Review: ER – Time of Death

Data/Hora 10/12/2004, 12:00. Autor
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ER - Time of DeathSérie: ER
Episódio: Time of Death
Temporada: 11ª
Número do Episódio: 229
Data de Exibição nos EUA: 11/11/2004
Data de Exibição no Brasil: 9/12/2004
Emissora no Brasil: Warner

Uau! Fazia tempo que não assistia ER com tanto gosto! Time of Death em minha opinão já é um dos melhores episódios da história da série, e para arrancar um elogio de alguém cri-cri como eu, deve ter sido acima da média mesmo! Como em rarissimas excessões na série, Time of Death não veio acompanhado do “previoustly, on ER” e pela segunda vez em anos foi exibido sem os créditos de abertura. Isso o torna um daqueles episódio em que “todo mundo pode ver” e que até incentive você a convidar alguém pra assistir o episódio, mesmo que este alguém nunca tenha visto a série pois ninguém precisa saber quem é quem na série. Foi como um curta metragem… e isso com certeza traz audiência.

Bucólico, claustrofóbico e… estranho, o episódio começa acertando na trilha com “Out of Time” dos Rolling Stones que se encaixou como uma luva para o inicio do episódio e encerra com perfeição na construção das ilusões de Charlie. Mostrando o relógio da triagem – são 11:23 – e depois com um zoom nos olhos de Ray Liotta, o epi já dá uma idéia do que veio fazer: como é ser um paciente no County. Em todos os dias no PS, vemos mais de uma dezena de pacientes por episódios, que requerem tratamento com albuterol, nitro sub-lingual, cateter central, 20 de etomidato e 120 de sux, que entram em fibrilação ventricular… tanta informação pro telespectador, que muitos até já se entregaram: nem se incomodam mais em tentar entender os termos médicos. Mas Time of Death foi diferente.

Chegando com dor de barriga, Charlie Metcalf é tratado por um atendente, um residente, uma interna, uma enfermeira, uma estudante… e passamos a entender tudo. Todos acompanhamos que ele estava com fluídos na barriga, com varizes no fígado, sangramento intestinal… o exame retal que em muitos episódios é tratado como a coisa mais normal do mundo foi mostrado como deveria ser… e todos vimos como é realmente agoniante a introdução de um tubo naso-gastro e que não existe facilidade e ficção quando se trata de cuidar de um paciente. Sujo e agoniante, tudo foi devidamente explicado. Quando Charlie começa a cuspir sangue… quando é transferido pra sala de trauma. Depois vem o tratamento pra pinçar as varizes, a falha renal, o tal do TIPS, a ordem de não ressucitação, o controle de pressão no estômago…

Talvez nenhum episódio tenha mostrado de forma tão seca e real como é um tratamento de emergência. E eu adorei isso. Sentia falta da medicina na série e estava cansado dos romances que as vezes ficam muito melosos. Sam e Luka passaram o episódio inteiro sem trocarem olhares amorosos e não me fez falta nehuma. Aliás… quase nenhum dos personagens teve grande participação hoje. Excessivamente coadjuvantes, tornaram mais fácil ainda o acompanhamento de novos telespectadores, que talvez tenham ficado curiosos com o “episódio especial com Ray Liotta”.

Episódio especial de ER. O que quer dizer “episódio especial”? Bem, na melhor das hipóteses, comemora-se uma marca numa série, como um episódio 100, ou 200. Mas comemorar o ducentésimo vigésimo nono episódio não tem sentido. Então na pior das hipóteses um “episódio especial” é feito pra alavancar uma série que esteja numa situação incômoda em relação à audiência. E como ER está apanhando de Without a Trace, o motivo de um “episódio especial” é feito pra dar vida a série. A segunda hipótese, a da baixa audiência, é adotada por todos os telespectadores alarmistas – talvez até eu – mas quer saber o que mais? Que se dane o motivo! O episódio foi excelente!

Ray Liotta deu um show como paciente na série. Muitas vezes alheio à atenção dos médicos, foi ótimo quando os fazia se lembrar que ele era gente e não uma coisa a ser tratada. Todas as vezes que era introduzido por um tubo, nos demonstrava que aquilo irritava mesmo, e quando chorou pela primeira vez no epi quando Bob desligou em sua cara… nossa. Não digo que “por ser” Ray Liotta, astro de cinema, ele mereça elogios rasagados. Ele merece elogios porque foi bem mesmo! Alguém por um instante duvidou que aquele homem estava mesmo morrendo, ou que queria muito ver seu filho? … ehr… nossa… me passou um filme com imagens do epi neste exato momento, e se eu continuar falando sobre tudo de positivo, não vai caber aqui.

