TeleSéries
Nashville – Your Good Girl’s Gonna Go Bad
08/05/2014, 10:38. Gabi Guimarães
Reviews
Nashville
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“Eu não pertenço a este lugar.” – Scarlett
Deacon culpa Rayna. Beverly culpa Deacon, Rayna, a própria Scarlett e também o universo. Scarlett culpa Juliette. O mundo culpa Juliette. E, neste jogo onde não há vencedores, vimos o desenrolar de mais um episódio irrepreensível de Nashville na reta final desta segunda temporada.
Já imaginávamos que este antepenúltimo episódio se concentraria no surto psicótico de Scarlett e suas consequências possivelmente desastrosas. E talvez por isso mesmo eu estivesse um pouco receosa. Ao longo da temporada, não poupei críticas à personagem e sua drástica mudança de comportamento. De uma personagem querida pelo público, Scarlett foi se tornando, semana a semana, a personagem mais aleatória da série. Irreconhecível. Com o fim da temporada logo ali, entretanto, era chegada a temida hora da resolução deste arco.
E eu não me decepcionei. Ao nos apresentar Beverly, Nashville nos explicou quase que didaticamente porque Scarlett é como é, e porque ela nunca poderia ser uma grande estrela da música country. Foi uma grande mistura de sentimentos: dor, tristeza, vergonha e frustração, que, por fim, levaram Scarlett à constatação do óbvio. Foi muito bacana ver a evolução e o amadurecimento da personagem nestes 42 minutos, ainda que de forma tão radical e dolorosa.
No fim das contas, foi com a ajuda de Zoey que Scarlett teve a epifania de que tanto precisava: ao dizer para a amiga que não sabia como diabos tinha chegado no fundo do poço, foi buscar as respostas dentro de si mesma. Que lindo ver Scarlett assumir a responsabilidade por seus próprios erros, por suas próprias más decisões, e, assim, retomar as rédeas da sua vida. A jornada foi bastante difícil – e às vezes chata de acompanhar, é verdade –, mas valeu a pena por proporcionar não só a ela como a tantos outros personagens um momento para reflexão. Welcome back, Scarlett. Nós sentimos a sua falta!
“Tem que se decidir, Beverly. Ou sou o idiota que nunca te apoia, ou sou o cavaleiro no cavalo branco, sempre se precipitando e salvando a todos (…) Você é uma maníaca narcisista cheia de raiva. A culpa é sua.” – Deacon
Com a sanidade mental de Scarlett em jogo, foi inevitável ver a vida e o passado da família Claybourne vir à tona. Deacon e Beverly decidem lavar toda a roupa suja, e, em meio à uma montanha de acusações e ressentimentos, ficamos sabendo que a decisão de não seguir uma carreira musical foi de Beverly, que sequer estava grávida de Scarlett quando a oportunidade surgiu. Jovem e apaixonada, preferiu ficar para trás para casar e constituir uma família. Foi abandonada pelo marido pouco depois com uma filha pequena para criar, e… o resto a gente já sabe. No fim das contas, Beverly é apenas covarde. Frustrada e amarga, preferiu passar a vida toda culpando o mundo e todos à sua volta por suas decepções do que tomar a responsabilidade daquela decisão para si. Muito mais fácil apontar o dedo para Deacon e dizer que ele não a amava porque preferiu sair dali do que colocar a mão na consciência e encarar de frente que a sua infelicidade só tem uma única culpada: ela mesma.
Deacon, infelizmente, não agiu muito diferente da irmã quando resolveu que culpar Rayna pela derrocada de Scarlett seria uma boa ideia. Lembremos que há alguns episódios, quando toda a coisa começava a desandar para ela, Deacon alertou Rayna sobre isso: Scarlett definitivamente não nasceu para uma vida sob os holofotes. Ele tinha razão, mas culpá-la pelo que houve, como se ela tivesse deliberadamente tentado prejudicar Scarlett, é ingenuidade demais. Rayna nunca quis nada além do melhor para sua pupila, e prova disso foi tê-la liberado de seu contrato, colocando a Highway 65 – e toda a sua vida, diga-se de passagem – em grande perigo. Agora, é tudo ou nada. Se seu novo álbum falhar, a Highway 65 também falhará. Se isto não demonstra grande respeito e consideração por Scarlett e pelo próprio Deacon, não sei o que mais o faria. Ainda bem que ele se redimiu e pediu perdão pelas duras e injustas palavras.
