‘I am Cait’ é uma facada no coração do telespectador


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Quando resolvi assistir I am Cait confesso que não sabia muito o que esperar. Nunca tinha visto Keeping Up with the Kardashians e tudo que eu sabia sobre a vida dos Kardashian-Jenner é o que acompanhava na mídia. Fui pega de surpresa com as notícias sobre a transição de Bruce (agora Caitlyn), mas tinha curiosidade sobre a maneira como o E! e a própria Caitlyn explorariam o assunto em um reality show, já que não é segredo pra ninguém que a família adora visibilidade e dinheiro, não importa a que custo.

Fui surpreendida positivamente. I am Cait é uma facada – necessária – no coração de quem assiste. É uma chamada pra reflexão. Ao contrário do que eu imaginava em um primeiro momento, a série não fica na superficialidade de mostrar somente o glamour da vida de Caitlyn. Nos dois episódios que assisti questões importantes foram problematizadas: desemprego e consequentemente prostituição no universo transexual, suicídios e homicídios de trans e a relação das transexuais com a família foram apenas alguns destes assuntos.

Entretanto, acho que o maior mérito da produção é conseguir passar tudo isso de uma maneira tocante e delicada, não ficando apenas em uma linguagem técnica e incompreensível para quem assiste. É difícil não se emocionar com a visita de Caitlyn a casa de uma família cujo filho trans se suicidou ou com o depoimento de sua mãe quando relata que achava que era impossível sentir mais orgulho do filho (ela ainda se refere assim) do que quando ele foi campeão olímpico, mas que agora ela sente.

I am Cait

A série tem diversas camadas e transita bem do humor ao ‘drama’ mostrando o dia a dia de Caitlyn e a forma como ela tem lidado com sua transição. Ponto positivo também é que dá espaço para outras transexuais. Elas deixam bem claro que embora seja difícil para todas Caitlyn é uma privilegiada, pois a grande maioria das pessoas transexuais do mundo jamais receberão esse tratamento ou conquistarão o respeito que ela tem por ser de uma classe social privilegiada.

É preciso parabenizar Caitlyn Jenner e o canal E! pela produção. O processo é delicado e muitas vezes dolorido (não somente para a pessoa, mas também para a família), mas Caitlyn não liga de se expor se o objetivo for ajudar outras pessoas que passam pelo mesmo. Ao menos é a impressão que tive com os dois primeiros episódios, já que mesmo nos momentos em que foi questionada ela esteve aberta para ouvir, aprender e então aproveitar os privilégios que tem para dar espaço e ser porta voz de uma população tão massacrada e estigmatizada. Gol do E, gol de Cait!

* * *

I am Cait estreou nos Estados Unidos no dia 26 de julho. No Brasil, o programa estreou no dia 2 de agosto e vai ao ar aos domingos, às 23h.

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