolve ir atrás do garoto para alertá-lo sobre a doença e fazer o teste se já não o fez. Ele leva um fora do garoto no fim que foi bonito. O jovem, parecendo arrependido por ter acusado o padre, vai até o hospital para pedir perdão pelo que fez. Foi bem legal esse ajuste de contas.

House conversa com o Wilson sobre a Cuddy (lembra ali em cima?) e vai olhando para o quadro com os sintomas e pensando em algo. Olha e não consegue imaginar o que diabos o paciente tem e que se encaixa com tudo. Mais eis que ele percebe que se tirar a alucinação da jogada, tudo se encaixa. Ver Jesus não é um sintoma, então teria sido real? O douto conta o que ele tem:

Você não vai morrer. Você tem síndrome de Wiskott-Aldrich. Resumindo, seu sistema imunológico o torna suscetível a complicações da Aids, sem, na verdade, ter Aids. Não pegou. Nasceu com ela. Outro presente de Deus.

Um Papo com o homem de Deus

O paciente era interessante e foi um dos motivos dele ser pego pela equipe, então era uma questão de tempo até House ir visitá-lo. Ele começa com suas gracinhas para testar o paciente e quando este começa a falar, o doutor parece feliz com o resultado:

Deus quer que a vida tenha sentido. A vida não tem sentido sem o livre arbítrio. Com o livre arbítrio, sempre haverá sofrimento. Então, Deus quer o sofrimento. Cansei desse argumento antes mesmo de tê-lo dito. E mesmo que tivesse engolido essa, que diabos Deus está fazendo? Só as coisas grandes? Os atos de Deus, os furacões, os terremotos, o assassinato aleatório de milhões de pessoas inocentes. Então é melhor nós rezarmos.

Deus, queria que você não fosse um pedófilo.

House usa novamente a tática para testar o paciente. Por ele ser um homem de Deus, o doutor o pergunta se quando ele for curado, irá agradecer seu chefe ou ele. Quer saber se ele vai achar…

Que é algum tipo de milagre?

Acha que sou idiota?

Resposta perfeita para o House gostar dele. Então o doutor ataca em outras áreas, porque já que ele não acredita mais, por que continuar no negócio? Ele provoca o paciente até o ponto em que ele volta suas atenções ao House e desconfio que fosse isso que ele queria. Destaque para as negativas do doutor, belissimamente interpretado pelo Hugh Laurie:

Quer falar sobre hipocrisia, que tal você? Se comporta como se não se importasse com ninguém, e aqui está você, salvando vidas.

Resolvendo enigmas. Salvar vidas, é só efeito colateral.

Boa tentativa. Não acredito que queira encontrar alguém que prove que está certo, acho que quer encontrar alguém que prove que está errado. Para te dar esperança. Quer acreditar, não é?

Sim, quero sair daqui e ir parar em uma floresta de prostitutas, mas não acho uma boa idéia falar para os outros experimentarem.

Pareceu que o negócio ficou forte? Errado, House gostou tanto da conversa e todo o resto, que logo já estava tomando um lanche e batendo um papo com o paciente. Eles ficam lá filosofando juntos, é divertido de ver:

Por que as pessoas procuram religião quando têm filhos?

Medo do desconhecido. A base da fé.

Chegam até a filosofar sobre relacionamentos quando House pergunta sobre o celibato e ele não se importar mais:

Quem quer um relacionamento com um padre?

Quem quer um relacionamento?

Foi quase uma paixão à primeira vista o que ocorreu.

House - UnfaithfulMas agora chegamos numa parte importante de todo o processo. A cura do padre e tudo o que houve com ele:

1 – Padre miserável e descrente, que bebe nas horas vagas. Ele recebe uma visita de Jesus na sua porta. Essa suposta alucinação, o leva ao Pronto socorro do hospital.

2 – Se o padre não fosse um paciente do House, ele iria ser tratado no pronto socorro normalmente e no pior dos casos, iria receber o tratamento contra Aids e provavelmente morreria.

3 – House dificilmente pega casos no ER e quando o pega, são desafios e não mera diversão.

4 – O preconceito e a cabeça dura do Taub, o fez ir atrás do garoto supostamente molestado pelo padre.

5 – Por causa disso, ele vai até o padre e pede perdão a ele.

6 – Por estar sendo tratado pelo House, descobrem a verdadeira doença dele e ele sobrevive.

Você gostou dessa história? Eu adorei, mesmo a série mais uma vez tendendo para o lado dos crentes. E o padre descrente, começa a repensar esse seu lado. Terá sido tudo obra de Deus ou do acaso? Deixo vocês agora com o diálogo final travado entre House e o peculiar padre:

E quanto a minha alucinação?

O uísque explica. Mas foi só uma coincidência. Coincidências acontecem.

Essa coincidência trouxe-me até você.

Prometeu que não iria tocar no assunto.

Einstein disse: Coincidência é o jeito de Deus permanecer anônimo.

Uma mulher na Flórida disse: Veja, Jesus está no meu sanduíche de queijo.

Você nem quis pegar meu caso. Nem achou que estivesse doente.

O fato de eu estar errado não é uma prova de Deus.

Só estou tentando entender como minha vida mudou em apenas um dia.

Não se preocupe. Sua vida voltará ser a mesma logo. Tudo que aconteceu pode ser racionalmente explicado.

Eu sei. Só que… são muitas coincidências.

