TeleSéries
Review: Pushing Daisies – Pie-Lette
11/04/2008, 13:04. Paulo Serpa Antunes
Opinião, Reviews
Pushing Daisies
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Série: Pushing Daisies
Episódio: Pie-Lette
Temporada: 1ª
Número do Episódio: 1
Data de Exibição nos EUA: 3/10/2007
Data de Exibição no Brasil: 10/4/2008
Emissora no Brasil: Warner
Aprendi a não confiar em episódios pilotos. Pelo menos não plenamente. O que sei é que se um piloto é ruim, provavelmente uma série ruim se seguirá. Mas que um bom piloto não indica muita coisa. Porque pilotos são superproduzidos. E pensados e planejados. Alguns até são regravados. Pilotos tem tempo de produção e tempo de maturação. Até por isto muitos pilotos são tão cinematográficos.
Marc Cherry elaborou ao longo de anos o primeiro episódio de Desperate Housewives. JJ Abrams teve 10 milhões de dólares de orçamento para desenvolver os elementos que transformariam Lost num fenômeno de audiência. Pie-lette, trocadilho infame que dá nome ao piloto de Pushing Daisies, possivelmente não teve tanto tempo ou dinheiro, mas nitidamente foi uma produção pensada, elaborada e, quando for a hora de uma nova revisão a histórica, digna de entrar na lista dos melhores pilotos da TV americana de todos os tempos.
A maturação de Pushing Daisies gerou um seriado ao mesmo tempo originalíssimo e repleta de referências. São muitass as semelhanças estéticas da série com alguns filmes de Tim Burton, e mais ainda com o hit francês Amélie Poulain. Fosse literatura, alguém poderia encaixar a série dentro do realismo mágico latino-americano. E há coisas mundanas também, como um toque de bom senso dos executivos da ABC ali – talvez esta série não fosse possível em outro canal que não este, que nos últimos anos apostou (e acertou) em uma programação mais leve e visualmente mais colorida (em contraponto ao clima sombrio que CSI e seus derivados impuseram ao longo da última década).
E, claro, existem a influência direta de seus autores. Bryan Fuller, criador de outras duas brilhantes séries injustamente desprezadas pela audiência americana: Dead Like Me e Wonderfalls. E Barry Sonnenfeld, que tem um currículo de blockbusters, mas visualmente intrigantes, como Homens de Preto e A Família Addams e algumas séries diferenciadas (mas menosprezadas), como Notes from the Underbelly e The Tick.
A história do garoto que pode ressuscitar os mortos com um toque – e o carma que isto gera – também é original (se não no tema, na forma que é apresentada). Graças a Deus, esta aqui promete ser uma série de culta, mas sem fãs abobados exigindo respostas e explicações. A série deve ser assim mesmo, ambientada em um mundo onde ressuscitar os mortos não parece tão absurdo ou tão incomum – ao menos para Emerson e Chuck, os companheiros de Ned desta jornada.
Assim como em Dead Like Me e Wonderfalls, Bryan Fuller e os demais produtores acertaram a mão a escalar um elenco sem estrelas, buscando atores pouco conhecidos como protagonistas. Corrigindo: pouco conhecidos, mas talentosíssimos! O mais próximo de um Mandy Patinkin (o único medalhão a trabalhar em uma série de Fuller) aqui é Kristin Chenoweth, premiada na Broadway, e um recuperado Chi McBride, que foi destaque no início da década em Boston Public, mas que nos últimos anos errou a mão escolhendo alguns projetos ruins.
Gostei do humor da série. Ela é de fato uma comédia romântica (de ler a sinopse eu ainda embestava que poderia ser um drama, mas não é). E meu temor é que seu senso de humor fosse pueril demais ou ainda que ela acabasse sendo uma série de uma única piada – como acontece um pouco com Men in Trees e Desperate Housewives e como eu temia que fosse acontecer com Ugly Betty, mas não aconteceu. As gags visuais foram ótimas e os diálogos também tem seu charme. Como este aqui:
Emerson:
Words that sound alike get mixed up in my head.
Olive:
Me, too. I used to think “masturbation” meant chewing your food… I don’t think that anymore.
Daria pra escrever mais umas duas páginas sobre Pie-Lette, mas por ora basta.