“Acho que passou muito tempo se preocupando com o que me faria feliz. Agora é hora de pensar no que fará você feliz (…) Você quer isso?” – Rayna
“Não, eu não quero. Eu não sei o que quero, mas sei que não é isso.” – Scarlett
E falando em Rayna, foi ótimo vê-la um pouco afastada de seus próprios dramas familiares e amorosos (Maddie e Luke, estou olhando para vocês!) para dar lugar ao profissional. Foi ótimo vê-la cantando novamente – uma raridade nesta temporada! –, focando no lançamento de seu novo disco, na sua nova gravadora e, mais do que isso, sendo uma parte fundamental do tratamento e recuperação de Scarlett. Não seria exagero da minha parte dizer que a menina a vê como uma figura materna, e que não foi capaz de suportar a ideia de tê-la decepcionado. Ver Rayna consolá-la e assegurar que seu futuro será brilhante – “você só precisa seguir um caminho diferente” – foi reconfortante. Scarlett está apavorada – quem em seu lugar não estaria? –, mas finalmente livre para descobrir o que quer da vida.
“Eu sou a maior babaca do mundo.” – Juliette
E o que dizer de Juliette? Bom, para começar, já aviso que estou provavelmente quase tão furiosa quanto ela pela maneira como foi tratada por todos ao longo do episódio. Scarlett, Deacon, Rayna, Avery… Ninguém se salvou! Juju foi injustamente descartada como um sapato velho por cada um deles em diferentes momentos do episódio.
Ok, todos sabemos que Juju não é exatamente flor que se cheire. A primeira temporada está aí para não nos deixar esquecer. Mas… Será que todos ali ignoram por completo a linda evolução e o amadurecimento da personagem? Essa frieza e indiferença eram realmente necessárias? Scarlett, ainda que sob o choque de seu surto psicótico, o que é perfeitamente compreensível, foi a mais injusta de todas. Não acho que Juliette foi cruel com ela em nenhum momento deste seu processo de autodestruição. Muito pelo contrário: justamente por conhecer melhor do que ninguém as dores e agruras de crescer com uma mãe doente e ausente, Juju tentou mostrar para Scarlett que… o show deve continuar, apesar de tudo. E ela tem razão. Se podemos ter uma certeza nessa vida é a de que o mundo não para para que possamos consertar nossos corações partidos. Essa foi a lição que Juliette tentou ensinar para Scarlett. Se ela tinha algum desejo ou intenção de se tornar uma cantora de sucesso, este sacrifício também era necessário. Nada de errado com as intenções de Juju, portanto. Nem vou entrar no mérito de culpá-la por sua internação, porque foi nonsense demais até mesmo para Scarlett.
E aí, no meio de toda esta confusão, está Avery. Sempre ele. Sim, ele precisava estar ali para Scarlett. Não o julgo por isso. Mas há tempos ele vem negligenciando Juliette perigosamente. Desde a sua reação blasé em relação às investidas de Charlie (que sumiu novamente, amém!), até as suas atitudes estupidamente incoerentes sobre o que é ou não permitido na sua vida profissional. Ficar à sombra de Scarlett, tudo bem, mas quando Juju lhe ofereceu aquele contrato irrecusável com a Edgehill Records, ele surtou. Tudo muito confuso, muito nebuloso. Menos os sentimentos que ele e Scarlett sentem um pelo outro. A cena entre os dois no hospital foi linda, de dois amigos que realmente se importam um com o outro. Para que Scarlett visse “uma cara conhecida” ao acordar.
Ele foi o primeiro amor da vida dela. Essas coisas não se apagam repentinamente. Não acho que haja algum sentimento romântico ali. Não mais. E acho que seria um erro insistir nisso. Mas fato é que Juliette ouviu tudo o que foi dito ali naquele quarto de hospital e, somando isso a todo o resto, prevejo problemas no paraíso.