Músicas do episódio:
The Doves, “Firesuite”
Jon Cleary, “Got To Be More Careful”
Hugh Laurie, “Cuddy’s Serenade”

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  1. Roberto_R - 06/04/2009

    A unica coisa boa no episodio eram os dialogos entre o padre e o House. Só.
    13 e 14 estam enchendo o saco.

  2. bia mafra - 06/04/2009

    Gente, adorei o episodio, esse drama do acreditar ou nao acreditar, existe ou nao existe sempre me faz prestar mais atençao, eh facil ver deus em tudo, mas tambem pode ser muito facil ignorar o que realmente pode ser divino.
    destaque para o house tocando musica judaica em casa e aparecendo a cena do batizado, por um momento achei que estava ali, ai percebi que a cabeça dele estava ali. achei dez.

  3. Edson R. Okudi - 06/04/2009

    De vez em quando (ou de vez em sempre) os roteiristas de House criam episódios “filosóficos” como esse, no qual o personagem tenta rebater a existência de Deus ou as suas intenções “divinas”. Entretanto, House é sábio em ser irônico e argumentativo e não profano, pois aí a discussão sai do campo da religião ou da infalibilidade religiosa e vai pro campo das idéias, das probabilidades ou das vontades do Criador. E, nesse terreno da discussão, House é um personagem agnóstico que, de fato, não é um ateu convicto. No fundo, o padre tem certa razão quando diz que House buscava, através da confrontação, alguma comprovação do divino Deus . Agora quanto ao episódio em si, ele foi meio arrastado e mesmo esses diálogos foram monótonos e cansativos. Pra mim, o ponto alto foi realmente o final, com House não dando “abertura” pra Cuddy convidá-lo pro bem-bolado do bebê. Isso foi muito simbólico do isolamento no qual House se coloca, não por arrogância, mas por temor de se “humanizar” ou de se “entregar” à uma situação de “calor humano”. House, de fato, não crê na felicidade e até a evita ou a sabota. Aliás, é também interessante perceber a necessidade que House tem de decepcionar Cuddy.

  4. Camila Oliveira - 06/04/2009

    Ótimo episódio. Só não gostei do padre ter voltado a ser crente novamente. É sempre assim nos episódios em que alguém tem a fé abalada, os pacientes ficam incrédulos o tempo todo e quando são curados já vão logo achando uma explicação divina.

    Eu achei legal o Foreman e a 13 terem enganado o House, apesar de não gostar do casal. Não estou certa se entendi o joguinho da Cuddy e do House e acho o Taub insuportável. Ele persegue quase todos os pacientes, é um mala. Die, Taub, die!

    Eu achei a cena final na casa da Cuddy muito linda. Engraçado que a Cameron e o Chase foram convidados e o Foreman, não. Pelo visto, ele não é muito querido nem pela chefe…

  5. Camila Oliveira - 06/04/2009

    Já ia esquecendo, ótima review!

  6. Thais Afonso - 06/04/2009

    O final foi realmente maravilhoso, a música que Laurie toca é linda e o simbolismo é tocante. Mas todo o resto do joguinho foi mesmo muito irritante.

    Concordo com a Camilla sobre essa coisa de no final os descrentes sempre arranjarem um motivo para acreditar ou voltar a acreditar. Mas o personagem é mesmo muito bom e a interação dele com House, excelente. Só lembro de um outro paciente de quem House gostou tanto, Cate. Tiveram outros?

  7. Paulo Antunes - 06/04/2009

    Review looonga 🙂

    Eu adorei o episódio e estava esperando há várias semanas a oportunidade de comentar ele.

    Eu não vejo problema nenhum na questão do padre recuperar a fé. Não é assim com todos os religiosos que vão ao hospital – ou a pessoal sai com a fé renovada ou acaba perdendo ela?

    A questão é que os produtores de House tem muita sensibilidade para abordar estas questões metafísicas (e olha que seu personagem principal não é nada sensível!). Eu prefiro que eles nos deixem refletindo sobre o assunto do que imponham algum tipo de visão deles sobre estes temas – como é o caso de Grey’s Anatomy, como naqueles episódios em que a Meredith quase que morre afogada.

  8. Edson R. Okudi - 06/04/2009

    Também concordo que o caminho natural, pro Padre, era recuperar a fé. Além disso, ele tinha resolvido a questão com o garoto supostamente molestado, o que me pareceu o ponto principal da sua anterior perda de fé.

  9. Carina - 06/04/2009

    Paulo, concordo contigo: estas questões religiosas são abordadas sempre com muita sensibilidade na série e, o melhor, eles expõem o tema mas deixa o julgamento por conta de quem assiste. O protagonista já é polêmico e expõe sua descrença mas, ao mesmo tempo, busca formas de tentar provar a si mesmo se Deus existe ou não (o que me lembra o episódio 97 seconds).
    No mais, tirando a desnecessária parte do 14 (não consigo me importar com eles!) o episódio foi muito bom mas, confesso, o jogo da Cuddy me deixou louca!!! Ainda bem que temos o Wilson para explicar tudo!

  10. Vitor - 06/04/2009

    Um dos melhoras pacientes que House já teve! E pra mim o melhor episódio fé X religião!

    A única coisa que não gostei muito foi as “intriguinhas” House e Cuddy. Parecia crianças de 10 anos que se gostam. Acho melhor o relacionamento se desenvolver logo, pq tá começando a fica cansativo.

  11. Tina Lopes - 08/04/2009

    Gente, e agora? Só voltamos a ter House inédito em 23 de abril, é isso?

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