Coadjuvantes hoje, o grupo do County atuaram realmente como profissionais. Nunca vi Kovac tão competente e Samantha tão… tão enfermeira. A maneira que ela tentava acalmar Charlie conversando sobre o seu filho, ou quando tocou em seu rosto durante os último minutos do paciente foi como uma senhora enfermeira hoje, ao invés de ficar usando o desfibrilador, o que é teoricamente errado. Kovac como mediador convenceu mais ainda. Todos estavam vendo que ele estava ciente de tudo por lá e foi o que mais tentou não se comover com o paciente, inclusive mostrando mais liderança que Carter, que só fez chorar esta temporada. Abby, pela primeira vez em seis anos… heh, heh, conseguiu não ser a protagonista do episódio. Bom pra todo mundo que me mandou e-mail e não vai muito com a cara de Wyczensk ^^ Quanto a estudante neste episódio, ela foi realmente uma estudante! Os últimos que passaram pelo County pareciam já ser altamente qualificados pra fazer procedimentos complicados, ao contrário de estudantes clássicos como Lucy e Carter que chegaram sem nem saber introduzir uma intra-venosa.

Pratt foi o mais evidente dos personagens hoje. Sem confiança desde o acidente de carro, ele passou por uma transformação nos 44 minutos de hoje. Quando eu começava a suspeitar que ele era um troglodita, vem com bons sentimentos no decorrer do episódio, e é o único a chorar a morte do pobre Metcalf… além de mais alguns telespectadores ^^

E foi bem dificil conter a emoção durante o episódio, seja agonia durante a introdução dos tubos, nojo pelo sangue vomitado ou tristeza mais calma durante as confusas alucinações de Metcalf. Nunca vi confusões mentais tão bem feitas quanto hoje. A igreja que Charlie pintou, o dia do aniversário do filho, a mulher deitada no chão que passou a ser ele… isso fora os momentos em que ele acrecentou novos fatos. Pra evitar o abstinência do alcóol, 10% de etanol foi colocado no soro, e ele ficou “bêbado” em seus últimos minutos. Em seu aeroporto ilusório, até eu senti um pouco de paz ao ver a balconista Lockhart atendendo no guichê. Foi muito bonito quando ele e Sam passeavam de barco com Bob e perfeito quando ele imaginou o filho caindo na água. Kovac como o viajante no ônibus… Pratt como Bob, e até as pessoas da triagem estavam em suas ilusões. Sem ser piegas, arrisco até dizer que foi bem poético e lirico os últimos pensamentos de Charlie.

ER - Time of DeathFoi horrivel vê-lo morto, com os olhos fixos e dilatados… mesmo com todos sabendo que ele ia morrer às 12:04. Porque? Bem… fora as propagandas, e seu estágio terminal, vimos que as pizzas de Ray chegariam às 12:03, e um atraso pra combinar com a morte do paciente é o que chamo de “clichê perdoavel”… mas vê-lo morto foi duro. Apesar de só existir por 44 minutos, deu muita pena do homem que perdeu tudo após a morte da mulher.

O que eu não gostei sobre o epi foi o número de informações desencontradas que vários sites publicaram e acabaram confundindo parte da audiência. Noticiou-se que ele seria ao vivo, e até o absurdo de ser transmitido direto dos EUA… quem escreve isso?!? Quem foi na esperança de ver algo ao vivo não se decepcionou: continuou sendo bom. Mas estas informações desencontradas são imperdoaveis. Imperdoável como Ray. Tomei a decisão de nunca mais ir com a cara deste estagiário – sorry fãs do Ray – que me irritou com piadinhas sobre a morte de Metcalf.

E pra finalizar, duas coisa. A primeira foi o erro da anúncio da hora da Ordem de Não-Ressucitação. Kovac falou 11:57. Era pra ser 11:52… acontece. A outra é só uma curiosidade, e para os fãs de 24 Horas: além da estudante de medicina que interpretou uma agente da CTU em 24 Horas, tivemos também a participação do terrosita Syed Ali, como o nefrologista. Dois atores de uma série em tempo real, mas que não vem ao caso ^^

Nada de Susan, de Deb, Weaver ou Carter hoje. Fiquei com uma dúvida agora: talvez a saída dos atores na série não seja o fim do mundo. Basta que de vez em quando a série surpreenda, e não precise fazer isso só pra ganhar na audiência. E a próposito, Time of Death garantiu a primeira vitória de ER na temporada. Que continue assim.

Até o próximo episódio, que não será especial, mas ainda é ER.

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