Juju tem sua parcela de razão ao estar tão revoltada com tudo. Mas… Jeff Fordham? Sério? Confesso que ri alto com este novo “casal”. Impulsiva e cheia de raiva, a cada minuto do episódio tornou-se claro que a velha Juliette emergiria a qualquer momento. E desta vez, quem pode culpá-la? Sangue de barata nós sabemos que ela não tem. E assim, nos 46 minutos do segundo tempo, a nossa anti-heroína roubou a cena do episódio que até então era de Scarlett. É… Velhos hábitos não mudam nunca. E aqui, mais do que nunca, percebemos que Your Good Girl’s Gonna Go Bad – título do episódio – tem um sentido ambíguo: ele se refere à Scarlett? Juliette? Ambas? Façam suas apostas. Mas o escorregão de Juju, como não poderia deixar de ser, teve plateia cativa: Gunnar viu tudo. O que isso representa para o futuro de Avery e Juliette? Mais problemas no paraíso. E lá vamos nós odiar Juliette e seu alterego mimado e imaturo de novo… Por um breve momento, os papéis haviam se invertido entre Juju e Scarlett. Durou pouco, e agora as coisas voltam à sua ordem natural. E eu não sei se gosto muito dessa ideia.
Falando em Gunnar – e em sua personalidade volúvel –, vejo-o bastante apagado nesta temporada. Meio incerto, meio sem função, sendo um namorado às vezes machista, às vezes adorável, ganhando rios de dinheiro com os royalties de sua canção de sucesso. Em sua defesa, o fora inacreditável que deu em Jeff Fordham e sua proposta “irrecusável” foi sensacional. Ele, que a princípio pareceu tão indiferente e insensível ao que aconteceu com Scarlett, foi quem melhor a defendeu. Enfim, Gunnar reconheceu que, sem ela, ele não seria o compositor e cantor que é hoje. Não vejo a hora de vê-los compondo juntos novamente. No more drama, please. (e como foi bom ver Zoey e Scarlett acabarem com aquela briga sem sentido. Chega!)
Jeff Fordham, por sua vez, está cada vez mais enrascado na Edgehill Records por sua incompetência e sequência de decisões incrivelmente burras – isso para não mencionar a completa falta de caráter e escrúpulos… Ah, e o sexo com Juliette! Não sei onde pretendem levar o personagem, mas com a promoção de Oliver Hudson ao elenco regular da série, a única certeza que podemos ter é que Jeff ainda nos trará muita dor de cabeça. Will Lexington que o diga.
Jurei para mim mesma que não ia mais repetir o quanto esse personagem é chato e cansativo, mas não dá. Parece que, a cada semana, Will se supera e arranja um jeito inédito de ser um completo babaca. Junto com Layla, sem dúvida é responsável pelos minutos mais monótonos e chatos de cada episódio em que aparece. E a casa vai cair em breve para ele. Nem mesmo Jeff e sua “negação plausível” foram capazes de dissuadir Will daquela ideia estapafúrdia de reality show. Somando-se com o desespero de Layla em continuar “relevante”, é sério que ele acha tudo isso uma boa ideia? Depois não diga que Jeff – e todos nós – não o avisamos!
Alguém sentiu falta de Teddy? Nem eu.
Faltam só mais 2 episódios para a season finale, e o episódio desta quarta-feira traz ninguém menos do que Michelle Obama para a nossa amada Nashville.
Até a semana que vem!
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Ótimo texto, só discordo com uma coisa, não acho que a Juliette foi destratada por ninguém (com exceção de Scarlett que realmente exagerou um pouco), e realmente não tinha motivo algum para era está ali, visto que ela nem gosta da Scarlett, ela queria mesmo era assegurar que nada acontecesse entre Avery e Scarlett! Eu estava gostando muito da Juliette nessa temporada, mas, depois que a ela assinou contrato com a Rayna, tudo foi ladeira abaixo e agora depois de tudo o que ela passou vê-la agindo assim, me faz a odiar mais do que eu já odiava, desisti definitivamente dela e a partir de agora o que acontecer será muito bem feito!!