Aliás, peço desculpas, se o texto parece sem muita ordem lógica. O fato é que Pushing Daisies mexeu comigo. Gostei, adorei, fiquei encantado. E um pouco preocupado também. Preocupado se ela terá fôlego para mais temporadas. Preocupado se continuará tão boa na próxima semana, sem esta mega produção por trás.
Mas preocupação é bom – o objetivo de uma série tão surreal como Pushing Daisies deveria mesmo ser deixar o telespectador com a pulga atrás da orelha, semana após semana.
* * *
P.S.: Esta a princípio será a minha única review de Pushing Daisies. A idéia inicial, que discutimos desde o ano passado, é que ao longo da temporada todos os colaboradores do TeleSéries se revezem escrevendo sobre o programa, formando um mosaico de diferentes estilos e opiniões. Vamos torcer para que role.
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Pode me agender o meu texto pro terceiro ou quarto episódio.
Pushing Daisies é, no mínimo, uma grata surpresa por ser diferente. Estamos vendo uma série de produções focando 2 linhas: as do tipo “realistas”, como The Shield, The Unit, Damages etc., ou “de investigação fantástica”, onde se lançam mão de recursos impossíveis e fantasiosos para a solução de mistérios, como CSI (e franquias), Crossing Jordan (e suas viagens) etc. Fugiu do convencional e espero que seu fôlego realmente dure para os próximos episódios – afinal, achei a temática difícil de ser deenvolvida com criatividade (mas existem exemplos de séries diferentes e bem-sucedidas, como Monk e House). Longa vida a Ned e seus amigos!
Apaixonante. Mesmo. Foi essa a minha sensação.
Não costumo gostar de pilotos mas esse é fantástico.
Me sinto que nem o Paulo, com medo de que os proximos episódios não sejam tão bons quanto esse mas só esse piloto valeu pela série inteira. Foi como um “mini” filme de uma hora.
Lindo.
Paulo Antunes, apesar de não ter visto o piloto ainda (verei no domingo) passei aqui prá deixar meus parabéns a você. Você escreve muito bem!
Amei o piloto do início ao fim. Ficou com gosto de quero mais. O Ned é super fofo e a química entre o Lee Pace e a Anna Friel é excelente.
Estou louca pra ver o segundo episódio.
O Ned não trabalhou em Wonderfalls???
Trabalhou.
Nossa, como é bom uma série que te faz correr pro computador e baixar o restante dela.
Adorei o Ned, ele é fofíssimo, todos estão muito bem. Vi o 2º e gostei mais do que o piloto (principalmente o nº musical que roubou o episódio).
AMEI o episódio piloto!!! Já viciei!!!
Excelente análise do episódio! Digno de nota 10 esse piloto! Muito ansioso pelos próximos episódios.
Desculpem a minha ignorância, mas qual seria a tradução para o título deste episódio?
Obrigado pela atenção.
Gostei do piloto, e parece que vou gostar da série. Tomara que não seja cancelada com apenas uma temporada, como costuma acontecer com 50% das séries que eu gosto.
Noosa, umas das séries de destaque nessa passagem 2007/2008.muito bom mesmo,to baixando ela todinha justamente depois desse piloto.entrou na minha lista de series.
Série cativante. Vamos esperar que os próximos mantenham essa qualidade 🙂
Eu já vi os 9 episódios da primeira temporada e posso dizer que a série é ótima. Consegue manter essa magia toda que vimos no piloto e a trama fica ainda mais interessante. Vale a pena continuar acompanhando!
Pushing foi, na minha opinião, a série mais bem feita dessa temporada. É dificil não amá-la. Eu definitivamente não fiquei imune ao seu charme. Só espero que a Warner a trate direitinho.
Eu tambem assisti a todos os episodios da primeira temporada de Pushing Daisies e, pra mim, todos os episodios tem a mesma qualidade visual do primeiro. Não é um seriado onde o piloto é visivelmente melhor, nao…
Sim o Ned fazia o irmão da protagonista de Wonderfalls, série que eu adorava, mas não fez sucesso. eu gostei de Pushing Daisies, mas achei um pouquinho corrida demais. Tudo acontecia muito rápido. Nem deu tempo para nos envolvermos com os personagens. Mas vou continuar acompanhando.
O passado já diz tudo: Dead Like Me e Wonderfalls foram injustiçadas, era ótimas séries.
Mas parece que em Pushing Daisies tudo de bom das outras foi colocado lá na medida certa.
Paulo: pode contar comigo para um dos reviews.
O problema de “Dead Like Me” é que depois de alguns poucos episodios a gente enchia o saco daquela atriz principal, cheia de trejeitos e caretas esquisitos e uma voz enjoada. Enchia o saco. Fã é fã, mas acho que o telespectador normal de tv nao tem muito porque gostar de Dead Like Me não… Pra mim o cancelamento foi justificado (se o objetivo for agradar a muita gente).
Rubens, você é definitivamente do contra ^_^. Não estou criticando, Deus sabe o quanto eu sofro porque geralmente estou nesse papel, mas não deixa de ser engraçado ver alguém tomar as vezes…
Eu amava Dead Like Me. Era aquela cara estranha e abobalhada da atriz principal que eu gostava. Não, eu gostava de tudo mesmo. Fiquei triste quando acabou, realmente triste.
Quanto a Pushing Daisies, primeiro eu preciso ter certeza que conseguirei assistir todos os episódios. Se eu tiver essa certeza, eu me candidato a fazer um dos reviews também.
[…] Como o Paulo Antunes já escreveu em seu review no Teleséries (você lê aqui), Pushing Daisies tem dois criadores e um deles é o mesmo criador de Dead Like Me e Wonderfalls, e este novo seriado me lembrou mais do segundo (o clima de exagero e fantasia já estava bem presente nas Cataratas do Niagara). Mas ele me lembrou mesmo foi de Twin Peaks, obra surreal para a televisão de David Linch, o autor do surreal. Eu poderia, apenas num primeiro momento, dizer que Pushing Daisies é um seriado do surreal “do bem”, positivo, enquanto Twin Peaks era marcadamente um surreal “do mal”, do obscuro. […]
Daniel, a tradução de Pushing Daisies é empurrando margaridas.
Quase sempre que me pego revendo alguma reprise de um seriado é sinal de que realmente gostei da série. E vi esse piloto duas vezes…legal e divertido. Vou acompanhar.
Quanto a Dead Like Me, a série era muito boa…uma das melhores séries que já pude acompanhar. Tenho as duas temporadas em dvd. Não vejo a hora do filme estrear!!!
[…] Como o Paulo Antunes já escreveu em seu review no Teleséries (você lê aqui), Pushing Daisies tem dois criadores e um deles é o mesmo criador de Dead Like Me e Wonderfalls, e este novo seriado me lembrou mais do segundo (o clima de exagero e fantasia já estava bem presente nas Cataratas do Niagara). Mas ele me lembrou mesmo foi de Twin Peaks, obra surreal para a televisão de David Linch, o autor do surreal. Eu poderia, apenas num primeiro momento, dizer que Pushing Daisies é um seriado do surreal “do bem”, positivo, enquanto Twin Peaks era marcadamente um surreal “do mal”, do obscuro. […]
Mônica, “empurrando margaridas”? Acho que o mais correto seria despetalando margaridas, apesar de soar mal pra caramba! Em Portugal, eles deram uma tradução que ficou ao mesmo tempo engraçada e bonitinha – “malmequer, bem-me-quer”.
Eca, nao viajem… Pushing não tem NADA a ver com Twin Peaks… As duas histórias são ” sobrenaturais “, mas só… Se for assim Pushing também é muito parecido com Supernatural…
E Pushing Daisies seria ” empurrando margaridas ” sim. É uma expressão, que refere-se aos mortos, dentro dos túmulos, empurrando margaridas pra fora : )
Vi os três primeiros episódios e fui completamente conquistada. Me coração foi roubado. Estou apaixonada. Senti toda a ânsia e ternura dos protagonistas.
Não consigo esperar pra ver o resto.
[…] sem enrolar a lingua, você precisa de um grande elenco. E não se engane ao ler o texto do Paulo (aqui), apesar de nenhum ator da série ser um household name, todo mundo ali é bem rodado, incluindo […]
quando volta?